Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


RELAÇÕES INTERCONEXAS ENTRE FAMÍLIA, ESCOLA E CIDADANIA: estudo de caso em uma escola da rede pública de Parintins/AM

Autores e infomación del artículo

Antônia Pereira Pontes*

Patrício Azevedo Ribeiro**

Universidade Federal do Amazonas, Brasil

appontes1@gmail.com

Resumo

Este trabalho é fruto de uma pesquisa realizada no ano de 2015 no município de Parintins/AM tendo como locus de campoinstitucional a Escola Estadual São José Operário. O propósito é investigar a contribuição da relação família-escola para a construção ou afirmação da cidadania dos educandos em processo de formação. Os procedimentos metodológicos pautaram-se na abordagem qualiquantitativa, de modo que a pesquisa de campo abarcou alunos do 8º ano, os pais/responsáveis dos mesmos, bem como professores da referida escola. Os resultados apontam a extrema importância que tem a família e a escola na formação educacional dos alunos, embora, no São José Operário, alguns pontos precisam ser superados visando melhor atender o público atendido. Chama-se atenção para novos rumos a ser adotado no espaço escolar para que não se configure apenas como local de introjeção de conhecimento, mas espaço de afirmação da autonomia e de liberdade dos alunos.

Palavras-chave: Escola, Família, Cidadania, Parintins.

Abstract

This work is fruit of a research accomplished in the year of 2015 in the municipal district of Parintins/AM tends as locus of institutional field the State School São José Operário. The purpose is to investigate the contribution of the relationship family-school for the construction or statement of the students' citizenship in formation process. The methodological procedures were ruled in the approach qualiquantitativa, so that the field research embraced the 8th year-old students, the pais/responsáveis of the same ones, as well as teachers of the referred school. The results point the extreme importance that has the family and the school in the students' education formation, although, in São José Operário, some points need to be overcome seeking better to assist the assisted public. He/she calls himself attention for new directions to be adopted in the school space for it is not just configured as place of knowledge introjeção, but space of statement of the autonomy and of the students' freedom.

Keywords: School, Family, Citizenship, Parintins.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Antônia Pereira Pontes y Patrício Azevedo Ribeiro (2016): “Relações interconexas entre família, escola e cidadania: estudo de caso em uma escola da rede pública de Parintins/AM)”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (julio-septiembre 2016). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2016/03/cidadania.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/CCCSS-2016-03-cidadania


INTRODUÇÃO
           
As mudanças que vem ocorrendo no sistema econômico, político, social e cultural, tendo o modo de produção capitalista como base para tal situação, tem impactado nos diversos âmbitos das sociedades, inclusive nas instituições como a família e a escola, pois são vistas como espaços primários da educação e desenvolvimento humano.
A educação dos sujeitos começa prioritariamente dentro da instituição familiar e depois se desenvolve com a contribuição da escola, se esta for bem repassada contribuirá infinitamente para o desenvolvimento intelectual e oportunizará aos mesmos a se reconhecerem não só como sujeitos na sociedade, mas da sociedade e assim efetivar a cidadania em seu sentido pleno.
Neste sentido, a família tem o papel de cotidianamente repassar os ensinamentos aos seus filhos com base na experiência adquirida a partir da sua vivência em sociedade. A escola por sua vez tem a responsabilidade de aperfeiçoar a educação, a partir de métodos formais como a “transmissão de determinados legados, isto é, de certos conhecimentos técnicas ou modos de vida, de forma a preparar o indivíduo para os papéis que ele será chamado a desempenhar ao longo da vida [...]” (OLIVEIRA, 2007, p. 215).
Com base neste entendimento, este trabalho tem como propósito investigar o processo de contribuição da família e da escola para a construção ou afirmação da cidadania dos alunos em formação na Escola Estadual São José Operário no município de Parintins/AM. Com isso, busca-se refletir se a família e a escola vem cumprindo seus papéis de mediadoras primárias no âmbito de constituição da cidadania dos indivíduos, considerando as transformações vigentes sob a ótica do sistema capitalista que assenta-se cada vez mais em todas as esferas da vida social.
O trabalho resulta de uma revisão bibliográfica, documental e pesquisa de campo pautada no Estudo de Caso, realizada em 2015 na cidade de Parintins/AM tendo como locus institucional a Escola Estadual São José Operário. A pesquisa, de natureza qualiquantitativa, abarcou alunos do 8º ano, os pais/responsáveis dos mesmos, bem como professores da referida escola, totalizando 49 informantes no estudo de campo. Para tais informantes foi utilizado formulários com perguntas abertas e fechadas, entrevistas semiestruturadas, observação assistemática, além do diário de campo.
Para responder ao objetivo proposto, o artigo está sequenciado em duas partes contendo subtópicos para melhor entendimento da discussão. A primeira aborda os aspectos conceituais acerca da família, da escola, e a relação destas como constructo da cidadania. A segunda traz o contexto da pesquisa realizada na Escola Estadual São José Operário, onde visualiza-se o ponto de vista dos educandos, dos pais/responsáveis e dos professores. Além disso, pontua-se argumentos sobre a importância do Serviço Social neste debate.

RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: CAMINHOS E (DES)CAMINHOS PARA A CIDADANIA

            Este tópico tem por objetivo discorrer sobre os debates que envolvem a tríade relacional família, escola e cidadania, sendo a família e a escola as principais bases para a construção de um ensino voltado para a formação cidadã na perspectiva de construção de cidadãos críticos e comprometidos com a sociedade contemporânea.

As interfaces da Família

A categoria família comporta uma complexidade de questões em seu interior desde os tempos mais remotos até os dias atuais. Assim como o desenvolvimento humano parte de estágios naturais vivenciados pela ação homem-natureza, a organização família também é parte destes processos.
No entanto, na contemporaneidade com as transformações advindas do sistema capitalista por meio de avanços tecnológicos, esta organização vem sofrendo diversos impactos em seu interior. Diante disso, já não podemos falar em família, mas em famílias devido as diversas configurações que esta vem assumindo atualmente, sendo assim dá margem para a precarização das relações familiares e novos padrões de família.
Conforme afirma Sarti (2010, p. 21-22):

A partir da década de 1960, não apenas no Brasil, mas em escala mundial, difundiu-se a pílula anticoncepcional, que separou a sexualidade da reprodução [...]. Esse fato criou as condições materiais para que a mulher deixasse de ter sua vida e sua sexualidade atadas à maternidade como um ‘destino’ [...], associada a outro fenômeno social, a saber, o trabalho remunerado da mulher, abalou os alicerces familiares, e ambos inauguram um processo de mudanças substantivas na família [...].

Esses dois fatores foram preponderantes para mudanças na constituição e organização das famílias, pois separa a mulher da função a ela “destinada” que era a reprodução e o papel de protetora dos filhos, assim como a ausência dos pais pelo maior tempo no trabalho. Deste modo não há mais um acompanhamento dos filhos de forma absoluta, muitas das vezes deixando ao cuidado de parentes, vizinhos e amigos, rompendo o vínculo entre pais e filhos.
Está é uma realidade contemporânea, principalmente em famílias em situação de vulnerabilidade social. Assim sendo:

[...] o tempo destinado a convivência familiar é mais escasso, seja pela maior jornada de trabalho em razão das necessidades econômicas, sejas por solicitação de atividades externas exercidas individualmente ou com grupo extrafamiliares, esse processo favorece, frequentemente, o enfraquecimento da coesão familiar (SZYMANSKI, 2010, p. 66).

Sarti (2010), ressalta que devido a elasticidade que a mesma comporta em seu interior, sobretudo pelas uniões instáveis ou empregos incertos, há dificuldades para a realização dos papéis familiares, levando assim a envolver a rede de parentesco como um todo.
Neste sentido, Vitale (2010) pondera que esse processo de contrapartida do parentesco na educação de crianças/adolescentes tem como principal aliado os avós, que não intervêm apenas nas necessidades básicas, mas também na educação, ou seja, há uma transferência de responsabilidade por parte dos pais a estes, fazendo com que recentemente haja o aumento da sua contribuição na rede familiar.
 Ao que tudo indica o envolvimento da família como um todo pode ou não contribuir para que haja coesão familiar, pelo fato de desresponsabilizar os próprios pais na educação, visto que muitas das vezes os avós não veem a criança com os mesmos olhares de quem os concebeu.
O papel dos pais não é somente gerar filhos, é necessário a introjeção de valores para estes se constituírem em seres atuante na sociedade. Isso porque, quando criança, se tem controle maior sobre os mesmos, desse modo devem imprimir aos filhos valores, principalmente para convívio em sociedade na busca de seus direitos e deveres para serem pessoas livres e autônomos.
Assim, nesta sociedade se introjeta as mais diversas configurações familiares, por meio de novos padrões de família

