Contribuciones a las Ciencias Sociales
Noviembre 2014

ATITUDES ACERCA DA LÍNGUA E DO POVO TAPIRAPÉ NO BRASIL



Aguinaldo Pereira (CV)
Adriane Mendes de Souza (CV)
aguinaldo.pereira@cfs.ifmt.edu.br
Universidade de Brasília



RESUMO: Este trabalho buscou apontar para alguns modos de estigmatização linguística acerca do povo indígena tapirapé, assim como são perpassadas algumas crenças pelas atitudes de moradores locais, e como o contato entre o português e o tapirapé encontra-se na atualidade. Como se sabe, a ideologia é perpassada/materializada pela língua, lugar em que realizamos nossa investigação, através de entrevistas, amparados pelo método-teórico-analítico das atitudes linguísticas (Lambert, 1975), bem como a noção de estereótipos de Labov (2008). O preconceito com as minorias tais como a de que “os indígenas são preguiçosos”, “tem mais terras do que precisam”, entre outras, foram cristalizados ao longo da história brasileira, e colocou os indígenas num lugar de estrangeiros em suas próprias terras. Essa posição dada pelos dominadores não indígenas repercutiu a ponto de encucar em boa parte das pessoas um olhar estigmatizado sobre o indígena. Nesse contexto, pesquisou-se no âmbito das atitudes sociolinguísticas a relação entre os diferentes sujeitos entre essa fronteira linguística e sociocultural.
PALAVRAS-CHAVE: Atitudes linguísticas, Línguas em contato, Tapirapé.

ABSTRACT: This study sought to point some ways of linguistic stigmatization about the indigenous people Tapirapé, as well as some beliefs are pervaded by the attitudes of local residents and, as the contact between the Portuguese and the Tapirapé language is today. As we know, the ideology is permeated / materialized by language, place where we conduct our research through interviews, supported by the theoretical and analytical method of language attitudes (Lambert, 1975), as well as the notion of stereotypes by Labov (2008 ). The prejudice against minorities such as that "the Indians are lazy," "have more land than they need," among others, were crystallized throughout Brazilian history, and put the Indians in a place of foreigners in their own land. This position given by non-indigenous rulers reflected the point inducer largely a stigmatized people about the indigenous look. In this context, we investigated in the context of sociolinguistic attitudes relationship between different subjects from this linguistic and sociocultural border.  

KEYWORDS: Language Attitudes, Language contact, Tapirapé.

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Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Pereira, A. y Mendes de Souza, A.: "Atitudes acerca da língua e do povo Tapirapé no Brasil", en Contribuciones a las Ciencias Sociales, Noviembre 2014, www.eumed.net/rev/cccss/30/tapirape.html

1. INTRODUÇÃO

            O presente trabalho surgiu com o projeto de pesquisa desenvolvido na cidade de Confresa, região onde estão localizadas algumas etnias indígenas como o povo Carajá (iny mahãdu), Xavante (a’uwe) e Tapirapé (tapi’tãwa). Neste, busco compreender o contato linguístico entre falantes do português (em sua maioria monolíngue) e os falantes do tapirapé (em sua maioria bilíngue português/tapirapé). Essa relação, que na atualidade é pacifica, mostra alguns resquícios do passado, na caracterização da língua indígena, bem como marcações sociais de estigmatização, algumas inserções de preconceito, mas também um número razoável de atitudes positivas em relação aos direitos sociolinguísticos dos indígenas. Isso poderá ser mais bem compreendido ao longo desse trabalho, numa amostra de nossa pesquisa, realizada com um número bastante reduzido, o que não tem a pretensão de representar toda a região, mas parte de uma tendência, conforme sugeri o resultado da pesquisa.
            Para podermos entender as atitudes linguísticas e como elas afetam uma língua ou cultura, é preciso entender de onde elas vêm em sentido mais amplo. Para Labov (2008, p.360), “estereótipos são formas socialmente marcadas, rotuladas enfaticamente pela sociedade”.E ainda acrescenta, dizendo que“um estereótipo social é um fato social, parte do conhecimento geral dos membros da sociedade”. Os estereótipos tanto podem ser positivos como negativos.
Como exemplo de estereótipos negativos podemos retomar a ideia de que o indígena é preguiçoso, e como estereótipo positivo podemos citar a ideia de que os sulistas (migrantes dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) são todos muito trabalhadores.
Como as fronteiras entre indígenas e não indígenas se deslocam constantemente, e a presença de indígenas no meio não indígena parece aumentar cada dia mais, a integração desse povo deve ser assegurada caso decidam estudar em nossas escolas, conviver com nossas crianças, ou participar em qualquer meio assegurado pela constituição. Para que isso aconteça de forma digna, é preciso desmistificar algumas ideias (estereótipos). Com isso, vê-se a necessidade de fazer um levantamento do grau de ocorrência desse fenômeno, suas origens, além dos meios usados para a manutenção dos preconceitos entre as gerações.

