Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


PENSAR O “BRASIGUAIO” COMO UM TERCEIRO SUJEITO FRONTEIRIÇO: UMA IDENTIDADE EM CONSTRUÇÃO*

Autores e infomación del artículo

Liz Carolina Yegros Cuevas

Maristela Solda

UNIOESTE, Brasil

liz.yeg@gmail.com

Resumo: O trabalho busca analisar de maneira sucinta quem são os brasiguaios através de uma interpretação teórica dos intelectuais que tratam o conceito do novo sujeito fronteiriço. A identidade está em constante mudança, já não podendo ser concebida como uma identidade fixa. Por isso insistimos em romper com esse olhar ingênuo, onde querem encaixar o brasiguaio como um sujeito uniforme. O cerne do trabalho é ter uma aproximação do “terceiro sujeito fronteiriço”. Visto que o brasiguaio aparece como um problema tanto para Paraguai como para o Brasil pelo motivo de não estarem inseridos em nenhuma destas sociedades e assim, se sentirem confuso com sua própria identidade, resumindo sua inquietude em uma pergunta, quem sou eu? Isso se torna um grande desafio à medida que apresentamos o brasiguaio com nominação adquirida nos anos 1980 dentro de contextos históricos específicos, conceito que precisa ser revisto e reinterpretado.

Palavras-chave: Brasiguaio, Identidade, Fronteira, Paraguai, Brasil.

Abstract: This work analyze in a succint way who are brasiguaios through a intellectuals’ theoretical interpretation who deal with the new man border concept. The identity is in constant change, so can not be designed like a fixed identity. Because of that, we insist in break this naive look, where want fix the brasiguaio like a uniforme man, proposal that is far away to be possible. The most important in this study is have a aproximation of the “third man border”. Since brasiguaio appears like a problem for Paraguay as Brazil by the reason they are not inserted in none of this societies, so these one feels confused about his own identity, summing up his restlessness in one simple question, Who am I? This becomes in a huge challenge in a way that we introduce the brasiguaio with an acquired nomination in the 1980’s inside a specific historical contexts, concept that needs to be revised and reinterpreted.

Key-words: Brasiguaio, Identity, Border, Paraguay, Brazil.



Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Liz Carolina Yegros Cuevas y Maristela Solda (2016): “Pensar o “Brasiguaio” como um terceiro sujeito fronteiriço: uma identidade em construção”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (abril-junio 2016). En línea: http://www.eumed.net/rev/cccss/2016/02/pensar.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/CCCSS-2016-02-pensar


INTRODUÇÃO

O tema de identidade está no centro das discussões educacionais contemporâneas. Por isso é importante reconhecer que a identidade se constrói no dia a dia. E vai depender do próprio nível de abstração do individuo e da situação em que se encontra, ou seja, a identidade se “refaz”. A identidade é usada como fato e dados da vida social diante dos quais se devem tomar uma posição. A identidade seria a posição que o indivíduo está comprometido a assumir. Pensamos o que está em jogo na atualidade é a própria identidade. Tornam-se visíveis certos atores sociais, neste caso fará referência ao novo sujeito social o chamado “Brasiguaio”.  Assim:
A identidade brasiguaia é relativamente nova no cenário da fronteira. Ela apareceu, pela primeira vez, em junho de 1985, quando mais de mil famílias de camponeses brasileiros que Viviam no Paraguai cruzaram de forma organizada a fronteira na altura do município Sul- Mato-grossense de Mundo Novo (FREITA, 2006, p. 157).
            A importância de estudar a Identidade brasiguaia deve-se a que ela não pertence mais a uma nacionalidade brasileira, mas sim a uma identidade brasiguaia, visão que vem sendo trabalhadas por intelectuais de diversas áreas. Por isso o trabalho esta dividido em quatro momentos principais. Num primeiro momento se considera o contexto da chegada dos brasileiros ao Paraguai, se tem o objetivo de abordar os motivos pelas quais decidiram sair do Brasil e a facilidade com que adquiriam as terras. O segundo item procura nos aproximar ao “conceito Brasiguaio” a traves da interpretação das fontes, se observa o uso generalizado do termo. Já no terceiro item se faz uma breve descrição da questão de terra nos anos 2000, em que medida este recurso natural do Paraguai se encontram em mãos estrangeiras. Faz-se referencia ao departamento de Canindeyú como o lugar de encontro com o “outro”. Dessa forma o item quatro vai analisar de como a identidade não é fixa, mas bem alterável e que depende do contexto, e de pensamentos divergente sendo a identidade brasiguaia objeto de varias significações. E finalmente no título Choques culturais: discussões sobre a língua na fronteira se têm o propósito de demonstrar de como a língua vem a ser um elemento de diferenciação entre os Paraguaios e Brasileiros e a cultura em geral mesmo que vai gerando sentimento de “desconfiança, de resistência e própria negação do outro”.
Assim, se tem a necessidade de explorar contribuições teóricas acerca da identidade. Toma-se como referência a Tadeu da Silva que defende a necessidade de uma teoria da identidade. Já que a identidade costuma-se dizer que é resultado de um processo de produção simbólica e discursiva. É fundamental estudar Tadeu da Silva porque traz um enriquecimento acerca de que a identidade vai depender sempre da diferença e vice-versa.  Sendo considerada a diferença como instrumento preciso para a produção de significados e de distinções. Em virtude do exposto o texto se propõe a discutir conceitos importantes como é o caso do “brasiguaio” que permitem uma reflexão necessária enquanto sujeito histórico, tendo assim um olhar mais aprofundado sobre a temática, na maneira como estes indivíduos são descritos pelos intelectuais. Fica explicito que o uso do termo não é o mesmo de um país a outro. Por isso tomamos como base a pesquisa bibliográfica, assim realizamos uma análise das fontes escritas. Apresentam-se no texto os comentários sobre este novo sujeito e se trata demonstrar de como a identidade brasiguaia em si é uma identidade variada, ou seja, às vezes pode ser uma identidade imposta outras vezes negociada, manipulada e em especial uma identidade que esta em fase de construção.

