Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


A PATEMIZAÇÃO DOS DISCURSOS COMUNITÁRIOS COM RELAÇÃO À AÇÃO EMPRESARIAL

Autores e infomación del artículo

Raifran Abidimar de Castro*

Leandra Almeida Figueiredo**

Erilene Silva Oliveira de Castro***

UEMA, Brasil

raifrancastro@ifma.edu.br

Resumo: A região do oeste maranhense tem recebido grandes investimentos públicos e privados entre eles tem destaque à Duplicação da Estrada de Ferro Carajás - DEFC e a construção e operação da Suzano papel e celulose, empreendimentos que tem influencias nas comunidades rurais, sejam elas de assentamentos ou Reservas Extrativistas. Com isso o objetivo geral desta pesquisa é entender os principais processos de patemização dos discursos dos moradores em comunidades rurais na Amazônia Maranhense, representados pelos assentados do Francisco Romão e das quebradeiras de coco da RESEX Ciriáco, com relação a atuação das empresas Vale e Suzano nos seus respectivos territórios. Para alcançar este objetivo utilizou-se da teoria semiolinguística de Charadeau e das análises sobre as emoções de Aristóteles, complementando com as análises de patemização de Fiorin e Maturana, considerando ainda o discurso polifônico de Bakhtin e Ducrot. Desta forma, busca-se demonstrar nesta pesquisa o uso que os comunitários fazem dos processos de patemização discursiva para expressarem suas emoções em relação à atuação das empresas, e dos órgãos públicos em seus territórios.

Palavras-chave: Discurso, comunidades rurais, semiolinguística.
THE PATEMIZAÇÃO SPEECHES COMMUNITY WITH RESPECT TO CORPORATE ACTION.
Abstract: The west region of Maranhão has received great public and private investment between them has highlighted the duplication of Carajás Railroad and the construction and operation of Suzano Pulp and Paper, ventures that has influence in rural communities, be they of settlements or Extractive Reserves. With this, the objective of this research is to understand the main processes of patemização of speeches of the residents in the rural communities in the Amazon Maranhense, represented by settlers from Francisco Romão and of vandalism of the RESEX Ciriáco coconut, with respect to actuation of Vale and Suzano companies in their respective territories. To achieve this objective it was used the theory of Charadeau semiolinguística and analyzes on the emotions of Aristoteles, complementing with analyzes of the Fiorin patemização and Maturana, still considering the speech polyphonic of Bakhtin and Ducrot. In this way, we seek to demonstrate in this research the use which the community make the processes of discursive patemização to express their emotions in relation to the actions of companies and public bodies in their territories.

Keywords: Discourse, rural communities, semiolinguística.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Raifran Abidimar de Castro, Leandra Almeida Figueiredo y Leandra Almeida Figueiredo (2017): “Raifran Abidimar de Castro, Leandra Almeida Figueiredo y Leandra Almeida Figueiredo”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (abril-junio 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/02/empresas-vale-suzano.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1702empresas-vale-suzano


