Tatiane Lima de Paiva *
Universidade Estadual de Oeste do Paraná, Brasil
tatyplug@hotmail.comRESUMO: Se define a mídia como todo e qualquer suporte de informação, ou seja, entende-se como mídia a televisão, o rádio, a imprensa, as publicações realizadas na internet, entre outros meios de comunicação que visam a expressão e a transmissão de uma mensagem. Ao definir-se mídia dessa forma, fica claro que ela tem grande poder sobre a formação de opinião e de identidades das pessoas. Ela pode influenciar tanto positivamente, quanto negativamente sobre qualquer assunto tratado/discutido. Ela não só constrói opinião como também reconstrói ou até mesmo destrói. Pois ao se passar uma informação deve-se ter em conta que muitos fatores influenciam o entendimento desta, como por exemplo: quem fala/escreve/gesticula/desenha, o quê, de que modo o faz, etc. Sobre este tema entende-se que não há como manter neutralidade, tudo influencia na recepção/entendimento de quem produz e de quem recebe a informação. As notícias que circulam em massa no país sobre a cidade de Foz do Iguaçu são exemplo do quanto a opinião das pessoas podem ser influenciadas pelas mídias. O que se divulga a nível nacional, estadual e municipal — com ênfase — são assuntos relacionados à violência, homicídios, contrabando, tráfico, drogas, muambeiros, e assim por diante. Analisando a nível micro, alguns bairros também têm ampla cobertura midiática quando se trata de acontecimentos negativos, são lugares tidos como perigosos e violentos, um deles, constantemente retratado na mídia desta forma, é o Cidade Nova. Neste trabalho nos aprofundaremos um pouco na história deste bairro porque os dados a serem analisados são referentes a uma escola da rede pública de ensino localizada nesse local, e não há como desvincular um do outro. O objetivo deste artigo é analisar diferentes discursos — captados de fontes três fontes distintas — sobre o mesmo lugar: o Colégio Estadual Ipê Roxo. E verificar quais diferenças se estabelecem entre eles do ponto de vista de formação identitária dos alunos, da comunidade interna (quem vive ao redor) e da comunidade externa (de outros bairros da cidade). Através deste objetivo, propomos expor e analisar nesta pesquisa notícias repassadas pela mídia digital (jornais on-line) tendo por tema o Colégio Estadual Ipê Roxo, e também a exposição e análise de estudo científico desenvolvido neste mesmo ambiente. A quantidade de notícias e trabalhos científicos referentes a este local de ensino é significativa, mas por conta da limitação desta pesquisa só serão analisadas duas notícias on-line e um artigo científico. As notícias se intitulam: "Escolas da rede estadual do Paraná poderão ter câmeras de vigilância" e "Base Móvel da Patrulha Escolar será instalada hoje no Colégio Ipê Roxo". Já o artigo a ser analisado é: Do Ipê Roxo na Cidade Nova: possibilidades da experiência etnográfica em processos de aprendizagem escolares, escrito por Regina Coeli Machado e Silva. Para tentar chegar a estes objetivos percorreremos alguns caminhos advindos da pesquisa qualitativa — análise do discurso. Logo em seguida, levantaremos uma discussão sobre mídia como letramento digital, uma vez que as fontes utilizadas estão disponíveis em páginas on-line. E antecedendo a análise dos dados, faremos um breve levantamento histórico — afim de localizar o leitor — a respeito do Colégio Estadual Ipê Roxo e da comunidade onde ele está inserido.
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Tatiane Lima de Paiva (2018): “Formação de discursos sobre o Colégio Ipê Roxo: observando de pontos de vista diferentes”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (enero-marzo 2018). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2018/01/discursos-colegio-iperoxo.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1801discursos-colegio-iperoxo
1 Introdução
Se define a mídia como todo e qualquer suporte de informação, ou seja, entende-se como mídia a televisão, o rádio, a imprensa, as publicações realizadas na internet, entre outros meios de comunicação que visam a expressão e a transmissão de uma mensagem .
Ao definir-se mídia dessa forma, fica claro que ela tem grande poder sobre a formação de opinião e de identidades das pessoas. Ela pode influenciar tanto positivamente, quanto negativamente sobre qualquer assunto tratado/discutido. Ela não só constrói opinião como também reconstrói ou até mesmo destrói. Pois ao se passar uma informação deve-se ter em conta que muitos fatores influenciam o entendimento desta, como por exemplo: quem fala/escreve/gesticula/desenha, o quê, de que modo o faz, etc. Sobre este tema entende-se que não há como manter neutralidade, tudo influencia na recepção/entendimento de quem produz e de quem recebe a informação.
