Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A REDE PÚBLICA E PARTICULAR DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO ESTADO DO PARANÁ

Autores e infomación del artículo

Guilherme Moreira Caetano Pinto*

Bruno Pedroso**

Juliana Campos Resseti***

Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil

guilherme-coxa@uol.com.br

Resumo

O objetivo deste estudo é comparar a qualidade de vida (QV) de crianças estudantes de uma escola pública e uma escola particular localizadas em um município do interior do estado do Paraná, por meio da aplicação do instrumento KIDSCREEN-27. Para tal, aplicou-se o referido instrumento em 210 crianças, sendo 90 estudantes na rede pública de ensino e 120 estudantes da rede particular de ensino. Os resultados mostraram que em todas as dimensões do instrumento KIDSCREEN-27 o grupo estudantes da rede particular de ensino apresentou escores superiores ao das crianças estudantes na rede pública de ensino. As diferenças entre ambos os grupos, em uma escala centesimal, foram: 7,05 para Bem-estar Físico, 5,85 para Bem-estar psicológico, 10,46 para Autonomia e relação com os pais, 7,64 para Suporte social e grupo de pares, 9,34 para o Ambiente escolar e 8,07 para dimensão Geral. Destaca-se ainda que nas dimensões Bem-estar físico, Bem-estar psicológico, Autonomia e relação com os pais e no escore Geral as médias entre os grupos analisados apresentaram variação significativa. Conclui-se que as crianças da rede pública de ensino apresentam escores de QV, avaliados pelo KIDSCREEN-27, inferiores ao grupo de crianças que estudam na rede particular de ensino.
Palavras-chave:Qualidade de vida, crianças, estudantes, KIDSCREEN-27, escola pública e particular.

CALIDAD DE VIDA DE ESTUDIANTES: UN ESTUDIO COMPARATIVO ENTRE LA RED PÚBLICA Y PRIVADA EN UN MUNICIPIO EN ESTADO DE PARANÁ

Resumen El objetivo de este estudio es comparar la calidad de vida (CV) de niños estudiantes de una escuela pública y una escuela privada situada en un municipio en estado de Paraná - Brasil, a través del instrumento KIDSCREEN-27. Para eso, se aplicó este instrumento en 210 niños, de modo que 90 estudiantes son de escuelas pública y 120 estudiantes son de escuelas privada. Los resultados mostraron que en todas las dimensiones del instrumento KIDSCREEN-27 el grupo de las escuelas privadas de enseñanza presentó puntuaciones más altas que los estudiantes de escuela pública. Los valores de las diferencias fueron 7,05 para Bienestar físico, 5,85 para Bienestar psicológico, 10.46 para Autonomía y la relación padres, 7,64 para Amigos y apoyo social, 9,34 para Entorno escolar y 8,07 para la puntuación General del instrumento. Es de destacar que las dimensiones Bienestar físico, Bienestar psicológico, Autonomía y la relación padres y la puntuación General, la media entre los grupos mostró una variación significativa. Se concluye que los niños de la escuela pública tienen la CV evaluada por el instrumento KIDSCREEN-27 más baja que el grupo de niños que estudian en escuelas privadas.
Palabras-clave: Calidad de vida; niños; estudiantes; KIDSCREEN-27; escuela pública y privada.

QUALITY OF LIFE OF STUDENTS: A COMPARATIVE STUDY BETWEEN PUBLIC AND PRIVATE STUDENTS OF A COUNTRY CITY OF PARANÁ STATE

Abstract
The objective of this study is to compare the quality of life (QOL) of children from a public school and a private school located in a country municipality of the state of Paraná, trough the instrument KIDSCREEN-27. For this purpose, the instrument was applied to 210 children: 90 students in the public school system and 120 students in the private school system. The results showed that in all dimensions of the KIDSCREEN-27 instrument the group of students in the private school system presented scores higher than those of the students in the public school system. The values ​​were: 7.05 for Physical Wellbeing, 5.85 for Psychological Wellbeing, 10.46 for Autonomy and Relation to Parents, 7.64 for Social Support and Peer Group, 9.34 for School Environment, 8.07 for General dimension. It should be noted that in the dimensions Physical well-being, Psychological well-being, Autonomy and relationship with parents and in the General score, the average between the groups analyzed presented significant variation. It is concluded that children in the public school system have QOL scores evaluated by KIDSCREEN-27 lower than the group of children studying in the private school system.
Palavras-chave: Quality of life; children; students; KIDSCREEN-27; Public and private schools.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Guilherme Moreira Caetano Pinto, Bruno Pedroso y Juliana Campos Resseti (2017): “Qualidade de vida de estudantes: um estudo comparativo entre a rede pública e particular de um município do interior do estado do Paranál”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (abril-junio 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/02/estudantes.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1702estudantes