2. LÍNGUAS EM CONTATO
            A história brasileira é repleta de contatos linguísticos. Desde que os portugueses aportaram em terras brasileiras, passamos a ter inúmeros exemplos da convivência com outras línguas. O português falado no Brasil, não antes de muitos conflitos, passou a ser a língua de referência, e foi moldado ao longo dos séculos por influência de outras línguas como o tupi, espanhol, árabe, línguas africanas, línguas de imigrantes, e mais recentemente pela cultura pós-moderna do inglês.
            É preciso ressaltar sobre o vasto território brasileiro que dividi terras com falantes do espanhol ao longo da fronteira oeste: Bolívia, Peru, Colômbia, Paraguai, Argentina e Uruguai são os países que formam ao longo da faixa oeste uma fusão de identidades, onde falantes das duas ou mais línguas vivem numa incessante troca/negociação linguística. Pela razão do português e do espanhol serem línguas do mesmo tronco, a semelhança entre ambos dá condições aos falantes dessa fronteira linguística de criar uma língua em comum com certa facilidade: o portunhol.
            O mesmo não pode ser dito a respeito do português com as línguas indígenas. Em outros tempos, com a chegada dos portugueses ao Brasil, a língua geral ou nheengatu (ainda falada em algumas cidades do Norte), foi à maneira de aproximação com as línguas indígenas num todo. Por motivos de interesse, a língua geral alcançava principalmente o povo tupi e os tupinambás. Já nos dias atuais, grande parte dos indígenas que vivem no Brasil falam o português. A política linguística para manutenção das línguas indígenas segue em sua maioria o mesmo tom: o vernáculo é ensinado desde o nascimento e o português é ensinado na escola como L2. Dessa forma, o planejamento linguístico pode assegurar a sobrevivência de mais de 180 línguas indígenas em território brasileiro, segundo o 1 Ethnologue.
            Uma das perguntas cruciais a respeito dos contatos linguísticos, e no caso analisado aqui, o de falantes do português e de línguas indígenas, é em detrimento da velocidade em que um grupo pequeno de portugueses tomou conta de um território ocupado por povos em número incrivelmente superior. Segundo Raso, Mello e Altenhofen (2011, p.14), se respondêssemos que é em razão da superioridade militar dos portugueses, levaríamos a mais perguntas, e a solução então seria a convincente resposta de Diamond (1997), o que segundo ele, a explicação estaria na revolução agrícola que ocorreu no Mediterrâneo por volta de 10.000 a.C. Dessa forma, os autores afirmam que:

O encontro entre os conterrâneos de Alvares Cabral e os ameríndios foi, portanto, um encontro entre uma população que há mais de 11 mil anos havia experimentado os efeito revolucionários da agricultura e uma população organizada em bandos de caçadores e coletores. (RASO, MELLO E ALTENHOFEN, 2011, p.14)

            Com o domínio da agricultura é criada a possibilidade de determinada comunidade crescer de forma não orientada pelo ambiente natural, e dominar as comunidades não agrícolas ao redor, bem como de suas línguas. Segundo dados do Ethnologue, 5% das línguas do mundo são faladas por 94% da população, enquanto que 95% das línguas que restam são faladas por 6% da população mundial. Com determinados números, acreditamos ser no mínimo razoável a preocupação em preservar as minorias linguísticas existentes.
            A língua Tapirapé, foco do trabalho em voga, chama a atenção principalmente pela atenção/zelo dado por seus falantes. Isso é sempre notado todas as vezes que se tem a oportunidade de aproximação com o povo Tapirapé, os quais deixam sempre claro que “falam português e também a minha língua”.  Segundo Praça e Vicente (2007), os Tapirapés lutam constantemente para defender suas terras, as quais são frequentemente invadidas, e para “manterem-se como unidade sociocultural distinta. Associa a língua Tapirapé ao próprio sangue e consideram-na elemento vital para a sobrevivência do seu povo”. (grifos nosso)
            O contato entre povos sempre gera impressões de ambos os lados, o que pode ser visto no breve questionário que aplicamos entre os moradores de Confresa. Deixaremos para tratar das respostas de nossos questionários no tópico de atitudes linguísticas, mas antes disso precisamos abordar algo que está estreitamente ligado às atitudes linguísticas: a estigmatização.

