Arturo Sousa
Universidade de Coimbra
arturo.jorge13@gmail.comResumo: Este trabalho analisa a temática do património cultural existente em museus, bem como a relação com o turismo e com o desenvolvimento local dos territórios. O património cultural é aquele património que congrega em si só, e atualmente, uma grande diversidade de elementos/aspetos como são exemplos objetos, bens, edifícios, estruturas, artes, histórias entre outros. Esta reflexão conta com duas partes principais. A componente mais teórica conta com a definição de património cultural e de museus, tal como a relação com o turismo e o desenvolvimento local. Já a componente prática está ligada às caraterísticas e impactos de patrimónios culturais existentes em 4 museus do Funchal. Esta área geográfica possui bons recursos e produtos sustentáveis para uma procura mais ou menos especializada. Foi prudente propor medidas de colmatar determinadas falhas dos museus escolhidos, bem como de dinamizar mais e melhor os mesmos.
Palavras-chave: Património e turismo culturais, museus, organizações, património material e imaterial, Funchal.
Museologics Tourism and Heritage – the case of the museums of Funchal
Abstract: This paper examines the theme of cultural heritage existing in museums, as well as the relationship with tourism and local development of the territories. Cultural heritage is one heritage that unites in itself, and nowadays, a great diversity of elements/aspects such examples are objects, properties, buildings, structures, arts, stories etc. This reflection has two main parts. The more theoretical reveals itself with the definition of cultural heritage and museums, such as the relationship with tourism and local development. Already the practical component is linked to characteristics and impacts of cultural heritages in four museums of Funchal. This geographic area has good resources and sustainable products to a more or less specialized demand. It was prudent to propose measures to address certain shortcomings of the chosen museums, as well as more and better streamline them.
Keys-Words: Cultural heritage and tourism; museums; organizations; tangible and intangible heritage; Funchal.
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Arturo Sousa (2015): Turismo e património museológicos o caso dos museus do Funchal, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 18 (junio 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/18/museus.html
1. Introdução
O património cultural sendo aquele tipo de património que pode ser “tanta coisa”, é um processo social em franca valorização um pouco por todo o mundo. São os museus que, na teoria, e muitas vezes na prática, valorizam, conservam, divulgam e protegem de melhor forma, os mais variados patrimónios culturais materiais e imateriais. Falamos de turismo cultural quando temos como principal recurso o património cultural. Com isto, este trabalho tratará de fazer uma avaliação da oferta e políticas patrimoniais de museus do Funchal (ilha da Madeira – Portugal), com o objetivo principal de conhecer algumas das vantagens e desvantagens das práticas dos 4 museus escolhidos – Quinta das Cruzes, Arte Sacra, Henrique e Francisco Franco e Photographia – Museu “Vicentes” – e os respetivos impactos na procura turística e no desenvolvimento local do Funchal.
Como metodologia aplicada para a presente investigação, esta centrou-se na recolha e análise de várias fontes, desde aos livros, artigos científicos, teses de mestrado, sites da internet, conhecimento empírico de base dos conhecimentos obtidos ao longo da licenciatura/mestrado, tal como na realização de questionários aos museus escolhidos.
Relativamente à estrutura desta investigação, há quatro grandes tópicos – “património e museus”; “museus e suas especificidades”; “caraterização do Funchal”; “museus, turismo e desenvolvimento local no Funchal – Propostas à atividade museológica no Funchal”. Estes tópicos debruçam-se nos conceitos, nas práticas e especificidades do património, dos museus e sua relação com o turismo e o desenvolvimento local.
2. Património e museus
2.1. Análise conceptual de património
É do saber da maioria que há cada vez mais conhecimento das questões e caraterísticas do património. Não só pela sua importância, mas também pelo património, natural ou cultural, ser herança do que se passa/passou nos lugares e não corresponder apenas concetualmente ao simples objeto, estrutura ou bem.
O património, enquanto processo social, por ser inserido num meio social, ser factor identitário de povos e representar vários valores/interpretações, é detentor de várias definições, tipologias, atores e relações, assim como pode evocar, para Smith (2006), experiências multissensoriais, sentimentos de gratidão ou repulsão/medo/frustração pelo passado inscrito e que chegou até às gerações presentes. Isto é importante para cativar ou não visitantes/turistas.
Provavelmente desde muito cedo existiram “patrimónios”, com outros entendimentos, utilidades e representações. Contudo, este é uma temática que ganhou uma dinâmica forte, a partir do século XIX e inícios do século XX, onde ainda era visto exclusivamente pela sua dimensão material e imóvel, muito ligada à um instrumento de coesão nacional, pois edificava uma relação de pertença, sendo exemplos os monumentos históricos que os regimes políticos defendiam como formas de elevar a sua nação (castelos, edifícios militares e religiosos, entre outros).