Introdução

Os municípios de Açailândia, Imperatriz, e consequentemente Cidelândia e São Francisco do Brejão, têm suas histórias relacionadas com processos e contextualizações econômicos semelhantes. Em 1950 com a construção da rodovia BR 010 Belém/Brasília, se inicia um novo momento de expansão populacional e de ocupação destas terras. O Governo Federal tinha como objetivo principal tornar esta área mais economicamente viável e estrategicamente povoada. Os problemas sociais, culturais e ambientais de todo esse processo talvez exemplifiquem a tendência da concentração da renda e a baixa melhoria da qualidade de vida da maioria da população.
Considerando a complexidade da contextualização acima, tem-se que o principal objetivo deste artigo é demonstrar os principais processos de patemização dos discursos dos moradores em comunidades rurais na Amazônia Maranhense, representados pelos assentados do Francisco Romão e das quebradeiras de coco da RESEX Ciriáco, com relação à atuação das empresas Vale e Suzano nos seus respectivos territórios.
A metodologia aplicada nesta pesquisa baseia-se nos fundamentos da Análise de Discurso. Onde foram considerados os conceitos e procedimentos adotados na Teoria Semiolinguística de Charadeau (2008).  Para a realização desta pesquisa utilizou-se os conceitos de Nível Situacional, Nível Discursivo e Nível Semiolinguístico apresentados por Charaudeau (2009; 2008; 2006).
Na etapa da realização das entrevistas nas comunidades Francisco Romão e RESEX Ciriáco foram aplicadas entrevistas não-estruturadas (GIL,1999, p. 48) e focalizadas (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.37) junto aos comunitários. Estas ocorreram na própria comunidade. Foram destacados os seguintes temas nas entrevistas: visão do comunitário sobre a empresa; como é percebida a atuação da empresa na comunidade; como o comunitário avalia a relação entre a empresa e a comunidade.
Como não foi possível aplicar estas técnicas com todos os comunitários diretamente envolvidos com os projetos das empresas devido à quantidade, onde a Ciriáco tem em torno de 45 quebradeira de coco do babaçu (segundo informações da direção do ICMBio) e o Francisco Romão tem 102 famílias (JUSTIÇA NOS TRILHOS, 2014, p. 02), foram utilizadas as técnicas de amostragem classificadas como “estratificada”, “por tipicidade” e “por cotas” que somadas, estas deram mais confiabilidade às informações e dados coletados.
Foram selecionados no assentamento Francisco Romão 50 pessoas (26 mulheres e 24 homens - equiparação entre homens e mulheres; os critérios para essa seleção foram: - Assentados que participam, ou não das reuniões na comunidade, inclusive as de negociação com a Vale; na RESEX Ciriáco Foram selecionadas 14 (todas mulheres quebradeiras de coco); os critérios foram: quebradeiras de coco que participam ativamente dos projetos com a Suzano. O corpus da pesquisa destacado acima foi selecionado por se tratar de um conjunto de agentes que apresentam grande potencial de análise de como as empresas atuam nas comunidades e de como estas percebem esta atuação.

2 A ação empresarial e as comunidades rurais

A dita "região de influência da Vale" (antiga CVRD) sempre teve destaque no Maranhão quando o assunto é a economia, principalmente tratando-se da siderurgia, da pecuária e do setor de serviços. Mas esta não é uma realidade facilmente vista nos municípios ditos da "Amazônia maranhense". Sabe-se que há uma grande concentração do Produto Interno Bruto (PIB) em poucos municípios, sendo que Açailândia e Imperatriz têm se alternado nas segunda e terceira posições dos mais ricos do estado, principalmente pela função mínero-metalúrgica da região (SOUSA, 2009, p. 82).
Em relação à ação das empresas, o que também se deve ter em mente são os problemas relacionados com a pressão exercida por elas nas comunidades rurais, para que estas passem a prestar serviço durante a construção, durante a operação. Em alguns até que vendam ou arrendem suas terras para que as atividades comerciais sejam mais bem desenvolvidas. Como resultado, em algumas áreas têm ocorrido conflitos entre as empresas e as pequenas comunidades, que passam a ser aliciadas a aprovarem os projetos implantados, seja com melhorias na estrutura destas, como construção de escolas ou pavimentação de ruas, seja com a contração temporária dos habitantes destas.
Na região de Açailândia e Imperatriz tenta-se disseminar nas comunidades locais que os agentes exploradores dos recursos naturais locais foram os “grandes impulsionadores” do que seria o desenvolvimento econômico da região. Mas como destaca Silva (2012, p. 09) os discursos e a realidade são tão paradoxos que esta ideia é dissimulada da realidade, onde os municípios são caracterizados por super-exploração do trabalho, dificuldade na constituição de relações permanentes e de solidariedade, o que favoreceram o mandonismo, o clientelismo, o autoritarismo e o patrimonialismo.
Sobre os problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais sem terra e pelas quebradeiras de coco babaçu, Tavares (2008, p. 302) apresenta três situações importantes: dificuldade de se manterem numa realidade marcada pelo poder sustentado pela “[...] trindade da relação trabalho – salário, capital – lucro e terra – renda da terra.” (op. cit. p. 327). Todo o processo de relação entre as empresas e comunidades rurais citado, vincula-se a mecanismos de desenvolvimento regional utilizado pelo governo, que são os investimentos públicos em grandes empreendimentos voltados para exportações. Para legitimar estes investimentos, as empresas e os governos passam a disseminar um discurso de que o retorno dos recursos investidos tem retorno através da geração de empregos. Mas contrapondo a este entendimento, os movimentos rurais passam a se preocupar com o aumento do poder das grandes empresas na região.
Como resultado tem-se que enquanto as empresas se utilizam dos seus recursos financeiros para melhorar sua avaliação pela avaliação. Já os movimentos sociais do campo têm as manifestações, as redes de relações, e principalmente os discursos. Estes se utilizam da sua capacidade discursiva para demonstrar suas avaliações sobre todo esse processo de investimentos realizados nos últimos anos e quais as repercussões em seu cotidiano. Como são os casos das relações entre o Assentamento Francisco Romão e a mineradora Vale S/A, e das quebradeiras de coco da RESEX Ciriáco com a Suzano Papel e Celulose S/A.