Na atualidade, a velocidade com que a informação chega até as pessoas é instantânea/imediata. Nada escapa às câmeras embutidas nos mais distintos aparelhos eletrônicos. E isto influencia o modo de viver, a mudança de hábitos, o modo como se acessa a informação e a mundialização (ORTIZ, 2007), entre tantos outros fatos que ocorrem ininterruptamente nos tempos atuais. Como afirma Moita Lopes,
a possibilidade de experimentar a vida de outros para além da vida local é talvez a grande contribuição da vida contemporânea, ao nos tirar de nosso mundo e de nossas certezas que apagam quem é diferente de nós e não nos possibilitam viver outras formas de sociabilidade. É também um mundo de avanços tecnológicos inimagináveis, já identificáveis em todos os campos: da educação à saúde, passando pela construção de seres humanos pós-orgânicos, "hibridizados por próteses bioinformáticas já à venda" (Sibila, 2002: 16) e pela compreensão de que a construção da aprendizagem está cada vez mais na participação em redes e na utilização de letramentos multissemióticos ou dos multiletramentos (Gee, 2000)
(MOITA LOPES, 2006, p. 92)
A facilidade em se acessar informações teve consequências muito positivas para diferentes comunidades, tais como: agilidade em tarefas do dia-a-dia, facilidades de trabalho, "economia" de tempo, maior alcance de pessoas, etc. Mas também acarretou em consequências negativas: generalizações em massa, banalidades de informações (mentiras/falácias), usos inadequados de ferramentas midiáticas, viralizações de preconceito, racismo, machismo, etc. Ferramentas midiáticas podem se tornar arma na mão de pessoas que não sabem utilizá-las. E é aí que mora o perigo, pois a mídia é um importante mecanismo formador de opinião e de identidades. E se as pessoas não souberem filtrar as informações que recebem correm o risco de crer em tudo que lhes é repassado, sendo verídico ou não, distorcido ou não. Não são raras as reproduções de discursos em forma de verdades absolutas em que existem afirmações convictas sobre diferentes temas que circulam a diário nos meios de comunicação, mas que se observadas com mais cuidado não passam de reproduções de discursos prontos sem maiores conhecimentos e/ou argumentos.
Há uma grande variedade nos modos como as informações são transmitidas, alguns meios são mais acessíveis que outros, como por exemplo: o rádio, a tv aberta, as redes sociais gratuitas, etc., mas tal facilidade já não ocorre em outros meios que demandam pagamento de valores mensais, semestrais ou anuais através de assinaturas, por haver cobrança (geralmente com valores não acessíveis) estes meios não se tornam tão "atrativos" para determinadas classes sociais.
As notícias que circulam em massa no país sobre a cidade de Foz do Iguaçu são exemplo do quanto a opinião das pessoas podem ser influenciadas pelas mídias. O que se divulga a nível nacional, estadual e municipal — com ênfase — são assuntos relacionados à violência, homicídios, contrabando, tráfico, drogas, muambeiros, e assim por diante. Analisando a nível micro, alguns bairros também têm ampla cobertura midiática quando se trata de acontecimentos negativos, são lugares tidos como perigosos e violentos, um deles, constantemente retratado na mídia desta forma, é o Cidade Nova. Neste trabalho nos aprofundaremos na história deste bairro porque os dados a serem analisados são referentes a escola localizada neste local, e não há como desvincular um do outro.
O objetivo deste artigo é analisar diferentes discursos — captados de fontes três fontes distintas — sobre o mesmo local: o Colégio Estadual Ipê Roxo. E verificar quais diferenças se estabelecem entre eles do ponto de vista de formação identitária dos alunos, da comunidade interna (quem vive ao redor) e da comunidade externa (de outros bairros da cidade).
Através deste objetivo, propomos expor e analisar nesta pesquisa notícias repassadas pela mídia digital (jornais on-line) tendo por tema o Colégio Estadual Ipê Roxo, e também a exposição e análise de estudo científico desenvolvido neste mesmo ambiente. A quantidade de notícias e trabalhos científicos referentes a este local de ensino é significativa, mas por conta da limitação desta pesquisa só serão analisadas duas notícias on-line e um artigo científico. As notícias se intitulam: "Escolas da rede estadual do Paraná poderão ter câmeras de vigilância"1 e "Base Móvel da Patrulha Escolar será instalada hoje no Colégio Ipê Roxo"2 . Já o artigo a ser analisado é: Do Ipê Roxo na Cidade Nova: possibilidades da experiência etnográfica em processos de aprendizagem escolares, escrito por Regina Coeli Machado e Silva.