3. ESTIGMATIZAÇÃO
 
            A estigmatização de formas linguísticas tratadas por Labov (2008), também chamadas de formas estereotipadas, é considerada aqui como as considerações acerca de certos traços linguísticos acerca do modo como o outro fala, ou mesmo a alternância entre as línguas, no caso a dos Tapirapés entre o português e a língua materna.
            Para Labov (idem), os estereótipos têm relação com o padrão estilístico, gênero e distinção socioeconômica, constituindo uma avaliação consciente com relação à fala de um dado grupo. Nesse sentido, ao ouvir o povo Tapirapé falando português, fica bastante evidente algumas marcas de transposição da estrutura morfossintática da língua Tapirapé, o que não foi identificado como marca estigmatizada em nossa pesquisa, apesar, como apontado anteriormente, tratar-se de um quadro bastante pequeno de entrevistados, o que não corresponde a fatos conclusivos de uma investigação sociolinguística.
            Já se fala hoje em português Tapirapé, ou seja, uma variedade do português falada por esse povo. Como a aprendizagem do português começa na pré-adolescência, ou seja, a partir do sexto ano do ensino fundamental, sendo usada exclusivamente para dirigir-se a falantes do português, há uso quase exclusivamente da língua Tapirapé nas aldeias. Além disso, como observado por Praça (2007), “vem se recusando a aceitar os empréstimos oriundos do português de forma passiva”.(p. 4) Em sua tese, Praça (idem) salienta sobre o processo de renomeação de termos do português por equivalentes em Tapirapé.
Essa iniciativa de substituir os empréstimos do português por palavras do Tapirapé partiu do professor Ieremy’i Tapirapé, que observou que os antigos criavam palavras em Tapirapé para os objetos da cultura não indígena que iam sendo introduzidos na cultura Tapirapé, como no caso de o’ypepakyxiãwa ‘tesoura’. A partir daí, começou a trabalhar na escola a substituição dos empréstimos de uso corrente, como ‘bola’, ‘bolacha’, ‘radio’, ‘chuteira’ etc, para palavras em Tapirapé. (p. 4)
            Esse processo também é salientado por Calvet (2007), a respeito de nomes relacionados principalmente com a tecnologia importado dos EUA pela França, relacionado à intervenção no léxico e na ortografia de determinada língua como política linguística. É importante salientar que esse processo político de “decretos linguísticos” interfere essencialmente no domínio terminológico. 
            Devemos notar, porém, que nem todos os termos entram em uso por meio de decretos. Pude notar isso durante um seminário que participei na aldeia Urubu Branco, em que os participantes ora falavam em português, ora em Tapirapé. Nas mesas em que o Tapirapé era usado, ouvi varias palavras em português, como “epistemologia, dialógico”, etc. A respeito desse fenômeno linguístico, Calvet exemplifica sobre o francês:
[…] se uma palavra como logiciel se impôs sem dificuldades no lugar do termo inglês software, se uma palavra como remue-méninges entra poeticamente em concorrência com brainstorming, nada garante que baladeur, tir d’angle, tir passant, restovite ou prêt-à-monter substituirão, respectivamente, walkman, corner, passing shot fast food, ou kit. (p. 67)
            Seja falada por 600 pessoas como o Tapirapé, ou por milhões de pessoas como o francês, há movimentos de diferentes níveis em diferentes lugares aos qual a sociolinguística definiu como política linguística, que busca estratégias de planejamento e ações para o fortalecimento de uma língua em meio a tantas existentes no mundo. A discussão sobre o uso ou não de estrangeirismo foi alvo de extensos debates na mídia e no meio acadêmico brasileiro logo após as tentativas do então deputado Aldo Rebelo em meados do ano 2001. Na ocasião, houve uma tentativa de proibir o uso de estrangeirismo em publicidades e meios públicos. O projeto não chegou a ter aprovação na câmara, mas até hoje gera discussões por conta do polêmico tema.
            A forma como encaramos situações linguísticas, sendo de aprovação ou não, é de interesse e amplamente discutida na perspectiva das atitudes linguísticas, corrente da sociologia da linguagem adotada pela sociolinguística.
Nessa perspectiva, segundo Schiffman (1997), prevalecia à ideia, na primeira metade do século XX de que o estudo das atitudes era meramente estudos de estereótipos, o que não é de todo errado. Os estereótipos caminham lado a lado com as atitudes linguísticas. Porém, para podermos entender as atitudes linguísticas e como elas afetam uma língua ou cultura, é preciso entender de onde elas vêm em um sentido mais amplo. Porém, deixaremos as questões referentes a atitudes linguísticas para a próxima seção, com algumas reflexões de nossa pesquisa.

4. CONCEITUAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA

4.1 MÉTODOS DE PESQUISA EM ATITUDES LINGUÍSTICAS

            Boa parte dos trabalhos realizados sobre atitudes linguísticas baseia-se no método conhecido como matched guise technique, criado por Wallace Lambert na década de 60. Esta técnica consistia em oferecer aos sujeitos (juízes) algumas gravações de conversas de falantes bilíngues, o que faziam supor passar por diferentes pessoas. O “juiz” devia tentar classificar cada falante, segundo o status social e seus vestígios mais característicos.
            Em A Social Psychology of Bilinguism, Lambert (1967) contribuiu de forma riquíssima para os estudos sociolinguísticos, principalmente no que concernem as atitudes linguísticas, porque é através deste meio de investigação que se pode “predizer” certo comportamento linguístico, a escolha de uma língua numa comunidade multilingual, prestígio linguístico, etc.
            Apesar de muitos estudiosos apontaram para a importância de abordagem sobre atitudes linguísticas, Obiols (2002:1) aponta que ainda há muito que se fazer:
Porém, devido a paradoxos da ciência, sociolinguísticas não têm tomado as pesquisas de forma séria, quer utilizando abordagens teóricas ou metodológicas em atitudes linguísticas, as quais estão intimamente ligadas à psicologia social da linguagem. Além disso, a troca de conhecimentos teóricos e metodológicos sobre as atitudes de linguagem entre estas duas disciplinas tem sido insuficiente e insignificante, uma vez que sociolinguística e a psicologia social da linguagem seguiram caminhos paralelos, exceto quando as trocas obrigatórias entre as duas disciplinas têm ocorrido (ver AGHEYISI & FISHMAN, 1970; COOPER & FISHMAN, 1974)2
Atitude é um conceito básico da psicologia social e pode ser definido como dispositivo mental sobre alguma coisa. Atitude indica o que estamos preparados para fazer, e funciona como uma ponte entre opinião e comportamento.
Algumas vertentes teóricas e metodológicas foram desenvolvidas sobre o estudo das atitudes linguísticas. As duas mais importantes são: a teoria mentalista e a teoria behaviorista. Elas diferem sobre sua compreensão de atitude. Por um lado, a abordagem mentalista vê atitudes de linguagem como sendo estado mental e neural de disposição (ALLPORT, 1967) que não podem ser observados diretamente, mas que pode ser inferida utilizando os estímulos certos; por outro lado, a corrente behaviorista considera atitudes como comportamentos ou respostas a uma determinada situação (AGHEYISI & FISHMAN, 1970).
Segundo Obiols (idem) autores como Bierbach (2002) acreditam que as diferenças entre estes dois pensamentos são mínimas quando se trata de pesquisa empírica. Porém, um aspecto que faz diferenciar as duas correntes a partir de um ponto de vista teórico é a concepção multicomponencial ou unicomponencial de atitudes linguísticas.
Para os behavioristas, as atitudes têm apenas um componente - o afetivo - enquanto que para mentalistas, atitudes têm três componentes: o afetivo, o conativo e o cognitivo. Os estudos de Lambert e sua equipe (pioneiros no desenvolvimento e aplicação da técnica de forma combinada) são baseados na teoria multicomponencial.
Para Obiols (ibidem), a abordagem behaviorista tem uma séria desvantagem científica, porque o componente afetivo por si só não pode prever a conduta verbal (ou qualquer outra coisa para essa matéria) (MORALES, 1989), considerando que este não é o caso com a abordagem mentalista. Como concepções mentalistas são capazes de prever o comportamento linguístico, eles se tornaram a primeira escolha para o desenvolvimento de modelos teóricos sobre as atitudes de linguagem.

