Indira de Avila dos Santos*
Dione Iara Silveira Kitzmann**
Universidade Federal do Rio Grande, Brasil
indiraasantos@hotmail.comRESUMO
  As  atividades portuárias desempenham importante papel no desenvolvimento econômico  e social de uma região, caracterizando-se como elementos essenciais nos  processos comerciais. De um lado, tem-se uma atividade considerada essencial e  estratégica para o país, a operação portuária; de outro, a zona costeira e seus  ambientes, consideradas as áreas de maior produtividade biológica do planeta; e  ainda de outro lado, temos a vida da cidade e suas comunidades de entorno. A  atividade portuária na zona costeira sempre causará alguma forma de impacto e  conflito ambiental, gerando assim a necessidade de um gerenciamento ambiental costeiro  como um caminho desejadamente integrado, ou seja, relações positivas entre os  diversos setores econômicos na administração dos conflitos e problemas gerados.  Em virtude deste contexto, devemos pensar sobre o papel e a importância da  educação ambiental como um processo através do qual são trabalhados temas  socioambientais para se chegar a um estado desejável de ser/estar/agir em  relação ao meio ambiente.
  Palavra-chave:  Atividade portuária, zonas costeiras, impacto e conflitos ambiental, educação  ambiental, Rio Grande.
RESUMEN
Las actividades portuarias juegan un papel importante en el desarrollo  económico y social de una región, caracterizada como elementos esenciales en  los procesos de negocio. Aunque existe una actividad considerada esencial y estratégica  para el país, las operaciones portuarias; Por otro, la zona costera y su  entorno, considerado las áreas de mayor productividad biológica del planeta; y,  sin embargo, por otro lado, tenemos la vida de la ciudad y sus comunidades  circundantes. La actividad portuaria en la zona costera siempre causará algún  impacto ambiental y conflictos, construyendo la necesidad de una gestión  ambiental costera como una forma deseable integrada, es decir, las relaciones  positivas entre los diferentes sectores económicos de la gestión de los  conflictos y sus problemas generados. Bajo este contexto, este trabajo aporta  la discusión sobre el papel y la importancia de la educación ambiental como un  proceso a través del cual se trabajan los temas ambientales para alcanzar un  curso deseable del ser / estar / actuar sobre el medioambiente. 
  Palabras clave: Actividad portuaria, zonas costeras,  impacto ambiental y los conflictos, educación ambiental, Rio Grande.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Indira de Avila dos Santos y Dione Iara Silveira Kitzmann (2016): “A educação ambiental no gerenciamento costeiro – estudo de caso no Porto do Rio Grande”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre-diciembre 2016). En línea: 
http://www.eumed.net/rev/cccss/2016/04/actividades-portuarias.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss201604actividades-portuarias
1.  Introdução
Um sistema portuário  constitui uma interface entre sistemas produtivos de regiões distintas,  compreendendo áreas de características técnicas variadas em função dos produtos  manuseados, sua origem e destino. 
  Portos normalmente não  são setores de produção, mas sim um ponto de troca de meios de transporte.  Carregar e descarregar navios por meio de equipamentos de movimentação de  cargas, na interface de sistemas ferroviários, rodoviários e fluviais é sua  tarefa principal. Estocar produtos é sua função transitória. Com esta  característica de funcionamento, um sistema portuário corresponde a uma área,  onde múltiplos agentes operacionais e produtos de natureza variada repartem um  mesmo espaço geográfico, com responsabilidades distintas e interligadas, como  por exemplo, a carga e a descarga de produtos a granel, tais como  fertilizantes, graneis líquidos, destacando-se a manipulação de cargas de  risco. (Stringuini, 1997)
  A atividade portuária  se iniciou pela função comercial. Antes mesmo de existir o porto com seu  conjunto de instalações já existia a atividade portuária, feita de modo  precário, com a embarcação procurando um local abrigado, bem próximo da terra,  que proporcionasse um desembarque em águas pouco profundas. Essa era, e assim  permanece até hoje, sua função mais nobre, a comercial, de trazer e levar “especiarias”  obtidas em mercados distantes. E foi por meio do comércio, fomentado  inicialmente pela navegação costeira e posteriormente oceânica, que o porto se  consolidou como fator de desenvolvimento e nacionalização. (Porto e Teixeira)
              As atividades portuárias desempenham  importante papel no desenvolvimento econômico e social de uma região,  caracterizando-se como elementos essenciais nos processos comerciais.
