Lourenço, Aline Soraia Mangialardo
Aluna do Programa de Pós-Graduação strictu senso em Sociedade, Cultura e Fronteiras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
RESUMO: A pesquisa científica, requer um olhar atento da pesquisadora em torno do seu objeto de estudo. Assim o direcionamento da pesquisa deve atender a algumas temáticas fundamentais que auxiliarão na compreensão de seu objeto de estudo. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo apresentar uma visão a respeito da percepção da tematização do feminino, pois este constitui uma agenda central na atualidade latino-americana e mundial devido às problemáticas que tal assunto demanda, visto que em algumas pessoas ainda reina comportamentos desqualificadores do gênero (feminino), confundindo este com sexualidade. Deste modo, neste artigo propomo-nos analisar a representação do feminino e as intertextualidades que (re) configuram o lugar da mulher, o seu empoderamento e (re) posicionamento nas relações sociais, culturais e as fronteiras que demarcam as afirmações de poder da mulher na sociedade a partir das análises metafóricas e das narrativas polifônicas presentes na tessitura das obras trabalhadas na disciplina de Sociedade, Cultura e Fronteiras: fundamentos e enfoques interdisciplinares. Para tal, adotamos uma pesquisa qualitativa, com base bibliográfica. Para elucidar nosso trabalho buscamos através de autores como: Dussel, Latour, Reed e outras leituras que nos auxiliaram na construção da representação sócio simbólicas e ideológicas que procuram (re) configurar a as forças e de poder das lutas de gênero nas sociedades atuais e que o “ser mulher” é uma identidade prefigurada, pois ela é muito mais forte do que se pensa e que a luta por igualdade tem que ser diária e superada a cada passo deste processo.
PALAVRAS CHAVES: GÊNERO, SOCIEDADE, CULTURA, FRONTEIRA.
RESUMEN: La investigación científica requiere una mirada atenta de la investigadora alrededor de su objeto de estudio. Así, la dirección de la investigación debe atender a algunas temáticas fundamentales que auxiliarán en la comprensión de su objeto de estudio. En este sentido, este trabajo tiene como objetivo presentar una visión respecto a la percepción de la tematización del femenino, visto que este constituye una agenda central en la actualidad latinoamericana y mundial debido a las problemáticas que tal tema demanda, visto que en algunas personas aún reina comportamientos descalificadores del género (femenino), confundiéndolo con sexualidad. De este modo, en este artículo nos proponemos analizar la representación del femenino y las intertextualidades que (re)configuran el lugar de la mujer, o su empoderamiento y (re)posicionamiento en las relaciones sociales, culturales y las fronteras que demarcan las afirmaciones de poder de la mujer en la sociedad a partir de los análisis metafóricos y de las narrativas polifónicas presentes en la tesitura de las obras trabajadas en la asignatura de Sociedad, Cultura y Fronteras. Para elucidar nuestro trabajo buscamos a través de autores como Dussel, Latour, Reed y otras lecturas que nos auxiliarán en las construcciones de la representación socio simbólica e ideológica que buscan (re)configurar a una correlación de fuerzas y de poder de las luchas de género en las sociedades actuales y que el “ser mujer” es una identidad prefigurada, pues ella es mucho más fuerte de lo que se piensa y que la lucha por igualdad hay que ser a diario y superada a cada paso de este proceso.
PALABRAS CLAVE: GÉNERO, SOCIEDAD, CULTURA, FRONTERA.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Lourenço, Aline Soraia Mangialardo (2017): “Sociedade, cultura e fronteiras: fundamentos e enfoques interdisciplinares como pilares das questões de gênero”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (abril-junio 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/02/sociedade-cultura-fronteiras.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1702sociedade-cultura-fronteiras
Introdução
O objetivo deste trabalho é mostrar que, ao nos debruçarmos sobre alguns aspectos formadores da sociedade, da cultura, e das fronteiras e, articularmos a discussão dos autores da disciplina de sociedade, cultura e fronteiras percebemos que a tematização da constituição do feminino (gênero) que se faz presente na agenda central da atualidade da América Latina e mundial, é totalmente construída da formação social que constitui a palavra gênero (feminino) sua conceptualização e as diversas nuances consolidadas através da sua formação.