Por conseguinte, ao longo do século XX, o património viu alargar em si uma abrangência concetual mais ampla e consistente, na qual, registam-se vários tipos de patrimónios que no seu todo adquiriram a acepção “culturais”, por serem patrimónios entendidos como bens culturais de caráter móvel, imóvel, material e imaterial, sendo patrimónios que têm cada vez mais, capacidade de desenvolver e gerar riqueza nas comunidades – património artístico, literário, arqueológico, histórico, gastronómico, folclórico, industrial, fotográfico, científico (Girard e Nijkamp, 2008; Mendes, 2009).
Ainda no século XX, o património ganhou uma distinção condensada em dois conceitos – património cultural e património natural – com a Convenção para a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural de 1972.
O turismo e o património são das atividades e áreas que agora mais do que antes são acessíveis à múltiplas classes sociais, devido às mudanças que têm ocorrido nas sociedades, nas vertentes de empresas de marketing e de viagens, na política, economia e novas tecnologias. Assim sendo, em Cluzeau (1998) observa-se claramente que o património é objeto/recurso do turismo cultural, sendo que património pode ser monumentos, vilas e cidades, jardins, edifícios religiosos, militares, arqueológicos e de outras espécies, tal como as festas e certas manifestações do saber fazer do passado e do presente, são vistas como potencializadoras de ser património.
Segundo Greffe (1990: 32-41) o património pode ser usado de várias maneiras, uma vez que apresenta vários valores, sendo eles os principais:
Já Mendes (2009) explica bem a conexão que o património pode ter com outras áreas. O autor destaca que não é por si só, uma ciência, porém coaduna-se com a história, memória, identidade dos povos, a geografia e antropologia, o turismo e lazer, por ser um dos principais recursos de procura e oferta de produtos e serviços, assim como liga-se ao desenvolvimento e ao trabalho, por promover direta e indiretamente essas áreas – museus, alojamento, restauração, transportes, comércio e outras.
2.2. Património e turismo culturais
O património, seja ele qual for, tem uma enorme capacidade para desenvolver territórios. Uma das maneiras mais interessantes e claras no desenvolvimento de territórios é a utilização/valorização do património por meio do turismo cultural. Este turismo é capaz de desensolver territórios não só pela via económica, mas também pela via social, administrativa, cultural com investimentos nos vários tipos de patrimónios culturais (museus, obras literárias, estatuária, escultura, monumentos e outros); renovação/fixação de imagens turísticas; (re)construção de equipamentos e infraestruturas entre outros meios.
O turismo cultural é dos mais amplos e que mais tem crescido um pouco por todo o mundo. É definido como um segmento turístico que “utiliza” patrimónios culturais materiais e/ou imateriais, bem como pode proporcionar, a quem o pratica, entretenimento, formação/conhecimento, distração, visionamento/vivência de eventos científicos, atrações culturais (monumentos, edifícios, costumes, tradições e outros).
Também, o património cultural configura-se numa perspetiva de “patrimoniomania”, na qual múltiplos agentes territoriais que se relacionam com o património, “costumam” classificar de alguma maneira alguns bens territoriais como “património” (estruturas, paisagens, sítios, bens imateriais, etc). Isto desperta ou gera o turismo cultural, com objetos que algumas vezes de facto podem ser patrimónios que devem ser divulgados, estudados e preservados, mas outras vezes não, bem como pode haver a designação de “museus” à instituições que exercem atividades com bens territoriais e não merecem esse conceito (Mendes, 2009; Timothy e Nyaupane, 2009).
2.3. Património e relações com agentes nacionais e internacionais
Já dizia Smith (2006: 307) que o “património também é um processo político,
e que os sítios patrimoniais ou objetos podem tornar-se recursos de poder”. Greffe (1990) clarifica que a valorização do património envolve muitos interessados como são exemplos os proprietários, governos estaduais e municipais, associações, artesãos, os quais têm que ser parceiros, no que ele chama de “ecossistema-patrimonial”, no intuito de combinarem esforços de conhecimento, integração e financiamento.
Com a necessidade do património cultural de ser preservado, as preocupações no âmbito de salvaguarda e valorização do mesmo, intensificaram-se a partir da 2ª metade do século XX, com o surgimento de instituições, leis e recomendações regionais, nacionais e internacionais. Deste modo, a partir desse período temporal, o património cultural foi ganhando dimensões, valências e maior importância por ser herança, gerar desenvolvimento, lidar com profissionais e áreas mistas.