[...] a família deixa de ser aquela constituída unicamente por casamento formal. Hoje diversifica-se e abrange as unidades familiares formadas pelos casamentos civil ou religioso, seja pela união estável; seja grupos formados dos pais ou ascendentes ou seus filhos, netos ou sobrinhos, seja por mães solteiras, seja pela união de homossexuais (SZYMANSKI, 2010, p. 64).

O núcleo familiar é entendido como o ambiente primário no qual nasce os mais diversos sentimentos e valores de convívio social. Assim também, é dentro deste que há a preparação para introduzir os sujeitos na sociedade a fim de que se reconheçam como parte dela e capazes de serem transformadores de sua realidade social. Isto ocorre em contato com a experiência cotidiana independente da configuração familiar o qual esteja inserido.
Contudo é sabido que na contemporaneidade não há um consenso em conceituar família devido a pluralidade de composições que há no interior de cada uma, mas ela sempre será lugar de reprodução de novos seres sociais, os quais tem que ser preparado desde criança para os desafios do cotidiano.

1.2 A escola e sua função social na política educacional
 
A trajetória da educação brasileira é marcada fortemente por avanços e retrocessos. É possível afirmar que somente com a Constituição Federal de 1988 que a educação passa a ter realmente um cariz de cidadania plena a todos. Tendo em 1996 seu marco solidificado sob a lei (LDBN/9394/1996) que vigora até os dias atuais, a qual regulamenta desde a educação básica até o ensino superior.
Dessa forma, conforme legislação vigente, em seu artigo Art. 2:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996, p. 1).

Em suma, ao analisar a realidade brasileira quanto ao âmbito educacional, vale destacar que há um grande entrave no que diz respeito ao incentivo da educação por parte da família, que em muitos dos casos transfere sua responsabilidade apenas para a escola. A escola por sua vez poucas vezes se desdobra em prol do ensinamento libertador, como idealiza Paulo Freire. Em que os sujeitos possam participar das decisões de sua sociedade. Assim, esta repassa a ideia de ser apenas transmissora de conteúdos pré-estabelecidos.
O reflexo de uma educação contraditória na atualidade deve-se ao constructo educacional que encobriu a educação brasileira ao longo de sua trajetória. Assim, ainda se adotam vários modelos educacionais que se interpenetram, dificultando a se alcançar uma educação verdadeiramente democrática.
Dessa forma, Luckesi (1994) aponta três grupos de entendimento do sentido da educação no decorrer dos tempos: o primeiro é denominado educação como redenção da sociedade, em que a educação neste sentido terá a força de redimir a sociedade a investir seus esforços nas gerações novas, formando suas ações a partir dos ensinamentos repassados. Na segunda concepção, a educação é vista como reprodução da sociedade, fazendo parte desta integralmente, os sujeitos tendem a reproduzi-la. A terceira é compreendida como meio de transformação da sociedade, está imbuída das duas concepções descritas acima, mas que por meio da educação é possível superar o modelo de sociedade que vivemos hoje.
Na contemporaneidade estas concepções ainda rondam os meandros do sistema educacional, porém a instituição escola amplia o conhecimento intelectual dos indivíduos, pois esta é:

[...] uma instituição social com objetivos e metas determinadas, que emprega e reelabora os conhecimentos socialmente produzidos, com o intuito de promover a aprendizagem e efetivar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores: memoria seletiva, criatividade associação de ideais, organizações e sequência de conhecimentos dentre outros (OLIVEIRA apudDESSEN; POLONIA, 2007, p. 26).

Tendo por base os argumentos mencionados acima, é possível afirmar que o espaço escolar é o mediador da educação no sentido mais formal, na qual repassa os conhecimentos elaborados com intuito de potencializar os sujeitos a desenvolverem suas capacidades cognitivas e conhecer o processo sócio-histórico para entender sua cultura e de outros povos, valores para o convívio na sociedade, dentre outros elementos.
Desse modo, Brandão (2007, p. 61) enfatiza que:

[...] a educação é um meio pelo qual o homem (a pessoa, o ser humano, o indivíduo, a criança, etc.) desenvolve potencialidades biopsíquicas inatas, mas que não atingiram sua perfeição (o seu amadurecimento, o seu desenvolvimento, etc.) sem a aprendizagem realizada através da educação.