1. Introdução

As pesquisas relacionadas à qualidade de vida (QV), aqui entendida como “percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (Fleck, 2000, p. 34), encontram-se em constante crescimento acadêmico, sendo pesquisadas em diversas áreas do conhecimento.
Este cenário de crescimento acadêmico é impulsionado por pesquisas que almejam avaliar a QV de diversos públicos, gerais e específicos. Ressalta-se ainda que o processo de avaliação da QV tem origem na área da medicina, sendo uma alternativa para verificar a eficácia de um tratamento clínico realizado em pacientes enfermos (Patrick, 2008).
Além deste viés medicinal, o procedimento da avaliação da QV justifica-se na possibilidade de se detectar pontos de carência existentes na vida de um grupo populacional, bem como por oportunizar a comparação entre dois ou mais grupos e/ou evidenciar os fatores externos que podem influenciar a QV do indivíduo. Desta forma, através da avaliação da QV é possível embasar as decisões estratégicas que visem melhorar a QV de um grupo, visto que os pontos de carência são delimitados pelos indivíduos nele inseridos.
Entre as ferramentas de avaliação da QV, citam-se os instrumentos WHOQOL-100 e WHOQOL-bref, elaborados pelo grupo WHOQOL e direcionados a populações gerais. Em que pese à confiabilidade destes instrumentos, sua aplicação em populações específicas não é indicada.
As crianças e adolescentes caracterizam-se como um grupo populacional específico, visto que suas condições de vida são diferentes em comparação com a população jovem e adulta. Vale ressaltar que, além disso, as carências na QV durante a infância tendem gerar prejuízos na adolescência e idade adulta, fato que torna a avaliação da QV um desafio aos pesquisadores, diante do potencial que este procedimento tem em reduzir tais agravos (Jirojanakul; Skevington; Hudson, 2003).
No entanto, neste contexto, a literatura não dispõe de muitas pesquisas acadêmicas como o objetivo de avaliar a QV de crianças, bem como não estão disponíveis muitos instrumentos de avaliação da QV em português (Pedroso, 2013; Soares et al., 2011).
Entre os instrumentos de avaliação da QV de crianças que atendem a este requisito, se destacam os instrumentos confeccionados pelo grupo KIDSCREEN, que disponibilizou três versões: o KIDSCREEN-52, KIDSCREEN-27 e KIDSCREEN-10. O instrumento KIDSCREEN-52 é composto por 52 questões seccionadas em dez dimensões relacionadas à QV, o KIDSCREEN-27 é composto por 27 questões seccionadas em cinco dimensões e, por fim, o KIDSCREEN-10 apresenta dez questões e avalia à QV de forma unidimensional (Hidalgo-Ramussen; Rajmil; Espinoza, 2014).
Desta forma, através dos instrumentos KIDSCREEN, é possível realizar a avaliação da QV no público de crianças e adolescentes. Porém, dentro de um mesmo grupo populacional, há indivíduos que vivem em condições distintas. No caso das crianças e adolescentes, há uma grande parcela populacional que estuda em colégios da rede pública de ensino e, em menor quantidade, uma parcela populacional que estuda em colégios da rede particular de ensino.
Naturalmente, as vivencias de crianças que pertencem ao grupo de estudantes da rede pública de ensino são diferentes das experiências do grupo de estudantes da rede particular de ensino.
A literatura respalda a afirmativa acima citada. É inegável que, em sentindo estrutural, qualitativo e de acesso a tecnologias, há uma grande disparidade entre a rede pública de ensino, em crise, e a rede particular de ensino (Akkari, 2001; Sampaio; Guimarães, 2009). Não obstante, a renda é um fator que influência a relação entre pais e filhos e, de maneira geral, nas famílias de menor renda há uma maior existência de conflitos (Martin; Angelo, 1999).
Em sentido adicional, pondera-se ainda que há diferenças comportamentais entre crianças inseridas nestes dois grupos, ao passo que crianças da rede pública de ensino tendem a praticar menos atividade física (Flausino et al., 2012). Não obstante, ao delimitar um conceito de felicidade, as variáveis de maior relevância não são idênticas, visto que crianças da rede pública de ensino valorizaram mais a família e as questões da escola como importantes para a felicidade e, em contrapartida, as crianças da rede particular de ensino valorizaram em maior escala as emoções e sentimentos positivos (Giacomoni; Souza; Hutz, 2014).
Face ao exposto, torna-se pertinente avaliar a QV de crianças da rede pública de ensino em caráter comparativo com a QV de crianças da rede particular de ensino, visto que suas necessidades são distintas e uma análise global pode gerar equívocos. 
Neste contexto, o objetivo do presente estudo é avaliar, em caráter comparativo, a QV de crianças estudantes na rede particular de ensino com crianças estudantes na rede pública de ensino, de uma escola pública periférica e uma escola particular localizadas em um município do interior do estado do Paraná, através do instrumento KIDSCREEN-27.