Sabe-se que são muitas as instituições que trabalham com o património cultural. São as entidades públicas e privadas que compreendem estratégias díspares no domínio do património cultural e museologia. Podem ter ambas, estratégias de gerar lucros ou valor acrescentado a partir da atividade planeada, porém mais no domínio público, são desenvolvidas estratégias de renovação e requalificação de sítios, não só em Portugal, mas também noutros países. No entanto, ambas as tipologias devem ter em conta os planos de organização territorial para executarem qualquer que seja a sua ação – Planos Diretores Municipais, Planos de Ordenamento do Território e Planos Pormenor (PDM, POT e PP).
Falemos do ICOM (Conselho Internacional dos Museus), como organização internacional importante para os museus, pois aconselha um conjunto de boas práticas para os museus e tem relações formais com outras organizações do mundo, nomeadamente com a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – classifica patrimónios e tem elaborado documentos importantes para o património cultural, aquático, imaterial, arqueológico e outros), a INTERPOL (Polícia Internacional – organização que combate o furto de bens culturais), o Conselho da Europa (por ser a Europa o território que mais produziu patrimónios antigos e teve/tem atos importantes de políticas patrimoniais), a UNIDROIT (Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado – estuda as questões relacionadas com o direito privado internacional no domínio do património e não só) e a WCO (Organização Aduaneira Mundial).
Correia e Lopes (1996)apresentam um conjunto de recomendações, convenções e cartas, essencialmente internacionais, sobre o património cultural – alguns exemplares são a Carta de Atenas (1931), a Carta de Veneza (1964) e a Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural (1975 – ato muito importante que alargou o conceito de património e proporcionou a maior defesa do património). Contudo há muitas outras ações que têm ocorrido e divulgado oportunidades e desafios para os territórios patrimoniais como a Carta Internacional sobre o Turismo Cultural (de 1999 reconhece o valor e o crescimento deste tipo de turismo que deve ser sustentável) e a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, de 2003, para definir outro tipo de património (música, gastronomia, folclore e outros).
Algumas das múltiplas organizações portuguesas que lidam com aspetos do património nacional são: o IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico) entidade que é detentora de toda a informação organizada sobre projetos, estudos e publicações do património cultural, assim como do inventário do património português mundialmente classificado e dos outros países; e o Instituto Português dos Museus e da Conservação – aconselha e supervisiona os museus no domínio essencialmente da inventariação e conservação dos seus patrimónios classificados ou em vias de classificação nacional e internacional na rede de museus.
3. Museu e suas especificidades
3.1. Definições e origem de museus
Relativamente aos museus, estes “nasceram do hábito que o Homem desenvolveu de colecionar aquilo a que atribui um valor simbólico e um papel decisivo na reconstituição da memória coletiva” (Rocha, 1993: 191). Estes para Alexander (1993) são instituições que, à partida sem fins lucrativos, melhor conseguem preservar e valorizar o património cultural que possuem, já que são “lugares privilegiados de salvaguarda, estudo e divulgação do património” (Mendes, 2009: 197).
Neste sentido, são múltiplos os tipos de museus que existem um pouco por todo o mundo e que vários autores de literatura definem e caraterizam, como Alexander (1993) e Rocha (1993). Sobressaem museus e estruturas museológicas que diferem em termos de espaço, edifícios e patrimónios utilizados como museus nacionais, regionais, locais, temáticos, de história natural, ciência e tecnologia, ecomuseus policentrados com centros de interpretação, museus de sítio, parques museológicos (parques naturais e museu), museus de cidade policentrados com centro de interpretação e museus de comunidade policentrados e com centro de interpretação.
Todas as estruturas museológicas inserem-se em três principais correntes – Museologia tradicional (século XVIII-2015 – exemplos de museus nacionais, regionais, locais e casas-museu e com maior influência nos museus atuais portugueses) nova museologia (1945-2015 – exemplo de museus como ecomuseus, museus de comunidade policentrados e com centro de interpretação, etc.) e museologia pós-moderna (1968-2015 com caraterísticas da tradicional e nova museologia). A nova museologia, que advém da rutura da museologia tradicional, corresponde a uma museologia ativa que segue princípios, tais como a participação da população, a preservação e valorização do território, a memória coletiva, a interdisciplinaridade, o desenvolvimento comunitário e a qualidade de vida (Alexander, 1993).
Para a presente reflexão importa definir alguns museus. Os Museus de Arte – aqueles museus com bens culturais artísticos de épocas históricas bem definidas e com núcleos como pintura, escultura, mobiliário, ourivesaria e outros; Museus de Fotografia – que lidam evidentemente com coleções de fotografia, a sua história e valor social/simbólico inserido ou não em estúdios fotográficos; Casa-Museu – museus que foram a habitação onde viveu uma ou mais alguma personalidade importante de alguma maneira para o local em que está inserido.
