Karin Gabriel Moreno *
Marcos Rodrigues Frois *
FCT-UNESP, Brasil
karin.gabriel_kg@hotmail.comRESUMO- Este artigo é parte integrante das pesquisas de Mestrado e também das pesquisas em construções de projetos de Engenharia e Arquitetura, onde analisamos os usos nos espaços públicos em diferentes cidades, na elaboração deste artigo em especial, elaboramos um estudo que tem como objetivo analisar as qualidades dos espaços públicos, as práticas espaciais e as apropriações da cidade, nos momentos do lazer e entretenimento, analisamos aqui espaços de São Paulo –SP, de New York, e também analisamos a localidade onde residimos atualmente, Presidente Prudente - SP. Dentre as muitas questões que algumas cidades enfrentam está a falta de inovações nos espaços públicos que influênciam no lazer da população em geral. Propomos analisar os espaços públicos em diferentes cidades, demonstrando diferentes exemplos de qualidade sobre os espaços públicos, observando as formas como são implantados estes espaços e como ocorrem os usos nestes espaços coletivos.
ABSTRACT- This article is an integral part of Master's research, as well as researches in Engineering and Architecture project construction, where we analyze the uses in public spaces in different cities, in the elaboration of this article in particular, we elaborated a study that aims to analyze the qualities public spaces, space practices and appropriations of the city, in moments of leisure and entertainment, we analyze here spaces of São Paulo -SP, New York, and also analyze the place where we currently reside, Presidente Prudente - SP. Among the many issues that some cities face is the lack of innovations in public spaces that influence the leisure of the general population. We propose to analyze the public spaces in different cities, showing different examples of quality about the public spaces, observing the ways in which these spaces are implanted and how the uses occur in these collective spaces.
Palavras-Chave: Espaço Público; Urbano; Usos; Formas Urbanas.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Karin Gabriel Moreno y Marcos Rodrigues Frois (2018): “As formas e os usos dos espaços públicos em questão: analises sobre a qualidade de diferentes espaços”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (enero-marzo 2018). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2018/01/diferentes-espacos.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1801diferentes-espacos
Introdução
A finalidade deste artigo é abordar de maneira objetiva, porém não aprofundada, as questões de alguns espaços que entendemos como importantes com relação ao papel e relevância que os espaços públicos exercem no meio urbano, obviamente não pretendemos com isto, propor nenhuma discussão à respeito do tema quanto ao conceito já estabelecido por alguns renomados autores e pesquisadores com formação em arquitetura, geografia, engenharia entre outros, mas, simplesmente pontuar conforme nossa visão e entendimento, alguns aspectos que envolvem criação, implantação, conservação e utilização dos espaços públicos.
A sociedade urbana que é fruto do processo de industrialização, segundo Henri Lefebvre, é composta por diversos grupos, exercem atividades coletivas e convivem em espaços de uso comum e de todos que podem ser livres ou restritos. Nos livres, definidos como de circulação são compostos por ruas e avenidas, os de acesso restrito são compostos pelos prédios públicos, tais como prefeituras, faculdades, hospitais entre outros, assim, não podemos confundir lugar público com espaço acessível ao público mas de propriedade privada.
O espaço deve ser considerado como uma totalidade, a exemplo da própria sociedade que lhe dá vida (...) o espaço deve ser considerado como um conjunto de funções e formas que se apresentam por processos do passado e do presente (...) o espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que se manifestam através de processos e funções (SANTOS, 1978, p. 122).
Os elementos que compõem os espaços públicos tais como, praças, ruas, parques, largos, calçadas, ciclovias assumem grande responsabilidade para que por meio dos seus bons funcionamentos, dinâmicas de implantação e utilização, somados a seus estados de conservação e com a incorporação dos valores da cidadania que Innerarity (2010) estabelece juntamente com o horizonte da civilização, cooperam significativamente para o bem estar dos moradores da cidade.
Desta forma, podemos destacar que os espaços públicos podem ser espaços de circulação (como uma rua ou uma praça); Espaços de lazer e recreação (como um parque, playground, pista de skate); Espaços de contemplação (um jardim público, um monumento) e Espaços de preservação e conservação (uma reserva ecológica, um prédio tombado).
Para Daniel Innerarity (2010), “a idéia de espaço público esta estreitamente ligada à realidade da cidade, aos valores da cidadania e ao horizonte da civilização”, desta forma, seguindo a idéia que no grego, “público”, quer dizer em primeiro lugar, exposto aos olhares da comunidade, ao seu juízo e à sua aprovação, o espaço público é o espaço cívico do bem comum, conclui o autor.