Sendo assim a escola é o espaço difusor da educação formal. Trata-se de um espaço essencial para a construção do ser social, preparando-os mas para serem pessoas livres e autônomas capazes de lutar para a transformação da sociedade.
Piana (2009, p. 77) ratifica que:

A escola é o espaço privilegiado de produção e socialização do saber e deve se organizar por meio de ações educativas que busquem a formação de sujeitos éticos, participativos, críticos. Isso significa que compete à escola o papel de contribuir para disseminação do saber historicamente acumulado e também a produção de novos saberes.

Desse modo, para que a educação prepare os sujeitos para serem inseridos e lutarem por uma sociedade mais equitativa, esta não deve se deixar levar pela ideia de educação que é repassada hoje, que segundo Brandão (2007) é contraditória tendo por primícias diversos entendimentos.
Ademais a escola não caminha sozinha, por ela passam diversos atores, tais como os pais/responsáveis de alunos, corpo docente, gestor, pedagogo, e o profissional de Serviço Social que recentemente tem ocupado tal espaço. São esses o corpo em movimento da instituição que assumem diversos papéis para a construção do conhecimento.
Contudo uma educação que contemple sua real finalidade que é transformar o ser social enquanto um agente propositor dentro da sociedade em que vive, só é possível mediante a relação estabelecida entre família e escola, pois ambas são basilares para a solidificação de uma educação mais comprometida com a sociedade, devido o papel que cada uma desempenha para a construção do indivíduo.

1.3 A cidadania como constructo da relação família-escola

O exercício da cidadania não é algo que nasce com o indivíduo, visto que suas capacidades inatas perpassam por refinamentos, por isso o exercício da cidadania só ocorre por intermédio da educação, cuja responsabilidade cabe a duas instituições primordiais para a construção do ser social – a família e a escola – que juntas tem muito a contribuir na formação cidadã de qualquer sujeito.
A cidadania é uma categoria sócio-histórica e dialética. Diz respeito ao direito de participar das decisões da sociedade a partir do reconhecimento do próprio cidadão, enquanto ser dotado de direitos e deveres, que recebe desde seu nascimento.
Os direitos se configuram em direitos civis, políticos e sociais – os direitos civis e políticos se desdobram no princípio de que o homem é livre e, se é livre, tem o direito de lutar por igualdade de direitos dentro de sua sociedade, opondo-se assim aos ditames do Estado. O direito civil proporciona que os seres sociais se organizem politicamente por meio de sindicatos, movimentos sociais, escolas, conselhos, associações de bairros e assim lutar em busca de seus anseios (CERQUIER- MANZINI, 2010; COUTO, 2010).
Já os direitos sociais dizem respeito ao compromisso que o estado deve ter com a população, no sentido de prover a estes o atendimento as necessidades básicas; dentre elas o direito à moradia, saúde, educação dentre outros.
Conforme Couto (2010), há ainda um terceiro direito que vem se evidenciado em busca do reconhecimento de suas demandas, trata-se de um direito de natureza coletiva e difusa, pois são lutas travadas em sentido global, que visam o desenvolvimento da paz, ao meio ambiente e autodeterminação dos povos, para que independente de sua escolha seja ela qual for possa ser respeitado. Vale dizer que a conscientização da hegemonia capitalista ao construir seu nicho econômico, destrói a dignidade humana e seu habitat natural.
Para que tais direitos se tornem expressão da luta e conquista dos povos, são transformados em leis, acordos políticos, cartas de intenção, decretos dentre outros (COUTO, 2010).
Bobbio (2004, p. 29) sinaliza que “a liberdade e a igualdade dos homens não são um dado de fato, mas um ideal a perseguir; não são uma existência, mas valor não são um ser, mas deve ser”.
Este autor indica que por mais que os direitos sejam reconhecidos legalmente, aponta que não se nasce livres e nem iguais, pois o que determina a efetivação destes não é o próprio homem se não tiver imbuído de conhecimento sobre tal, mas é o estado que se encarrega de efetivar e que por mais que o homem/mulher seja portador de direito nem sempre isto garante a efetivação destes.
A mudança dessa realidade perpassa pela ideia de que para o ser humano usufruir de seus direitos, este deve conhecê-los e buscar os caminhos para a realização dos mesmos. Isso significa que ser cidadão hoje não é somente ter direito, mas ser propositor para alcançar o acesso aos direitos políticos, civis e sociais, pois ser cidadão não é só se reconhecer como sujeito de direito, é também ser propositor para se efetivar de fato à cidadania