Para tentar chegar a estes objetivos percorreremos alguns caminhos advindos da pesquisa qualitativa — análise do discurso. Logo em seguida, levantaremos uma discussão sobre mídia como letramento digital, uma vez que as fontes utilizadas estão disponíveis em páginas on-line. E antecedendo a análise dos dados, faremos um breve levantamento histórico — afim de localizar o leitor — a respeito do Colégio Estadual Ipê Roxo e da comunidade onde ele está inserido.
2 Ressignificando o letramento e refletindo sobre discurso
Como o acesso à internet tem aumentado a cada dia (no Brasil mais de 50% da população tem acesso à rede mundial de computadores3 as discussões relacionadas ao letramento metamidiático também vêm crescendo. A internet é mais democrática quanto à expressão de opinião e ao acesso à informação, como existe uma gama muito grande de conteúdo digital a seleção deste conteúdo fica a critério do usuário da rede. Os estudo científicos, por exemplo, são muito acessados por estudantes em geral, mas saindo desta perspectiva já não há busca por esta classe de conteúdo. Ou seja, mesmo havendo mais liberdade na busca de conteúdo muitos usuários ainda precisam adquirir autonomia digital. Segundo Lamke,
os letramentos da Era da Informação não são apenas sobre fazer e usar a multimídia. Eles também incluem ‘letramentos informáticos’: as habilidades do usuário de biblioteca e do usuário de texto. Habilidades para categorizar e localizar informações e objetos e apresentações multimidiáticos. O ciberespaço será muitas coisas: o último dos shopping centers, o parque de diversões mais sedutor, a universidade da universidade e principalmente, do ponto de vista do letramento, a biblioteca das bibliotecas. Estratégias de pesquisa e devolução de livros serão substituídas pela arte da exploração e da navegação; [...] Sem todas estas habilidades, os futuros cidadãos estarão tão desempoderados quanto aqueles que hoje não escrevem, leem ou usam a biblioteca.
(LEMKE, 2010, p. 463)
Somente quantificar o acesso a internet não quer dizer muita coisa, pois é preciso dominar a arte da exploração e da navegação para que se tenha um acesso de qualidade, quer dizer para que conteúdos relevantes sejam consultados. Por isso não basta ler, ver ou escutar as informações que nos chegam a cada instante, devemos desenvolver o senso crítico, ou seja, questionar o que vemos, lemos e/ou escutamos. Estas afirmações nos impulsionam a repensar conceitos e atitudes em relação ao modo como pensamos a sociedade e tudo que está relacionado a ela. Lamke afirma:
o que parece estar geralmente acordado entre os educadores e muitos cidadãos e empregadores potenciais é que queremos que as pessoas, de qualquer idade, possam guiar sua própria aprendizagem, tenham conhecimento suficiente para saber como aprender mais, incluindo onde e a quem elas devem recorrer para obter conselhos úteis e informações relevantes. Queremos pessoas que sabem coisas que querem saber e pessoas que sabem coisas que são úteis em práticas fora das escolas. Queremos pessoas que sejam pelo menos um pouco críticas e céticas quanto à informação e aos pontos de vista e tenham alguma ideia de como julgar suas convicções.
(LEMKE, 2010, p. 470)
Com essa somatória de maior diversidade quanto às fontes de informação e usuários mais criteriosos e críticos com os conteúdos que acessam o resultado só pode ser positivo. Essa é a melhor ferramenta de aprendizado dos últimos tempos, um recurso barato e acessível se comparado a outros. Se houver um usufruto correto poderá ter por consequência pessoas mais reflexivas e com maior discernimento do que ocorre à volta, como discursos falaciosos que são reproduzidos diariamente e que circulam nos diferentes meios de comunicação. Pessoas menos influenciáveis, consequentemente, menos negatividade como preconceito, discriminação e intolerância. Criando uma onda a contracorrente, abrindo a mente para novos modos de (re)pensar e envolvendo cada vez mais pessoas, até mesmo aquelas que não participam do meio digital.
[...] Há uma compreensão geral das maneiras como o conhecimento, o preconceito e as ideologias são adquiridos também através do discurso. Assim, especialmente os autores profissionais e as organizações devem ter um entendimento acerca de quais são as possíveis ou prováveis consequências de seus discursos sobre as representações sociais dos seus receptores. Há pouca dúvida, por exemplo, que a repetida ênfase e o enfoque nas características desviantes ou criminais das minorias criam e confirmam atitudes racistas socialmente compartilhados na sociedade, e não somente as opiniões de alguns indivíduos preconceituosos. Também a pouca dúvida de que a maioria de nossas ideologias são formadas discursivamente.