Saskia Sassen (2007, p.32), professora de sociologia e copresidente do departamento de sociologia da Universidade de Columbia, afirma que:
[...] os espaços públicos continuam a ser uma característica fundamental das cidades. Sem eles, o terreno apenas denso e altamente construído não é uma cidade. Podemos ver isso quando há uma vasta faixa de edifícios residenciais ou comerciais altos - esses espaços não são cidades, são apenas um terreno densamente construído.
No livro “Ciudades y suordenación”, publicado na França por um conjunto de profissionais ligados ao urbanismo, à arquitetura, à engenharia e à sociologia daquele país, a ideia central estabelecida quanto a definição do espaço público, se refere ao mesmo como sendo um lugar de intercambio, ordenando, desenvolvendo e gerindo bens e ideias. Outro aspecto apontado na obra publicada e de visão puramente urbanista, é que estes lugares são eficientes quando propiciam âmbitos de segurança, facilita a proximidade de relações, é bom ambiente, é ambiente cidadão e tem em seu entorno espaços de qualidade. Existe o conceito que liga espaço público à acessibilidade, vários são os autores que defendem esta linha de pensamento. Serpa afirma que, “(...) esta estreitamente vinculada, na demarcação dos territórios urbanos, à alteridade, contrapondo uma dimensão simbólica à concretude física dos espaços públicos urbanos. Pois a acessibilidade não é somente física mas também simbólica na concretização física dos espaços públicos urbanos” (SERPA, 2004, p. 22).
Importante visão que devemos também considerar, é a de Jordi Borja (2003, p. 1), para este autor: “o espaço publico é um conceito próprio do urbanismo que às vezes se confunde (erradamente) com espaços verdes, equipamentos ou sistema viário, mas que também é utilizada na filosofia política como lugar de representação e de expressão coletiva da sociedade”
Para Alexandra Castro (2002), grande complexidade está em volta do conceito de espaço público, defini-lo de uma forma simplista seria reduzir demais algo tão abrangente, pois do ponto de vista sociológico, o termo espaço público por sí só se revela complexo. Partimos do pressuposto que é necessário buscarmos compreensão à partir do entendimento de alguns autores e conforme os valores que os mesmos atribuem à rua, à praça e ao parque.
A rua, segundo Lamas (s/d, p. 98-100) é responsável em estruturar o traçado da cidade, “um dos elementos mais claramente identificáveis tanto na forma de uma cidade como no gesto de a projetar. Assenta num suporte geográfico preexistente, regula a disposição dos edifícios e quarteirões, liga os vários espaços e partes da cidade, e confunde-se com o gesto criador”. Segundo o autor, “o traçado estabelece a relação mais direta de assentamento entre a cidade e o território” e “relaciona-se diretamente com a formação e crescimento da cidade de modo hierarquizado, em função da importância funcional da deslocação, do percurso e da mobilidade de bens, pessoas e idéias”. O traçado da rua é de extrema importância na orientação do plano que define o desenho da cidade, intervindo desta maneira na organização das diferentes dimensões da forma urbana, conclui o autor.
Já a praça, o mesmo define como “um elemento morfológico das cidades ocidentais”, que não existiam anteriormente e distinguiam-se “de outros espaços, que são resultado acidental de alargamento ou confluência de traçados - pela organização espacial e intencionalidade de desenho. [...] A praça pressupõe a vontade e o desenho de uma forma e de um programa”. Lamas tem a rua como lugar de circulação e a praça “lugar de circulação” e a praça como “lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestações de vida urbana e comunitária e de prestígio, e, conseqüentemente, de funções estruturantes e arquiteturas significativas”. Tanto rua como praça, se relacionam com os edifício, seus vazios, definem e organizam o cenário urbano.
Diferentemente de como trata a rua e a praça, para o parque, Lamas não conceitua de maneira específica este elemento, pois considera que este local está inserido nas grandes estruturas que são denominadas de verde, reconhecidas como “elementos identificáveis na estrutura urbana. Caracterizam a imagem da cidade; têm individualidade própria; desempenham funções precisas: são elementos de composição e do desenho urbano; servem para organizar, definir e conter espaços” (LAMAS, s/d, p. 106), para ele, estes elementos, exercem papel de fundamental importância na composição da cidade.
Para Macedo e Sakata (2002, p. 13), parque é “um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana”. Destacamos que o autor Milton Santos, aborda o tema em uma outra linha de estudo e alerta que é necessário considerar além dos elementos fixos contidos no espaço, também os fluxos que nele percorrem.