Entendemos que, os assuntos relacionados ao gênero, embora ocupem lugar de destaque nos debates das causas sócio-políticas em todo o mundo, e por muitas correntes é apresentado como em “vias de superação” ou até mesmo “superado”, mereça de nós a cada dia mais debates e atenção, pois estudos mostram que a falta de igualdade, com relação a oportunidades de emprego, a salário, comportamentos sociais e culturais e também as violências domésticas que terminam em uxoricídio1 , o feminicídio2 , crimes comuns nas sociedade e que começam com a violência contra as mulheres, bem como outros aspectos que fazem parte das lutas feministas3 , estão longe de serem lucidados pela nossa sociedade.
Existe também agravantes como o fato de algumas pessoas ainda usarem comportamentos desqualificadores do gênero (feminino), confundindo gênero e sexualidade, e assim construindo um preconceito ainda maior, fortalecendo o conflito alimentado por anos e anos de submissão da mulher, merecem destaque nas lutas dos diretos humanos relacionados a questão pois, gênero e sexualidade são assuntos diferenciados e, como tal, merecem destaque especiais como pilares das lutas feministas.
Assim sendo, neste artigo propomo-nos analisar a representação do feminino, e as intertextualidades que (re) configuram o lugar da mulher, o seu empoderamento e (re) posicionamento nas relações sociais e de afirmação de poder na sociedade a partir das análises metafóricas e das narrativas polifônicas relacionadas as questões de gênero (feminino), utilizando como pano de fundo a sociedade, a cultura e as fronteiras: fundamentos e enfoques interdisciplinares, a fim de demonstrar o quanto essa luta é importante e possível além de salientar que nosso objetivo maior, que é sempre a igualdade e respeito entre os gêneros pois acreditamos que somos todos iguais e como iguais merecemos nossos direitos, respeito e justiça para todos sem distinção a cor, raça, religião ou gênero.
Esta é uma pesquisa qualitativa, com base bibliográfica nas leituras efetuadas para as aulas de Sociedade, Cultura e Fronteiras: fundamentos e enfoques interdisciplinares, de tendo como bases autores como: Dussel, Latour, Reed, e outros no quais procuramos (re) configurar as lutas e forças para igualdade de gênero nas sociedades atuais, sustentando que, “ser mulher” é uma identidade prefigurada, pois ela é muito mais forte do que se pensa.
Para tanto, o artigo está organizado da seguinte maneira: Discorremos sobre a questão de gênero (feminino) na sociedade. Em seguida, sobre a e sobre a submissão feminina, buscando contextualizar o tema no passado, com o objetivo de demonstrar a entrada da mulher no sistema capitalista e por fim, falar da mulher pós e da mulher moderna, traçando um parâmetro das nossas lutas, conquistas e fracassos, sempre tentando embasar nos autores trabalhados na disciplina. Por fim, apresentamos as considerações finais e a bibliografia.
O capitalismo4 , sistema vigente na maioria dos países do mundo, trás consigo muitas mazelas. Ele se destaca principalmente por implantar a sociedade de classes, e uma das suas piores vertentes é a contribuição para a desigualdade entre os sexos.
Para Saffioti, o capitalismo se alimentava “ da preservação de empregos arcaicos como os empregos domésticos, geralmente feitos por mulheres, negras e pobres, tanto quanto da apropriação de atributos femininos pelas industrial.” (Saffioti,p 190)
Como podemos observar, tanto nas esferas sociais ou culturais, política ou intelectuais, os homens ainda ganham lugar de respeito e de destaque sobre as mulheres perpetuando uma suposta superioridade masculina entre os gêneros, entregando a mulher papeis subordinados, e mantendo-as em onde, mesmo que efetuando o mesmo trabalho, estejam em desvantagem salarial ou em desigualdade de oportunidades em relação à eles.
Apenas recentemente a mulher começou a sair da cozinha e dos quartos das crianças para protestar contra o monopólio do homem, porém, as a desigualdades iniciais ainda permanecem.
Na obra “Filosofia da libertação”, Dussel afirma que,
A ação libertadora, detentora de consciência ética, a qual escuta o clamor de justiça do Outro, se dirige a este Outro como práxis (relação homem-homem) e nela está incluída também a poiese (relação homem-natureza), pois não há libertação sem economia e tecnologia humanizada. O ethos da libertação é a atitude ou capacidade de inovar, de criar o novo, pois emerge do serviço ao Outro, este serviço se estrutura no eixo fundamental que é o amor ao Outro como Outro, ao oprimido não por sua situação de oprimido, mas como sujeito da exterioridade. (DUSSEL, 1996, p. 83).