Santos (1970: 12) salienta que o museu europeu ao ser o lugar, onde há um diálogo com os objetos patrimoniais, “no século XIX deixa de ser um mero organismo de abrigo de obras de arte e passa a ser um organismo vivo de interesse público, aliado à sociedade, onde os interesses culturais encontram-se já bem definidos”. Estes já se distanciavam, a largos passos, dos “gabinetes de curiosidade”, que continham coleções e dimensões tendencialmente imponentes.
Hoje mais do que antes, visto como um espaço socioeducativo, o museu é “dotado de elementos históricos e culturais que pretendem não só contribuir para a construção e consolidação de uma identidade nacional ou local, como também podem conduzir ao diálogo e interação internacional e intercultural” (Serrão: 2007: 77). Este comporta várias funções sociais – desenvolve um espírito de identidade local, a sociabilidade entre pessoas e participação cívica, a divulgação de informação e de conhecimentos, a atividade de lazer e a construção de sentimentos nos visitantes (Serrão, 2007).
Todavia, Rocha (1993: 137) refere que para existir um museu “é necessário que a instituição cultural, para além da exposição, execute as restantes funções: recolha e conservação, inventário e registo, investigação, ação cultural e educativa.”
Destacam-se vários elementos que marcam a diferença nos museus e naquilo que eles guardam. Desde ao edifício propriamente em si, à “autenticidade/raridade dos bens culturais, o seu valor estimado no mercado, o percurso histórico, dados relativos ao fabrico e outras caraterísticas físicas (exemplo da textura, cor, integridade do volume, o estado das superfícies)” (Rocha, 1993: 89).
Um museu tem frequentemente várias valências museológicas, desde às mais nucleares, às mais complementares, salientam-se: os serviços de relações públicas, o gabinete de investigação, o centro de documentação, as salas de exposições permanentes ou temporárias, a cafetaria e/ou restaurante, o auditório, as lojas/livraria, o jardim/parque, a direção, as reservas, o atelier de museografia, o laboratório de conservação e restauro, a liga/associações de amigos, o serviço de segurança, entre tantas outras.
A exibição e interpretação dos patrimónios dos museus, muito dependente das instituições, lida com questões como a estrutura física, orientação do museu, os guias, a realização de leituras, fóruns, seminários, publicações, filmes de apresentação e sobretudo a publicidade. Do mesmo modo a interpretação feita pelos consumidores dos museus, dependerá e muito para Rocha (1993: 191) “pela forma como é exibido o museu e suas coleções, às quais devem primar pela qualidade, autenticidade, atratividade, comunicação efetiva”.
Cada vez mais, visitar museus é uma prática de consumo de bens culturais e estratégias de “distinção social” dos seus públicos. Assim sendo, sabe-se que os museus têm que saber lidar com práticas que sejam mais inovadoras e cativantes de públicos que já visitaram antes os museus. Daí que os museus mais atrativos, tendem a lidar melhor com as novas tecnologias, divulgam-se bem e cativam visitantes pela promoção de eventos variados (lançamentos de livros, conferências, reuniões, concertos, descontos nos preços, restaurantes com produtos típicos e tantos outros).
Os museus têm um dia internacional dedicado às suas atividades e importância nas sociedades, que é o dia 18 de Maio, no qual realizam-se eventos mais dinâmicos em muitos museus do mundo (entrada tende a ser gratuita no dia inteiro de atividade).
3.2. O papel dos museus na procura turística e no desenvolvimento local
Os museus têm um papel fundamental para a procura turística nos territórios, tal como podem promover direta e/ou indiretamente um desenvolvimento local, que se quer sustentável, equilibrado, planeado e multifacetado.
Nesta perspetiva, o turismo como um dos mais importantes setores de atividade económica do país, por relacionar-se com múltiplas áreas, entre as quais património, alojamento, transportes e restauração, é influenciado por fatores como o clima, a segurança, o preço, a qualidade e a oferta de bens e serviços. Por outro lado, este tipo de turismo, além das vantagens que pode trazer aos territórios (emprego, imagem, recuperação/preservação de patrimónios, etc), também traz vantagens a quem o pratica, visto que proporciona novas vivências, aprendizagem/formação de opinião, uma forma de “ganhar” status, distrair-se e quebrar a rotina, entre outras tantas vantagens.