3 O processo de patemização na formação discursiva

O processo de patemização dada pelos sujeitos de discursos vem tendo grande importância na formação discursiva, principalmente quando esses esperam exercer sobre os que recebem suas expressões. Tem-se assim a importância enfatizada no pathos. Para Fiorin (2004, p. 71) “O pathos é a disposição do sujeito para ser isto ou aquilo. Por conseguinte, bem argumentar implica conhecer o que move ou comove o auditório a que o orador se destina.”
Em relação ao ethos, Roland Berthes (1980, apud AMOSSY, 2005, p. 10) destaca que este se relaciona “[...] aos traços de caráter que o orador deve mostrar ao auditório (pouco importando sua sinceridade) para causar boa impressão: é o seu jeito [...].” Neste sentido, Feres (2013, p. 98) salienta que a patemização trabalha com uma materialidade sensorial, figurativa, sendo esta ligada ao enunciado, com isso “[...] fazendo sentir a partir de inferências afetivas, que fazem emergir sentimentos e sensações.” É importante citar ainda que “[...] a emoção no discurso é categorizada, na perspectiva teórica da Análise de Discurso Francesa, como patemização.” (CUNHA; GARBELINI, 2013, p. 01).
Para Patrick Charaudeau (2007, p. 244) existem duas principais formas de patemizar um discurso: quando se utiliza de expressões patêmicas para expressar um estado emocional do locutor, ou para expressar como o ouvinte deveria estar; o quando se utiliza de uma descrição patêmica para dramatizar a cena em que se encontra o locutor, a fim de levar esta emoção ao ouvinte.
As manifestações das emoções é um dos principais focos do estudo da patemização em discursos. Para Galvão (2003, p 71) “[...] as emoções diferenciam-se de outras manifestações da afetividade cuja gênese depende da representação simbólica, como sentimentos e as paixões.” Almeida (2010, p. 13) destaca ainda que ao nos expressarmos através de discursos, estamos apresentando nossas visões sobre o mundo, sempre realizamos isso com a finalidade de “[...] obter respostas de solidariedade por parte do nosso interlocutor.” (op. cit. p. 13).
Um dos filósofos que têm grande contribuição para o estudo das emoções é Aristóteles (2005), onde têm-se as principais emoções apresentadas pelo autor e que são muito utilizadas em pesquisas sobre o processo de patemização em discursos. Dentre elas têm destaque as de Piris (2012), Mendes (2010) e Viano (2008).
Considerando a análise de Aristóteles (2005), Gonçalves (2011, p. 37) acrescenta que o temor pode ser expresso em discursos quando os sujeitos citam que certas coisas ruins podem ocorrer com brevidade; ele também complementa que a confiança “[...] se manifesta quando nada aterroriza outras pessoas.” (op. cit. p. 38); Gonçalves (2011, p. 39) menciona ainda que a amizade se expressa quando queremos que outros obtenham, com nossa ajuda, algo que conseguimos obter. Além disso se devem considerar as análises de Luz (2014) sobre a amabilidade; as de Barbosa (2010) sobre a ingratidão; as de Carrico (2014) para piedade; além de Sousa e Figueiredo (2010) sobre a indignação.
Interligando a emoção e os discursos tem-se que “[...] a linguagem emocional não é apenas ‘sentimento’, mas um veículo para as relações sociais e também um juízo sobre o mundo.” (JÍMENO, 2010, p. 114). Tem-se ainda que para se realizar discursos, principalmente quando são consideradas comunidades que têm envolvimento político com movimentos sociais, como é o caso desta pesquisa, é importante considerar como as ideologias destes movimentos são expressas. “A ‘ideologia’ é um conjunto de representações dominantes em uma determinada classe dentro da sociedade. Como existem várias classes, várias ideologias estão permanentemente em confronto na sociedade.” (GREGOLIN, 1995, p. 10).
Ao relacionar a questão ideológica com a luta entre classes Chauí (1984, p. 103) destaca que esta é “[...] um instrumento de dominação de classe e, como tal, sua origem é a existência de classes contraditórias e em luta”. Ponzio (2008, p. 112) menciona que para além das classes, “A ideologia é a expressão das relações histórico-materiais dos homens, mas ‘expressão’ não significa somente interpretação ou representação, mas também significa organização, regularização dessas relações.”
Sobre a ligação entre ideologia e discurso, Orlandi (1994, p. 53) salienta que o discurso “[...] se apresenta como o lugar específico em que podemos observar a relação entre linguagem e ideologia.” Relação também enfatizada por Fiorin (1990, p. 33) quando cita que a inter-relação entre a linguagem e a ideologia resulta em discursos, onde este é um ato social com o qual se tem o objetivo de produzir efeitos em quem os recebe.  E segundo Pêcheux (1990, p.29) os valores ideológicos de uma formação social estão representados no discurso por uma série de formações imaginárias, que designam o lugar que o destinador e o destinatário se atribuem mutuamente.
Para Foucault (1979, p. 37), a formação discursiva compreende o conjunto de relações significativas, onde o enunciado é a manifestação concreta do discurso e a enunciação é o processo de produção do discurso em que o sentido está associado ao contexto e a intencionalidade. E seguindo esta concepção a linguagem, de acordo com Bakhtin (1999, p. 81), é naturalmente ideológica, estruturada numa realidade material, ligada por um contexto sócio histórico, conferindo à palavra a um princípio dialógico, sendo determinada pelos indivíduos que a usam. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