              Em uma economia crescentemente  globalizada, a capacidade competitiva de um país ou sua qualificação a  participante de blocos econômicos é bastante determinada por sua condição como  exportador ou importador (Asmus, 2010).
  O desenvolvimento do  comércio internacional está estreitamente ligado à questão portuária, uma vez  que a quase totalidade das mercadorias que circulam pelo mundo são  transportadas em navios e movimentadas através dos portos. As novas tecnologias  introduzidas na navegação marítima e nas infraestruturas portuárias nos últimos  anos provocam profundas transformações no panorama do comércio mundial.  (Oliveira, 2000)
              O processo de revitalização  desencadeado pela Lei de Modernização dos Portos (Lei 8.630/93) provocou um  aumento crescente nas operações e na expansão dos portos já estabelecidos, além  da construção de novas unidades em áreas ainda não ocupadas.  Cerca de 90% do comércio exterior brasileiro  é feito por mar. A malha marítima brasileira conta com aproximadamente 40  portos espalhados pelo território, além de 16 portos fluviais (ANTAQ, 2011). O  Brasil detém posição de destaque no mercado internacional como fornecedor de  grãos minerais e agrícolas, graças a uma estrutura de terminais dedicados  construída nos anos 70.      
  O setor portuário, tem  se caracterizado como um dos fatores de maior impacto na zona costeira  brasileira (MMA, 1996). 
  De um lado, tem-se uma  atividade considerada essencial e estratégica para o país, a operação  portuária; de outro, a zona costeira e seus ambientes, consideradas as áreas de  maior produtividade biológica do planeta; e ainda de outro lado, temos a vida  da cidade e suas comunidades de entorno. Esta relação abrange um amplo universo  de temas, desde o papel do porto na busca de um desenvolvimento sustentável,  até o tratamento individual de impactos e conflitos socioambientais pelas  atividades nele produzidas.
  Com isso, há muito por fazer para incorporar a visão ambiental no dia a  dia do porto. A atividade portuária brasileira atua, ainda hoje, dentro de usos  e costumes muito mais próximos de um “Laissez-faire” - expressão símbolo do  liberalismo econômico, na versão mais pura do capitalismo, pela apropriação da riqueza gerada  pela renda sem espaço para a linguagem ambiental. (Porto  e Teixeira, 2002)
  A questão ambiental  chega à atividade portuária por meio de uma série de protocolos, acordos e convenções  internacionais, que induziram internamente um número considerável de  instrumentos de regulação, os quais modulam a atividade segundo padrões  ambientais de preservação, conservação e recuperação. 
  O êxito no tratamento  das questões ambientais em áreas portuárias depende de uma correta ordenação  das ações nesses ambientes, devendo terminar com a implantação de um Sistema de  Gestão Ambiental - que exige o estabelecimento de uma política ambiental para  os portos, o reconhecimento das interfaces ambientais do porto, o cumprimento  da legislação ambiental, a internalização de instrumentos de gestão, a  capacitação de pessoal e a estruturação de equipes de gestão e operação para a  correta aplicação desses instrumentos, e o estudo dos custos ambientais relacionados  ao porto (Porto e Teixeira, 2002).
  Entre esses  instrumentos de gestão encontra-se a educação ambiental, o contexto maior ao  qual este trabalho está integrado, que assume cada vez mais uma função  transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um  objeto essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o  desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é  condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação  socioambiental devido a atividade portuária.   
  
  2. Zona costeira – Atividade portuária e seus impactos  e conflitos ambientais 
  
  A Zona Costeira, estabelecida como patrimônio nacional no parágrafo 4°  do art. 225 da Constituição Federal, corresponde ao  espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra- incluindo seus  recursos renováveis ou não, que abrange uma faixa marítima e outra terrestre,  com os seguintes limites: (a) Faixa  marítima: espaço que se estende por doze milhas náuticas, medido a partir das  linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do mar territorial; (b) Faixa terrestre: espaço compreendido pelos limites dos  Municípios que sofrem influência direta  dos fenômenos ocorrentes na zona  costeira.