Com isto, pelo Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) a Madeira tem condições para promover mais e melhor o turismo de natureza, o segmento do golfe, do sol e mar, e o turismo cultural. Estes devem ser geridos no Funchal e em outros territórios, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável onde o turismo promova o desenvolvimento na base da “melhoria da qualidade de vida das pessoas, bem como o aumento da sua autoconfiança e organização tendo em conta principalmente os seus interesses e a sua participação” (Serrão, 2007: 95).
Todavia, é visto em Cavaco (2008), Girard e Nijkamp (2008)
que os territórios devem evitar as externalidades negativas do turismo não-sustentável que não tem boas metas sociais, económicas e ambientais. Assim, o turismo cultural, como outros tipos de turismo, pode gerar problemas, caso não seja devidamente planeado e organizado, como são exemplos a poluição e degradação de patrimónios e lugares, o congestionamento, o declínio na qualidade de vida, o desperdício de recursos naturais e culturais, a adulteração dos valores tradicionais do património, o baixo acesso aos equipamentos culturais e a perda de identidade local.
4. Caraterização do Funchal
4.1. Perfil físico-geográfico
O Funchal tem cerca de 76 km² e 10 freguesias. Este concelho é capital da Região Autónoma da Madeira (RAM – 11 concelhos), sendo limitado a Oeste pelo concelho de Câmara de Lobos; a Este pelos concelhos de Machico e Santa Cruz; a Norte pelo concelho de Machico e Santana predominantemente (Figura 1). Apresenta o maior número de habitantes da região com mais de 111 mil, pelos censos de 2011.
Mendes (2007: 10) corrobora que “na atualidade, o Funchal é o mais importante centro histórico, comercial e cultural da RAM”, assim como é aqui onde o setor terciário ligado essencialmente aos serviços e comércio, ganha maior destaque.
Igualmente, o concelho do Funchal configura-se pela presença de elementos naturais e físicos bastante heterogéneos. Deste modo, com clara origem vulcânica, este concelho apresenta várias realidades desde o mar, a serra, ao meio rural e urbano. Isto aliado, para Mendes (2007), ao clima relativamente agradável e ameno ao longo do ano, mas também às paisagens detentoras da Floresta Laurissilva – Património Mundial da UNESCO (espécies como o Til, o Barbuzano, o Loureiro e outras).
4.2. Perfil turístico
O Funchal é um território fortemente especializado no turismo, sendo, por isso, dos destinos de Portugal mais competitivos e visitados anualmente. Isto é confirmado pelo Anuário Estatístico da RAM de 2012, em que no Funchal, registaram-se em 2012, 6,3 noites de estada média de hóspedes estrangeiros, nos 100 exemplares de alojamentos (pensões, hotéis e outros). Também houve um total de 658 591 hóspedes e 3 798 355 dormidas turísticas. Todos estes valores superiores aos dos outros concelhos da RAM.
Aquilo que se vê em grande número, um pouco por todo o mundo e no Funchal é claro, é que os turistas estão tendo um perfil mais ativo, instruído e exigente face àquilo que querem ver, vivenciar e usufruir em termos materiais e imateriais.
Neste território, segundo a Secretaria Regional do Turismo da Madeira, os segmentos de turismo de natureza e de sol e mar têm maior procura nacional e internacional. Neste sentido, o património/turismo cultural surge como um segmento secundário, pelo que é oportuno a valorização e o impulso desta tipologia que merece e trará evidentemente benefícios vastos para as comunidades locais.
4.3. Perfil Museológico
O Funchal por ser a principal cidade da RAM possui um grande número de instituições museológicas como são exemplos casas-museus, museus temáticos variados e outros, em que todos integram-se principalmente na Museologia Tradicional, embora alguns já apresentem alguma abertura à Nova Museologia, por centrarem-se mais na comunidade local e possuírem valências museológicas variadas (serviço educativo, conservação e preservação, direção, reservas, cafetaria e restaurante, serviços de relações públicas, gabinete de investigação, centro de documentação, sala de exposições permanentes/temporárias e outras).
Sousa (2008 a) refere que datam do final do século XIX, as primeiras experiências de museus na cidade do Funchal com algumas coleções particulares de pessoas ilustres – João Alberto Reis, João Vicente, Eduardo Gomes Silva e outras.
Em Corte et al. (1999) é visto que a Madeira, em especial o Funchal, está melhor posicionado que os Açores, na esfera de práticas museológicas, com maior diversidade e qualidade nas mesmas, sendo que referem que o Museu Quinta das Cruzes e o Museu de Arte Sacra do Funchal são dos museus mais visitados de Portugal.
De acordo com a pesquisa realizada, todos os museus disponibilizam sites, emails e contatos telefónicos para atendimento ao público, realizam visitas guiadas por profissionais que sabem várias línguas, com preços relativamente acessíveis, de valor médio a rondar nos dois euros.