As pessoas entrevistadas fazem parte de dois grupos com contextos diferentes, mas que têm como semelhanças: a luta histórica pela terra; e empenham-se para que a maior parte dos seus rendimentos seja proveniente desta terra. No caso do Assentamento Francisco Romão (AFR) a grande maioria das famílias está na área a menos de oito anos. As famílias da RESEX Ciriáco vivem na área, em sua maioria, a mais de 20 anos. As pessoas entrevistadas no assentamento são residentes na agrovila. Segundo informações das lideranças locais, há momentos em que alguns assentados se dirigem à sede do município de Açailândia para realizar compras de mantimentos para consumo próprio e para a produção agrícola. No caso da Ciriáco eles se dirigem à sede do município de Cidelândia.
A relação das empresas Vale S/A e Suzano Papel e Celulose com as comunidades, do Francisco Romão e da Ciriáco respectivamente, se deram devido ao crescimento dos investimentos destas nas proximidades das duas comunidades. Os investimentos delas foram impulsionadas por demandas da comunidade, no caso da Vale, e por parcerias com órgãos públicos (ICMBio), no caso da Suzano.
Considerando, os resultados das análises, tem-se que a finalidade dos discursos dos comunitários, considerando as quatro visadas destacadas por Charaudeau (2006, p. 28), estas duas: “fazer-saber”, pois buscam informar sobre o que ocorre nas comunidades com relação às ações e aspirações junto às empresas, ou seja, finalidade informativa; e “fazer-sentir”, pois em alguns casos, eles justificam suas respostas com expressões que buscam causar emoções nos interlocutores, resultando numa finalidade patêmica assim como mencionam Cunha e Garbelini (2013, p. 06) e Feres (2013, p. 93).
No caso do modo enunciativo é onde devem ser analisadas as estratégias discursivas dos sujeitos do discurso. Neste caso serão analisadas: as formas como os comunitários se colocam para realizar o discurso, obtendo-se sua posição, ou seja, a situação elocutiva; as tomadas de posição de cada um com relação à atuação das empresas; e os momentos que eles se utilizam das falas de terceiros dentro das suas próprias falas. Com isso se tem a consideração de Maletta (2015, p. 37) e Araújo (2003, p. 49) sobre a questão da polifonia nos discursos, na medida em que citam que há chamamento de falas de outros sujeitos.
Os comunitários se utilizam dos pronomes “todos”, “nós”, “nosso” e “a gente” para demonstrar que se trata de uma coletividade. O que é uma marca em praticamente todas as respostas. Tem-se assim um processo de construção de discurso onde o uso desses pronomes busca ampliar o poder de argumentação dos comunitários, colocando mais poder nas suas falas, na medida em que simbolizam que atuam em grupos com grande mobilização, como destaca Tavares (2014, p. 85).
Uma situação interessante é quando os comunitários querem justificar a relação como positiva, pois estes se colocam como beneficiados pelas ações da empresa na comunidade. Quando querem se demonstrar contrários, expõem problemas das empresas e da ação destas nas comunidades, que os colocam como prejudicados por elas. Para isso se utilizam de expressões patêmicas, como apresentado por Charaudeau (2007, p. 249).  Como exemplo tem-se os utilizados pelo assentado José Pereira, onde o mesmo cita que “[...] ela (empresa) ta cooperando com os moradores [...]”; ou ainda como cita a assentada Maria Gomes ao citar que “[...] ela (empresa) sempre alerta nós sobre a ferrovia.”
No que diz respeito ao modo descritivo, os moradores se colocam constantemente como pessoas que precisam de ajuda, devido às grandes necessidades do cotidiano. Na maioria dos casos colocam as empresas como sujeitos que ajudam a comunidade, seja por conta das suas demandas, seja pela vontade das próprias empresas em melhorar a estrutura das comunidades, ou até mesmo pela imposição do Estado.
Dentre as principais narrações persiste a intenção de colocar situações em que eles têm contato com os representantes das empresas. Os que aprovam a ação empresarial nas comunidades, destacam eventos como que precisavam de algo como emprego, água, maquinário e orientação, para demonstrar que esta relação tem sido positiva.