4.2 MEDIDAS DIRETAS E INDIRETAS DE ATITUDE LINGUÍSTICA

O interesse no estudo das atitudes linguísticas como uma variável sociolinguística deriva do trabalho de Lambert - já um clássico - e como dissemos anteriormente, juntamente com seus colaboradores, usaram o método conhecido como matched guise technique (metodologia indireta), no contexto de Quebec. O método consistia em gravações de textos por falantes bilíngues da língua francesa e inglesas que eram avaliados por “juízes”, cuja L1 (língua materna) era francês ou inglês. O objetivo era revelar as inclinações e preferências como à personalidade deste último - ou, pelo contrário os aspectos determinados pela variedade linguística utilizada cada vez pelos falantes da gravação.  (LAMBERT, 1967).
Esta metodologia experimental recebeu uma série de críticas que, em muitos casos, têm sido utilizados para rever e fazer melhor uso da técnica.
Um dos debates metodológicos referentes ao estudo das atitudes linguísticas baseia-se no uso do método direto e indireto (COOPER & FISHMAN, 1974). O exemplo mais representativo do método direto é a utilização de questionários. Por método indireto tem se o clássico exemplo do matched guise technique, de Lambert.
Métodos indiretos, tais como o matched guise technique permitem um maior grau de introspecção e “privacidade” para o entrevistado (Lambert, 1967), produzindo respostas mais sinceras e espontâneas. Porém os questionários do método direto, como aponta Obiols (2002), apresentam aspectos com conotações metodológicas negativas, tais como:
1) Possível ambiguidade na formulação de perguntas diretas e indiretas, o que pode aumentar se termos como 'linguagem' e 'dialeto' são usados​​, sendo que o último tem tradicionalmente conotação negativa; 2) as limitações da escrita para responder a este tipo de questionário, em comparação com a fluência e atenção ao detalhe permitido pela língua falada. (2002, p.1,2)

Porém, devemos chamar a atenção para o fato de que no método direto podem ser utilizadas perguntas convidando os entrevistados há expressar livremente as suas atitudes para com o objeto em questão (AGHEYISI & FISHMAN, 1970). De um modo geral, porém, a utilização de questionários, sendo eles “abertos” ou “fechados” 3 podem ser distorcidos, pois cada pergunta que é feita pode ser interpretado de maneiras diferentes, uma vez que não faz parte de um contexto comunicativo (BIERBACH, 2002).
Em nossa pesquisa, utilizamos o método direto para investigar as opiniões dos moradores de Confresa acerca dos Tapirapés e sua presença nas repartições públicas da cidade, visto que acreditamos ser o método direto o que mais se adéqua ao propósito levantado para essa investigação.
Acreditamos que a presença das pressões externas (de natureza histórica, econômica, política, entre outras) tem um papel primordial na escolha e atitudes frente a diversas decisões tomadas por falantes, o que influencia em suas atitudes linguísticas.
Nessa perspectiva, de acordo com Garcia (2009), as atitudes linguísticas não são entendidas como escolhas verdadeiramente livres, ou como decisões individuais e isoladas dos falantes ou das comunidades. Nesse modelo, as atitudes linguísticas, são motivadas pelas pressões externas, fruto do contato e da interação social entre os povos (EDWARDS, 1992; GRENOBLE E WHALEY, 1998).
É preciso pontuar também que as atitudes frente a certo problema, analisado dentre um mesmo público, não são necessariamente homogêneas e unânimes. (ROMAINE, 1995; CRYSTAL, 2000), e como acrescenta Garcia a esse respeito: é fundamental atentar-se para as atitudes linguísticas que, se vistas nos dois extremos, são favoráveis ou contrárias ao uso, à aquisição e à transmissão de uma ou mais línguas. (GARCIA, 2009, p.102)