A origem do espaço público e a participação popular
As ágoras ou praças para os gregos, carregavam como signo uma representação da aglomeração da coletividade onde as pessoas de forma natural e espontânea usufruíam daqueles espaços preocupados em conserva-lo como verdadeiros proprietários.
Desta forma, os espaços públicos constituídos por praças, parques, ruas, avenidas, largos, entre outros ambientes, são de fato locais que podem e devem ser utilizados de maneira ampla acolhendo diversos personagens com usos dos mais variados.
Espaços públicos como praças e logradouros são concebidos quando da elaboração do projeto dos empreendimentos, a lei 6766 de 19/12/1979 Lei Federal e as leis municipais n° 153 de 10 de janeiro de 2008 (Zoneamento do uso e ocupação do solo) e lei n° 154 de 10 de janeiro de 2008 (Parcelamento do solo) – art. 12.
No Brasil nota-se que existe uma deficiência geral na formação destes espaços por parte dos governos, uma vez que alheios as reais necessidades dos atores que vivenciam estes espaços, decidem de forma aleatória visando mais a propaganda de seus atos e decisões administrativas do que realmente proporcionar melhores condições a população principalmente habitante das periferias que necessitam de condições de locomoção adequadas e uso de espaços dignos, seguros, de lazer, esporte e comércio.
Segundo Caldeira (2000), outros aspectos negativos são somados aos da pouca ou nenhuma participação dos atores na criação dos espaços públicos, especificamente os apresentados nas novas formas de morar que as vezes já incluem o lazer, traz representações sociais negativas em relação aos espaços públicos.
Temos um exemplo recente na cidade de Presidente Prudente, localizada na porção oeste do estado de São Paulo, uma ciclovia esta sendo implantada. Entendemos que será difícil que a mesma atenda a real necessidade dos possíveis usuários uma vez que a tese que justifica sua implantação é o deslocamento dos trabalhadores de uma região periférica da cidade até o centro comercial onde se concentra os comércios que acolhem esta mão de obra e também possibilitar o uso da bicicleta gerando condições de saúde, economia, rapidez do deslocamento, diminuição do uso do veículo e consequente contribuição para o meio ambiente quanto a emissão de gases, entre outros.
É possivél notar exemplos que demonstram a participação da comunidade nas suas localidades por meio de representantes nomeados ou contratados, podem contribuir de maneira efetiva durante o processo de desenho e estabelecimento da real necessidade, influenciando no dimensionamento e traçado desta ciclovia e de outros espaços de uso coletivo.
Durante a visita à ciclovia compreendida entre a Estrada da Amizade e estádio municipal Paulo Constantino (Prudentão), notamos que o fim para a qual a mesma foi idealizada, não está sendo efetiva. Devido a deficiência de terem espaços para caminhada, por exemplo, o espaço destinado à locomoção com bicicletas, esta sendo subutilizado pela população para outros fins, como pode ser observado nas imagens.
O comportamento da população com relação ao uso desta ciclovia demonstra como existe de fato esta pouca comunicação e também dificuldade poder publico em compreender a real necessidade de existir uma linha de diálogo entre a população e a administração. No nosso modelo político, temos a figura dos representantes de bairro, pessoas que poderiam fazer este elo de ligação entre as partes para que toda decisão de implantação de benfeitorias pudessem previamente serem estudadas, quantificadas e depois sim, implantadas.
Na cidade de Nova Iorque, em meado dos anos 30, iniciou-se a idéia de implantação da High Line O High Line Park, cuja proposta era fazer a transformação de uma linha férrea suspensa desativada que fora construída com o objetivo de transportar cargas. Esta linha férrea esta localizada no distrito industrial de Chelsea em Manhattan, Nova York: a High Line. A construção da linha férrea fazia parte de um projeto de melhoria de melhoria da infraestrutura do West Side de Manhattan denominado West SideImprovement Project1, a High Line, cujo objetivo era separar o tráfego de automóveis, pedestres e ferroviário em função dos inúmeros acidentes que ocorriam pelo fato de estarem no mesmo nível. Outro aspecto considerado para a execução da High Line, era a facilidade que a mesma poderia propiciar em otimizar o serviço de entrega dos produtos que eram transportados além de minimizar o impacto negativo geralmente associado à presença de viadutos na cidade. A cronologia da implantação da High Line pode ser observada na imagem.