Migração dos Brasileiros a Paraguai

Falar de imigrantes é investigar um grupo muito diversificado em termos de chegada, local de origem, e outras particularidades socioeconômicas. Para compreender este fenômeno migratório que hoje ocorre vamos voltar para a paisagem do longo transcurso migratório. Vamos ver:
En cuanto a la fecha en que llegaron al Paraguay, varios investigadores tanto brasileños (Sprandel, 1992; 1998; Wagner, 1990; Cortéz, 1993, Amorim, 1994), como paraguayos (Fogel, 1990; Galeano, 1994), puntualizan que su ingreso masivo al Paraguay fue facilitado por la labor de empresarios y terratenientes del Brasil, que en los inicios del régimen stronista (1954) adquirieron grandes extensiones de tierra para iniciar un proceso de colonización con sus compatriotas ( FOGEL; QUÍNTIN, 2005, p. 124).

Os fluxos migratórios dos brasileiros ao Paraguai já tinha começado na década de 1960.  Daí Riquelme Quíntin nos ajuda a entender esse fenómeno da seguinte forma: a dinâmica expansionista:

En el Brasil, luego de consolidarse un esquema de dominación interna, basado en la sintonía entre fuerzas domésticas e internacionales y el régimen burocrático-autoritario, se inició un proyecto geopolítico expansionista hacia el Paraguay (FOGEL; QUÍNTIN, 2005, p.15).

Essa dinâmica expansionista deu passo para a formação de novos proprietários de terras, a reestruturação do sector agrícola, desemprego e degradação ambiental. Os fatores acima mencionados propício a implementação de uma política de portas abertas ao financiamento e mão de obra brasileira, “cuya consecuencia más significativa fue el ingreso indocumentado de masivos flujos migratorios del vecino país” (FOGEL; QUÍNTIN, 2005, p.17).
Assim o Governo Paraguaio promoveu a vendas de terras a grandes grupos financeiros, empresas e investidores brasileiros que vinham do Sul do Brasil. Além disso, o Paraguai iria se incorporar no mercado global da soja. Imediatamente o ditador chegou a alterar a legislação do Paraguai para estimular o movimento migratório. “Stroessner reemplaza el Estatuto Agrario1 vigente desde 1940 y en 1963 el nuevo estatuto agrario permite la venta de tierras en zonas fronterizas” (CÁCERES; MARTÍNEZ, 2011, p. 2).
Em virtude disso extensões de terras foram destinadas a parceiros políticos e investidores estrangeiros. Assim o governo paraguaio permitiu o fluxo de imigrantes, controlando só uma parte dele. Momento que Paraguai estava sob o poder do general Stroessner desde 1954 (até 1989) e no Brasil também teve um regime militar de 1964 (SOUCHAUD, 2009, p. 22). A intenção do General Stroessner era tirar o Paraguai da economia tradicional, ou seja, do primitivismo agrícola. Também é importante salientar que nesse momento o Paraguai dependia em grande parte da Argentina isso fez que o ditador inicia-se uma aliança de parceria com o presidente Juscelino Kubitschek do Brasil.
Percebe-se que os laços que uniam o Brasil e o Paraguai durante a ditadura do general Strossner possibilitava a incorporação dos brasileiros, ou seja, desde a parte oriental do Paraguai é tida como uma área específica, porque eram vistos como terra fértil capaz de realizar o desenvolvimento de suas produções. Assim, “Este contexto contribuye a la pérdida de la soberanía paraguaya, especialmente, en las regiones fronterizas con el Brasil” (FOGEL; QUÍNTIN, 2005, p. 119). Por isso Riquelme Quintín afirma qué:

La inmigración en Paraguay adquiere relevancia en departamentos de frontera con Brasil, donde se ha asentado un importante contingente de inmigrantes brasileños, pequeños productores agrícolas que fueron ubicándose primero en zonas del Alto Paraná y luego se fueron expandiendo hacia Canindeyú y Amambay (FOGEL; QUÍNTIN, 2005. p. 24).