2. Procedimentos metodológicos

  1. Alicerçado na literatura de Gil (2010), a presente pesquisa classifica-se da seguinte forma: Em relação à natureza da pesquisa é classificada como aplicada; no tocante aos objetivos é classificada como exploratória; e, por fim, no que concerne a abordagem do problema é classificada como quantitativa.

A amostra do presente estudo foi obtida através do método de amostragem não probabilística por acessibilidade. A etapa de coleta de dados foi realizada em duas escolas, sendo uma pública e uma particular, localizadas em bairros periféricos de um município localizado no interior do estado do Paraná.
A fim de preservar os participantes, não houve identificação dos participantes. Ao final, a amostra totalizou 210 estudantes, sendo 90 da rede pública de ensino e 120 da rede particular de ensino, em curso nos 6º, 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental.
Para a etapa de coleta de dados, utilizou-se o instrumento KIDSCREEN-27. Este trata-se de uma versão dos instrumentos de avaliação da QV em crianças disponibilizadas pelo grupo KIDSCREEN, composto por 27 questões seccionadas em cinco dimensões, sendo elas: Bem-estar físico, Bem-estar psicológico, Autonomia e relação com os pais, Suporte social e grupo de pares e Ambiente escolar (Gaspar; Matos, 2008).
Para o cálculo dos resultados, utilizou-se uma ferramenta elaborada no software Microsoft Excel 2010 proposta por Alves, Pedroso e Pinto (2016), que efetua os cálculos de estatística descritiva para cada uma das dimensões abarcadas pelo instrumento KIDSCREEN-27. Tendo em vista que o presente estudo tratava de duas variáveis independentes, utilizou o teste t independente para verificar se as médias retornadas pelas populações em exame diferiram significativamente.
No tocante aos critérios de inclusão, elegeu-se os estudantes com idade entre 10 e 14 anos que responderam corretamente, no mínimo, 80% das questões contidas no instrumento KIDSCREEN-27.

3. Resultados

A estatística descritiva das 27 questões da aplicação do KIDSCREEN-27 nos alunos da rede pública de ensino podem ser visualizadas na tabela 1:

A estatística descritiva das cinco dimensões e o escore global da aplicação do KIDSCREEN-27 nos alunos da rede pública de ensino podem ser visualizadas na tabela 2:

O escore médio das dimensões e do escore global da aplicação do KIDSCREEN-27 nos alunos da rede pública de ensino, convertido para uma escala de 0 a 100, pode ser visualizado na figura 1:

A estatística descritiva das 27 questões da aplicação do KIDSCREEN-27 nos alunos da rede privada de ensino podem ser visualizadas na tabela 3:

A estatística descritiva das cinco dimensões e o escore global da aplicação do KIDSCREEN-27 nos alunos da rede privada de ensino podem ser visualizadas na tabela 4:

O escore médio das dimensões e do escore global da aplicação do KIDSCREEN-27 nos alunos da rede privada de ensino, convertido para uma escala de 0 a 100, pode ser visualizado na figura 1:

 