Na sua inauguração em 1934, a High Line conectava a West 34th Street (entre a 10thAvenue e a 11thAvenue) ao St. John‟s Park Terminal. Na década de 1950, o acelerado desenvolvimento do transporte rodoviário por todo o país e a consequente redução no uso do transporte ferroviário afetaram sua utilização. Na década de 80 quando a High Line foi completamente desativada, donos de terrenos situados embaixo dela logo passaram a pressionar pela demolição em função do abandono de sua estrutura (imagem 9). Neste período, um ativista apaixonado pelo transporte ferroviário e morador do bairro de Chelsea se engajou sem êxito, na luta para reativar os serviços de trens.
Em 1999, dois moradores próximos à High Line – Joshua David e Robert Hammond – dispararam uma campanha visando a não demolição da via e motivados por esta manutenção, fundaram uma associação sem fins lucrativos com o objetivo de buscar outras pessoas a participarem e se colocarem em defesa da idéia. O projeto era propor algo de diferente para a população do bairro e do entorno que fosse significativo e pudesse contribuir para que aquela região tivesse outro significado.
Em visita a High Line, vivenciamos o quanto aquele espaço é importante e saudável para a cidade de Nova Iorque, espaço de encontros, permanência, comércio, entre outras atividades que podem ser ali desenvolvidas. Outro aspecto notado, é o da conservação e manutenção, não observamos pichações, atos de vandalismo que pudessem deixar o local em condições de pouco uso, demonstrando insegurança e pouca motivação para o uso dos moradores, visitantes e turistas que vão àquele lugar.
Outro aspecto importante a ser abordado em relação a construção da High Line foi a maneira como se consideraram a preservação de alguns prédios que revelam períodos da história da região, como visto nas imagens.
(Imagem 3 – Fotos da High Line – New York – E.U.A – 2017 – Acervo dos Autores)
O papel dos Espaços Públicos
Os espaços públicos precisam ser exploradas pelos habitantes de uma cidade, claro que nem sempre é possível explorá-los, pois inúmeros são os problemas que os mesmos apresentam que vai desde a forma de sua implantação e como são concebidos.
As potencialidades dos espaços mantidos na maioria das estruturas urbanas tem perdido o caráter social de permanência das pessoas ao longo do tempo, influenciados pela má conservação, insegurança, descaso do poder público, acrescidos dos descabidos atos de vandalismos que destroem os equipamentos e bens públicos, faz destes espaços locais meramente simbólicos e distantes de cumprir o seu objetivo de serem de convivência e passam sendo conhecidos como territórios de segregação.
No século XIX, alguns hábitos sociais foram modificados em importantes cidades europeias em função da implantação de medidas estabelecidas por projetos de modernização do ambiente urbano que influenciaram de maneira global outras cidades do mundo (BRESCIANI, 1991). Estas intervenções buscavam diminuir os impactos que o processo de industrialização imprimia sobre estas cidades, promovendo assim, qualificação do ambiente inserindo “boulevard” e praças, permitindo que este espaço agora caracterizado de maneira diferente da forma anterior, fossem apropriados pela população (PRADO, 2002). O percurso cotidiano do morador da cidade ficou alterado em função destas intervenções que amenizou de forma significativa o ambiente urbano, assim quase que imediatamente estes espaços foram apropriados pelas elites e ao mesmo tempo que existiu uma conexão das demandas trabalhistas quanto a redução da jornada de trabalho as mesmas se relacionaram com o tempo livre do trabalhador permitindo que os espaços públicos fossem cada vez mais apropriados.
No Brasil, os espaços públicos nas cidades médias perdem, à medida que passa o tempo valores importantes que foram estabelecidos desde o Renascimento.
Sabemos que ao longo da história as cidades assim com a sociedade mudam fazendo que os centros, caracterizados pela praça onde a igreja simboliza o marco referencial geográfico e histórico da gênese da estrutura urbana. Este lugar também concentra grande parte do comercio, prédios públicos de acesso restrito, prédios destinados ao lazer, entre outros, onde em um certo período do dia se tornam vazios e entregues ao abandono sofrendo verdadeiro descaso dos governantes e o mau uso dos seus usuários, como se fossem dois “lugares” com importância e significados diferentes para cidade, no mesmo passo que estes locais da cidade sofrem com este paradoxo de sua utilização, as periferias se enchem de condomínios chamados de alto padrão de caráter individualizado, alheio ao entorno e longe de cumprir o papel que se espera das aglomerações residenciais como elemento essencial na vida da cidade.