Há de se destacar o processo de representação patêmica utilizado pelos comunitários para ilustrar mecanismos que indicam se as empresas são obrigadas ou não a realizarem melhorias em suas comunidades. Dentre as estratégias utilizadas tem destaque à aplicação de substantivos como “ajuda”, “benefícios”, “melhorias”, dentre outros, para destacar que a empresa tem sido importante como parceira. Observou-se em campo que a perfuração do poço artesiano no assentamento e a construção da UBB na RESEX, são utilizadas como exemplos dos benefícios e ajudas realizados pelas empresas.
Já no caso das quebradeiras de coco da RESEX Ciriáco, observa-se uma expressiva intenção de demonstrar que a empresa é uma grande parceria da comunidade. Colocações como “sempre disposta a ajudar” (Maria Soares), “a gente ta vendo o que ela faz” (Maria Silva), ou “por que o pessoal de lá é bom” (Maria Moraes), quando se referem à empresa Suzano. Isso demonstra que há uma necessidade de que conste a positividade da relação. Trazendo o que Bakhtin (1999) cita como construção de discurso baseado em avaliações e falas que expressam ideias de um conjunto de indivíduos.
Tais afirmativas voltam-se para a espacialização em que se encontram os indivíduos, ou seja, o espaço utilizado pela empresa e a comunidade, onde a identidade posta pela empresa é construída por meios ideológicos, e as emoções são expressas por meio de “sempre”, “vendo” e “bom”. Esses termos representam emoções de amabilidade e confiança, segundo Araújo (2008, p. 203), na medida em que, considerando o contexto das falas, ampliam emoções em relação às empresas.
Dos 50 assentados entrevistados 39 estão na comunidade a mais de 5 anos. Apenas dois estão a menos de dois anos. Um total de 25 declara que participam ativamente das atividades da comunidade, e 14 citam que em alguns momentos estão ausentes. Já no caso das quebradeiras de coco todas estão na reserva a mais de dez anos, e também declaram que participam das ações da comunidade com boa frequência.
A grande maioria das quebradeiras de coco cita a empresa Suzano como um agente que não traz problemas ambientais, que gera empregos e que é preocupada com os problemas das comunidades. Sendo um ótimo exemplo do que Rechdan (2003, p. 07) chama de construção discursiva baseada em momentos de interação entre agentes. Pois os investimentos realizados pela empresa estão repercutindo na avaliação que as quebradeiras de coco fazem sobre a Suzano.
Ainda sobre a ação das empresas, um total de 46 assentados entrevistados informou que têm conhecimento do que a Vale realiza na comunidade. Sendo que a perfuração do poço é citada em 46 entrevistas; os trabalhos com as estradas vicinais em 08, fato que repercute nos discursos que demonstram a avaliação destes sobre a empresa. Com isso, A relação da empresa com a comunidade é considerada positiva por 78% dos assentados entrevistados (como os exemplos abaixo), e os outros 22% consideram negativa por causa da poluição sonora e dos danos às residências, ambos causados pelo trem. Como se percebe, uma grande maioria ainda demonstra que apesar dos momentos de conflito com a empresa, se tem resultados positivos desta relação.
Ao serem perguntadas de como avaliam a parceria com a empresa Suzano, apenas uma quebradeira de coco citou que é negativa. Esta menciona que apesar de muitos receberem benefícios, ela avalia que a comunidade não é beneficiada, demonstrando uma emoção de indignação.
No caso das quebradeiras de coco que citaram a relação como positiva, que foram praticamente todas, estas enfatizam que já receberam benefícios da Suzano, demonstrando sentimentos de amizade e amabilidade como se pode observar nas falas abaixo. Já os assentados que caracterizam a parceria com a Vale como negativa, levam em consideração que nem sempre a empresa os valoriza como estes esperam, ou os avaliam como seria o correto. Como Orlandi (1994, p. 55) enfatiza, em diversos discursos se percebe que há uma necessidade de expressar que há divergências na avaliação de determinadas situações.