4. Discussão
            A estatística descritiva das questões do instrumento KIDSCREEN-27, abordada pelas tabelas 1 e 3, demonstra que as crianças que estudam na rede particular de ensino retornaram média nos escores superiores em 23 questões em comparação as crianças que estudam na rede pública de ensino. No entanto, é prudente ponderar que algumas questões do instrumento KIDSCREEN-27 tem escala de resposta invertida, ou seja, quanto menor for a pontuação, mais positiva é a qualidade de vida em se tratando de tal quesito.
As questões em que as crianças que estudam na rede pública de ensino obtiveram maior média em comparação às crianças que estudam na escola particular, abarcavam o quanto a criança se sente triste (2.4), o quanto a criança se sente mal ao ponto de não fazer alguma atividade (2.5), o quanto a criança tem se sentido abandonada (2.6) e, por fim, se a criança esta feliz do jeito que é (2.7).
Observa-se, neste sentido, que as questões 2.4, 2.5 e 2.6 apresentam a escala de resposta invertida e, desta forma, sugere que as crianças que estudam em escola particular estão mais satisfeitas, tendo em vista que obtiveram uma menor pontuação média. Logo, verifica-se que em apenas uma questão (2.7) as crianças que estudam na rede pública de ensino obtiveram um escore realmente superior. Ainda assim, a média da questão 2.7 obtida por ambos os grupos apresentou proximidade, atingindo o valor de 4,48 para as crianças da rede pública de ensino, e 4,36 para as crianças da rede particular. Tais resultados indicam há uma satisfação geral da população investigada em relação a satisfação da criança do jeito que ela é.
Cabe ressaltar, ainda, que as maiores pontuações obtidas pelo grupo de crianças estudantes de escola pública foram nas questões 2.7 (4,48), que se refere ao quanto à criança esta feliz consigo mesma, e 4.2 (4,13), que aborda o quanto a criança está se divertindo com seus amigos. Já o grupo de crianças que estudam na rede particular de ensino, apresentaram as questões 4.2 (4,43), assim como as crianças estudantes de escola pública, e a questão 5.4 (4,43), que indaga se a criança esta se relacionando bem com seus professores.
É interessante ponderar que o indivíduo adulto apresenta necessidade de práticas de lazer, que gera uma satisfação ilimitada (Ferreira, 2010). Ainda assim, a jornada de trabalho, no Brasil estipulada em no máximo oito horas de acordo com a Lei nº 5.452, dificulta o individuo o acesso ao lazer devido à falta de tempo destinada no trabalho (Brasil, 2013). Este cenário acarreta uma tendência de insatisfação em relação ao lazer em indivíduos adultos.
No entanto, antagonicamente, as crianças de ambos os grupos estão satisfeitas com o quanto estão se divertindo com seus amigos. Neste sentido, fica evidente que a supracitada tendência de insatisfação em relação ao lazer de adultos tende a não se replicar no público infantil.
Outro ponto que merece destaque é a diferença na pontuação média do grupo de crianças que estudam em escola particular (4,43) com as crianças que estudam em escola pública (3,63) na questão 5.4, referente à relação das crianças com seus professores. Torna-se claro que as crianças de escola particular estão mais satisfeitas neste aspecto de sua QV.
Neste sentido, Winter (2003) indica que o professor, ao vivenciar situações de estresse em seu ofício, tem prejuízos na sua saúde e no seu desempenho profissional. Não obstante, Leite e Lohr (2012) afirmam que a escola propicia um intenso relacionamento interpessoal entre o professor e o aluno. É certo que o relacionamento entre professor e aluno esta ligado ao seu desempenho profissional e, portanto, é influenciado pela condição de estresse.
Quando se compara a realidade da escola pública com a realidade da escola particular, tanto em sentido qualitativo quanto estrutural, é nítido que há uma disparidade (Akkari, 2001; Sampaio; Guimarães, 2009). Tais problemas, principalmente estruturais, tendem a gerar um ambiente menos propicio à relação interpessoal de professores e alunos, sendo o estresse uma via de mão dupla que afeta, tanto professores, quanto alunos. Desta forma, tais pressupostos tendem a justificar o cenário exposto no comparativo entre as crianças de escola pública e particular no que tange a questão 5.4.
De maneira geral, o predomínio de uma média mais elevada nas 27 questões do instrumento KIDSCREEN-27, coaduna os resultados apresentados em relação às dimensões, expostas na tabela 2 e tabela 4.    
A tabela 5 apresenta os escores relativos às dimensões do instrumento KIDSCREEN-27 na aplicação nos grupos de crianças estudantes na rede pública e particular de ensino e, em sentido adicional, as variações encontradas entre estes. Cabe ressaltar que as variações que apresentam valores positivos indicam que o melhor resultado obtido ocorreu no grupo de estudantes da rede pública de ensino e, antagonicamente, as variações cujos valores encontram-se negativos indicam um escore superior no grupo de estudantes da rede particular de ensino:

Verifica-se que, em todos os casos, as variações encontraram-se negativas. Desta forma, pode-se inferir que as médias retornadas por crianças estudantes da rede particular de ensino foram superiores que as médias retornadas pelas crianças estudantes da rede pública de ensino nas cinco dimensões avaliadas pelo instrumento KIDSCREEN-27, bem como na dimensão geral.
Quanto às dimensões analisados observa-se que, no grupo de estudantes da rede pública de ensino, a maior pontuação obtida refere-se a Bem-estar psicológico (74,18), seguidas de Suporte social e grupo de pares (73,97), Autonomia e relação com os pais (65,20), Bem-estar físico (65,16) e Ambiente escolar (62,43). A dimensão geral, calculada pela média de todos os demais domínios, apresentou o valor de 68,19 pontos.
Em relação ao grupo de estudantes da rede particular de ensino, a dimensão maior pontuada foi Suporte social e grupo de pares (81,61). Em sequência, elencam-se as dimensões Bem-estar psicológico (80,03), Autonomia e relação com os pais (75,66), Bem-estar físico (72,21) e Ambiente escolar (71,77).
Neste contexto observa-se que, ainda que os valores tenham retornado variação negativa superior a cinco pontos centesimais em todas às dimensões da QV avaliadas pelo instrumento KIDSCREEN-27 no comparativo entre o grupo de crianças estudantes da rede pública e particular de ensino, os pontos de maior satisfação e maior insatisfação foram, em sua grande maioria, os mesmos.
Em ambos os grupos, as dimensões Bem-estar psicológico (74,18/80,03) e Suporte social e grupo de pares (73,97/81,61) foram as melhores pontuadas. No entanto, a ordem entre a primeira e a segunda melhor pontuada apresentou-se invertida. No caso das crianças estudantes na rede pública de ensino, a dimensão Bem-estar psicológico (74,18) foi a melhor pontuada, seguida da dimensão Suporte social e grupo de pares (73/97). Antagonicamente, no grupo de crianças estudantes da rede particular de ensino, a ordem se inverteu, sendo que a dimensão Suporte social e grupo de pares (81,61) apresentou a melhor pontuação, seguida da dimensão Bem-estar psicológico (80,03).
Em que pese o cenário acima-exposto, vale ressaltar que em ambos os casos houve uma proximidade grande entre os valores das dimensões melhores pontuadas em ambos os grupos. No grupo de crianças estudantes na rede pública de ensino, a dimensão Bem-estar psicológico (74,18) superou a dimensão Suporte social e grupo de pares (73,97) em apenas 0,21 pontos centesimais. Em medida semelhante, no grupo de crianças estudantes da rede particular de ensino, a dimensão Suporte social e grupo de pares (81,61) superou a dimensão Bem-estar psicológico (80,03) em 1,58 pontos centesimais.
Desta forma, os valores retornados por esta amostra permitem inferir que há uma tendência de que as dimensões Bem-estar psicológico e Suporte social e grupo de pares estejam entre as melhores avaliadas em investigações de QV no público infantil, porém não se pode precisar se há prevalência de uma dimensão sobre a outra.
No que concerne aos aspectos sociais, Lima, Weffort e Borges (2011) analisaram a QV de crianças com Diabetes Mellitus tipo I, através do instrumento PedsQL 4.0, e encontram  a dimensão social como a melhor pontuada, com valor de 87,72. Através do mesmo instrumento de avaliação da QV de crianças, Poeta, Duarte e Giuliano (2010), ao investigar a QV de crianças eutróficas e obesas, encontraram os respectivos escores de 90 e 80 para ambos os grupos.
Mesmo utilizado o instrumento PedsQL 4.0, os estudos de Lima, Weffort e Borges (2011) e Poeta, Duarte e Giuliano (2010) foram arrolados para esta discussão em virtude de que o numero de aplicações do instrumento KIDSCREEN-27 em crianças brasileiras é bastante escasso. Cabe ressaltar que, em que pese o fato dos instrumentos serem distintos, as variáveis relacionadas à QV de crianças são correlatas.
Com base nos resultados do presente estudo comparados ao exposto por Lima, Weffort e Borges (2011) e Poeta, Duarte e Giuliano (2010), verifica-se que, de maneira geral, a satisfação em relação às questões relacionadas ao âmbito social em crianças é elevada. Bessa (2000) infere que as crianças necessitam da interação com um grupo e que, dentro do ambiente escolar, elas aproximam-se de indivíduos em um momento existencial semelhante. Desta forma, ressalta-se que a convivência dentro da escola estimula a interação social das crianças, o que facilita a aquisição de novas amizades e, de forma preliminar, explica este cenário.
Quanto à dimensão Bem-estar psicológico (74,18/80,03), a população investigada no estudo de Poeta, Duarte e Giuliano (2010), através do instrumento PedsQL 4.0, retornou os valores de 70 pontos para as crianças eutróficas e, como pudera se imaginar, o valor de 50 pontos para o grupo de crianças obesas.