Se bem que “La frontera es un lugar de encuentro con la diferencia, de descubrimiento del otro, pero también se producen muchos desencuentros, intolerancias y simplificaciones de las realidades heterogéneas” (ALBUQUERQUE, 2005, p. 185). Segundo Albuquerque além da Ameaça à soberania nacional, a migração dos brasileiros colonos na Região Oriental constitui o principal meio para a Expansão da agricultura capitalista no Paraguai.
Embora a presença de brasileiros no Paraguai não é um evento recente. “Comienza en la década del setenta y tiene su gran aceleración en los años 90, siendo la zona fronteriza del Este de la Región Oriental el espacio preferido de los colonos” (VÁZQUEZ, 2005, p. 198).
Contudo, o que chamam a atenção dos brasileiros é “Os baixos preços das terras e a sua grande fertilidade vêm ao encontro das necessidades de muitos pequenos agricultores do sul do Brasil, e cujo trabalho na terra é o único e tradicional meio de vida” (BALLER, 2008, p. 39).
Deste modo o governo brasileiro propicia mão de obra ao país vizinho pelo motivo que Brasil estava passando pelo processo de modernização isto é pelo processo de “mecanização da agricultura”, fenômeno que sem dúvida há deixado muitos agricultores sem trabalho em condições lamentáveis. Outro fator que levou os brasileiros a migrar se deve a que estes indivíduos se deixaram fascinar pelas publicidades, que descreviam as terras do Paraguai como férteis e baratas. Também a construção da Hidroelétrica de Itaipu foi um dos motivos de saída. Considera-se que cerca de “40 mil brasileiros desalojados das suas terras no oeste Paraná ingressaram no território Paraguaio” (COLOGNESE, 2012, p. 150). Por isso decidiram migrar, em busca de melhores condições de vida, tranquilidade e em muitos casos pela curiosidade.
No entanto a população Paraguaia começou a se perturbar pela presencia destes novos atores econômicos, chegando a denominar este fenômeno como uma invasão ao território paraguaio.

O Brasiguaio: uma aproximação da sua conceptualização

Já na década de 1980 a migração começa apresentar uma desaceleração que dão lugar ao retorno de brasileiros a seu país de origem: onde os brasileiros não têm mais acesso fácil às terras paraguaias como foi visível nos anos 1960. Com o retorno dos brasileiros no Brasil se vivência um problema: onde os que retornaram foram visto como um novo indivíduo, um novo sujeito que permaneceu no Paraguai em um determinado tempo e agora se encontra vivendo novamente em seu país de origem. Tanto os intelectuais como as imprensas, e os próprios cidadãos paraguaios e brasileiros falam que estes imigrantes não têm identidade nacional, muito vezes é compreendida como metade brasileira e metade paraguaia uma identidade híbrida aos que com o passar dos anos foram denominados como “Brasiguaios”.
O termo brasiguaio vai sofrer alteração segundo o nível de abstração de cada indivíduo e também da interpretação dos países vizinhos. Ao tomar fontes teóricas e interpretações de certas entrevistas percebe-se que o termo vai sofrendo transformações, em Brasil sendo visto como brasileiros que não conseguem se superar economicamente e decidem regressar ao Brasil. No entanto em Paraguai já vem os “brasiguaios” como um obstáculo para o desenvolvimento dos cidadãos paraguaios. Sendo os “brasiguaios” que exercem a hegemonia no território paraguaio, mas bem caracterizá-los como proprietários de grandes extensões de terras. Para os pesquisadores paraguaios estes novos sujeitos sociais vivem em Paraguai, sem adotar as costumes, ideologias deles. Apropriando do conceito do autor Baller (2008), que vai falar que o “brasiguaio” surgem no momento, em que eles são vistos como um problema para a sociedade: seja pela sua condição fragmentada, híbrida, não correspondendo a nenhuma das duas nacionalidades.  O problema aparece porque carece de uma “identidade pura” o não se identifica como Paraguaio o Brasileiro, mas bem se encontram numa situação confusa e interrogante: quem sou eu?
Já o autor Henrique Manoel da Silva (2007, p. 161), vai adotar a expressão Teuto-Brasiguaio (a) que identificam aqueles brasileiros que estão legalmente no Paraguai. Nesta situação estamos falando dos filhos (os descendentes), que com o passar dos tempos preservam e prática a sua cultura brasileira sem deixar de lado a cultura paraguaia. Na atualidade segundo o ator se tem uma incorporação e integração com a cultura paraguaia, hoje se pode falar de um hibridismo cultural como os teuto- descendentes.
Karoline Gonçalves no seu texto “Brasiguaio: Território, identidade e desafios” (2010). Concebe o brasiguaio como o sujeito que retorna a seu lugar de origem e que passo por um processo de reterritorialização, isto é que decidiram voltar ao Brasil e que devem adentrar-se aos novos desafios: construir uma nova territorialidade e uma nova identidade, que vai levar em certo sentido a uma reconstrução da identidade.
 Assim a identidade muitas vezes e tratada como “o sentimento de pertencer aquilo que nos pertence” (GONÇALVES, 2010, p. 3). Conceito que nos leva a pensar em que condição se encontra os brasiguaios, já que eles decidiram voltar ao Brasil, país que pertencem- lê.  Muitas vezes partimos da hipótese que os brasiguaio nem território nacional têm.
Com a migração dos sulistas brasileiros para o Paraguai os migrantes oriundos do Norte e Nordeste que haviam chegado ao país no início da década de 60 começaram a ser deslocados para as cidades de La Paloma e Salto del Guaíra, ambas fronteiriças com o Mato Grosso do Sul, onde muitos optaram por retornar ao Brasil (GONÇALVES, 2010, p. 5).