  Segundo Cicin-Sain e  Knecht (1998), a zona costeira pode ser definida como:
(...) a área é dinâmica e se caracteriza por frequentes mudanças nos aspectos físicos, como por exemplo, a alteração de praias... – são ecossistemas valiosos de grande produtividade e biodiversidade, abrigando florestas tropicais, manguezais, recifes de corais, entre outros, os quais proporcionam o habitat para muitas espécies. – elementos costeiros como recifes de corais, florestas tropicais, praias e sistemas de dunas, servem como defesas naturais contra tempestades, inundações e erosões. – a área é geralmente de grande valor para a população humana, assim as pessoas procuram instalar, usar e desfrutar dos recursos costeiros marítimos do local. – a área costeira oferece a base para todas as atividades humanas no mar, de recreação marítima e pesca a transportes de cargas e desenvolvimento mineral.
A zona costeira pode  ser considerada a área de maior produtividade biológica do planeta. É o lar da  maior parte da população mundial, que depende de seus recursos e tem um amplo  poder de determinar, através do uso realizado, o seu estado de saúde ecológica. 
  Neste contexto, as  zonas costeiras, densamente povoadas, com ecossistemas frágeis e amplamente  exploradas, vêm sofrendo com impactos e conflitos ambientais, sociais e  econômicos. 
  No Brasil, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, conforme dispõe  a Resolução CONAMA n° 1, de 23 de janeiro de 1986) considera impacto ambiental  qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio  ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das  atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
Assim, o que caracteriza um impacto ambiental não é qualquer modificação  nas propriedades do ambiente, mas as alterações que provoquem o desequilíbrio  das relações constitutivas do ambiente, tais como aquelas que excedam a  capacidade de absorção de elementos contaminantes no ambiente considerado.
  Além dos impactos ambientais que são normalmente produzidos pelas  variadas atividades econômicas nos ecossistemas costeiros, ocorrem também  conflitos socioambientais, geralmente estabelecidos entre diferentes setores  econômicos ou grupos sociais na disputa pelo uso do território ou dos recursos  ambientais de uma determinada área. Os conflitos podem ocorrer na dimensão  biofísica, onde se encontram os ciclos naturais, ou na dimensão humana,  incluindo a estrutura social e econômica. (Polette e Asmus)
  Na atividade portuária,  segundo Porto e Teixeira (2002), os principais fatores determinantes de  impactos e conflitos ambientais são:
Os componentes afetados são classificados em:
Da interação entre fatores e os componentes resultam os principais impactos ambientais:
A atividade portuária na zona costeira sempre causará alguma forma de impacto e conflito ambiental, gerando assim a necessidade de um gerenciamento ambiental costeiro como um caminho desejadamente integrado, ou seja, relações positivas entre os diversos setores econômicos na administração dos conflitos e problemas gerados.
3. Área de estudo
   
              O Porto do Rio Grande, o porto marítimo mais meridional do Brasil,  situa-se no baixo estuário da Lagoa dos Patos (32° 07’ 20” S e 52° 05’ 32” W),  junto à cidade de mesmo nome (Figura 1), sendo administrado por uma autarquia  estadual denominada Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG).
O Plano de Zoneamento das Áreas do Porto Organizado, aprovado pelo Conselho de Autoridade Portuária do Porto do Rio Grande (elaborado em 2008), delimita as áreas e setores portuários em quatro zonas distintas, na margem oeste do Canal Norte, adjacente à extremidade da restinga, onde se situa o centro administrativo de Rio Grande (Porto Velho e Porto Novo), no pontal da Mangueira até a raiz do molhe oeste (Superporto) e na margem leste do canal da barra de Rio Grande entre o vértice 44 e o vértice 47 (São José do Norte). No mapa a seguir podemos observar as áreas;o Porto Velho está pintado de vermelho, Porto novo de verde, Super Porto amarelado e São José do Norte azul.
Dentro de cada área portuária diversas atividades são desenvolvidas e possuem aspectos ambientais que causam, ou podem causar impactos ambientais. Nas figuras abaixo estão representadas as áreas e as suas respectivas atividades (Figuras 3, 4 e 5).