(VAN DIJK, 2012, p. 33)
Não só as ideologias são formadas discursivamente, mas as identidades também. Isso quer dizer que muito do que somos hoje nos foi/é repassado através dos tantos discursos com os quais tivemos/temos contato, seja através de familiares, da mídia, dos professores, dos amigos, dos livros e todas as formas discursivas existentes com as quais interagimos socialmente. Cavalcanti nos lembra que
[...] dois conceitos são importantes: identidades e representações sociais. Tais conceitos vêm de áreas tais como antropologia, sociologia e estudos culturais, mas se fazem relevantes em linguística aplica, enquanto área de atuação potencialmente transdisciplinar (cf. Siognorini & Cavalcanti, 1998), quando discutimos em relação ao discurso na interação social. Nesse sentido, a discussão nessa visão ampliada engloba elementos da análise crítica do discurso (Fairclough, 1992, por exemplo). Para Fairclough, o discurso é o uso da linguagem como prática social. Como tal, é ação e representação. Está em relação dialética com a estrutura social. O discurso pode ser visto como uma prática de significação do mundo e não apenas de representação - ele constitui e constrói o mundo. O discurso, que para o autor, é político e ideológico, contribui para a construção de identidades sociais, sistemas de conhecimento e crenças. (Cavalcanti, 2006, p. 239)
Como o discurso age e representa junto à natureza social, constituindo e construindo o mundo através das identidades, dos sistemas de conhecimento e das crenças, ele exerce papel fundamental na área educacional, tanto interidnte — na fundamentação escolar dos docentes e discentes — quanto exteridnte — na formação comunitária do local.
3 Adentrando ao ambiente de ensino
A história da escola se entrelaça à história do bairro ao qual pertence, ambos são uno, não é possível desvincular um do outro. O Colégio Estadual Ipê Roxo está localizado na zona norte da cidade de Foz do Iguaçu, no bairro Cidade Nova I, região periférica de lugares importantes como Vila A, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
De acordo com informações divulgadas no site da Secretaria de Estado da Educação do Paraná a escola atende a estudantes do bairro Cidade Nova e adjacências, ou seja, recebe alunos de diferentes bairros da região, entre eles estão: Cidade Nova I e II, Jardim Universitário das Américas II, Vila Solidária, Vila Andradina e Jardim Almada. Na página existem informações sobre a história do bairro e sobre o nascimento do colégio afirmando que este visava atender alunos pertencentes a famílias de baixíssima renda que se estabeleceram neste local em razão de um projeto de desfavelamento, efetivado através da construção da Vila Rural Cataratas.
O objetivo dessa vila foi reconduzir ao campo famílias de trabalhadores rurais volantes "bóia-frias" que viviam nas favelas da Marinha, Monjolo OAB e Monsenhor Guilherme, em condições de extrema miséria, na sua grande maioria, sobrevivendo da catação de papel e/ou latinhas ou trabalhando de vendedores ambulantes, domésticas e "laranjas". O programa foi transferido para o bairro Boa Vista, por ser este um local que apresenta melhores condições técnicas de execução.
Entretanto, a estrutura residencial permanece e passou a ser denominada de Cidade Nova. (Secretaria de Estado da Educação do Paraná)
De acordo com informações publicadas no blog Cidade Nova Informa (CNI) o bairro começou a ser pensado no inicio da década de 1990. O município de Foz do Iguaçu e o governo do Estado do Paraná, com intenção de remover a população que ocupava regiões centrais denominadas “corredor turístico”, com o propósito de viabilizar obras de revitalização do perímetro urbano e atrativos turísticos, buscou propor alternativa de ambiente residencial aos moradores da comunidade do Monsenhor Guilherme (pois ocupava o espaço onde seriam realizadas tais obras) e outras comunidades. Em 1993 a COHAFOZ (Companhia de Habitação de Foz do Iguaçu) foi criada para dar inicio à elaboração de propostas para resolver o impasse de moradia em Foz do Iguaçu. Depois de discussões, encontros, reuniões e proposições em busca de opção que viabilizasse as realocações dos moradores, o resultado foi a aprovação do projeto de loteamento Cidade Nova, que seria construído na região Norte do município. Projetado para atender inicialmente cerca de 4.500 famílias. Em janeiro de 1998 teve inicio a obra de construção da primeira etapa do loteamento. Após a conclusão de aproximadamente 450 casas, em 1999, os primeiros moradores foram conduzidos ao novo bairro.
Por conta do aumento populacional na região, percebeu-se a necessidade da construção de uma escola que resolvesse o problema da falta de vagas para os estudantes recém-chegados, já que os estabelecimentos de ensino "próximos" não comportavam a nova demanda, além dos alunos dependerem de transporte coletivo, fato que inviabiliza o deslocamento, por conta das condições financeiras incompatíveis com tal realidade.