A questão da violência, é um dos impeditivos para apropriação dos espaços públicos. Teresa Caldeira no livro Cidade de Muros (2000, p.23), em relação à violência notada na cidade de São Paulo, descreve:
“São Paulo é hoje uma cidade de muros. Os moradores da cidade não se arriscariam a ter uma casa sem grades ou barras nas janelas. Barreiras físicas cercam espaços públicos e privados: casas, prédios, parques, praças, complexos empresariais, áreas de comércio e escolas.”
A violência propagada pelos veículos de comunicação tem acentuado e influenciado o comportamento das pessoas viventes nos grandes centros urbanos como também nas cidades de médio e pequeno porte.
As mudanças de comportamento do ser humano em função da violência, tem se notado também em outros grandes centros do mundo. Caldeira (2000), referindo-se às décadas de 1980 e 1990 e a cidades como São Paulo, Los Angeles, Johannesburgo, Buenos Aires, Budapeste, Cidade do México e Miami, afirma que os que pertencem às classes mais altas tem usado o medo como justificativa que o fazem buscar outras formas de moradias (enclaves fortificados, por exemplo) e consequentemente influenciando processos que alteram o uso dos espaços públicos que passam a ser utilizados de maneira bem diferente do que predominava nas cidades ocidentais. (CALDEIRA, 2000, p. 11-12).
Outro fator a ser considerado é a questão relativa ao estado de conservação dos espaços públicos, claro que é notório a importante participação do governo em relação a este tema, inercia administrativa, desconhecimento técnico cientifico, despreparo dos funcionários ligados ao patrimônio e planejamento, entre outros, são refletidos quando olhamos os espaços públicos e à primeira vista identificamos o estado físico de cada um.
Reflexões sobre os usos do espaço público na Avenida Paulista
Nesta parte do artigo nos dedicamos a examinar os usos do espaço público na Avenida Paulista em São Paulo – SP, destacamos que iremos analisar a partir de um panorama geral, longe de esgotar o assunto e de dissertar sobre a totalidade do tema, sabemos que este tema é propriamente amplo e pode ser analisado a partir de teses de doutorado e trabalhos mais longos. Enfim, destacamos que nosso intuito aqui, é atribuir possiveis reflexões ao assunto, sem esgota-lo, buscando dissertar na elaboração deste artigo sobre a relevância do espaço público na Avenida Paulista, pela sua posição em meio a metrópole e pela sua representação simbólica à capital paulista.
Antecipando a construção deste artigo, nós pequisadores que elaboramos este trabalho, visitamos todos os lugares que aqui são citados, e que nos motivam a refletir sobre os espaços públicos, realizamos observações empiricas entre o período correspondente a Março de 2017 até Novembro de 2017. E antes deste período nós tivemos visitando em outros momentos esses lugares, como no caso do momento da Avenida Paulista Aberta, que visitamos já outras vezes no passado, pois na atualidade não tem ocorrido, contudo neste período em 2017, foi possível também observar os espaços públicos que aqui propomos reflexões que possam contribuir na leitura do espaço urbano.
O intuito é destacar que a partir de nossas reflexões realizadas aqui neste artigo, é possivél aos leitores adquirir novas informações sobre as formas de uso do espaço público na Av. Paulista. Para melhor compreensão dos leitores, evitando amplas analises generalistas, reduzimos nossas reflexões a um específico período de uso da avenida e a um específico momento, mas analisaremos os diferentes grupos que exercem suas práticas espaciais e que fazem uso do espaço público na avenida neste momento escolhido por nós para a realização de reflexões.
Constatamos previamente que a Av.Paulista, possui diferentes espaços públicos, possui distintos grupos que frequentam os espaços públicos, uma gama de diversidades a serem desvendadas, na avenida, jovens se encontram no vão do MASP(Museu de Arte de São Paulo), movimento sociais também se encontram ali e realizam manifestações, nas calçadas temos diversos grupos, entre skatistas que frequentam nas noites e senhoras já idosas que frequentam as tarde, desde os grupos de punks que se concentra na esquina com a Rua Augusta, até os banqueiros e empresários que ali trafegam durante as tardes, reconhecemos a diversidade gigantesca da avenida, reconhecemos que avenida é um ambiente de festas também, que ocorrem nas comemorações do carnaval, do período de natal, nas festas de virada de ano, no aniversário da cidade de São Paulo, entre outras datas festivas, sabemos que a Av.Paulista é um ambiente complexo de inter-relações e com diferentes formas do uso dos espaços, por este fato, atribuimos ao nosso artigo, um recorte análitico, não iremos analisar amplamente todos os períodos, todos os dias, todas as horas, todas as formas de uso que ocorrem na avenida, nem propriamente cada um dos tipos de espaço público, que ali possuem. Propomos aqui, uma reflexão em forma de panorama, vislumbrando somente sobre os usos do espaço público no momento da Av.Paulista Aberta.