Observa-se que o grupo de crianças obesas apresentou valor muito inferior ao investigado por esta amostra, tanto no grupo de crianças estudantes da rede pública de ensino (74,18) como em crianças estudantes da rede particular de ensino (80,03). É natural, devido às condições em que vivem as crianças obesas, que seus escores de satisfação em relação ao bem-estar psicológico sejam inferiores aos demais grupos em exame.
Já o grupo de crianças eutróficas (70,00) investigado por Poeta, Duarte e Giuliano (2010) apresentou-se próximo do valor retornado pelo grupo de crianças da rede pública de ensino (74,18), porém distante das crianças da rede particular de ensino (80,03).
A pesquisa de Poeta, Duarte e Giuliano (2010) não descrimina em qual rede de ensino as crianças que compuseram a amostra estudam. Porém, o cenário permite aventar a hipótese de que crianças que estudam na rede particular de ensino, sem que estejam afetas por uma condição de vida específica, tendem a apresentar um escore relacionado ao bem-estar psicológico mais elevado.
No que concerne aos demais domínios, em ambos os grupos o ordenamento das dimensões de acordo com sua pontuação retornada pelo instrumento KIDSCREEN-27 não se alterou, sendo: Autonomia e relação com os pais (65,20/75,66), Bem-estar físico (65,16/72,21) e Ambiente escolar (62,43/71,77).
Ressalta-se, neste contexto, que em ambos os grupos investigados pelo presente estudo a dimensão Ambiente escolar (62,43/71,77) foi a pior avaliada. A população de crianças eutróficas, investigadas por Poeta, Duarte e Giuliano (2010) através do instrumento PedsQL 4.0, retornou o valor de 80 pontos para a dimensão ambiente escolar. Não obstante, a população de crianças com Diabetes Mellitus tipo I, investigada por Lima, Weffort e Borges (2011), retornou pontuação de 68,18 pontos no que tange as questões ligadas ao ambiente escolar.
            A variação encontrada na satisfação relacionada ao ambiente escolar em diversos grupos pode ser explicada pelo local em que as populações em questão residem. A pesquisa de Poeta, Duarte e Giuliano (2010) investigou crianças residentes no município de Florianópolis, cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,847, o maior entre os três grupos acima comparados. Este valor é superior ao IDH dos municípios de Uberaba-MG, cidade em que residem as crianças investigadas por Lima, Weffort e Borges (2011), cujo valor é de 0,772. Em medida semelhante, o IDH de Ponta Grossa-PR, local onde vivem as crianças investigadas pelo presente estudo, é de 0,763, encontrando-se próximo ao IDH de Uberaba-MG e distante do IDH de Florianópolis.
            De acordo com este cenário, infere-se que há uma tendência de que quanto maior for o IDH de uma cidade, maior será a satisfação com o ambiente escolar. No entanto, observa-se que as crianças da rede particular de ensino (71,77) investigadas pelo presente estudo retornaram valores acima do encontrado na pesquisa de Lima, Weffort e Borges (2011), cuja cidade de Uberaba-MG, local em que residem as crianças investigadas, tem IDH maior do que a cidade de Ponta Grossa-PR, lugar onde vivem as crianças investigadas pelo presente estudo. Sendo assim, sugere-se a realização de outras investigações para uma comprovação neste sentido.  
Em relação à dimensão Autonomia e relação com os pais (65,20/75,66), é interessante ponderar que, na faixa etária em que as crianças encontram-se (entre 10 e 13 anos) ocorre o período da puberdade, responsável por diversas transformações sexuais. Estas transformações permitem que o indivíduo vivencie sentimentos de ódio e amor por seus pais (Salles, 1998). Desta forma, o fato desta dimensão não figurar entre as melhores pontuadas não se trata de uma anormalidade. 
No que concerne à dimensão Bem-estar físico (65,16/72,21), a pontuação retornada pela amostra do presente estudo apresentou-se inferior ao escore de outros grupos. As crianças investigadas por Lima, Weffort e Borges (2011) apresentaram valor de 86,93 e, em medida semelhante, as crianças eutróficas analisadas por Poeta, Duarte e Giuliano (2010) retornaram escore de 90,00 pontos. Embora a discrepância, bastante incomum, entre os valores seja acentuada, tanto na comparação com as crianças estudantes na rede pública quanto nas crianças que estudam na rede particular, tal cenário apresenta nenhuma justificativa aparente.
A tabela 6 apresenta o teste de hipótese em relação às médias das dimensões da QV avaliadas pelo instrumento KIDSCREEN-27. A hipótese h0 indica que as médias retornadas pelos grupos de crianças estudantes da rede pública e particular são iguais.