Sendo assim, o colégio deu início a suas atividades com quatro séries finais do Ensino Fundamental e três do Ensino Médio. Hoje a distribuição dos alunos é feita através de sistema seriado com a oferta de ensino fundamental (sexto ao nono ano), médio (primeiro, segundo e terceiro ano) e ensino de jovens e adultos (EJA), com horário de funcioidnto de acordo a oferta de ensino, a qual, por sua vez, ocorre nos períodos: matutino, vespertino e noturno. O nome do estabelecimento é em homenagem a árvore símbolo de Foz do Iguaçu, mas também tem um significado muito singular para o bairro e a própria escola.
A estrutura física do Colégio é equivalente as demais escolas públicas do estado do Paraná. Contendo secretaria, sala dos professores, biblioteca, laboratório de informática e laboratório de ciências, estes ambientes ficam separados de outras duas alas onde estão distribuídas as salas de aula, banheiros, cozinha, refeitório, quadra poliesportiva e pátio. A separação se dá através de outro portão — além daquele que se localiza na entrada — o qual permanece trancado todo tempo, inclusive durante o horário das aulas, deste modo, caso queiram ter acesso à secretaria, biblioteca, sala dos professores ou laboratórios os alunos devem pedir a um inspetor ou a um professor para que o portão seja aberto.
4 Análise de dados
Cronologicamente as notícias publicadas sobre o Colégio geralmente retratam episódios de violência, ou ao redor da escola, ou dentro dela. A primeira notícia trazida para análise — Escolas da rede estadual do Paraná poderão ter câmeras de vigilância, publicada no portal de notícias G1 — relata uma atitude tomada pela Associação de Pais e Mestres (APM) para tentar combater a violência externa e interna. Com recursos próprios da APM, câmeras de segurança foram instaladas na escola a fim de inibir atos infratores. A notícia é datada em 27 de abril de 2009 e demonstra que a instituição já havia se antecipado em relação à aprovação de um projeto de lei que seria analisado na Assembleia Legislativa, o projeto propunha a instalação de câmeras de vídeo em todas escolas da rede estadual de ensino do Paraná, tinha o objetivo de garantir a segurança de alunos e professores, coibir o consumo de drogas, cigarros e bebidas, e combater a ação de vândalos. Isto também demonstra que os episódios contraproducentes não são vividos apenas por esta escola, por este bairro ou por esta cidade, mas é realidade também em outros lugares do Estado.
[...] A vigilância com o auxílio de câmeras já é realidade há quase um ano no Colégio Estadual Ipê Roxo, em Foz do Iguaçu, no oeste do estado. O sistema que mostra a movimentação no pátio, no laboratório de informática e no portão foi instalado depois que dois estudantes, um deles de 12 anos, dispararam vários tiros em frente ao colégio.
O tiroteio foi motivado por uma desavença entre grupos rivais. Preocupados com a segurança dos filhos, os pais dos alunos decidiram investir no projeto, financiado com recursos próprios da Associação de Pais e Mestres.
Segundo a vice-diretora da escola, Maria Inês Sandoval, a experiência carrega vantagens e desvantagens. Ela diz que, após a instalação da vigilância eletrônica, não houve mais nenhum registro de violência ou ameaça a alunos e professores. Autores de casos de vandalismo também puderam ser identificados graças às imagens do circuito.
“Alguns alunos pensaram que os equipamentos não funcionavam e foram flagrados. Com a ajuda da gravação, eles foram identificados e punidos”, conta. Mas, segundo ela, para inibir totalmente as ações de depredação do patrimônio público é preciso trabalhar a conscientização dos estudantes. “Falta educação. Alguns acham bonito serem filmados destruindo a escola e acabam usando as câmeras para se exibir.”