As dificuldades que encontravam; estes pequenos agricultores se deram no primeiro momento porque eles levaram muito pouco capital e pelo medo de ficar ilegal no Paraguai faziam os procedimentos para obter o visto paraguaio. Fato que impulsou os brasileiros voltar para o Brasil. Porém ao retornar o Brasiguaio constatou-se com grandes dificuldadese a recepção feita a esses migrantes é marcado por um sentimento de diferença e alteridade, o que nos permite afirmar que as trilhas de volta são marcadas de dor e sofrimento” (GONÇALVES, 2010).     
 Assim o sujeito viajante, imigrante vai abraçando uma nova identidade que não é paraguaia nem brasileira, mas bem é “brasiguaia”. O retorno já não é o mesmo o lugar com o passar dos anos se modifica. Segundo Gonçalves “O sujeito migrante já não é mais o mesmo, esses fatores justificam as dificuldades e desafios que os Brasiguaios enfrentaram tanto ao saírem do Paraguai, como ao retornarem para o Brasil” (2010, p. 8).
O senso comum vai se referir aos “brasiguaios” como brasileiros que vivem e trabalham com a terra Paraguaia.  Embora não possamos nos delimitar a esta concepção. O cerne da investigação sobre os brasiguaios devido a quem são estes sujeitos? O brasiguaio pode ser considerado uma identidade em construção? Poderíamos chegar a argumentar o que estamos revivendo é o que aconteceu anos atrás com os indígenas que muitos não conseguiram escapar da nominação por parte dos jesuítas. Estamos falando de uma identidade imposta?
Quando as imprensas espelham o representa um determinado grupo estamos diante uma identidade imposta. Silvio Colognese (2012) expõe dois tipos de identidades: o primeiro corresponde a uma auto- identidade definida por si mesma e a outra a uma hetero- identidade definida pelos outros. Na atualidade vemos de como uma pessoa é descrito pelos outros. Desta maneira atribui-se aos brasiguaios como inferior; descrevendo-o sem elementos positivos e pouco atrativos. E por outro lado são descritos como grandes proprietários de terras consideradas como a “burguesia agraria” no Paraguai.

A importância do ano 2000. Participação e mobilizações por parte dos camponeses e indígenas. Demanda pelas terras concentradas em mãos estrangeiras

No Governo de Nicanor Duarte Frutos ocorreu uma série de mudanças que podem ser apreciado; tanto no setor da infraestrutura, e a própria entrada de novos atores na sociedade paraguaia. Neste caso, os migrantes que corresponde à análise desta secção. Ve-se:
En el inicio del actual mandato presidencial las movilizaciones se suceden. Se dan incluso violentos enfrentamientos a fines de 2003 y casi todo el 2004 alrededor del tema de la soja, hasta que en noviembre de 2004 Duarte Frutos, bajo fuerte presión del lobby de los terratenientes, accede a movilizar al ejército y sacarlo a las zonas rurales para contener la ola de ocupaciones ( PALAU, 2005, p. 10).