[...] ele também deve ter deveres: ser o próprio fomentador da existência dos direitos a todos, ter responsabilidade em conjunto pela coletividade, cumprir as normas e propostas elaboradas e decidir coletivamente, fazer parte do governo, direta ou indiretamente, ao votar, ao pressionar por meio de movimentos sociais, ao participar de assembleias- no bairro, sindicatos, partido político ou escola (CERQUIER-MANZINNI, 2010, p. 12).

Por essa falta de conhecimento são poucas as pessoas que se inserem em grupos políticos, para participar das decisões e propor novos direcionamentos para esta sociedade. Sendo assim a sociedade é cada vez mais vítima de manobra politiqueira dos que estão no poder, enquanto quem tem o poder nas mãos nem sabe por onde usá-los.
Diante dessas nuances, reafirma-se a importância e a necessidade de se implantar uma educação em todos os níveis voltadas para formação da cidadania dos educandos, principalmente que caminhe para o exercício da cidadania, pois, só na “constante vigilância dos atos cotidianos o cidadão pode se apropriar de seus direitos fazendo valer de fato. Se não houver essa exigência, eles ficarão no papel” (TOMAZZI, 2010, p. 139).
Vale dizer que, a construção da cidadania é resultado da educação que a família e escola empreende nos indivíduos a partir de ensinamentos que vão além dos conteúdos de sala de aula. Com o comprometimento dessas duas instituições no processo de aprendizagem, é que a educação deixará de ser aquela estritamente mecânica, pois, conforme Freire (2014), numa sociedade em transição como a nossa, a educação deve dispor de meios para superar a captação mágica e ingênua da realidade dos sujeitos, por uma dominantemente crítica.
Contudo acredita-se que a utopia cidadã só será construída mediante o envolvimento direto das principais bases responsáveis pela educação dos sujeitos nesta sociedade uma vez que se complementam nessa construção.

DESATANDO OS NÓS DA RELAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA E CIDADANIA: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA ESTADUAL SÃO JOSÉ OPERÁRIO EM PARINTINS/AM

Na contemporaneidade, Parintins possui um grande quantitativo de escolas, tanto na área urbana como na área rural, porém não se difere de outras realidades quanto ao aspecto da educação, pois ainda perpassa pela problemática do analfabetismo dentre outras questões advindas das diversas realidades dos educandos, muitas vezes atrelado ao aspecto da pobreza, conforme o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010)

Das pessoas com mais de 15 anos em extrema pobreza, 723 não sabiam ler ou escrever, o que representa 6,2% dos extremamente pobres nessa faixa etária. Dentre eles, 210 eram chefes de domicílio. O Censo de 2010 revelou que no município havia 2.508 crianças de 0 a 3 anos na extrema pobreza não frequentando creche, o que representa 87,7% das crianças extremamente pobres nessa faixa etária. Entre aquelas de 4 a 5 anos, havia 686 crianças fora da escola (46,3% das crianças extremamente pobres nessa faixa etária) e, no grupo de 6 a 14 anos, eram 1.250 (17,9%). Por fim, entre os jovens de 15 a 17 anos na extrema pobreza, 508 estavam fora da escola (30,3% dos jovens extremamente pobres nessa faixa etária) (BRASIL/MDS, p. 2).
           