4.3 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AOS MORADORES DE CONFRESA

Com o intuito de aclarar as atitudes dos moradores de Confresa acerca dos Tapirapés, buscando compreender através de entrevistas quais as crenças e opiniões acerca dos “vizinhos” e seus comportamentos, para entender como as questões linguísticas são vistas por eles, aplicamos um questionário com seis questões, todas voltadas para a forma como estes moradores viam os indígenas. Além do questionário, usamos como meio de coleta a gravação de depoimentos dos mesmos entrevistados, as quais foram transcritas posteriormente.
Ao nosso modo de ver, o paradigma positivista não consegue explicar a complexidade existente nas interações humanas. Dessa forma, acreditamos que não há como observar o mundo independentemente das práticas sociais e significados vigentes, como é sugerido pelo paradigma interpretativista proposto nesta pesquisa. Destarte, nos valemos das palavras de Bortoni-Ricardo (2008), de que “a capacidade de compreensão do observador está enraizada em seus próprios significados, pois ele (ou ela) não é um mero relator passivo, mas um agente ativo”. (p.32)
A partir das respostas obtidas, analisamos sob o prisma das atitudes linguísticas, o movimento, a crença, e possíveis formas de intervenção nessa relação intercultural entre as fronteiras indígenas e não indígenas.
As perguntas sobre atitudes linguísticas, direcionadas a tais informantes, das quais analisamos nesta pesquisa, foram as seguintes:

  • A cidade de Confresa e região, como se sabe, é também formada por algumas etnias indígenas, dentre elas a do povo Tapirapé. Você avista muito esse povo nas repartições públicas e privadas da cidade?
  • Quais as principais impressões que você tem a respeito desse povo indígena? O que você acredita que eles fazem ao vir à cidade?
  • Você acredita que o povo indígena tem seus direitos assegurados, conforme deveria? Comente.
  • O que você acha dos Tapirapés falarem a língua deles (tapirapé) no meio público? Comente.
  • Acredita que isso (falar a língua deles em público) é assegurado a eles, ou deveriam falar português ao invés do tapirapé? Explique/comente.

A partir das respostas que tivemos foi feito uma análise sob o prisma das atitudes linguísticas, tentando entender melhor nossa relação com a língua do outro, em uma busca de também mapear alguns modos como o estereótipo, o preconceito, e também a intolerância são perpassados através dos relatos, cristalizados e conseguinte, criando um imaginário que muitas vezes não passa de informações não verdadeiras.

