Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


RODA DE CONVERSA: FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA A COMPREENSÃO DOS PROBLEMAS ALIMENTARES CONTEMPORÂNEOS

Autores e infomación del artículo

Alcione Aguiar Souza*

Matilde Meire Miranda Cadete**

Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

alcionesol@gmail.com

RESUMO
Este trabalho é fruto de uma pesquisa realizada com as famílias dos alunos do Centro Pedagógico da UFMG de abril a julho de 2016. A roda de conversa é uma proposta calcada na metodologia Freiriana de educação social afinada à educação para a saúde. A roda de conversa apresenta uma proposta de construção e reconstrução da realidade, por meio do ato educativo reflexivo, que acontece tanto por meio da fala e da escuta, quanto por meio da discussão e da participação. Buscou-se discutir com os sujeitos as demandas e as dificuldades identificadas na pesquisa. Entende-se que o comportamento alimentar assertivo é um aprendizado que se dá para além das teorias. Ele se efetiva no contexto cultural e social, dentre outros, por meio da descoberta dos alimentos nas suas variadas dimensões físicas como olfato, paladar, visão e outros, bem como pelas diversas emoções e sensações que envolvem o ato de comer. Alimentar nutre o corpo e nutre a alma.
Palavras chave: Educação social, Educação em saúde, Educação alimentar e nutricional, Rodas de conversa.

“ROUND TABLE TALKS: PEDAGOGICAL INSTRUMENT TO UNDERSTAND CONTEMPORANEOUS FOOD PROBLEMS”
ABSTRACT
The technical product from the master's research carried out with the Students' families of the first cycle of human formation of the Pedagogical Center of UFMG in 2016 used, as an action tool, the round table talks. This proposal of methodological approach is based on the Freiriana methodology of social education to health. This product aims to discuss with the participating subjects of the research the needs and difficulties identified through the questionnaire and interviews answered by them. The round table presents a proposal of construction and reconstruction of reality through the reflective educational act, which can happen through both speech and listening, as well through discussion and participation. It is understood that assertive eating behavior is a learning process that goes beyond theories. It is effective in the cultural and social context, and others, through the discovery of food, with its various colors, forms, textures, flavors, aromas and the various emotions and sensations that involve the act of eating. Food nourishes the body and nourishes the soul.
Keywords: Social education, Health Education, Food and Nutrition Education Nutritional, Round Table.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Alcione Aguiar Souza y Matilde Meire Miranda Cadete (2017): “Roda de conversa: ferramenta pedagógica para a compreensão dos problemas alimentares contemporâneos”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (abril-junio 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/02/roda-conversa.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1702roda-conversa