            O Porto Novo é um terminal  multifinalitário que abriga operações com carga rolante, granéis sólidos,  celulose, carga viva contêineres. Essas atividades se estabelecem através de  contratos de arrendamento ou de movimentação de carga entre os operadores  portuários e a SUPRG. O referido terminal possui cerca de quinze armazéns,  alguns destes inativos, cedidos e arrendados.
              O Porto Velho atende embarcações da  pesca industrial (atividade operacional limitada) e sua área é utilizada para  eventos, turismo e lazer. Dos seus cinco armazéns, alguns foram transformados  em museus, servindo de parque de exposições à Festa do Mar, anualmente, e  outros se encontram cedidos ou desativados.
  O Superporto representa bem as mudanças  objetivadas pela modernização portuária brasileira, realizada a partir da  década de 90. Ele concentra terminais privativos especializados, arrendados  pela autoridade portuária, assim como uma série de indústrias localizadas no retroporto.  No total, existem 1.500 m de cais acostáveis de diferentes estruturas,  destinados a terminais de fertilizantes, granéis líquidos, granéis sólidos e  contêineres.     
4. Categorias freireanas – “situação-limite”, “ato-limite” e “inédito-viável”
           Buscando fazer uma reflexão sobre as  categorias freireanas “situação-limite”, “ato-limite” e “inédito-viável”,  dentro do Porto Organizado do Rio Grande – RS, podemos pensar sobre qual porto  temos e de que forma ele se configura na cidade, qual porto que queremos e qual  o porto possível de construir. 
  Neste  caso, a “situação-limite” mostra-se frente aos conflitos de uso e os impactos  socioambientais gerados pela atividade portuária. O  Porto do Rio Grande, de acordo com seu Plano de Desenvolvimento e Zoneamento  (PDZ), pode ser dividido em três grandes áreas, a saber, Porto Novo e Porto  Velho, Superporto e São José do Norte. Dentro de cada área portuária, diversas  atividades são desenvolvidas, e possuem aspectos que causam, ou podem causar  impactos socioambientais. Diante disso, compreende-se que deve haver uma preocupação em se administrar as mudanças  ambientais e sociais que o porto provoca. Em especial as que ocorrem na linha  da costa, quando as obras portuárias são implantadas, alterando e/ou destruindo  os ecossistemas e seus habitats, e as comunidades tradicionais. Como por  exemplo, a poluição provocada pelo lixo dos navios ou pelos esgotos e cargas  movimentadas; a poluição aérea, eventualmente provocada; os acidentes  ambientais, como o derramamento de produtos no mar e nas águas agregadas; o  assoreamento dos canais portuários e as dragagens feitas para manter a  profundidade deles; a ocupação do território; e a questão das águas de lastro,  que os navios levam de uma região do planeta para outra, transportando assim  espécies e às vezes provocando colonizações do ecossistema por espécies  exóticas, ou mesmo que ameaçam a saúde pública.  
  O  “ato-limite” se dá na busca e na construção de um  sítio portuário não poluente e em harmonia com seu hábitat. Diante da  complexidade das inter-relações portuárias e da falta de uma abordagem  sistêmica é que se insere o gerenciamento costeiro integrado. Devemos trazer,  para a nossa realidade portuária, a abordagem da gestão horizontal e integrada  - não pode haver um trabalho que vise à sustentabilidade do meio econômico,  político e social, se não existir a participação e o envolvimento de todas as  forças ativas da sociedade. Portanto, devemos pensar e avaliar a atividade  portuária em relação ao meio ambiente; o desenvolvimento da atividade portuária  e seu desdobramento em relação à sociedade; e a relação entre a gestão da zona  costeira a cargo do estado.
  O “inédito-viável” é a  utopia de outro mundo possível e necessário. Como foi mencionado por Paulo  Freire em 1992, é algo inédito, ainda não conhecido e vivido, mas sonhado e  quando se torna conhecido e para o qual os sujeitos se movem, então deixa de  ser um sonho e torna-se um objeto pelo qual se luta e que pode se tornar  realidade. 
 
  5.  Em busca do inédito-viável e a Educação Ambiental
  
              O  Porto Organizado do Rio Grande foi o primeiro porto brasileiro a apresentar o  Licenciamento Ambiental e suas ações de gestão ambiental, iniciaram com o  Estudo de Impacto Ambiental, realizado no ano de 1997, o qual serviu de base  para os posteriores programas e projetos ambientais. Portanto, desde então, o  porto vem buscando atender às políticas públicas, adaptando sua infraestrutura  e organização a fim de oferecer vantagens competitivas aliadas com a proteção  ao meio ambiente. 