5. ATITUDES LINGUISTICAS

            As atitudes linguísticas surgem e caminham lado a lado com a estereotipação, quando um grupo de pessoas ou falantes, consciente ou inconscientemente, compara-se a outro grupo.  Um falante do grupo A determina a qual grupo pertence, e decidi que a variedade que falam é melhor do que a do grupo B. Nesse contexto, um sentimento de superioridade e elitismo é quase certo. Por outro lado, é provável que o grupo B possa ter a sensação de inferioridade quando comparado com uma variedade mais elitizada, ou seja, a do grupo A.
Como estes grupos se comparam um grupo ou variedade será, sem dúvida, encarado como mais desejável do que o outro, o que dá a essa variedade o status de língua de elite, o que significa que é a variedade mais popular, ou a melhor sucedida do grupo comparado. Isso deixa a outra variedade num status abaixo da elite, a menos desejável, criando falsas identidades para ambos os grupos, com base muitas vezes puramente nas circunstâncias. (Cf. CLARK, 2010, p.3)
Nem todas as atitudes são baseadas em juízos de fora. Alguns deles decorrem de encontro entre grupos.  Essas ideias são então passadas entre amigos, famílias e grupos até que sejam consideradas verdades. Tais pensamentos não se aplicam apenas a grupos, mas a cada indivíduo dentro dos grupos, até que todos sejam afetados, mesmo que iniciado com uma interação entre apenas duas pessoas.
            Segundo Myers-Scotton (2006, p.111), a língua é o símbolo e marcador externo mais visível de um grupo.  É também uma das coisas mais difíceis de mudar. Mesmo se um falante de uma língua X aprende a falar a língua Y, é difícil, pelo menos após certa idade, que ele escapar às marcas fonéticas de sua língua primeira. E, portanto, quando uma língua ou variante é desvalorizada devido a uma atitude linguística, o falante o é em primeiro plano. Sobre a inerência entre a língua e o falante, Edwards (2004, p.23) aponta que:
Falar certa língua significa pertencer a uma comunidade de fala em particular, e isso implica que parte do contexto social em que a personalidade individual de alguém é incorporada, o contexto que fornece a matéria-prima para tal personalidade será linguística.
                        Quando questionado sobre o modo como os Tapirapés usam de sua língua nos meios públicos para comunicarem entre si, a maioria dos participantes de nossa pesquisa se posicionaram positivos a este fato. Como apontou (AI), “a língua tem que ser conhecida para que esse povo seja considerado uma população crescente, atuante. A língua faz parte da identidade desse povo”. Outro participante (JAS) assim afirma: “É assegurado a eles [o direito de comunicação na língua materna]. Eles devem falar a língua deles sim”.
            A história de conflitos entre indígenas e não indígenas na região do Araguaia impulsionou uma visão bastante deturpada da população local em relação aos indígenas localizados nas aldeias da região. Dessa forma, também tivemos atitudes negativas em nossa pesquisa em relação ao falar do Tapirapé em meios públicos. Segundo o entrevistado (MSS), também sobre os Tapirapés falarem o vernáculo nas repartições públicas, assim opina: “deveriam falar português pra gente entender o que eles falam né, creio que deveriam falar igual a nós”.
            Igualmente, outros participantes da pesquisa posicionaram com atitudes negativas em relação ao uso da língua Tapirapé nas repartições públicas. Alguns, como (CRF), que explica não entender o que eles [Tapirapés] falam; ou como (MFS), ao acreditar que eles [Tapirapés] possam estar tramando alguma coisa (…).
Como já notado neste trabalho, falar é pertencer à determinada comunidade linguística, e isto remete o falante ao contexto social daquele grupo. Isso também implica nas condições históricas fornecidas sendo que estas passam pelo julgamento daqueles que estão fora daquela comunidade. Isso pode ser visto com os moradores circunvizinhos do povo Tapirapé no Araguaia.
Nossa pesquisa, essencialmente qualitativa, aponta uma grande maioria de entrevistados com atitudes positivas em relação ao direito de uso do vernáculo onde quer que seja pelos Tapirapés. No entanto, os poucos com atitudes negativas se mostram bastantes preconceituosos em relação aos indígenas da região. Como já previsto, as respostas ultrapassam o linguístico, e partem para o campo social, político e econômico.
Um exemplo desse tipo de resposta é a de (MFS), indignada com a presença dos indígenas na cidade. Segundo a colaboradora: “eles [indígenas] tem que morar lá na roça, no mato.” A mesma entrevistada também se posiciona contrária ao uso da língua tapirapé pelos indígenas no meio público, e assim coloca: “tem que falar igual a nós”.
O exemplo supracitado, como já notado, entrecruza com diferentes áreas do campo social, exigindo uma abordagem qualitativa da pesquisa abordada por uma área da linguística como a sociolinguística, pois essa interage com diferentes áreas do conhecimento, como a psicologia social, a sociologia, sociologia da linguagem, entre muitas outras, na busca de revelar da forma mais aproximada possível as questões referentes ao convívio social, o que consequentemente são materializados na linguagem.
Pertencer à determinada comunidade de fala faz do indivíduo (falante) parte do grupo, bem como torna esse grupo parte da identidade do falante. Segundo Bourdieu (1991, p.259) “Contanto que nem tudo está inscrito na natureza e no processo de aquisição é algo mais do que uma simples maturação, existem diferenças linguísticas capazes de funcionar como sinais de distinção social”. Além disso, essas atitudes estão profundamente conectadas aos estereótipos.
Segundo Sachdev e Hanlon (2000), pesquisas em psicologia social sugerem que identificação de grupo interno e atitudes linguísticas positivas são importantes precursores de manutenção linguística, aprendizagem e revitalização.  Ao que também pode ser acrescentado, alguns estudos examinaram como uma variável da psicologia social como atitudes, identidades, etc, afetam o comportamento linguístico entre os membros de comunidades indígenas no Canadá. (GARDNER, 1985; GILES & COUPLAND, 1991).
Atitudes podem originar problemas em outros campos além do mero convívio social. Estudos têm demonstrado que atitude negativa em relação à determinada língua pode afetar negativamente a capacidade do aluno em adquirir conhecimentos dentro dessa língua. (Cf. MOYER, 2007).
Uma questão muito importante em nosso trabalho, para o qual gostaríamos de chamar atenção é a ideia de supremacia linguística, bastante recorrente no contexto que propomos analisar: tapirapé e português. Segundo o entrevistado JCS, “é normal que eles [indígenas] falem sua língua, afinal é outra nação”. Em seguida ele reitera: “mas em nosso meio deviam falar português, pois nós não entendemos a deles”.
A compreensão de nação nas palavras do entrevistado, como pode ser notada, demonstra uma recorrente estigmatização na pesquisa realizada: a de que o indígena e toda sua cultura são estrangeira, o que é categorizada como não pertencente ao que se considera como “nacional”. A atitude do entrevistado coloca a língua do indígena num nicho linguístico de desprestígio. O tapirapé não é a única língua nesse nicho, e devemos salientar que em seu vasto território, o Brasil com todos os seus cidadãos falam mais de 180 línguas.
É bem mais provável que uma língua com expressividade etnolinguística baixa possa desaparecer que uma língua de expressividade no mercado linguístico, uma língua de prestígio. Segundo Edwards, (2004, p.336) a vitalidade de uma língua pode ser medida por vários fatores, tais como domínio de utilização, a frequência da troca de código, o uso de várias unidades linguísticas (palavras, frases e orações), principalmente a partir de dois sistemas gramaticais participantes através das fronteiras de sentenças dentro de um evento de fala, ou seja, usando elementos de uma língua no contexto de outro.
Ao que nos parece, atitudes como a do professor Ieremy’i Tapirapé na renomeação de vocábulos do português por equivalentes em tapirapé se justificam, pois dessa forma busca-se a criação e fortalecimento na incessante luta para manter a vitalidade linguística da língua tapirapé, ou de qualquer outra língua de minoria. Além dessa medida, a política linguística de conservação do vernáculo, ensinada as crianças desde o nascimento, e o ensino do português apenas na pré-adolescência, assegura a manutenção da língua tapirapé.