 1 INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta uma proposta de intervenção educativa, na perspectiva filosófica da Educação em Saúde, que tem como base a teoria da educação dialógica e libertadora de Paulo Freire. Segundo o Marco de Referência da Educação Popular para as Políticas Públicas (Brasil, 2014:1), essa é uma metodologia educacional dialógica com concepção teórica e prática que “articula os diferentes saberes e práticas, com as dimensões da cultura e dos direitos humanos”.
Esta atividade será desenvolvida para atender as demandas levantadas pela pesquisa de mestrado, realizada com as famílias dos alunos do primeiro ciclo de formação humana do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (CP/UFMG), no ano de 2016, que objetivou conhecer o comportamento alimentar, o entendimento das famílias acerca de alimentação saudável e seus impactos na saúde dos filhos, além das dificuldades dessas famílias para formarem hábitos alimentares saudáveis.
Os dados revelados apontaram que as famílias têm comportamento alimentar não saudável, bem como práticas alimentares errôneas, como falta de rotina, hábito de pular as refeições e más escolhas, tanto na quantidade quanto na qualidade dos alimentos para consumo. Evidenciaram também que há um padrão alimentar não assertivo, como: baixo consumo de leite, verduras, frutas e legumes e alto consumo de guloseimas, salgadinhos tipo chips, embutidos e outros alimentos superprocessados.
Ao mesmo tempo, os dados comprovaram que não existe um entendimento real de que a alimentação praticada poderá causar a curto, médio e longo prazo impactos negativos na saúde dos filhos. Os pais externaram que existem grandes dificuldades para modificar os hábitos que eles próprios identificam como não saudáveis. Outra questão importante apurada foi que a alimentação saudável foi associada ao mito de que teria preço alto, ou que dificultaria a rotina da família, sendo, por isso, mais difícil propor e efetivar mudanças na vida familiar.
As ações educativas têm por objetivo abordar de forma clara os problemas apontados e discutir as dificuldades levantados, que estão alinhados aos da sociedade brasileira em geral, que são: falta de tempo das mães para o preparo das refeições, excesso de trabalho dos pais e rotinas intensas para as crianças com muitas horas fora de casa, excesso de exposição a canais midiáticos, como televisão e internet. Essas questões acabam por levar a uma falta de rotina alimentar e a hábitos alimentares não assertivos, o que caracteriza condição de insegurança alimentar e nutricional (BOOG, 2010; Brasil, 2013 a e b).
Os problemas alimentares foram compreendidos de forma contextualizada em uma perspectiva interdisciplinar e como um problema social em toda a sua complexidade. Por este motivo, optou-se para realizar uma intervenção as rodas de conversa, por ser um instrumento educativo afinado com a metodologia da educação popular.
A educação para a vida e para a cidadania é uma das maiores e mais importantes funções sociais da educação (Freire, 2002; Freire, 2003; Gadotti, 2012). Essa abordagem de educação inovadora revela ao ser humano que a sua capacidade de aprender e a de ensinar estão integradas e intrinsecamente ligadas, além disso, estabelece que a participação dos sujeitos seja livre e crítica.
2. A EDUCAÇÃO NA PRESPECTIVA DIALÓGICA
2.1 A TORIA FREIRIANA DE EDUCAÇÃO
A teoria Freiriana é uma filosofia educativa que tem como base a realidade, o diálogo e a relação dialética. Nela, o ato educativo e o ato político se misturam de tal forma que é impossível um existir sem o outro. Neste sentido, a educação tem a obrigação de ser problematizadora da realidade, pois traz em si a essência de todo ser humano: seres “inacabados”, que se “fazem e refazem” a todo instante. Para Paulo Freire, a “palavra” é a ferramenta que promove a transformação do mundo, como também, o meio pelo qual os sujeitos pronunciam sua visão de mundo e se permitem “encontrar com o outro” (FREIRE, 2003).
Educar, então, seria uma relação dialógica e dialética em que a reflexão e a ação estariam presentes como práticas de liberdade. O processo de educar desenvolver-se-ia por meio da comunicação horizontalizada, respeitosa, que transmitiria confiança entre as partes, de modo a despertar a criticidade, a esperança, a fé e a confiança no outro e no mundo, características essas necessárias para compreender o mundo em toda a sua complexidade, diversidade e conflitos (Freire, 2003, Quaresma, 2010).
Essa teoria parte de uma visão de mundo em que o homem dialoga e respeita o outro, mesmo quando este outro não tem a capacidade de perceber a importância dessa dinâmica. “O diálogo é este encontro dos homens, imediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu” (Freire, 2005, p. 91).
Assim, o entendimento do processo de ensino-aprendizagem está calcado na afirmativa de que todo ser já nasce sabendo de algo, e este algo é o seu mundo e é nele que estão os elementos principais que irão despertar a curiosidade que é a mola propulsora do ato de aprender. O caráter histórico e social do conhecimento reforça a necessidade de que este método tenha como plano central as necessidades do aluno, porque é sempre a partir delas que o educando se aproxima do mundo, interage com ele e constrói o seu conhecimento (Freire, 1997).