O sociólogo Paraguaio Tomás Palau em sua tese “El movimiento campesino en el Paraguay: conflictos, planteamientos y desafíos” (2005) descreve que o plantío da soja  com a incorporação da semente transgênica, vem se expandindo rapidamente no país. Em efeito a terra é superestimada e desse modo leva a expulsão e compra das terras dos camponeses.
O autor aponta que grandes produtores de soja são em sua maioria estrangeiros (brasileiros e de outras nacionalidades). Consequentemente isto deu passo para um processo de alienação do território nacional, a perda da prática da monocultura, a intoxicação do ambiente e o pior ainda a expulsão dos camponeses e indígenas da sua propriedade.
Nomeadamente, o modelo de exclusão e expulsão do Paraguai é o resultado do governo Nicanor Duarte Frutos, por causar vários danos ao agricultor com a titulação de lotes, permitindo a transferência de terras para os camponeses em favor dos empregadores, em sua maioria estrangeira que ofereciam um alto preço por hectare de terra, que origino a falta de financiamento para os pequenos produtores. É assim a terra foi concentrada em poucas mãos (GALEANO, 2005, p. 24). Em virtude disso o aceso e a própria divisão da terra que se observa em Paraguai tem sofrido um processo irregular de distribuição pela invasão estrangeira. A lógica sem dúvida é o lucro que alguns obtêm a custa dos outros, a expansão do neoliberalismo na economia tem devastado os camponeses impropriamente. Isto significa que a lei 1.863 que foi aprovada em 20022 deixa obsoleta a lei do ano 1963 época do General Strossner, já que com a modificação do Estatuto agrário do Paraguai em 2002 se estabeleceu restrições para a tendência de terra para estrangeiros, porque se estipulou que as terras públicas são para os Paraguaios. Porém está escrito no papel, mas nada fica visto na prática.
Consequentemente o caráter rural desta migração tem sido uma transformação na região oriental do Paraguai, afetando não só a agricultura, mas a estrutura territorial de todo o país. A entrada de brasileiros no território Paraguaio era vista como um caminho perfeito para propiciar o progresso interno do país.
La primera es constituida por poblaciones paraguayas “arraigadas”, mientras la otra se compone de descendientes de inmigrantes de brasileños, los cuales son paraguayos ya que han nacido en Paraguay, a pesar de que mantienen prácticas muy asociadas a la cultura brasileña idioma, costumbres (SOUCHAUD, 2009, p. 3).

A tese de Souchaud (2009) define que o modelo de produção é resultado da instalação dos imigrantes brasileiros na Região oriental e até mesmo examina os mecanismos de apropriação do território. Este mesmo traça o estudo dos impactos territoriais e concebe Paraguai como o país anfitrião da migração.
Assim, o encontro que ocorre entre os paraguaios e imigrantes brasileiros tem como resultado a aproximação entre estes sujeitos, que por causa de seu interesse econômico os imigrantes chegam a conquistar propriedades e se incorporam na economia Paraguaia. Explicasse que os conflitos com camponeses paraguaios se ampliam nos últimos anos, devido a que os paraguaios consideram uma invasão brasileira no seu território.  Do ponto de vista de setores políticos e dos movimentos sociais paraguaios, essa influencia brasileira no Paraguai representa uma ameaça à soberania nacional. A imagem a seguir ilustra um dos maiores produtores de soja em Paraguai que vai causar a ocupação de um grupo considerável dos camponeses na propriedade deste brasiguaio, localizado em Ñacunday3 , Alto Paraná. Cerca de 471.000 4 hectares de terras se encontram em mãos estrangeiras graças aos títulos concedidos na época do General Strossner.

Por outra parte é bastante significativa a influencia cultural (língua portuguesa, religião, música, tradição, culinária, entre outras coisas). O conflito se resume o uso de agrotóxicos nas lavouras da soja que tem gerado a destruição ambiental. “A identidade fronteiriça está diretamente ligada às problemáticas nacionais, a alteridade se mistura com a heterogeneidade da população que transita nesse espaço” (BALLER, 2008, p. 152).  O que acontece é que existem discursos que tratam de deixar claro que entre estes grupos há uma relação cordial; que da origem ao hibridismo cultural.  Seja pelo próprio convívio, já que praticam a mistura das línguas, que vai dar passo ao “portunhol” (português e espanhol) o portuguaranhol sendo as misturas das três línguas (português- Guarani- espanhol), também o tereré que os paraguaios tomam de manhã depois do tereré rupa 5. Sendo considera uma bebida fria preferida e consumida por gosto, por tradição e também porque reúnem as pessoas para descansar, conversar, formando parte da rotina do dia a dia.
Albuquerque (2005) argumenta que os valores culturais (Língua, música, estilo de roupa, culinária) vão predominar dos brasileiros quando estes sejam numerosos. No entanto onde eles são poucos não há outra maneira; eles devem aprender a falar o guarani o espanhol para comunicar-se. Assim fica evidente que o indivíduo vai se adaptar de acordo a suas necessidades. Tem parte que vai predominar a língua brasileira e a mídia brasileira. O autor vai afirmando que a nação brasileira se torna mais presente na década de 1980-1990, com maior migração, com a infraestrutura, ou seja, a construção de estrada asfaltada, a adoção de antenas parabólicas e presenças de emissoras brasileiras (rádio).
Observa-se no décimo quarto departamento do Paraguai: Canindeyú uma forte presença dos imigrantes produtores de soja. Conforme afirma Souchand (2009, p. 1).
Esta ciudad de aproximadamente 13000 en el 2002 (DGEEC, Censo de la Población 2002) creció fuertemente a partir de la llegada de la ruta asfaltada, en 2003. A partir de este momento, empezaron a llegar migrantes de distintos lugares del país, sin que se haya observado un movimiento de expulsión de los nativos de Curuguaty. Hoy día encontramos en la ciudad, nativos arraigados, migrantes internos de las áreas centrales del Paraguay y descendientes de brasileños que vienen del área marcada por la presencia la inmigración internacional brasileña Alto Paraná u oeste del Canindeyú.