Por outro lado, as instituições museológicas não operam em rede, não há ofertas organizadas como o bilhete múltiplo e eventos mais criativos. Todavia, a forma como são geridos os museus, monumentos e sítios históricos regista algumas lacunas, com a tendência de oferta muito estática, pouco inovadora, escassa programação e divulgação, bem como pela falta de formação específica de alguns profissionais dos museus. Isto como acontece também em Portugal Continental e noutras partes do globo.
Além disso, museus como o do Brinquedo, Arte Sacra, Quinta das Cruzes e outros, estão no Funchal, mas representam toda a ilha e, por arrasto, incluí o Porto Santo, por terem bens culturais de vários concelhos. São assim, importantes reforçadores e modeladores da identidade local, com exposições permanentes.
Os museus escolhidos para conhecer potencialidades e fraquezas revelam procuras de visitantes muito variadas. Segundo os questionários feitos em Abril de 2013, o Museu Quinta das Cruzes teve 25.931 visitantes, o de Arte Sacra 12.807, o Museu da Photographia obteve 5329 visitantes e o Museu Henrique e Francisco Franco registou apenas 2635 pessoas (Tabela 1). Coincidentemente, os museus mais procurados, são aqueles que apresentam mais valências museológicas. Os edifícios apresentam estilos diferentes e são também fatores de atração, das várias possíveis motivações que os turistas possam ter ao visitar estas e outras instituições museológicas. São exemplos de motivações conhecer os museus, a sua obra, os seus patrimónios, enriquecerem o seu conhecimento, passarem um momento diferente com as suas famílias, comerem e beberem em locais distintos, etc (Figuras 2, 3, 4 e 5).
Por fim, o Anuário Estatístico da RAM de 2011 menciona que em 2011, a Câmara Municipal do Funchal, gastou cerca de 702 milhares de euros com despesas correntes com os museus, em termos de apoios técnicos, fornecimento de recursos humanos, financeiros e outros critérios.
4.3.1. Museu de Arte Sacra
O Museu de Arte Sacra do Funchal, de 1955, é um espaço onde habitaram alguns bispos do Funchal, muito por causa da sua localização, muito proxima da Igreja da Sé do Funchal, ou seja, em pleno centro da cidade.
Constituído por vários espaços, como uma sacristia e respetiva capela, salas de exposições permanentes e temporárias, salas para administração interna e externa do museu (direção, administração, relações públicas, entre outros), apresenta múltiplas valências museológicas como são exemplos a receção e atendimento ao público, a loja de venda de essencialmente livros, terços e folhetos, a cafetaria e restaurante muito atrativos e disfruta da sua boa localização, para além da direção, serviço educativo, apoio técnico e centro de documentação.
Este museu “reúne indiscutivelmente, o conjunto mais significativo de peças referenciadas historicamente do Arquipélago da Madeira” (Sousa, 2008 b: 12). Compreende coleções de pintura, escultura, ourivesaria e paramentaria portuguesa e estrangeira, cronologicamente entre os séculos XV e XIX. A mais importante coleção, em termos de valor de mercado e de raridade, é a pintura e escultura flamengas dos séculos XV e XVI, a qual chegou à Madeira no século XVI na chamada “época áurea da produção açucareira”. Os painéis flamengos distinguem-se não só pela sua grande qualidade como pelas grandes dimensões e varias figuras católicas, aparentemente pouco comuns nos museus da Europa (Figuras 6, 7 e 8).
Além disso, o museu dispõe de material próprio de ação para as suas atividades, incluindo maletas pedagógicas, puzzles de observação, jogos didáticos, etc. Em parceria com o Serviço Técnico de Educação da Deficiência Motora/Deficiência Visual, foi desenvolvido material impresso em Braille (português, francês e inglês) e imagens em relevo, dirigidos a invisuais.
4.3.2. Museu Quinta das Cruzes
No Museu Quinta das Cruzes “são muitos os motivos que contribuem para que aquele espaço seja visitado por milhares de pessoas” (Mendes, 2007: 59). Ora, segundo o Roteiro histórico e turístico da cidade (2004: 203), este museu está associado “à antiga residência dos morgados das cruzes e seus pertences, à capela de nossa Senhora da Piedade e jardins, onde se inclui o orquidário e o parque arqueológico, formado a partir de eventos arquitetónicos provenientes de demolição (pedras de armas e lápides tumulares, janelas manuelinas, etc).” Este roteiro ainda refere que esta casa-museu foi a segunda residência de João Gonçalves Zarco e foi habitada por membros da Banda Municipal do Funchal (Figuras 9, 10 e 11).