Neste quadro, as instituições educacionais, ao proporem os conteúdos programáticos, dialogarão com os setores sociais, para que, a partir desse diálogo nasçam as propostas de conteúdos e os temas geradores, ou palavras geradoras. A palavra geradora é que irá alavancar a conversa e o diálogo com o educando, uma vez que ele é o construtor do conhecimento (Freire, 2005).
É na realidade mediatizadora, na consciência que dela tenhamos educadores e povo, que iremos buscar o conteúdo programático da educação. [...] É o momento em que se realiza a investigação do que chamamos Universo Temático do povo ou o conjunto de seus temas geradores (Freire, 2005:101).
Porém, o compartilhamento do saber produzido com suas opiniões e ideias tem tanta importância quanto o conhecimento produzido, uma vez que será por meio dele que outros mundos se abrirão para retroalimentar o processo educativo. Nesta perspectiva educacional, o saber é construído conforme o sentido e significado que o educando dá a ele. Sendo, por isso, um aprendizado repleto de significados e significantes, pois nasceu das suas necessidades e de seu mundo. Assim, neste debate, o papel do educador não é impor a sua visão de mundo, mas sim manter um permanente diálogo com todos sobre a sua, a minha e a nossa visão de mundo (Freire, 2005).
2.2 A EDUCAÇÃO INOVADORA E EMANCIPADORA
Para Bignetti, (2011), a inovação social é um fenômeno social que acontece no seio da sociedade e que modifica as relações sociais. Assim, a educação inovadora irá promover a emancipação humana, por meio da reflexão, tomada de decisão e ação transformadora da realidade.  Nesse sentido, a metodologia Freiriana, aqui proposta como metodologia norteadora para as atividades do produto técnico, é inovadora ao propor práticas educativas que possibilitam uma aprendizagem abrangente, não fragmentada, que permita uma tomada de posição frente aos problemas enfrentados na realidade (Quaresma, 2010; Gadotti, 2012; Freire, 1997, 2002, 2003). 
Os problemas cotidianos da sociedade requerem um novo entendimento de educação, em que se efetive um processo em que os sujeitos envolvidos tenham oportunidade de refletir sobre qual seria o seu papel e a sua participação frente ao ato de conhecer, além de propiciar o contato com o outro sem perder a sua identidade. É necessária “[...] a proposição de uma nova forma de pensar, na qual a comunicação, a subjetividade e a reflexividade possam ser as marcas distintivas” (Silva, 2015:380).
Essas seriam, portanto, formas ideais para se buscar novas soluções sociais, em que todos têm a oportunidade de influenciar e serem influenciados, de tomar deliberações e de opinar, sempre no intuito de conciliar e ajustar interesses diversos e pontos de vista antagônicos, levando em consideração as múltiplas variáveis que fazem parte dos processos de transformação social  (Bignetti, 2011).
Assim, entende-se a educação como prática de empoderamento social, podendo acontecer dentro ou fora da escola, com vistas a auxiliar no desenvolvimento local ao preparar o indivíduo para o exercício da cidadania, autonomia e responsabilidade social (SILVA, 2015).
Compreendendo a alimentação como parte da vida social e que as questões referentes à alimentação e nutrição estão intimamente ligadas às questões de saúde, segurança alimentar e nutricional e às questões de vulnerabilidade social, percebe-se que as práticas de educação objetivam desenvolver capacidades e autonomia nas famílias e na comunidade, para que possam fazer escolhas alimentares certas e conscientes que as levem a efetivar hábitos e práticas saudáveis de vida, conforme recomendações do Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Cultura e do Desenvolvimento Social (Brasil, 2012; Brasil, 2013 a e b).
2 3 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO PARA UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA INDIVIDUAL E COLETIVA
A educação em saúde, independentemente do modelo de educação a que estiver relacionada, é considerada como prática educativa que visa à melhoria da qualidade de vida e da saúde da população, por meio da mudança de hábitos, atitudes e comportamentos, tanto de forma individual quanto coletiva. Essa mudança social dar-se-á por meio da aquisição de novos conhecimentos que irão se traduzir em ações transformadoras do seu estado de saúde atual (Moreira et al., 2009; Batista et al., 2015).
Nessas condições, essa modalidade se alinha à educação social, já que o seu campo de atuação são as pessoas, além de estar imbuída de capacidade de emancipação humana e empoderamento para resolução de problemas, bem como é capaz de promover o desenvolvimento local (Gadotti, 2012).
Porém, apesar de, na sua concepção, estar clara a ideia transformadora, essa prática educativa, por vezes, acontece dentro de uma lógica educacional em que os conhecimentos são transmitidos de alguém que sabe e que os domina, para alguém que não sabe e, por isso, ficando subordinado ao alguém que sabe. Dessa forma, é na reprodução da educação assimétrica e baseada na transmissão de saberes, com foco higienista, prescritivo e policialesco que essa prática pedagógica, em muitos casos, dá-se desde a década de 1950 do século XX (Moreira et al., 2009; Sampaio et al., 2014; Gadotti, 2012).