Cidade de Curuguaty entendida como uma cidade de encontro com o outro, que é a fronteira entre o cidadão nativo e estrangeiro que certamente levanta novas questões para a sociedade, “no caso de Curuguaty se trata de migração interna e não internacional, que não é brasileiro, mas seus descendentes nascidos no Paraguai” (SOUCHAUD, 2009, p. 7).
No entanto, resulta que são filhos de brasileiros que vivem nesta cidade que tem o seu crescimento no ano de 2003. Segundo Sylvain Souchad (2009) cidade emergente que esta fortemente relacionada com o surgimento de uma nova categoria populacional, os descendentes de brasileiros. O reconhecimento de suas origens devido à presença de seus pais brasileiros, que cresceram nessa região, mas hoje são considerados como povo paraguaio que vão se incorporando num espaço urbano, neste caso, a Cidade de Curuguaty.
Deste modo a migração brasileira no Paraguai, relacionados com a fronteira agrícola, evolui dando a possibilidade de novos atores estrangeiros se envolverem na atividade econômica.  Nesse sentido, há uma estreita relação entre atores nacionais e estrangeiros, mas que faz que entre eles existam a “superação” tanto um do outro. Por isso, é importante compreender que a presença de imigrantes será um dos motivos de protestos por parte dos agricultores. Não podemos esquecer que em Paraguai as terras públicas foram concedidas a uma política de imigração. Este fato beneficiou imigrantes brasileiros, principalmente grandes produtores, porque era capaz de realizar qualquer tipo de atividade. Por outro lado, foram deixados de lado às populações locais e comunidades indígenas.
Pensar em Paraguai como uns dos países onde a sociedade em grande medida depende da agricultura é indiscutível. Sua própria distancia dos portos marítimos, e seu relacionamento com seus grandes parceiros econômicos (Argentina- Brasil). Assim na sociedade Paraguaia aparecem novos atores que participam nas atividades econômicas. Neste caso particularmente os brasileiros que são responsáveis por parte significativa da produção e da exportação de carne bovina e soja.
Está claro que no período da ditadura do Strossner 1954-1989 intensifica-se a colonização por estrangeiros das partes leste e sudeste do país. Estes colonos estrangeiros eram, em sua grande maioria, oriundos de distintas migrações (internas) do Brasil. Assim o governo de Strossner afetou profundamente a situação agrária tradicional do Paraguai6 . A reforma agrária tinha o propósito de ocupar as terras do Leste da bacia do rio Paraguai e disponibilizar terras localizadas nas fronteiras bacia do rio Paraná para estrangeiros principalmente “os brasileiros” capazes de introduzir a agricultura moderna (FIGUEREDO; LOVOIS, s /d, p. 2). 
Isto deu origem ao “território brasiguaio” denominado pelo Figueredo e Lovois, porque estes atores tinham vínculos com o Brasil, dando a entender que a sua base socioeconômica e produtiva é brasileira, mas em território paraguaio. Tendo desta maneira um total apoio do governo, as construções da ponte da amizade e a represa de Itaipu ajudam ao projeto colonizador iniciada com Strossner.
Albuquerque (2009, p. 3), diz que os imigrantes brasileiros no Paraguai vieram predominantemente dos três estados do Sul do Brasil: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, e em menor numero de Minas Gerais e dos estados do Nordeste do Brasil.

Identidade em construção

O termo brasiguaio tem se mostrado como detentor de possibilidades, e manejado, conforme a necessidades das pessoas que vivem e fazem parte das fronteiras (...) passa a ser conveniente, quando se busca auxilio social em um ou outro país (BALLER, 2014, p. 127).
             