Pelo exposto é possível afirmar que ainda é perene no município de Parintins as debilidades educacionais. Não menosprezando os grandes avanços positivos na educação parintinense, ainda há um longo caminho a percorrer no que se refere a educação como direito de todos, e para que o analfabetismo não se assole cada vez mais no município.
            A Escola São José Operário, em que se realizou o estudo sobre a relação família escola encontra-se situada na Rua Oneldes Martins, nº 3311, Bairro São José, sendo de propriedade da Diocese de Parintins com imóvel cedido através de Convênio.
            O referido educandário oferece aulas do Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano e Ensino Médio na modalidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Atende um público proveniente dos mais diversos bairros da cidade, tais como: São Benedito, Centro, Itaguatinga, Djard Vieira, Emílio Moreira, João Novo, Itaúna I e II, União, Paulo Corrêa, Comunidade de Aninga, Parananema e Macurany.
De maneira sintética buscou-se conhecer a realidade social dos principais atores; pais/responsáveis e professores, e a visão destes sobre a relação com o ensino dos educandos, inclusive sobre como os próprios educandos avaliam seu espaço escolar.
Os educandos que participaram da pesquisa foram alunos do 8º ano 2 da Escola São José Operário, com faixa etária de idades entre 13 a 15 anos, ou seja, existem alguns que estão fora da idade determinada pela série. Deste total 62% são do sexo masculino e 38% feminino. 
Quanto a opinião dos educandos sobre às atividades desenvolvidas pela escola. O gráfico sequencial identifica que:
Os percentuais do gráfico asseveram que, 41% dos educandos consideram ótimas as atividades da escola, 31% bom e 28% regular. É perceptível a divisão de opiniões quanto a satisfação das atividades realizadas pela escola. Uma das justificativas para tal decorre de serem alunos na fase da adolescência, e aquilo que está posto pela escola nem sempre é condizente com suas expectativas, visto ser a adolescência um momento da vida “identificado como uma etapa marcada por tormentos e conturbações vinculadas a emergência da sexualidade” (AGUIAR; BOCK; OZELLA, 2007, p. 164).
Posteriormente, investigou-se sobre a participação dos alunos nos projetos desenvolvidos na/pela escola.

Os dados apontam que 48% estão inseridos no projeto “Retalhos de uma estória costurados em poesia”. Lembre-se que este projeto aconteceu recentemente na escola cujas informações estão referendadas no tópico anterior. 28% participam do “Mais educação”, 21% de outros com modalidades não especificadas e somente 3% estavam no reforço escolar. Tais informações revelam que os educandos participantes de estudo estão inseridos em projetos no âmbito escolar. Isto corrobora para seu aprendizado além da sala de aula.
Verificado sobre o acompanhamento dos pais por período bimestral, a maioria dos entrevistados afirmaram que seus pais/responsáveis são presentes na vida escolar, sobretudo nas vezes que a escola solicita. Na concepção de Resende (2013), essa contrapartida da família é muito importante para que realmente se configure a relação família-escola, sendo que a solidificação entre tais instituições é bastante complexa, pois envolve uma gama de interações e dispositivos a serem acionados, tais como: reuniões de pais, cadernos de bilhetes, agenda escolar, relatórios, boletins escolares e outros, principalmente a contribuição no dever de casa.
Quanto aos pais/ responsáveis dos educandos a maioria tem idade entre 18 a 40 anos, possuindo o ensino médio completo. No que tange à participação na vida escolar, os pais e responsáveis afirmam que:

Não como deveria. Sou uma Mãe ausente, mais quando tenho tempo eu venho à escola procurar saber como o processo de ensino e aprendizado do meu filho está, não só isso, mais sim seu comportamento, suas atitudes e outros (PAI/RESPONSÁVEL 2, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

Não, pois viajo muito e não tenho tempo de acompanha-lo (PAI/RESPONSÁVEL 3, PESQUISA DE CAMPO, 2015.

Sim, eu sempre estou com os meus filhos na escola, porque se nós não formos sempre na escola ele se sente inseguro (Pai/Responsável 6, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

Me considero por que em todas as reuniões estou na escola. Não posso estar de vez enquanto porque trabalho, ou melhor sou funcionária e não posso estar muito presente (Pai/Responsável 7, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