Já no século XXI, depois de mais de uma década de profundas discussões, o Ministério da Saúde, por meio da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), vem trabalhando em uma proposta de saúde social que requer práticas socialmente produzidas e contextualizadas ao tempo, história e cultura dos sujeitos, para que resultem em participação, empoderamento, solidariedade, pertencimento social e outros (Brasil, 1989).
Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 1993:13):
a Educação em Saúde se constitui como um conjunto de práticas pedagógicas e sociais, de conteúdo técnico, político e científico, que no âmbito das práticas de atenção à saúde deve ser vivenciada e compartilhada pelos trabalhadores da área, pelos setores organizados da população e consumidores de bens e serviços de saúde.
Entretanto, apesar do discurso, essa prática educativa se efetivará apenas se estiver embasada no respeito às diferenças de culturas, formas de organização comunitárias, bem como considerar as experiências, valores, crenças e conhecimentos dos envolvidos (BRASIL,1989).
Na perspectiva problematizadora da teoria freiriana, o saber popular se imbrica ao saber científico de saúde para formar um novo saber, que resultará na compreensão do que é a saúde, doença, autocuidado, qualidade, vida e outros, de forma ampliada e contextualizada, levando em conta a compreensão estrutural dos seus reais problemas sociais.
2 4 A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL
A resolução do FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, define, no Art. 13º, um importante instrumento na construção de hábitos alimentares saudáveis, que é a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) que vem a ser definida como: o conjunto de ações formativas, de prática contínua e permanente, transdiciplinar, intersetorial e multiprofissional, que objetiva estimular a adoção voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis que colaborem para a aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a qualidade de vida do indivíduo (Brasil, 2013 c).
O parágrafo 1º deste artigo diz que “poderão considerar ações de EAN, entre outras, aquelas que promovam a oferta de alimentação adequada e saudável na escola; promovam a formação de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com a alimentação escolar; articulem as políticas municipais, estaduais, distritais e federais no campo da alimentação escolar” (Brasil, 2013c:7).
A oferta de EAN voltada para o ensino fundamental, período em que as crianças se desenvolvem, crescem e aprendem de forma mais rápida e intensa do que em qualquer outra fase da vida, tem como objetivo incorporar e legitimar a escola como um espaço propício para práticas efetivas de educação para a saúde alimentar e nutricional (VASCONCELOS et al., 2012).
As atividades e ações de EAN devem ser elaboradas preferencialmente de forma prática e teórica, conforme o previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e Cultura, que preconizam que essa deverá ser trabalhada em um processo de construção coletiva do conhecimento, envolvendo: alunos, família, professores e funcionários (Brasil, 1997).
O oferecimento do alimento e de informações acerca de seu valor nutricional não é suficiente para que o hábito alimentar saudável se constitua. A complexidade inerente ao fenômeno alimentar requer investimento em abordagens educativas progressistas, transversais e intersetoriais com a convocação de atores sociais afins (Silva, 2009:10).
Essas ações educativas favorecem aos alunos e famílias a oportunidade de reflexão acerca da realidade em que estão inseridas, dos seus hábitos, e estilo de vida.
[...] Saber é descobrir sabores, característica social, construída pelo convívio entre alunos, professores, amigos e família, tal qual o ambiente escolar proporciona. Trata-se de um conhecimento que não está apenas no conteúdo, é apreendido na experiência saborosa da sociabilidade e do aprendizado com o cotidiano (Cordeiro; PORTRONIERI, 2014:5).
Nesse sentido, a EAN deverá ampliar a sua abordagem para além da transmissão de conhecimento e gerar situações de reflexão sobre as situações cotidianas, na busca de soluções e prática de alternativas (BrasiL, 2014a). “Quando a EAN aborda estas múltiplas dimensões, ela se aproxima da vida real das pessoas e permite o estabelecimento de conexões, entre o processo pedagógico e as diferentes realidades e necessidades locais e familiares” (Brasil, 2014a: 16).
Partindo do pressuposto que toda a educação tem um caráter social, aqui, neste contexto, educar significa discutir e alargar olhares para uma questão de saúde pública mundial, que são os problemas de alimentação desvelados por esta pesquisa.
 Mesmo reconhecendo que alimentar é um ato que se faz permeado pela cultura, influências psicológicas, familiares e outras, é também importante proporcionar aos indivíduos uma reflexão sobre autonomia e consciência crítica, para que possa fazer escolhas conscientes sobre o que a modernidade alimentar oferece a ele (BOOG, 2010; Brasil, 2013a e b).