(G1 PARANÁ, 2009, s/n)
A escola é necessária para a sociedade, ela não o poder de mudar os indivíduos de um modo imediato, mas pode mudar realidades ao longo do tempo. Na notícia acima afirma-se que dois estudantes dispararam tiros em frente ao colégio, mas os motivos eram desavenças entre grupos rivais, ou seja, não era propriamente contra a escola, mas o fato ter acontecido em frente a este local chama atenção, pois é um lugar simbólico para a comunidade, significa futuro, esperança, motivação, prosperidade, em fim, mesmo que comunidade tenha dificuldades a escola é vista por ela como um dos pertences mais valiosos e positivos. Como afirma Paulo Freire:
[...] sabemos todos que a educação não e a chave das transformações do mundo, mas sabemos também que as mudanças do mundo são um quefazer educativo em si mesmas. Sabemos que a educação não pode tudo, mas pode alguma coisa. Sua forca reside exatamente na sua fraqueza. Cabe a nos por sua força a serviço de nossos sonhos . (FREIRE, 1991, p. 126)
A educação pode alguma coisa, pode muitas coisas. O mínimo que a realidade de diferentes comunidades sejam alteradas já provoca reações, alterações e consequências que se espalham como os polens das flores. Não é só força, mas também resistência, a segunda notícia selecionada comprova isso. Publicada no portal de notícias Gazeta Diário no dia 05 de julho de 2016, intitulada "Base Móvel da Patrulha Escolar será instalada hoje no Colégio Ipê Roxo" relata-se a suspensão de aulas por conta de atentados ao colégio — início de incêndio e disparos com arma de fogo — tais atos teriam sido realizados por vândalos possivelmente por “retaliação” à atitudes tomadas pela diretoria, a qual age no combate ao tráfico de drogas dentro da escola. Estas atitudes têm sido tomadas a algum tempo e a preocupação com a segurança é um dos fatores que mais chama atenção, pois por conta do histórico vivenciado ainda que a escola faça parte da comunidade, a comunidade não pode ter livre acesso a ela, porque algumas pessoas visualizam este ambiente como ponto de venda de drogas, como lugar para praticar vandalismo e violência. Por estes motivos além do portão interno estar sempre trancado, permanentemente há alguém vigiando o pátio, no horário de recreio a atenção é redobra e a vigilância muitas vezes duplicada ou até mesmo triplicada. Isto por conta de tentativas constantes de acesso à escola por meio dos muros que cercam os "fundos" dela, geralmente na intenção de vender/distribuir compostos ilícitos para alunos, principalmente no período noturno.
A partir de hoje (5) a Patrulha Escolar Comunitária vai intensificar os trabalhos com uma base móvel em frente ao Colégio Estadual Ipê Roxo, no bairro Cidade Nova. A instituição foi alvo de ataques de vândalos no último final de semana, com um princípio de incêndio na sexta-feira (1º) e disparos de arma de fogo no sábado (2). Não havia alunos ou funcionários no colégio no horário dos atentados. Segundo o Núcleo Regional de Educação, a ação dos vândalos pode ser uma espécie de “retaliação” a nova diretoria, que atua firmemente no combate ao tráfico de drogas dentro da escola. “A forma de condução da nova gestão pode ter incomodado os traficantes. A diretoria tem pulso firme nesta questão”, comentou a ouvidora do Núcleo, Marilda Lopes Cruz.
(DIÁRIO GAZETA, 2016, s/n)
O bairro e, consequentemente, a escola não são bem vistos pelos habitantes da cidade de Foz do Iguaçu. Ambos são conhecidos por episódios de violência, muitas vezes relatadas pela mídia local e também por preconceito para com os moradores deste lugar por conta da própria história de constituição do espaço habitado ou pelos ofícios desenvolvidos para subsistência (passar cota/mercadoria). Como afirma Regina Coeli Machado e Silva, o bairro Cidade Nova "é caracterizado por moradores de Foz do Iguaçu como perigoso, de um ponto de vista exterior e estigmatizante, percepção advinda da construção ativa e persistente de um processo de exclusão social, cristalizada em identificações negativas". Como afirma Van Dijk:
Daí que os poderosos controlam o discurso por medo do controle de seu material de produção, sua formulação e sua distribuição. Crucial no exercício do poder, então, é o controle da formação das cognições sociais por meio da manipulação sutil do conhecimento e das crenças, a pré-formulação das crenças ou a censura das contraideologias. Essas representações formam a ligação cognitiva essencial entre o poder social em si e a produção e a compreensão do discurso e de suas funções sociais no exercício do poder.
(VAN DIJK, 2012, p. 84)
Embora seja inevitável que tais pensamentos afetem as pessoas que vivem neste lugar, a comunidade escolar enfrenta problemas comuns às outras escolas localizadas em diferentes regiões da cidade e muitas vezes percebe-se que tais problemas são causados por motivos alheios a comunidade ou a instituição de ensino, alguns deles estão presentes no Projeto Político Pedagógico, como por exemplo: a alta rotatividade do quadro de funcionários, a ausência dos pais na vida escolar e pessoal dos filhos - levando-os a envolver-se com atividades ilícitas -, ausência de educação e disciplina por parte dos alunos, famílias carentes e vulneráveis - levando alunos a estar em situações de risco, atribuição de responsabilidade à escola na educação dos estudantes, altos índices de reprovação e evasão escolar, etc. Pode-se perceber que tais problemas não são pertencentes apenas a este local, mas são percebidos a nível nacional, deste modo a responsabilidade deve ser atribuída também aos diferentes órgãos públicos "responsáveis" pelo bem estar da sociedade.