É destaque uma somatória dos sentimentos de ira e de temor, principalmente quando os assentados destacam que não há uma boa vontade da empresa em fazer investimentos na comunidade; e quando citam que a Vale traz danos á comunidade. Outro sentimento contido nas falas é o de indignação, quando um assentado destaca que em outras comunidades há mais investimentos. Tendo-se assim a necessidade de uma demonstração de uma materialidade emocional, como destaca Feres (2013, p. 95).
No caso dos assentados, os que destacam que a Vale não tem obrigação demonstram avaliações que vão desde a citação de que os representantes do Estado que devem fazer o que a empresa tem feito, até as frases que colocam a empresa como uma benfeitora, que realiza investimentos por ser benevolente aos investimentos, por ser uma empresa que tem vontade de ajudar a comunidade. Tem-se assim exemplos do que Maletta (2015, p. 49) chama de incorporação de outros discursos para expressar ideias.
Tem-se em algumas falas importantes exemplos de construções polifônicas que visam patemizar um discurso. Destacam-se as falas dos aqui nomeados de José Farias e José Paes. Assim como Bakhtin (1999, p. 43) cita que a polifonia colabora para a construção de discursos na medida em que se utiliza da expressão de diferentes vozes, e também como Fiorin (2006, p. 68) que cita que há discursos que são influenciados por outros, os dois assentados se utilizam ambos os processos para fundamentar seu discurso. Nos dois casos são utilizadas informações de outros sujeitos, os representantes da empresa, para fundamentar a ideia central da fala.
O temor aparece em algumas falas, pois estes dão exemplos de que há investimentos que devem ser feitos para que a ferrovia não cause problemas aos assentados, no primeiro caso; e no segundo, quando cita que ainda se têm os problemas com as estruturas das residências. Além da indignação por outras comunidades receberem mais investimentos. Percebe-se aqui a intenção de classificar a empresa como “inimiga”, utilizando-se de expressões que venham demonstrar esta avaliação como destaca Maturana (2002, p. 84).
Em relação à empresa, as quebradeiras de coco justificam que esta não tem obrigação de ajudar a comunidade. Por conhecerem a realidade das comunidades vizinhas, elas se utilizam de enunciações que demonstram mais piedade delas do que vontade de ser ajudadas. Como destacam Cunha e Garbelini (2013, p. 07) e Feres (2013, p. 95) este processo de patemização se caracteriza pela tentativa de expressar emoções que estão relacionadas a outros sujeitos e as realidade vividas por estes.
Percebe-se que em todas as falas utilizadas pelas quebradeiras de coco da RESEX Ciriáco e pelos assentados do Francisco Romão há processos de representações psicossociais, que colaboram para que o processo de patemização do discurso seja amplamente utilizado pelos comunitários. Como exemplo deste processo citam-se as avaliações feitas pelos comunitários sobre a atuação das diversas instituições com as quais eles se relacionam.
Os processos de formação de discurso coletivos, ou ao menos construídos a partir de experiência coletivas, são amplamente utilizados pelas comunidades. Esta interação é de grande importância para a patemização dos discursos dos comunitários, na medida em que ampliam as possibilidades de uso de marcas linguísticas que têm a capacidade de otimizar o efeito das emoções que se esperam que o interlocutor destinatário perceba.
Nesta pesquisa foram identificados também os mecanismos da polifonia, que é utilizada pelos comunitários com duas finalidades: destacar o que é positivo, quando se deseja enfatizar danos causados pela empresas, ampliando as emoções tidas como negativas; ou para ampliar a capacidade de patemização dos discursos positivos em relação às empresas. Com isso, ao enfatizarem os problemas enfrentados em seus cotidianos, os comunitários se utilizam de processo de dramatização e da materialização emocional das emoções para ampliar o potencial das marcas linguísticas empregadas em maior capacidade de patemização dos discursos utilizados.