Isto nos leva a pensar a identidade brasiguaia como uma ajuda para estes indivíduos obter a possibilidade de subsistência devido à situação mesmo que se encontra. Já que eles são vistos como desamparados. O autor Baller descreve que os indivíduos não gostam da terminologia brasiguaia, mas quando lhes for conveniente vai chamar – invocar essa identidade. Tal questão contribui para afirmá-la que a identidade deste terceiro sujeito fronteiriço vai sofrendo transformações conforme a própria necessidade, a própria diversidade e interpretação de quem o estuda.
A importância de estabelecermos discussão sobre a identidade e dizer trazendo a discussão do “outro” leva a campo da “diferença”. Neste caso entre o Paraguai e Brasil. Assim a identidade apresenta certa hibridação e permanece em luta: onde não há consenso de ideologias, transformando-se em memórias divididas e identidades fragmentadas.  Podemos sinalar que a identidade brasiguaia é continuamente reconstruída ou manipulada. Deste modo a identidade se reproduz em um espaço dinâmico vivendo praticamente em um sistema de transformação.
Para José Lindomar Albuquerque (2009) o fenômeno do brasiguaio não e homogêneo- uniforme. Em vista de que a imprensa brasileira descreve os brasiguaios como grupos pobres que chegaram a morar no Paraguai e posteriormente voltaram ao Brasil em busca de uma nova e melhor qualidade de vida. Embora a imprensa Paraguaia visse os brasiguaios como grandes empresários agrícolas plantadores de soja, que estão dificultando a vida dos camponeses e deste modo estão acabando com a soberania nacional.
O autor Thomaz Tadeu da Silva no seu texto “A produção social da identidade e da diferença” (2000), reflexiona sobre os conceitos das identidades, em um primeiro momento o autor diz: que parece fácil pensar em identidade como eu me identifico respondendo quem eu sou. A identidade assim parece ser concebida positivamente (aquilo que sou). Neste aspecto a identidade só faz referencia a si própria. É assim quando eu falo sou “Paraguaio” to tratando de dizer que não sou Brasileira- Argentina o Uruguaia, estou me identificando de acordo com minha nacionalidade que muitas vezes faz interpretação errônea dessa expressão conforme Tadeu da Silva que para percepção dos demais poderiam ser uma negação das demais nacionalidades, mencionado como uma declaração negativa da outra identidade. Por exemplo: quando uma (X) pessoa pergunta para outra (Y) você e argentina? A pessoa muita vezes se senti ofendida e tem uma resposta rápida e afirmativa dizendo: Não, não sou. Então a diferença vem a ser o produto da identidade, como eu me represento.
Então o Brasiguaio é compreendido como um indivíduo- grupo heterogêneo. No sentido que podem ser considerado como grandes latifundiários, outras vezes formados por agricultores com pouco capital, também é concebido como grandes arrendatários com interesse comerciais e não de subsistência y por último indivíduo que residem em um lugar sem o título.
4.1-Choques culturais: discussões sobre a língua na fronteira