Infere-se, com base nestes cálculos estatísticos, que nas dimensões Bem-estar físico (p<0,05), Bem-estar psicológico (p<0,05) e Autonomia e relação com os pais (p<0,05) as médias do grupo de crianças estudantes da rede particular de ensino foram significativamente superiores às médias de crianças estudantes na rede pública de ensino. Este cenário replica-se ainda quando compara-se os valores retornados entre todas as dimensões (p<0,05).
A variação significativa retornada na dimensão Autonomia e relação com os pais, cuja variação entre os grupos foi de -10,46 pontos indica que as crianças que estudam na rede particular de ensino estão mais satisfeitas com o relacionamento com seus pais em comparação com as crianças que estudam na rede pública de ensino.
Cabe a esta discussão mencionar que Giacomoni, Souza e Hutz (2014), ao buscar compreender os fatores que influenciam o bem-estar subjetivo da criança, encontraram que as crianças que estudam na rede pública de ensino, ao definirem felicidade, mencionaram mais a família e as questões da escola. Em contrapartida, as crianças da rede particular de ensino, ao definir felicidade, falaram em maior escala sobre emoções e sentimentos positivos.
Com base no pressuposto acima citado, pode-se afirmar que crianças estudantes na rede pública de ensino dão maior importância a variáveis relacionadas a felicidade diferentes das crianças da rede particular de ensino, valorizando mais a relação com os seus país. A importância do relacionamento com os pais para a QV foi destacada por Braz, Dessen e Silva (2005). Esta maior valorização da relação com os pais por parte de crianças da rede pública de ensino, por si só, pode ser reflexo de um sentimento de ausência de um bom convívio familiar, que proporciona um sentimento de necessidade desta variável para o conceito de felicidade. Não obstante, é evidente que o relacionamento familiar influência a QV.
Em geral, crianças que estudam na rede pública de ensino vivem em famílias que tem renda inferior a de crianças que estudam na rede particular de ensino. Nestas famílias, alguns fatores são elencados por Martin e Angelo (1999) para que surjam conflitos entre pais e filhos, tais como: as interações entre pais e filhos buscarem a resolução de problemas já existentes ao invés de buscar a prevenção para que estes não ocorram; a aceleração no processo de formação de familiar, nascimento de filhos e casamento; e a negligência dos pais na educação de seus filhos, deixando-as a cargo apenas da mãe.
Sendo assim, é possível aventar que as crianças que estudam na rede pública de ensino vivenciem em maior escala um ou mais destes fatores, o que impulsiona os sentimentos negativos em relação à dimensão Autonomia e relação com os pais, justificando a significativa variação retornada (-10,46).
No tocante a dimensão Bem-estar físico (p<0,05/7,05), constatou-se que o grupo de crianças que estudam na rede particular de ensino apresentaram-se mais satisfeitas do que as crianças que estudam na rede pública de ensino. Torna-se interessante ponderar que Flausino et al. (2012), ao investigar as diferenças comportamentais de crianças que estudam em escolas da rede pública e da rede particular de ensino, encontrou que as crianças da rede particular de ensino apresentam níveis de atividade física significativamente superiores ao grupo de crianças que estudam na rede pública de ensino. Ainda para Flausino et al. (2012), o estilo de vida sedentário acomete principalmente as famílias de menor renda.
Neste sentido, a literatura dispõe que a prática de exercícios físicos, exercícios aeróbicos, e exercícios físicos direcionados a Flexibilidade influenciam positivamente a QV de idosos ou adultos (Amorim; Dantas, 2002; Toscano; Oliveira, 2009; Pracideli; Cabral, 2011). Tais comprovações, ainda que sejam públicos com características fisiológicas distintas, permitem aventar a hipótese de que este cenário seja replicado em crianças.
Sendo assim, é possível de que o possível menor nível de atividade física retornado por crianças que estudam na rede pública de ensino justifiquem sua menor satisfação em relação ao bem-estar físico, quando comparadas ao grupo de crianças que estudam na rede particular de ensino.
            No que se refere à dimensão Bem-estar psicológico (p<0,05/5,85), infere-se que as crianças da rede particular de ensino apresentam satisfação significativamente superior do que crianças da rede pública de ensino. A variação significativa retornada na dimensão Autonomia e relação com os pais (10,46) facilita a compreensão deste cenário.
            De acordo com diversos estudos (Rohenkohl; Castro, 2012; Teodoro; Cardoso; Freitas, 2010) os aspectos familiares podem-estar relacionados com o bom funcionamento emocional e cognitivo das crianças, bem como a presença da afetividade e do conflito na família tem relação direta com sentimentos de depressão e psicopatologias.
            Neste sentido, pondera-se que os resultados relacionados à dimensão Autonomia e relação com os pais sugerem que há uma maior incidência de conflitos e uma menor afetividade na relação dos pais com o grupo de crianças da rede pública de ensino. Isto posto, é plausível que as crianças que estudam na rede pública de ensino apresentem um bem-estar psicológico inferior as crianças que estudam na rede particular de ensino.
Quanto às dimensões Suporte social e grupo de pares (p>0,05) e Ambiente escolar (p>0,05), não foi possível afirmar que o grupo de crianças da rede pública de ensino apresentou valores médios significativamente superiores ao grupo de crianças da rede particular de ensino, ainda que as variações tenham sido negativas e superiores a cinco pontos centesimais.
            A dimensão Suporte social e grupo de pares (p>0,05/7,64) considera as relações sociais e com seus amigos da criança bem como a sensação de apoio percebido. Ressalta-se que em ambos os grupos a escola facilita a interação entre os indivíduos, algo que impulsiona os escores de ambos os grupos. Este estímulo à aquisição de novas amizades justifica o fato de não haver variação significativa entre os grupos de crianças estudantes da rede pública e particular de ensino.
No que tange a dimensão Ambiente escolar (p>0,05), ressalta-se que ainda que a diferença entre as médias tenha sido insuficiente para se aferir uma significância estatística, a variação entre o grupo de estudantes da rede pública de ensino para a rede particular de ensino (9,34) foi próxima a dez pontos. Neste caso, novas pesquisas são necessárias para averiguar se os estudantes da rede particular de ensino apresentam, quanto a satisfação relacionada ao ambiente escolar, um valor significativamente superior aos estudantes da rede particular de ensino.
A literatura dispõe de diversos estudos que afirmam que há, em sentido qualitativo e estrutural, uma disparidade entre as escolas da rede pública de ensino, considerada em crise, com as escolas da rede particular de ensino (Akkari, 2001; Sampaio; Guimarães, 2009).
 Desta forma, é natural que as crianças que estudem na rede pública de ensino apresentem menor satisfação em relação ao ambiente escolar, o que faz com que este cenário não se trate de uma anormalidade, e faz-se necessário a compreensão dos fatores que as crianças que levam as crianças a estarem insatisfeitas com a escola, para que seja possível inferir melhorias neste sentido. Ressalta-se ainda que a ausência de um resultado significativo neste sentido pode ter ocorrido em virtude de que o KIDSCREEN-27, instrumento utilizado para a avaliação da QV nesta pesquisa, destinar poucas questões com o intuito de avaliar o ambiente escolar, o que exige, no teste t independente, uma variação entre às médias ainda maior.
Quanto à dimensão Geral (p<0,05/8,07), pode-se afirmar que esta reforça a maior satisfação sobre a QV das crianças da rede particular de ensino sobre as crianças da rede pública. Tendo em vista os resultados anteriormente discutidos, somado ao fato de que a dimensão geral é calculada através das médias das demais dimensões, este cenário corrobora com o que foi por este estudo discutido.  
 