As falas dos pais/responsáveis revelam que a relação com a escola ocorre prioritariamente por meio de reuniões e do diálogo com o professor sobre o comportamento do filho dentro do espaço escolar. Um dos pontos a se destacar assenta-se na contradição quanto à relação com os professores, não que seja descartada essa interlocução com o professor sobre a caminhada educacional do cotidiano do filho, mas permite fazer o seguinte questionamento: se os pais/responsáveis acompanhassem o filho de modo mais intenso por meio das atividades extraescolares, não haveria nem a necessidade de perguntar do professor sobre certos aspectos da vida escolar, dentre eles o do desempenho nas disciplinas.
Neste sentido, um dos instrumentos apontados por Carvalho apud Resende (2013) é o dever de casa. Pois trata-se de uma atividade extraescolar que contribui para a manutenção da inter-relação frutuosa família-escola. Logo, é um dever que ocorre dentro do espaço doméstico sob a supervisão dos pais ou responsáveis e deveria ocorrer com mais frequência no dia a dia dos educandos e não somente nos ciclos iniciais do ensino.
Outro depoimento em destaque é o dos pais/ responsáveis 2, 3 e 7, pois nele encontram-se contido uma das problemáticas que interferem na não participação na vida escolar dos filhos, isto é, mundo do trabalho. Isso porque, uma vez que evidenciado as determinações do empregador, deixam a vida escolar dos filhos para segundo plano, conforme o argumento do(a) informante 1.
Romanelli (2013, p. 36) discorda desse ponto de vista, enfatizando que “[...] dificuldades derivadas do modo de inserção de seus integrantes no mercado do trabalho, de desemprego, da inclusão da mãe em atividades mal remuneradas que limitam, mas não excluem, sua atuação na escolarização dos filhos”.
De acordo com o exposto, as problemáticas advindas do sistema capitalista não excluem a responsabilidade dos pais/responsáveis no processo de participação da vida escolar dos filhos, mas os fatores provenientes do seu interior são os principais indicadores que impossibilitam o acompanhamento contínuo da família dentro do espaço escolar.
Por outro lado, a escola também deveria pensar em estratégias acessíveis para envolver os pais e a comunidade, sobretudo aqueles que dizem não disporem de tempo para participar de eventos e planejamentos que a escola promove.
No que se refere ao perfil dos professores escolhidos para o estudo, estes têm faixa etária entre 24 a 50 anos, a maioria com cursos de especialização possuindo bastante tempo de experiência na profissão de professor e lecionam em outras escolas além do São José Operário.
            Segundo a visão destes sobre o papel da família e da escola na construção da cidadania do educando na Escola São José Operário, estes apontam que:

Creio que sim! Mas precisa ser mais revitalizada esta relação. Das poucas vezes é quando é entregue notas, ou quando chamado a escola (Professor 3, PESQUISA DE CAMPO, 2015

Geralmente a família só comparece na escola quando há reunião para entrega de notas (Professor 7, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

Fazemos encontros com as famílias no mínimo um a cada bimestre para esclarecermos questões referentes a relação familiar. Oferecemos palestras com profissionais (Professor 8, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

Sim. Constantemente pais e responsáveis são convidados a estarem no ambiente escolar para debater questões concernentes a educação escolar, no entanto, a participação da família nesse tipo de atividade é muito baixa, tomada muitas vezes como perda de tempo (Professor 10, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

Na discussão elencada pelos professores é possível inferir que a escola tem se mobilizado com questões voltadas para a importância da família no espaço escolar. Trata-se de um passo importantíssimo já que a participação em massa, conforme apontados por maioria dos professores, ocorre somente em dias de reuniões e as discussões voltadas para a melhoria da educação são configuradas como perda de tempo, segundo aponta o professor (a) 10.
Chama-se atenção para estratégias que explicitem e esclareçam sobre a presença e participação da família na escola, mediante a isso se sentirão convocadas e provocadas na construção de novos rumos e a escola além de ser um espaço difusor deste processo deve ampliar outras discussões principalmente sobre a afirmação da cidadania.
Desse modo a escola é essencial porque ela não se configura apenas como,

‘[...]agente de mudança e fator de desenvolvimento […] tem que se assumir basicamente não só como um potenciador de recursos, mas também como um lugar de abertura e de solidariedade, de justiça e de responsabilização mútua, de tolerância e respeito, de sabedoria e de conhecimento’ (OLIVEIRA MARTINS apud VASCONCELOS, 2007, p. 111).