Tratar o tema alimentação e educação em uma perspectiva histórica, social e crítica significa que reconhecemos que “comer e conhecer estão entrelaçados no processo de aprendizado para a vida, e na construção da cidadania” (Cordeiro; Portronieri, 2014: 3).
3 A RODA DE CONVERSA
3 1 A RODA DE CONVERSA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
Segundo Freire (1997, 2002, 2003), a Educação Popular se baseia em metodologias teóricas e práticas que definem a relação dialógica como fundamento principal, em que o entrelaçamento de saberes acontece de forma horizontal, permitindo criar e recriar saberes, significados e sentidos a partir das suas próprias experiências.
Em consonância a esta teoria, a roda de conversa é uma metodologia que permite que os significados atribuídos aos problemas humanos ou sociais sejam entendidos ou explorados por um determinado grupo (Creswell, 2010).
Segundo Afonso e Abade (2009:19), a Roda de Conversa é uma metodologia participativa que tem como “forma de se trabalhar incentivando a participação e a reflexão. Para tal, buscamos construir condições para um diálogo entre os participantes através de uma postura de escuta e circulação da palavra bem como com o uso de técnicas de dinamização de grupo”. 
As rodas de conversa apresentam uma proposta de construção e a reconstrução da realidade, por meio do ato educativo reflexivo, que acontece tanto por meio da fala e da escuta, quanto por meio da discussão e da participação. Ao entrar em contato com outros contextos de vida, realidades diferentes e novas interações, os sujeitos têm oportunidade de ressignificar as temáticas que foram discutidas (Afonso; Abade, 2009).
Nessa lógica, é um debate coletivo amplamente participativo sobre determinada temática, em que os participantes são estimulados a se expressarem, escutarem e refletirem sobre as suas falas e a dos participantes da roda, permitindo que a compreensão da temática aconteça não de forma prescritiva, como na educação tradicional, mas na forma de prática, em que o conhecimento é produzido pelo coletivo (Melo; Cruz, 2014). 
Será por meio do diálogo que os participantes poderão ampliar e revisitar as ideias e as opiniões preconcebidas a respeito dos temas abordados na roda de conversa. Os mesmos serão contextualizados com a realidade dos participantes e discutidos do ponto de vista da complexidade inerente às questões sociais, questões essas que mesmo que aparentemente distintas acabam fundindo-se e sendo percebidas como partes integrantes de uma mesma realidade (Afonso; Abade, 2009; Melo; Cruz, 2014).
Essa metodologia é adequada para enfrentamentos de fenômenos sociais, pois a busca da compreensão da realidade não se faz sem a superação das dificuldades que são impostas pelos conceitos arraigados da cientificidade, como, por exemplo, o de não conseguir estabelecer pontes entre o proposto pela ciência e a realidade vivida. Assim, a palavra permite a construção coletiva do conhecimento, proporcionada pela abertura de novas possibilidades, entrosamento entre os participantes e criação de elos de confiança (Creswell, 2010; Sampaio et al., 2014).
3 2 A operacionalização do produto técnico “Roda de Conversa”
Segundo Gadotti (2012), a educação social necessita de um olhar interdisciplinar, intersetorial e multidisciplinar como é a realidade. Nesse contexto, essa metodologia requer que as temáticas abordadas sejam feitas na perspectiva das mais variadas áreas, já que as discussões terão um viés amplo que entende a alimentação não como ato fisiológico, mas como ato complexo, imbuído de símbolos e sentidos que espelham o ambiente em que se vive. Nessa dimensão, o comportamento alimentar é também uma lente que permite se conhecer e se relacionar com o mundo (Leonardo, 2009; Costa; Ferreira, 2010).
O objetivo da roda de conversa é proporcionar a aprendizagem mútua e a troca de experiências, por meio do compartilhamento de vivências, conceitos, preconceitos, sentimentos e emoções, como também descobertas, soluções e contradições, uma vez que “[...] proporcionam ao grupo como um todo, e a cada indivíduo em particular, o crescimento na compreensão dos seus próprios conflitos” (Ângelo, 2006: 9).
Por outro lado, fazendo o contraponto ao falar, existe o ouvir e o escutar. Assim, falar e ouvir são as duas faces de uma mesma moeda em que se encaixam o expressar, o se envolver e o estabelecer comunicação que são conexões imprescindíveis ao ser humano, pois fazem parte do seu desenvolvimento cognitivo e intelectual. Ouvir as falas e olhar olhos nos olhos dos participantes oportuniza a adoção de uma postura reflexiva, permitindo o início do processo de aprendizagem, reconstrução e construção de valores, bem como o autoconhecimento, conforme as teorias de Vygotski (1991) e Bakhtin (1999).
A roda de conversa é uma proposta de comunicação dinâmica e produtiva, porém, como ela tem intencionalidade, a sua metodologia prevê papéis definidos para que ela seja operacionalizada, e é, por isso, que temos o coordenador, o mediador e o relator da roda.
A dinâmica da roda de conversa não tem uma proposta fechada ou normatizada como convém a educação social, porém, faz-se necessário, em vistas de assegurar o bom desenvolvimento e de atingir os objetivos almejados, que seja seguido um roteiro conforme o modelo a seguir (Gatti, 2005; Ângelo, 2006; Afonso; Abade, 2009):