5. Considerações finais
É notório que estudantes da rede pública de ensino, ainda que em uma mesma faixa etária, não apresentam as mesmas condições de vida que estudantes da rede particular de ensino. Entre outros fatores, em âmbito geral, destaca-se que a estrutura familiar e a renda contribuem para este cenário. Em sentido específico, ressalta-se que as escolas da redeu pública e particular, local onde os estudantes desta faixa etária passam boa parcela do seu dia, apresentam bastante disparidade em aspectos qualitativos, de estrutura física e de acesso a novas tecnologias.
Observou-se, em consonância a este contexto, que as cinco dimensões e o escore total apresentaram variação negativa em seus escores, indicando uma maior média para o grupo de crianças da rede particular de ensino. Ressalta-se ainda que, em três dimensões (Bem-estar físico, Bem-estar psicológico e Autonomia e relação com os pais) as variações foram significativas estatisticamente. Não obstante, no escore Geral, este cenário replicou-se. 
Neste sentido, considerando os preceitos literários que afirmam que a realidade educacional de escola pública é inferior ao ensino privado (Akkari, 2001; Sampaio; Guimarães, 2009), é permitido supor que as crianças inseridas na rede pública de ensino não se encontram em igualdade de condições ao comparadas com as crianças inseridas na rede particular de ensino. Isto, somada a premissa de que problemas relacionados a QV na infância tendem a repercutir na vida adulta (Jirojanakul; Skevington; Hudson, 2003), sugere que, em análise preliminar, as crianças que estudam na rede pública de ensino estão mais propensas a estes possíveis agravos.
Em que pese o acima exposto, ambos os grupos apresentaram maior potencial de melhoria na dimensão Ambiente escolar (62,43/71,77), o que sugere a necessidade de estudos qualitativos em ambos os públicos para que se entenda o motivo pelo qual, em princípio, os estudantes não apresentam alta satisfação com questões relacionadas ao ambiente escolar.
 Considera-se ainda que o presente estudo atingiu o objetivo de comparar a QV de crianças estudantes da rede pública e particular de ensino, residentes em bairros periféricos, através do instrumento KIDSCREEN-27. Sugere-se a realização de novos estudos com este escopo para que se amplie a discussão sobre esta temática com investigações em públicos inseridos em outro contexto.

 

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* Professor colaborador departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Mestrando do Programa De Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Tecnológica do Paraná – UTFPR. Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.

** Professor adjunto no departamento de Educação Física e docente permanente dos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Ponta Grossa, Paraná, Brasil.

*** Graduada em Bacharelado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.


Recibido: 11/01/2017 Aceptado: 20/04/2017 Publicado: Abril de 2017

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