Observando melhor vemos que neste lugar existe uma infraestrutura propícia para que haja melhorias e condições de desenvolvimento, já que as ruas são calçadas, há escolas, há unidade de saúde de atenção básica, distribuidora de gás, mercado, entre outros comércios. Partindo de uma perspectiva interna a escola é bem vista pelos alunos, ex-alunos e funcionários, através de uma página na rede social é possível perceber que eventos — alguns direcionados às famílias dos alunos — e projetos são constantes ao longo do ano letivo, parte deles são desenvolvidos pelos professores do próprio educandário e outros em parceria com as instituições públicas de ensino superior como a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e a Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA), com a ajuda de graduandos, pós-graduandos e professores. Mesmo enfrentando dificuldades percebe-se que esta comunidade é bem ativa, seja através do colégio, da biblioteca comunitária, associação dos moradores, instituições religiosas, etc.
Algumas produções científicas que tiveram como campo de estudo este local mostram que há mais coisas a serem visibilizadas além do que já é explicitado pela mídia. Através de um projeto realizado em parceria com professores, alunos, pais, moradores e pesquisadores no Colégio Ipê Roxo foi possível obter novas percepções a respeito deste local, ressignificar ideias e opiniões sobre esta comunidade e compartilhá-las com muitas pessoas, seja dentro da própria escola com exposições e apresentações na semana pedagógica (onde até mesmo a própria comunidade pode participar), ou fora dela (e atemporalmente) com produções e publicações científicas escritas pelos participantes do projeto.
O Projeto Memória teve como proposta — definida pelos professores da escola após encontros e discussões — o trabalho com “gêneros discursivos”, tais como: o relato (inventário da história do bairro e da escola), o “causo”, a entrevista, a receita culinária, o convite, a carta de agradecimento, a peça de teatro, a autobiografia e biografia. A prática se deu de modo interdisciplinar, pois os professores participantes lecionavam em diferentes disciplinas, já que as quatro séries distintas participaram do projeto, envolvendo alunos do 7º, 8º, 9º ano do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio, os quais, juntamente com os outros integrantes do projeto, foram convidados a redescobrir a comunidade através de pesquisas (em documentos, artigos de jornais continham o registro de diferentes momentos da construção do bairro e do Colégio), entrevistas, registros fotográficos, observações, conversas, elaboração de textos entre outros. Todas estas práticas investigativas ocorriam ao mesmo tempo que os alunos aprendiam sobre os gêneros discursivos que praticavam.
Os dados gerados através da pesquisa eram compartilhados em sala de aula e nas reuniões. Assim como alguns resultados foram apresentados em forma de gráficos, contação de causos, apresentação de teatro, elaboração de livro de receitas, convites, cartas de agradecimento, etc. Os próprios alunos, moradores do bairro se surpreenderam com o (re)descobriam
Compartilhar os “achados” foi reapropriar-se do bairro por meio de uma identificação ao mesmo tempo próxima e distante. Um dos alunos perguntou “como conseguimos fazer tudo ficar tão bonito?” A professora comentou que, provavelmente, todos estavam começando a ver o que não enxergavam. Se no início a maioria dos alunos se mostrava reticente e desmotivada, depois passaram a se envolver cada vez mais e, nas pesquisas seguintes, saía na frente, conversando com moradores sobre o projeto, pedindo permissão para fotografar e registrar todos os momentos, sendo bem recebidos por eles. A partir desse envolvimento intenso na experiência, viam-se como agentes e co-construtores da própria história, (re) conhecendo o processo de construção coletiva da memória do bairro e do colégio como conquistas inseparáveis de todos. Foi esse processo que possibilitou a efetividade da aprendizagem de forma social e culturalmente situada na prática cotidiana, pela co-construção do conhecimento por meio dos gêneros discursivos.
(Machado e Silva, 2016, p. 12)
O fato dos alunos terem participado do projeto como investigadores em busca do próprio conhecimento, fez com que novos posicioidntos fossem assumidos. Observar com outros olhos o lugar que lhes era tão familiar fez com que eles refletissem sobre a beleza que não enxergavam, e da desmotivação passou-se ao entusiasmo, não só pelo aprendizado, mas também por estar e poder participar desta comunidade que tem tantas riquezas. As (re)descobertas feitas ao longo do trabalho com os gêneros discursivos foram compactadas e apresentadas em modo teatral para a escola e comunidade na semana interativa. Neste evento anual a escola é aberta para todos, sem restrição nenhuma, e especialmente no ano de 2012 ao se abrir para receber a comunidade teve-se por tema as memórias da própria comunidade.