Através desse artigo convidamos os leitores a refletirem sobre as formas de uso da Av.Paulista, vamos refletir sobre as formas de uso, que fazem os diferentes grupos, as pessoas de diferentes classes sociais, de diferentes faixas de idade, que exercem suas práticas espaciais na Av. Paulista Aberta.
Destacamos as potencialidades nos usos do espaço público, a avenida aberta possui enormes potencialidades para a interação dos sujeitos, para as finalidades de lazer, para o lazer ou mesmo para práticas desportivas, empiricamente estivemos na avenida paulista no momento aberto, era possivél observar a presença de atores de circo, realizando pequenos teatros para crianças, ou bicicletas carregando livros, como se fossem bibliotecas itinerantes, foi possivél observar pessoas de abadás de blocos de carnaval, grupos de fãs de rock, punks, e também pessoas cantando com violões, muitas bicicletsa, varias pessoas com patins, alguns skatistas, pessoas idosas caminhando, jovens correndo, praticando esportes, crianças pulando, e até mesmo pessoas que ali frequentam para estender uma canga e se bronzear, curtindo um sol.
De acordo com Costa (2009), historicamente as formas de tratamento para a travessia e caminhos de pedestres na Av. Paulista esteve baseada em termos de manter o controle da fluidez de carros, de modo a não haver comprometimento do sistema viário principal da região. Segundo Oliveira (2013), a avenida recebeu durante o ano de 2013, alguns projetos que modificaram os paradigmas de uso, possibilitando maior flexibilidade aos pedestres.
Segundo Frúgoli (2000), a cidade de São Paulo durante a década de 1960, se desenvolveu a partir de um único centro, é preciso destaca também que a história da Av.Paulista está ligada a ocupação das partes altas da cidade, pela burguesia durante a década de 1890.
A Av.Paulista possui centralidade em meio ao espaço urbano da grande metrópole São Paulo, a Paulista é observada como um importante espaço público, local de atração e de representação da metrópole, construído por condições especiais de acessibilidade, é um palco de manifestações sociais, este espaço público configura-se como espacialidade estratégica para a articulação de vários atores sociais, possui essa espacialidade de convivência, onde ocorrem disputas e conflitos entre diferentes grupos, sejam grupos de jovens ou mesmo de movimentos sociais, entre tantas diversidades. Segundo Fix (2001), as transformações da metrópole exigem permanente alerta quanto às maneiras de apropriação e reprodução do espaço da cidade.
Estes centros incorporam uma série de inovações tecnológicas, urbanísticas e arquitetônicas e alteram em vários níveis a noção de centralidade – que se fragmenta – a noção de espaço público, e o padrão de interação social na metrópole. (FRÚGOLI JR., 1995, p.78)
A criação de um novo espaço de lazer na cidade de São Paulo, iniciou-se em agosto de 2014, quando o movimento “Sampa Pé”, criou páginas online para precionar o poder público a fazer mudanças na paulista, e possibilitou a todos aqueles que também eram a favor da abertura da Paulista a mostrarem para as autoridades seu posicionamento.
Com as reivindicações online a prefeitural da cidade atendeu o público e iniciou as atividades da PaulistaAberta em 2015, que durou até meados de 2016, atualmente não vem ocorrendo o evento, de acordo com o site da CET - Companhia de Engenharia de Trafego, a prefeitura alega que as atividades foram paradas momentaneamente, por questões de infra-estrutura do trânsito, mas que vão voltar a ocorrer em breve. Até o momento, não existem datas predestinadas para o retorno das atividades da PaulistaAberta, contudo é possivél observar através das páginas online do “Sampa Pé”, que a pressão popular continua existindo e que o público aguarda ansiosamente o retorno das atividades da PaulistaAberta.
De acordo com Oliveira (2013), fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade de São Paulo é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político.
Nos últimos tempos, notamos que a cidade de São Paulo vem passando por transformações importantes. A recente inauguração da ciclovia da Paulista, parte de um programa maior de criação de uma rede cicloviária na cidade, integrado ao sistema de transporte coletivo, demonstra que a cidade tem passado por transformações.
Os espaços públicos sendo amplamente utilizados, como no caso da PaulistaAberta, potencializam o habitar, ultrapassando os limites da casa resisendical dos sujeitos e insere os sujeitos no seu entorno, nas ruas, nos espaços livres, com possibilidades de comércio, com possivéis áreas verdes, com praças, e equipamentos públicos, que ampliam as condições de existência humana, possibilitando interações com diversos grupos sociais, assegurando qualidade de vida.