Oficialmente abriu ao público em 1953 e foi acumulando coleções que abrangem a pintura, cerâmica, gravuras e desenhos, mobiliário, escultura desde o século XV até ao século XX, bem como coleções mais pequenas – vidros, têxteis, instrumentos musicais, metais e meios de transporte. Estes núcleos integram-se em três estratégias do museu - exposição permanente; as exposições temporárias e a cedência de peças para outras exposições temporárias (sobretudo de pinturas e peças de ourivesaria/cerâmica).
No âmbito de procura de novos e/ou velhos públicos (que já visitaram o museu) esta instituição tem vindo a realizar concertos gratuitos durante o mês de maio de 2013 no museu com parceria da Escola Profissional das Artes da Madeira. Esta iniciativa é inovadora no Funchal e é importante para dinamizar o museu, atrair visitantes para preencherem seus tempos livres de uma forma diferente e simpática.
O museu dispõe ainda de uma loja e serviços de cafetaria/restaurante. A loja é muito interessante, uma vez que, vende livros e folhetos relacionados com as exposições, público e história do museu e jardins, mas também réplicas de objetos do museu à preços acessíveis (saleiros, terrinas e bules).
A área externa por ser uma das principais atrações do museu, deveria ter seguranças que controlassem a atividade dos visitantes, uma vez que, pode ser frequente ver alguma degradação do património (flores e plantas destruídas, lixo).
4.3.3. Museu Henrique e Francisco Franco
Tutelado pela autarquia do Funchal, o Museu Henrique e Francisco Franco foi inaugurado em 1987 e dedica-se ao estudo, conservação, apresentação e divulgação da obra dos irmãos Henrique e Francisco Franco, naturais da ilha da Madeira. De Henrique Franco (pintor, 1883 – 1961) o museu tem pinturas à óleo, desenhos, gravuras e pequenos frescos. Já de Francisco Franco (escultor, 1885 – 1955) podem ver-se esculturas, desenhos e gravuras do século XIX e XX (Figuras 12, 13 e 14).
Os dois irmãos realizaram exposições em várias partes do mundo. Com isto, o museu oferece ao visitante a possibilidade de observar os caminhos percorridos por estes dois irmãos. Ainda dispõe de um serviço educativo bastante criativo vocacionado para a divulgação da coleção e seus artistas, bem como para fomentar o gosto pela arte, desenvolver a consciência patrimonial e facilitar o encontro entre o objeto/exposição e o observador. Podem ser feitos desenhos e outras atividades de expressão plástica.
Todavia, há um predomínio para a museologia tradicional com o estudo e preservação de obras dos irmãos, e poucas valências complementares.
4.3.4. Photographia – Museu “Vicentes”
A Photographia – Museu “Vicentes” é outra casa-museu do Funchal. Esta foi o antigo estúdio fotográfico de várias gerações da família “Vicentes”, sendo que Vicente Gomes da Silva(1827 – 1906) é o fundador deste estúdio fotográfico do século XIX. Aberta ao público, em março de 1982, tem o espólio do estúdio – cenários, máquinas fotográficas, livros relativos às técnicas fotográficas, algum mobiliário e mais de 800 mil negativos, tal como vive de doações de fotógrafos (Figuras 15, 16 e 17).
Sem dúvida é um local muito importante para a ilha da Madeira, em termos histórico-culturais, precisamente por ter fotografias e vídeos de atividades comerciais, famílias, paisagens, monumentos e algumas das principais figuras ilustres que passaram pela Madeira e, sobretudo, pelo Funchal como são bispos, reis e imperadores da Europa.
É uma instituição museológica onde predomina a museologia tradicional, por ser um museu que preserva a memória histórica, não exerce atividades inovadoras, centra-se mais no seu espólio, bem como apresenta poucas valências museológicas (direção, loja com venda de fotografias e DVD´s sobre a história do cinema e da fotografia na Madeira, restaurante e cafetaria sem produtos distintivos de outros cafés próximos e mais baratos). Este não tem realizado exposições temporárias apesar de ter uma liga de amigos que deseja mais atividades para dar a conhecer esse museu.
Apesar de fazer publicidade de que o museu concede fotografias e estudos sobre a árvore genealógica dos residentes da Madeira, é uma atividade com aspetos negativos, pois, pode ser demorada e elitizada, por centrar-se nas famílias mais importantes da ilha.
5. Museus, turismo e desenvolvimento local no Funchal – Propostas à atividade museológica no Funchal
O Funchal com os museus e festas populares, enquanto principais recursos do turismo cultural, induzem e fomentam, por exemplo o desenvolvimento local com a criação de empregos em várias áreas, com a venda de produtos locais como a gastronomia, o vinho, o bordado e artesanatos particulares, com a dinamização na restauração e no alojamento, com a captação de investimentos, assim como com o reforço da identidade local.