A peça do teatro foi a forma sintética de totalizar a história do bairro e da escola, pela condensação de diversos gêneros de discursos usados na escrita do texto, pela encenação de acontecimentos publicamente reconhecidos e pela diluição das limites entre a escola e o bairro. Entendida como práticas efetivas de aprendizagem, o movimento dessa experiência deu-se pela abertura não só física, mas simbólica dos limites da escola em relação aos moradores do bairro. Porém, foi o movimento inverso, da diluição dos limites da escola em direção ao bairro que construiu um evento particular, e aglutinador que solidificou essa totalidade da experiência etnográfica do Projeto Memória.
(Machado e Silva, 2016, p. 17)
Em meio ao levantamento histórico realizado os alunos descobriram que desde o nascimento do bairro, os moradores mais antigos já lutavam para que fosse um lugar melhor do que eles viviam anteriormente, o próprio nome tem este sentido: Cidade Nova. Assim como a construção da escola e da unidade de saúde foi uma conquista conseguida também através das reivindicações dos moradores do bairro. O caminho percorrido até ali foi de busca, de luta e de sabedoria, não aquela sabedoria politizada que se aprende de modo formal, mas sim aquela que é vivida, pois possivelmente aquelas pessoas entrevistadas não tiveram oportunidade de frequentar uma escola, mas foram muito além disso, foram capazes de buscar e de lutar para dar aos seus filhos e netos a oportunidade que não tiveram. No dia em que as entrevistas foram realizadas na "chacrinha" houve um preparo antecipado para preparar o local para o evento, faixas de agradecimento público e balões coloridos somados a um momento festivo deu luz própria ao acontecimento.
Estar na chacrinha foi uma celebração, um momento festivo. Ela tornou-se o espaço da vivência de um momento extraordinário de transformação da rotina escolar em que se exaltou a lembrança da luta pela apropriação do bairro, das conquistas obtidas como o Colégio e os serviços de infra-estrutura urbana [...] uma experiência singular que se tornou manifesta e claramente perceptível na caminhada ritual e no encontro festivo na chacrinha nos quais houve a revelação de todos como comunidade específica, na qual participam pessoas que interagem e dialogam entre si. O “(des)entranhamento” da escola como inseparável da conquista dos pais/moradores em suas disputas com o poder político local, propiciada por meio da experiência da aprendizagem como “comunidade de prática”, evidenciou, assim, a aprendizagem como intervenção social e política.
(Machado e Silva, 2016, p. 17)
O aprendizado se efetivou de modo prático e foi além de uma sala de aula com um professor, de repente todos puderam ensinar e aprender em conjunto, de modo igualitário. Alunos, professores, pesquisadores, moradores, cada um com seu conhecimento compartilhando o que tinham puderam doar(se) e receber.
Conclusão
O empoderamento construído através do projeto, a oportunidade de dar ouvidos e vozes aos envolvidos de modo geral fez com que opiniões fossem — e ainda sejam — modificadas a respeito destes locais. Não é possível quantificar o que mudou, mas que de algum modo isso foi importante tanto para a escola, quanto para a comunidade, não há dúvidas. Através dos trabalhos científicos publicados entende-se que a pesquisa realizada transgrediu estudos acadêmicos. Como destacam Denzin e Lincon,
assim, a missão da pesquisa na área de ciência social vem propiciando a prosperidade da vida em comunidade — possibilitando às pessoas chegarem a conclusões mutuamente controladas. O objetivo não é o excesso de dados per se, mas a transformação da comunidade. A visão geralmente aceita supõe que a pesquisa promova um avanço nos interesses da sociedade ao alimentar nossa capacidade individual de raciocinar e de tomar decisões calculadas. A ideia é que a pesquisa tenha um planejamento colaborativo e uma execução participativa.
(DENZIN E LINCON, 2006, p.153)
Visualizamos discursos diferentes a respeito do mesmo local. Nos dois primeiros percebemos que há um distanciamento de quem escreve, e também é possível verificar a pontualidade dos fatos relatados. Essas características se dão pela estrutura do gênero analisado: notícia on-line. Ele vem ao encontro das necessidades da década em que vivemos contendo objetividade, clareza e concisão. Porém, por outro lado pode deixar a desejar quanto a informações relevantes, detalhes e vozes múltiplas. Já o terceiro texto analisado nos trouxe muito mais que informações, trouxe análises, reflexões e asserções. Através do modo como a autora dialoga o leitor é praticamente impossível não ser envolto nesta pesquisa, não ressignificar ideologias.
Referências
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*Mestranda em Sociedade, Cultura e Fronteiras pela Universidade Estadual de Oeste do Paraná (Campus de Foz do Iguaçu). E-mail: tatyplug@hotmail.com. Rua Ouro Preto, Jardim Nacional, Foz do Iguaçu, Brasil.