5 Considerações finais

Um dos objetivos deste artigo foi identificar através dos recursos linguísticos as principais emoções dos sujeitos das comunidades do Francisco Romão e da RESEX Ciriáco, ocasionadas com relação à atuação das empresas Vale S/A e Suzano Papel e Celulose, em suas respectivas comunidades. Acerca disso foi possível utilizar a teoria semiolinguística de Charaudeau e de patemização, desenvolvida por diversos autores para cumprir o objetivo proposto. Ao comparar os resultados dos dois casos analisados, tem-se que as diferenciadas formas de atuação das empresas junto ás comunidades resulta em diferentes formas de avaliação pelos sujeitos entrevistados. Isso ocorre, porque a EFC passa dentro do AFR, e o grande tráfego de trens começou a causar danos ambientais e financeiros aos assentados e a empresa demorou a realizar investimentos na comunidade. Considerando as características citadas observa-se que a relação entre ambos é conflituosa.
Conflitos que não ocorrem na relação entre as quebradeiras de coco RESEX Ciriáco e a Suzano, pois os sujeitos desta comunidade possuem uma relação amistosa, e que foi estabelecida antes da implantação da empresa, com um dos representantes da Suzano. Este foi o responsável por apresentar às quebradeiras de coco a possibilidade de conseguirem benefícios estruturais e logísticos com a parceria. Desta forma, este agente foi de extrema importância para que a Suzano inicia-se um processo de entrada na comunidade sem gerar grandes conflitos com as extrativistas.
Considerando os estudos realizados nesta pesquisa, pode-se perceber que as expressões patêmicas no discurso são de suma importância para explicitar um estado emocional do locutor, buscando dessa forma refletir sobre seu papel na construção argumentativa do discurso. Neste há uma intensão em demonstrar o espaço em que se encontra o locutor, a fim de levar esta emoção contida no sujeito emissor ao ouvinte. Estas expressões têm significativa importância para se compreender como as comunidades percebem e avaliam as ações empresariais nos seus cotidianos.
Para tanto, se pode perceber que a análise de discurso, e especificamente as correntes que tratam do processo de patemização, é uma importante ferramenta metodológica para a compreensão das reais características econômicas nos processos sociais de uma região, a partir da visão de grupos altamente impactados, como é o caso das comunidades rurais. Com isto buscou-se compreender, por meio de análises sócio-históricas, os procedimentos de atuação das grandes empresas em comunidades rurais, e a repercussão destas ações no cotidiano comunitário.
Com esta pesquisa, apresenta-se a possibilidade de que pesquisadores das áreas sociais e linguísticas considerem o processo de patemização utilizado por estas comunidades. Desta forma recomenda-se que esta metodologia seja aplicada em outros campos de atuação entre empresas e comunidades rurais, com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a avaliação destes grupos comunitários sobre a ação de grandes empresas em seus territórios.

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* Doutorando em Desenvolvimento socioambiental pelo NAEA/UFPA; professor de Geografia do IFMA/Açailândia; Líder do grupo de pesquisa Ambiente, Sociedade e Sustentabilidade (AB’Saber). raifrancastro@ifma.edu.br

** Especialista em psicopedagogia e licenciada em Letras (UEMA); professora da UEMA (Campus Açailândia). leandra_figueiredo@hotmail.com

*** Graduada em Letras (UEMA/Açailândia). erilene_12@hotmail.com


Recibido: 31/01/2017 Aceptado: 04/05/2017 Publicado: Abril de 2017

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