Quando foi realizado o presente artigo, na generalidade estávamos de acordo com os modos de atuação dos museus, embora houvessem algumas lacunas que deviam ser abrandadas e/ou resolvidas. Os quatro museus analisados anteriormente correspondem a museus que preservam, estudam e promovem patrimónios fortemente relacionados com a história e identidade local da ilha.
Por conseguinte, as propostas para esses museus aumentarem a sua produtividade e reconhecimento, por sua vez terem uma procura turística mais satisfeita, tal como proporcionarem um desenvolvimento local do Funchal mais concreto, envolverão algum investimento. No nosso ver, um investimento indispensável em recursos humanos, técnicos, na promoção da obra desses museus, para cativarem perfis de visitantes mais amplos – gostos, idades, experiências, poder económico. Outras propostas podiam passar na realização de sites mais apelativos, fáceis de encontrar informação e com uma linguagem mais acessível (ação principal para os sites do museu Photographia e de Henrique e Francisco Franco). Estas instituições deveriam fazer mais e melhor publicidade sobre a sua obra. Com isto, poderiam trabalhar em rede, no intuito de trocarem informação, tanto à nível regional, nacional e até internacional.
Igualmente é de propor a elaboração de estratégias mais dinâmicas, entre as quais: criação de bilhete múltiplo de entrada em vários museus preferencialmente com descontos para os visitantes, pois muitas vezes os visitantes não sabem muito bem o que há para visitar, em termos culturais da ilha da Madeira, por visitarem este destino principalmente pelo património natural (levadas, praias); evitar o encerramento dos museus para montar atividades temporárias, por ser negativo para a comunidade e visitantes que não podem/querem esperar; apela-se para que sejam criados mais eventos e, quanto possível inovadores, para atraírem pessoas que nunca e/ou já visitaram os museus, com recurso à parcerias – concertos, exposições temporárias multiculturais, multitemáticas, facilitar a elaboração de reuniões, conferências e quem sabe workshops nos espaços dos museus, dado que têm condições para tal, claramente com um número de visitantes limitado, mas poderiam prolongar-se os dias de ofertas; elaboração de sites de feedback ou mesmo nos próprios sites dos museus, existir uma área para saber da opinião de alguns visitantes, de forma anónima ou não, em termos da experiência, acolhimento, aprendizagem etc; haver a elaboração de rotas culturais para os museus por períodos históricos, temáticas, personalidades, entre outros critérios.
Outra proposta interessante, é a criação pelo Governo Regional da Madeira de um centro de interpretação dos museus para dar a conhecer as suas atividades, exposições, preços, horários e outras questões. Este tipo de espaço não existe, embora os museus e outras entidades como a autarquia do Funchal, façam publicidade, o que é certo é que sempre se pode fazer mais e melhor para promover este nicho de mercado que pode trazer mais benefícios para a comunidade do Funchal.
O museu da Photographia do Funchal ancorar-se nas atividades que o Acervo da Biblioteca Municipal do Funchal realiza na recolha de nomes das pessoas dos séculos XVIII, XIX e XX, para ter um serviço mais organizado e correto.
Estes museus devem promover sempre a sustentabilidade da sua atividade, adequando-se às caraterísticas da nova museologia para desenvolverem mais valências museológicas e um discurso e atendimento ao público mais criativo e interventivo.
6. Conclusão
Este trabalho procurou descrever e analisar criticamente algumas das questões ligadas ao património cultural, aos museus, turismo e desenvolvimento locais.
Viu-se que o património cultural insere-se numa dimensão de identidade e memória dos povos, bem como é um conceito que remete para vários aspetos e caraterísticas. Todavia é um processo social inserido num lugar, logo é factor identitário e tende a representar vários valores/interpretações.
Os museus do Funchal, de várias tipologias e oferecedores de diferentes patrimónios, revelam formas complementares de oferta para o turismo e para o desenvolvimento local do Funchal.
A principal proposta referenciada nesta investigação foi da possibilidade de criar um centro de interpretação de todos os museus do Funchal, para dar a conhecer ao visitante do Funchal, os museus que podem visitar e as suas caraterísticas. Também há a necessidade de todos os museus do Funchal adequarem-se mais e melhor a uma nova museologia para valorizarem de melhor forma os recursos patrimoniais do território e dos museus, com discursos e práticas mais criativas, inovadoras e conscientes da necessidade de preservar e dar a conhecer o património numa perspetiva holística para gerar desenvolvimento.
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Websites informativos consultados:
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