6. CONCLUSÃO

Ao pouco que foi possível buscar durante o processo de pesquisa/entrevistas a respeito das atitudes dos moradores de Confresa a respeito das impressões que estes têm sobre o uso da língua tapirapé nas repartições públicas da cidade, podemos assegurar que a maioria das pessoas entrevistadas, o que pode servir de amostragem de um coletivo, respeitam e apoiam a diferença linguística de seus “vizinhos”. Isso aponta para um grau de crescimento, cidadania e valorização desse contexto de contato linguístico.
            No entanto, atitudes negativas de nossos entrevistados em relação ao linguístico e em outras áreas como político-social devem ser levadas em consideração nessa amostragem, devido seu caráter preconceituoso, de repulsa e desvalorização aos direitos básicos assegurados pela Constituição. Caso contrário, regredir-se-ia aos tempos do governo Getúlio Vargas, quando falar em público resumia-se apenas ao uso do português, e os idiomas de imigrantes eram vetados completamente.
            Assegurar o uso do vernáculo a indígenas, como o caso pesquisado, ou a qualquer outro caso em que um grupo minoritário busca a manutenção de sua língua e cultura, deve ser entendido como um progresso intelectual da nação em um todo. O contrário, por uma questão de lógica, tratado como um problema a ser discutido no meio político, e revisitado em congressos onde o foco seja a interculturalidade.

7. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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1 Publicação impressa que estuda principalmente línguas minoritárias.  http://www.ethnologue.com/

2 However, due to paradoxes of science, sociolinguistics has not undertaken serious research, using either theoretical or methodological approaches, on language attitudes, which are closely linked to the social psychology of language. Moreover, the exchange of theoretical and methodological knowledge on language attitudes between these two disciplines has been meagre and insignificant, since sociolinguistics and the social psychology of language have followed parallel paths, except for when  obligatory exchanges between the two disciplines have taken place (see AGHEYISI & FISHMAN, 1970; COOPER & FISHMAN, 1974 (Tradução nossa)

3 Por questionários “fechados” entende-se aqueles que podem ser respondidos usando o “sim” ou “não” ou a escolha de uma das respostas dentre as prontas.