  1. divisão do grupo interessado em grupos menores de, no máximo, 10 pessoas;
  2. definir o local onde todos possam se sentir confortáveis e acolhidos;
  3. definir data e horário que convenham a todos;
  4. organizar o local com materiais sobre o tema (revistas, cartazes, frases e imagens) para incentivar que os participantes foquem no assunto e entrem no clima da temática a ser abordada;
  5. a reunião será iniciada pelo coordenador que apresentará a equipe e as motivações que levaram a proposta dos encontros;
  6. após, abrir espaço para cada um se apresentar brevemente;
  7. repassar, no primeiro encontro, as informações advindas da pesquisa e expressas como importantes pelos sujeitos participantes da mesma;
  8. depois da apresentação, a palavra será aberta para discutir os problemas e dificuldades apontadas sobre as temáticas que eles gostariam que fossem abordadas, como exemplo: importância da alimentação das crianças para a saúde, safra anual, a produção de alimentos do local onde se vive, descoberta dos alimentos por meio dos sentidos, a influência da propaganda e mídia sobre a escolha alimentar, como ler e entender os rótulos de alimentos, como era a alimentação dos pais e dos avós etc; 
  9. cabe ao coordenador em cada dia propor o assunto escolhido e a discussão de forma delicada, escutando os participantes de forma acolhedora para permitir a superação das dificuldades inerentes ao processo de se expressar em público, de se comunicar de forma assertiva e reflexiva, deixando de lado os estereótipos e preconceitos, bem como deixar os participantes à vontade em um contexto socioinstitucional diferente do usual e incentivá-los a compartilharem suas potencialidades, dificuldades e limitações. Cabe a ele também incentivar o debate e a discussão, interligar a experiência vivida e o saber popular com o saber científico e dar exemplos práticos para efetivar a construção do conhecimento;
  10. compete ao mediador garantir que todos participem de forma igualitária, bem como estruturar os critérios de discussão, interagir com todos os participantes, incentivar o debate e a discussão e não permitir a existência de diferentes status dentro da roda;
  11. o relator coletará e registrará as falas, expressões, gestos, as entrelinhas e as conexões estabelecidas, bem como os conflitos, dificuldades, facilidades, entrosamento, bloqueios e todas os comportamentos que possam ser relevantes para que se alcance o objetivo proposto;
  12. o coordenador encerra o debate avaliando a produção do conhecimento do grupo, legitimando essa construção e sistematizando o conhecimento produzido.