Falar em ética, consciência, clamor, outro, faz parte da luta de gênero (feminina) em todas as suas vertentes. E é neste ponto que Dussel nos toca à alma. Quando saímos para protestar pelo direto de amamentar nossos filhos no horário de trabalho, por exemplo, esse ato se faz muito maior do que o social, uma mulher tirar o seio para dar alimento para seu filho perante as pessoas, em nossa sociedade, é um ato politico, um direito que deve ser respeitado uma luta que hoje ainda é mal vista por muitas pessoas, inclusive do mesmo gênero, pois, infelizmente, existem muitas mulheres que reproduzem os padrões sociais da maioria da população.
Em um segundo momento, Dussel fala a respeito da erótica, e da dominação do homem pela mulher, essa “dominação” se da através da sexualidade, onde afirma que o é “outro como Outro, sexuado de uma maneira que chama o Eu para suprir a ausência, sem nunca se tornar objeto sob o risco de perder sua alteridade, a plenitude do éros, a liberadade.” (DUSSEL, 1996, p. 101/102). E segue afirmando
É por isso que a reversão dos processos históricos que tornaram a mulher latino-americana vulnerável enseja a liberação erótica, isto é, a libertação da mulher, a libertação do patriarcalismo, da definição de mulher como castrada e como “não-falo”, isto é, como não-ser e, não menos importante, a recuperação pelo varão de parte da sensibilidade perdida para a ideologia machista. Para tanto, Dussel (1996, p. 105) propõe começar de novo. Libertar-se da erótica dominadora, não é, pois a negação pura da dominação, nem da erótica e sim o reconhecimento da distinção sexual que leve a uma alteridade erótica, de modo que um casal de iguais se forme dotado de distinção sexual entre seus componentes, mas constituído de pessoas com igual direito à vida, ao trabalho, à educação, à política, sendo parte deste projeto a libertação da erótica cultural dos povos e culturas dependentes, restituindo-lhes a dignidade (DUSSEL 1996, p. 106- 108-apud LOBO, 2015, p 209-210).
Esse clamor de Dussel pela libertação da erótica vem de encontro ao que falamos no inicio sobre agentes desqualificadores de gênero (feminino) confundindo com sexualidade. O gênero feminino, vem com a mulher moderna que luta por igualdade de de gêneros, com homens e mulheres trabalhando, sendo educados, e politizados da mesma maneira e esta, na nossa opinião, é a base para se construir uma sociedade culturalmente justa, muito embora essa ainda não seja a realidade em que vivemos.
Para Émile Durkheim, seguidor de Conte, os fatos sociais devem ser tratados como coisas, como uma fuga de ideias pré-concebidas. O conjunto de crenças e sentimentos coletivos é a base da coesão da sociedade onde se destacava o estudo da moral dos indivíduos e a própria sociedade cria mecanismos de coerção internos que fazem com que os indivíduos aceitem de uma forma ou de outra as regras estabelecidas (a explicação dos fatos sociais deve ser buscada na sociedade e não nos indivíduos – os estados psíquicos, na verdade, são consequências e não causas dos fenômenos sociais). Durkheim quase que objeta os fenômenos sociais, mas a realidade que nos move pode ser movida pela natureza mais de forma imediata ( usando o senso critico, será que essa é uma realidade plausível?
Argumentar sobre o que move os fenômenos sociais e os objetos e como eles se articulam através do modo que olhamos para a realidade, pode ser do senso comum para o senso social. A pergunta deve ser, qual o fenômeno social nos queremos entender? Ele é adaptado pelo local que nos estamos e como nos vemos os fenômenos.
A ideia de paradigma esta totalmente ligada ao local que esta mais escola que se move aqui na fronteira. Nós nunca podemos reduzir a capacidade do nosso olhar de uma forma reducional. O fenômeno social não é individual ele é global.
Correlacionando com nosso objeto, as questões de gênero ligam-se as questões sociais e muito embora o mundo tenha evoluído e as pessoas tenham buscado existem muitas questões que se somam as elas tais como
o multiculturalismo que caracteriza a nova ordem mundial, a crescente heterogeneidade das sociedades devido à intensificação das migrações e das interações inter étnicas e interculturais não nos permitem mais fechar os olhos para o fato de que as culturas não são monolíticas e estáticas e que, por isso, não há como trabalharmos com noções de identidades culturais mumificada . ( Maher 2007, p.89)
Sendo assim, quando tratamos as questões de gênero, temos que atentar para questões multiculturais respeitando a individualidade do outro enquanto agente cultural, tendo em vista que as barreiras que não respeitam mais conceitos de culturas mumificadas que já estão sendo a muito tempo questionadas e essas fronteiras existem para ser transpassadas a todo o momento e que convenções sociais se tornam cada vez mais revistas por pessoas que se transformam a todo momento.
a diversidade cultural é também a representação de uma retórica radical da separação de culturas totalizadas que existem intocadas pela intertextualidade de seus locais históricos, protegidas na utopia de uma memória mítica de uma identidade coletiva única (BHABHA, 1998, p.63).