O espaço público é observado como aquele que, dentro da cidade, possibilita uso comum e posse coletiva, planejado através das ações do poder público. Espaço público pode ser definido como local da atividade política ou, pelo menos, da possibilidade da ação política na contemporaneidade, ligado à uma concepção de cidadania e de seu espaço principal de exercício. O espaço público é construído pelas ações exercidas pelos sujeitos. Serpa (2004) refere-se ao conceito de espaço público como sendo o espaço constituído pela ação política. Analisando a cidade como local de encontros e relações, o espaço público possui papel determinante. É nele que se desenvolvem atividades coletivas, com convívio e trocas entre os grupos variados, que compõem a heterogênea sociedade urbana. Analisando os diferentes espaços públicos, notamos que existe uma diversidade prática e não somente conceitual, sobre a delimitação desses lugares, podendo existir variações acerca da vivência e da acessibilidade nesses espaços.
Os espaços públicos constituem ou deveriam constituir uma fonte de forte representação social e cultural, pois trata-se de um espaço simbólico onde se opõem e se respondem aos discursos, na sua maioria contraditórios, dos agentes políticos, sociais, religiosos e culturais que constituem uma sociedade (NARCISO, 2009, p.269).
Segundo Ramos (2009), os espaços públicos funcionam em condições não-hegemônicas. Um espaço público pode ser avaliado analisando a ideia de heterotopia, de inspiração foucaultiana, pois se relaciona a manifestações de interesses que não podem ser qualificados como políticos e nem se orientam somente por relações de troca. Dessa maneira, o que estaria em jogo em um espaço heterotópico é o saciamento de um interesse, de um desejo ou de uma necessidade de determinados atores, através da reorganização constante do espaço e das interações sociais, ainda que outros sejam prejudicados por esses novos arranjos informais.
É preciso destacar, que a PaulistaAberta por mais que seja frequentada por pessoas de diferentes classes sociais, ainda possui um grau de exclusão, ainda é a Av.Paulista dos dias comuns durante a semana, não basta somente abrir ao público, enfâtizamos que é necessário refletir também sobre a gestão pública que ocorre sobre a avenida. De acordo com Frúgoli (2000), a prefeitura de São Paulo, históricamente preocupa-se com o aspecto visual da cidade no caso, e na Avenida Paulista constantemente cria maneiras de desencorajar moradores de rua a se instalarem em áreas públicas que são próximas a avenida. As iniciativas da prefeitura demonstram que o poder público procura definir que determinados espaços públicos não podem ser ocupados por aqueles que não têm onde morar. A avenida, um dos mais famosos cartões postais da cidade, concentra escritórios de transnacionais e bancos. Os estudos de Marins (2001), alegam que a prefeitura insere em lugares onde possivelmente os moradores de rua vão se instalar, plantas com espinhos, ou sempre está passando com mangueira de água gelada, nos períodos matutinos, medidas da prefeitura visam dar um aspecto de limpeza a um lugar que é a vitrine de São Paulo.
Segundo Oliveira (2013), existem tentativas de controle do espaço urbano com a intenção de expulsar determinados grupos sociais, amparada em idéias higienistas em São Paulo, quando a prefeitura, que representa o Estado, passa a definir regras estritas de uso e comportamento para alguns espaços públicos, está designando também quais grupos sociais podem ou são capazes de usufruí-lo.
Compreendendo que é na dimensão das práticas espaciais que os espaços públicos se constituem, é necessário cada vez mais refletir sobre as diferentes formas de uso destes espaços. Segundo Souza (2013), os espaços públicos urbanos são fundados e adquirem significado social e histórico, a partir do conjunto de práticas espaciais que ocorrem no espaço. Buscamos aqui neste trrabalho uma reflexão sobre as espacialidades urbanas, refletindo também sobre a mobilidade no lazer. Entendemos o espaço público não apenas como espaço de representação, mas também, na sua dimensão do real, pois são os espaços públicos de uso coletivo, que nos informam, e demonstram aspectos da interação, as relações dos atores, os significados diferenciados e simultâneos, pois os espaços são compartilhados simultaneamente.