É fundamental que das falas surja um rico debate sobre a temática do dia, avaliando e apontando problemas e dificuldades, bem como as soluções e as possibilidades de mudanças. Porém, o mais importante é que, ao final do debate, tenha sido elaborada a construção de conhecimento real e contextualizado à realidade de cada participante. Um subproduto das rodas será ampliado: um livro de receitas voltado para os pais cozinharem junto com as crianças. A intenção é envolvê-las e incentivar práticas saudáveis de alimentação realizadas em conjunto com os familiares para estreitar laços afetivos, convívio e descobrir que é possível alimentar-se bem, com prazer, havendo trocas, alegria e aprendizagem.
Dada à complexidade da questão, adotamos e daremos prosseguimento, como base para as receitas, alimentos que as crianças apresentam maior déficit de consumo, como o leite e as frutas, que fazem parte e que valorizem a cultura alimentar da infância das crianças, dos pais e dos avós. A intenção é incentivar e reafirmar a utilização e o prazer pela alimentação natural e minimamente industrializada, além de promover intercâmbio de tradições familiares.

 

A parte teórica, se os participantes levantarem a necessidade, será disponibilizada de forma virtual e/ou impressa.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Educar para a cidadania é uma das maiores e mais importantes funções sociais da educação. A educação social releva a importância de que os conteúdos estejam conectados aos sentidos e contextos da vida de cada indivíduo, que, assim, terão condições reais de questionar e transformar a realidade em que vivem.
A educação para a saúde utiliza a metodologia das rodas de conversa para facultar, de forma horizontalizada, momentos de compreensão da realidade, discussão, troca, interação e reflexão, além de fornecer instrumentos para as necessárias transcendências. Ela permite manter a interação entre os saberes científicos e a realidade investigada, reconhecendo e compreendendo a sociedade como estrutura viva e dinâmica que a todo instante se modifica.
Isto posto, a EAN torna-se uma ferramenta essencial para também matar a fome de conhecimento, pois convoca a compreensão de que o comportamento relativo à comida alia-se ao modo de produção econômica, social e cultural. Pode-se incluir, ainda, que se liga ao tempo e espaço habitado pelo ser humano. 
O comportamento alimentar correto é um aprendizado que se dá para além das teorias científicas. Ele concretiza-se tanto por meio da descoberta dos sentidos quanto pelas diversas emoções e sensações que envolvem o ato de comer. Trata-se de uma circularidade integradora que nutre o corpo, os desejos, os sonhos, as sensações e tudo o mais. Nesse ir e vir, constrói-se e descontrói-se para uma nova construção.
Dessa forma, entende-se que a alimentação e EAN, onde quer que ocorram, não se restringem somente às questões relacionadas ao cultivo de hábitos saudáveis, mas como processo que amplia a ação educacional para ganho de espaço de discussão de temas como: emoções, afetividade, relações familiares, identidade cultural, ética, justiça social, autonomia, participação ativa, protagonismo, dentre outros.

REFERÊNCIAS
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* Possui graduação em Pedagogia (74109) pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2005). Especialista em Projetos Sociais Urbanos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestranda em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local no Centro Universitário UNA. Atualmente é servidora da Universidade Federal de Minas Gerais, lotada no Centro Pedagógico. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Ambiental, Educação Alimentar e Elaboração e Gestão de Projetos Sociais.

** Possui graduação em Enfermagem Obstetricia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1976), Mestrado em Enfermagem Pediátrica pela Universidade de São Paulo (1985) e Doutorado em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (1994). Atualmente é docente do Mestrado profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNABelo HorizonteMG. É Coordenadora de TCC do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva NESCON/ ÁGORA da Faculdade de Medicina da UFMG.Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem Pediátrica e Adolescência, atuando principalmente nos seguintes temas: Cuidar Humano, Educação em Saúde, Pesquisa Qualitativa.


Recibido: 07/04/2017 Aceptado: 11/04/2017 Publicado: Abril de 2017

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