Desse modo, a diversidade cultural acaba por formar uma fronteira entre os indivíduos de um grupo social por conta das diferenças culturais de seus integrantes. Isso se dá por cada grupo tender a blindar sua sabedoria ao invés de dividi-la. Tudo por causa de um pré-julgamento de que não seria aceita sua cultura, pois já temos implantada uma cultura comum a qual deveria supostamente ser seguida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sociedade, bem como a cultura e as fronteiras são aspectos vivenciados a todo o momento pelos seres humanos. Todos fazemos parte de uma grande rede de comportamentos socioculturais que, ao mesmo tempo são transmitidos por nossos familiares, são modificados por amigos, grupos sociais, e outros fatores que ditam comportamentos que podem ser de uma forma em um grupo e de outra completamente diferente em outro.
As reflexões neste trabalho são de cunho puramente teórico, pois, o que fizemos foi uma revisão da literatura que aborda questões referentes à sociedade, à cultura e à fronteira, considerando estes pilares da formação das identidades perpetuadas as questões de gênero (feminino) onde salientamos a fundamentação onde se questiona quais são as relações que transformam uma fêmea da espécie humana em uma mulher domesticada? Tais reflexões são ainda bastante incipientes e, portanto, não encerram as discussões sobre o tema, posto que, servirão de base teórica para uma pesquisa mais ampla que será realizada posteriormente e cujo objetivo principal será apresentar uma visão a respeito da percepção da tematização do feminino (gênero) concordando com Rubin que
o sistema sexo/gênero é um conjunto de arranjos através dos quais uma sociedade transforma a sexualidade biológica em produtos da atividade humana, e na qual estas necessidades sexuais transformadas são satisfeitas (RUBIN, 1975).
E quando articulamos minimamente com diversidade cultural, multiculturalismo e outros assuntos, tentamos minimamente passar um conceito básico de tolerância, respeito e igualdade entre gêneros, etnias e religiões.
Sabemos que essas lutas estão longe de serem transpostas e que as barreias das fronteiras são demasiadamente grande, mas concordamos com Silva quando afirma que
“Cruzar fronteiras”, por exemplo, pode significar simplesmente mover-se livremente entre os territórios simbólicos de diferentes identidades. “Cruzar fronteiras” significa não respeitar os sinais que demarcam – “artificialmente” – os limites entre os territórios das diferentes identidades (SILVA, 2009, p.88)
BIBLIOGRAFIA
DUSSEL, Enrique D. Filosofia da Libertação na América Latina. São Paulo. Editora Loyola, 1977.
Lobo, Lívia Teixeira Moura, A filosofia da libertação de enrique dussel e os direitos humanos: a américa latina como lugar que fala sobre a sua alteridade, Amazônia em Foco, Castanhal, v. 4, n.7, p. 200-221, jul./dez., 2015
MAHER, T. M. Do Casulo ao Movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. Campinas: Mercado de Letras, 2007.
RUBIN, Gay "El tráfico de mujeres: Notas sobre la "economía política" del sexo", Nueva antropología, Vol. VIII, nº30, México 1986, entre otras colecciones. texto online Publicación original: "The Traffic in Women: Notes on the 'Political Economy' of Sex", in Rayna Reiter, ed., Toward an Anthropology of Women, New York, Monthly Review Press(1975); también reeditado en "Second Wave: A Feminist Reader" y en otras colecciones. texto online
SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes. Mito e Realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
SILVA, A.M; SILVEIRA, M.I. Letramento literário na escola: desafios e possibilidades na formação de leitores. Disponível em: http://www.educacao.al.gov.br/reduc/edicoes/1a-edicao/artigos/reduedicao/LETRAMENTO%20LITERARIO
%20NA%20ESCOLA_Antonieta%20Silva_Maria%20Silveira.pdf. Acesso em: 23/07/2014.
2 Femicídio ou feminicídio é um termo de crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres, mas as definições variam dependendo do contexto cultural.
https://www.google.com.br/?gws_rd=cr&ei=rdMIWcKtJIaIwgTNgb2QDQ#q=feminicidio
3Feminismo é um movimento social e político que tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres e que existe desde o século XIX.
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-que-e-feminismo-2198.html
4 Capitalismo - sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro.
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