A prática espacial consiste em uma projeção “sobre o terreno” de todos os aspectos, elementos e momentos da prática social (LEFEBVRE, 1999; p.14). Sendo assim, as práticas espaciais exercidas em meio as cidades, possuem propriamente características espaciais e temporais. O modo como ocorrem as práticas espaciais pode influenciar novos usos sobre os espaços públicos, ou os grupos de sujeitos podem exercer relações de sociabilidade seguindo aquilo que já fizeram outros grupos no passado. Existem permanências e mudanças nas práticas espaciais, entendidas como práticas sociais, “[...] em que a espacialidade (a organização espacial, a territorialidade, a “lugaridade”) é um componente nítido e de expressão ou dos objetivos a serem alcançados” (SOUZA; 2013; p.241).
Segundo Barcellos (1995), o cotidiano e as práticas se associam não apenas ao território, mas também ao lugar, sendo estes categorias espaciais de fundamental relevância em estudos geográficos, pois território e cotidiano são conceitos-chaves numa busca da compreensão do lugar e da natureza da sociabilidade contemporânea.
De acordo com Innerarity (2010), a idéia de espaço público está estritamente ligada a realidade da cidade, aos valores de cidadania e ao horizonte da civilização, o espaço públcio é o um espaço cívico de bem comum. Por falta de espaços adequados ou por medo da violência urbana, em São Paulo muitos trocam o convívio em ambiente público por locais fechados, o espaço da PaulistaAberta demonstra as potencialidades de interação entre os sujeitos, um ambiente onde ocorre a presença de ciclistas e famílias em momentos de lazer, simultaneamente com a presença de jovens realizando práticas desportivas.
É possivél notar que a paulista não é um lugar qualquer, é uma região com qualidade urbanística eficiênte, com manutenções constantes, com facíl acesso por transporte público. A experiência da PaulistaAberta que foi destinada a ocorrer nos domingos, momento em que a maioria das pessoas não estão trabalhando, revela que não precisamos de um planejamento urbano que esteja exigindo novos recursos financeiros para a implementação de novos espaços públicos, basta utilizar de forma adequada os ambientes que já existem, buscando estrutura-los para receber diferentes grupos sociais.
As atividades da PaulistaAberta demonstram que fazer diversão, nem sempre demanda grandes infra-estruturas e nem gigantescos espetáculos. As pessoas também podem promover e criar expressões de lazer e cultura. O espaço público deve ser um espaço democrático na sua essência, de uso popular, é necessária a partipação popular principalmente em sua elaboração, construção e seu gerenciamento.
Por fim, analisamos que o espaço urbano da PaulistaAberta, possui diversas opções de lazer, para além daquelas criadas pelos próprios sujeitos no espaços público, o que faz com que muitas pessoas convirjam para o mesmos local, possibilitando a ocorrência de tensões, ou formas de lazer coletivo, ou até mesmo de conflitos. A PaulistAberta, possibilita diversas formas de atividades no lazer, salientando as especificidades do momento presente, em que as referências globais chegam a todos os lugares e as redes de sociabilidade tramadas em torno destas referências se realizam no espaço-tempo concreto da metrópole.
Considerações Finais
É certo que a vitalidade é um fator importante para o uso com qualidade destes espaços e isto pode ser realizado pela iniciativa publica como também pela população fruto de organização comunitária que requer do agente público esta possibilidade.
No caso de New York, realizou-se a iniciativa de implantar ambientes que reproduziam significado de qualidade, impulsionando maior bem-estar pra a população que utiliza o espaço. Espaços públicos de qualidade produzem benefícios às pessoas, à cidade e também contribuir na valorização comercial e influenciar na economia da região e da cidade. No caso da Avenida Paulista Aberta, também notamos as potêncialidades nos usos do espaço público, uma vez que possibilita interações de diferentes sujeitos em momentos de lazer.
Concluímos que algumas posturas precisam ser tomadas com relação ao espaço publico em algumas localidades do Brasil, necessitamos de um engajamento de todos os atores (população, poder público, academia, pesquisadores), para mudarmos o quadro que ora esta estabelecido nas cidades do país. Temos bons exemplos ao redor do mundo e de uma maneira bastante incipiente em algumas cidades do Brasil, que são positivos precisamos olhar para o espaço público com mais responsabilidade.
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*Mestrando em Geografia (FCT- UNESP).Professor formado em Geografia pela FCT- UNESP, graduado em Licenciatura, cursando no presente momento Mestrado em Geografia também na UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (UNESP) em Presidente Prudente
**Mestre em Meio Ambiente pela Universidade do Oeste Paulista. Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade do Oeste Paulista (1990), graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade do Oeste Paulista (2010)
Recibido: 06/12/2017
Aceptado: 24/01/2018
Publicado: Enero de 2018