A supracitada autora tece uma crítica quando sinaliza que a escola dispõe de vários aspectos em seu funcionamento para a formação dos sujeitos e também abarca outros aspectos, dentre eles como captadora de recursos. Contudo é necessário que o espaço escolar sinta-se instigado para transformar seu espaço em fortalecimento de ações com cunho de manifestações da cidadania a todos inseridos neste espaço para que o mesmo seja um ambiente de conhecimento recíproco e difusor da transformação social.
Por fim, com base nas ponderações dos sujeitos da pesquisa, questionou-se acerca dos maiores desafios enfrentados pela educação pública hoje para um ensino emancipador. Sobre isso, citam-se, dentre eles:

Políticas pública, curriculum adequado, baixos salários, indisciplina etc, (PROFESSOR 8, PESQUISA DE CAMPO 2015).

A perda gradativa de autoridade dos mestres e principalmente a falta de participação dos pais o que provoca baixo rendimento e indisciplina na escola PROFESOR 9 PESQUISA DE CAMPO, 2015).

[...] a falta de recursos materiais e humanos (coerência de professores ou principalmente de estrutura familiar adequada). Não basta ser bom professor, tem que ser múltiplos profissionais dentro de uma escola, ao ver do sistema educacional é de pais que perderam completamente a capacidade de educar seus filhos. Vem na escola um lugar de resolução de problemas das mais diversas naturezas, frente ás dificuldades enfrentadas na sociedade em que estamos atualmente (PROFESSOR 10, PESQUISA DE CAMPO, 2015).

Desse modo a fala dos (a) entrevistados (a) apontam inúmeros fatores que permeiam a educação na contemporaneidade. No primeiro mostra-se o descaso do poder público com os principais recursos necessários para a efetivação da educação dentre eles a valorização do profissional de educação e o segundo a preocupação do professor (a) quanto a ausência dos pais na educação dos filhos. E por último a sobrecarga na vida profissional dos professores que tem que se desdobrar para amenizar múltiplas problemáticas que rondam a sala de aula que nem sempre a resolubilidade destes são coerentes com a realidade das crianças/adolescentes.
É nisto que consiste a intervenção de uma equipe interdisciplinar com a presença do profissional de Serviço Social na escola de modo que possa contribuir no enfrentamento das problemáticas que perpassam o âmbito escolar, além de buscar aproximar a família da escola para que possa se construir uma educação em parceria com as duas instituições.
Entendendo a grande contribuição da prática profissional do assistente social no espaço escolar está pautada em uma atuação interventiva e propositiva na realidade, na perspectiva de  contribuir com a política de educação alguns estados e municípios já introduziram projetos de leis para que a presença deste profissional possa ser uma realidade na construção de uma formação cidadã, a exemplo cita-se PL S/N/05 e PL 004/09 de Santa Maria R/S que dispõe sobre a criação do Serviço Social nas Escolas da Rede Municipal de Ensino Fundamental e Educação Infantil.

Considerações Finais

Este estudo buscou investigar o processo de contribuição da relação família e escola para a construção da cidadania dos educandos em formação na Escola São José Operário, a fim de refletir sobre a importância de uma formação cidadã ativa por meio da educação pautada na relação família-escola.
Neste sentido, por meio da abordagem qualitativa e quantitativa que propiciou os resultados da pesquisa que contou com a participação de alunos, pais e professores, foi possível conhecer o perfil dos professores e dos pais/responsáveis, apontando um breve histórico de vida destes sujeitos.
Diante de todos os limites a pesquisa evidenciou inúmeros desafios atrelados a rotina da família, dentre estes o mundo do trabalho que é uma das principais barreiras para o não acompanhamento escolar dos filhos. De acordo com os profissionais da educação que representam o corpo escolar estes afirmaram que a relação família e escola ainda é muito fragmentada o que dificulta afirmação da cidadania no âmbito da Escola São José Operário.
Sendo assim a educação na realidade parintinense precisa articular estratégias para que a família e a escola possam caminhar juntas e assim construir de fato uma educação pautada na construção da cidadania, de modo que futuramente esta sociedade possa ter cidadãos capazes de transformar sua realidade social, regida sob a égide do capital, que destitui cada vez mais grande parte da população ao acesso de seus direitos de cidadania.

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* Bacharela em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas, Campus Parintins (2015). E-mail: appontes1@gmail.com

** Assistente Social. Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. Professor Assistente e Coordenador do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas, Campus Parintins. E-mail: patricioribeiro@ufam.edu.br


Recibido: 21/07/2016 Aceptado: 05/10/2016 Publicado: Septiembre de 2016

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