               O Plano de Gestão Ambiental Integrado (PGAI),  vinculado à condicionante 2.1 da Licença Ambiental de Operação, tem por  finalidade a promoção da conservação e proteção ecossistêmica da área do Porto  Organizado, com vistas à manutenção da diversidade biológica e ao  desenvolvimento social e econômico das atividades portuárias por meio da gestão  ambiental integrada. O Plano objetiva ações de controle da poluição, prevenção  e gerenciamento de riscos de poluição e degradação ambiental, atendimento e  contingenciamento de emergências e a promoção da educação ambiental com os  trabalhadores portuários e as comunidades em seu entorno. Seus objetivos serão  alcançados por meio de programas e projetos ambientais. 
  Dentre seus programas,  temos O Programa de Educação Ambiental, uma condicionante da LO nº 003/9 IBAMA,  lançado em 2005, como programa-piloto que contribuiu para constituição do  PRONEAP – Programa Nacional de Educação Ambiental Portuária do Ministério do  Meio Ambiente (MMA).  O  ProEA-PRG   tem  por  objetivo   proporcionar  espaços  e oportunidades para a reflexão acerca das  questões socioambientais locais e globais, por meio de processos de formação  permanente e continuado em educação ambiental voltados para o conjunto de  atores que estão presentes no contexto portuário. Este programa é formado por  uma equipe multidisciplinar que atua em duas linhas de ações: a Intraportuária,  que desenvolve processos pedagógicos junto aos trabalhadores portuários, e a  Comunitária, alcançando as diferentes comunidades inseridas no contexto do  porto, conforme orientação da IN nº 02/2012 do IBAMA.
  Em virtude deste  contexto, devemos pensar sobre o papel e a importância da educação ambiental  como um processo através do qual são trabalhados temas socioambientais para se  chegar a um estado desejável de ser/estar/agir em relação ao meio ambiente  (Kitzmann, 2009).  Segundo Quintas, Gomes  e Uema (2006), a educação ambiental possibilita ao indivíduo e à coletividade  se perceberem como sujeitos sociais capazes de compreenderem a complexidade da  relação sociedade e natureza, bem como de se comprometerem em agir em prol da  prevenção de riscos e danos socioambientais causado por intervenções no  ambiente físico natural e construído.
  As ações planejadas e  desenvolvidas pelo porto, não devem ficar apenas a priori das demandas normativas  dos órgãos licenciadores e fiscalizadores. Com o método de ação-reflexão-ação,  devemos ir além, em busca do ser mais. A partir deste movimento  teórico-prático, junto com os trabalhadores portuários e as comunidades,  estaremos efetivamente buscando o aprofundamento das problemáticas  socioambientais que o porto causa, transformando a realidade portuária e suas  interfaces, buscando transformar a centralidade econômica do sistema,  redirecioná-la para uma totalidade sustentável do sistema portuário.
referências
  CICIN-SAIN, B; KNECHT,  W. R. Integrated Coastal and Ocean  Management: concepts and practices.Washington, D. C.: Island Press,  1998.
  FREIRE,  P. Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de  Janeiro: Paz e Terra, 1992.
  KITZMANN, Dione Iara Silveira. Ambientalização sistêmica na  gestão e na educação ambiental: estudo de caso com o ensino profissional  marítimo – EPM. 2009. 240 f. Tese (Doutorado em Educação  Ambiental)-Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2009.
  POLETTE, M. e ASMUS, M. L. Introdução às Ciências do Mar. Editora  Textos. Pelotas, 2015.
  PORTO,  M. M.; TEIXEIRA, S. G. Portos e meio ambiente. São Paulo: Aduaneiras, 2002.
  QUINTAS,  J. S., GOMES, P. M. e UEMA, E. E. Pensando e praticando a educação no processo  de gestão ambiental: uma concepção pedagógica e metodológica para a prática da  educação ambiental no licenciamento. Brasília: IBAMA, 2006.
** Universidade Federal do Rio Grande, Professora, Doutorado em Educação Ambiental.
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