A fronteira guarani se constitui como o principal limite entre os paraguaios e os imigrantes que não falam esse idioma. Muitos paraguaios comentam que os brasileiros não aprendem o guarani porque são bastante nacionalistas e buscam preservar a língua portuguesa.
“Elementos que indica considerar os brasiguaios como indivíduos transnacionais e que os tornam singulares em relação aos outros transmigrantes” (MARQUES, 2009, p. 110). Percebe-se variadas formas de hibridismo linguístico com a mistura de idiomas, música e platôs culinários.
Muitas vezes a incompreensão da língua do “outro” gera desconfianças, preconceitos e suspeita tanto por parte do Paraguaio e do Brasileiro. No entanto hoje em dia tem escolas que praticam a diversidade linguística. Entre as novas gerações é impossível não se envolverem já que eles frequentam a escola. “Essas crianças e jovens vivem em dois mundos culturais distintos e recebem a influência tanto do Brasil no espaço doméstico como do Paraguai no ambiente escolar” (ALBUQUERQUE, s/d, p. 4).
Por isso se fala que a presença de brasileiros caminha para um espaço de hostilidades, de representações, e de imagens. Albuquerque descreve que os sinais brasileiros chegam a ser vistas pelos próprios paraguaios, já que os canais paraguaios são precários. Deste modo fica evidente a influência que originam o encontro com o “outro”, ou seja, o encontro com a diferença. Fator determinante da diferença e a própria língua que é grande parte considerada como portadora de nossa identidade nacional não se pode esquecer que uma nação e identificada pelo conjunto de pessoas que compartem a mesma língua, sentimentos, tradições e culturas.
 Então o Paraguai com a incorporação dos imigrantes brasileiros estaria deixando de lado de conceber a nação como um conjunto de pessoas que compartem a mesma língua, sentimentos, tradições e culturas. Já que na atualidade a nação paraguaia e receptora de imigrantes em sua maioria de brasileiros, que divergem na língua, nos preparo das comidas, na própria concepção do mundo e sobre tudo na disputa pela terra. Então estaríamos diante uma desnacionalização e uma perda de soberania nacional? Daí tais organizações campesinas como o caso da Federação Nacional dos Campesinos do Paraguai (FNC) sem dúvida vão afirmar que estamos diante um processo de invasão estrangeira. Afirmando que são os imigrantes que obtêm grande quantidade de terras- isto faz que existam tensões sociais e culturais entre os campesinos e estrangeiros, particularmente com os brasileiros.
È importante relembrar que a língua espanhola no Paraguai se torna obrigatória traz a independência (1811), mas isso não faz que a língua nativa o “guarani” se deixe de falar pela população: ela segue forte pela própria resistência dos indígenas e missionários (ALBURQUERQUE, s/d, p. 8).
Já Baller (2008, p. 156) fala que não podemos interpretar a hegemonia de certos grupos. Ele fala que as produções neste espaço são livres e a distinção não se aplica a quem domina ou a quem é dominado gerando assim poderes supremos ou hegemônicos na fronteira, há sim uma pluralidade de eventos que demonstram as variedades de diferenças em este lugar.
Quando Baller diz que na fronteira não existem quem domina. Não concordamos simplesmente pelo fato que na sociedade sempre existiu uma divisão hierárquica desde a época colonial porque na atualidade seria diferente. Na fronteira persistem resistências porque os próprios países têm um passado de conflitos, por isso não se pode negar, mas também não se pode generalizar que entre os Brasileiros- Paraguaios se tem um nível de desconfiança, medo e certa resistência de aproximação um ao outro. Quando intelectuais Paraguaios falam que os brasileiros estão fazendo do Paraguai outro país, porque são eles os principais atores econômicos os que se encontram hoje em grande quantidade na República Paraguaia.

CONCLUSÃO

O que buscamos mostrar ao longo da pesquisa. De como a “identidade” não é dada mais sim construída. Nas “fronteiras” coexistem grupos diversos como o caso dos paraguaios, brasileiros e os chamados brasiguaios, no qual muitas vezes nem todos se reconhecem com o conceito. Assim vimos que as teorias sobre os assuntos são variadas e interdisciplinares. Chegamos a entender como a própria identidade é um conceito complexo.
Para alguns pesquisadores brasileiros que trabalham o tema, o brasiguaio é compreendido como o migrante brasileiro que foi ao Paraguai e não conseguiu se reproduzir enquanto agricultor.  Ao retornarem ao Brasil são tratados como estranhos, podendo concebê-los como “cidadãos sem nacionalidade, sem territorialidade e sem lugar”.
Por outro lado, grande parte dos pesquisadores paraguaios concebe como brasiguaios a todos os brasileiros que foram ao Paraguai desde a origem do movimento migratório que deriva do final da década de 1960. E que não precisamente volta para o Brasil. Em certo sentido continuam trabalhando com a terra Paraguaia como um novo ator econômico, fato que vem ocasionando revolta por partes dos cidadãos nacionais, é dizer por parte dos Paraguaios.
A própria concepção da imprensa que decidem chamá-los de “brasiguaio” como um novo sujeito social. Quando as imprensas os chamam de “brasiguaios” estaríamos falando de uma identidade imposta- uma identidade forjada e forçada. Por isso na atualidade há uma ampliação do significado, compreendendo como um terceiro sujeito fronteiriço. Sem lugar a dúvida, o fluxo migratório origina várias identidades, ou seja, muitas imagens do brasiguaio. 
Os fatores acima mencionados ajudam para o entendimento de este indivíduo que conviveu com a sociedade paraguaia e em algum caso decidiram migrar novamente para seu lugar de origem pelas dificuldades econômicas e pela própria adaptação. O objetivo do trabalho não busca chegar à conclusão, mas sim trazer a questão de que o conceito mesmo deve ser revisto porque fica claro que o termo foi adquirido nas décadas dos oitenta com o retorno de estes homens de fronteira. Conforme todo o exposto será que com os passar dos anos os brasiguaios deixaram de ser denigrados, deixaram de ser concebidos como o resultado do encontro com duas nacionalidades, e dizer a Brasileira e Paraguaia. Como podemos afirmar que eles não gostam deste conceito, quando tem atores que argumentam que o individuo sem nacionalidade vem utilizando essa condição como uma vantagem para lograr os seus objetivos. Através do estudo se entende que o ser brasiguaio não é apenas o agricultor ligado à agricultura paraguaia. Na atualidade, não podemos esquecer as novas gerações que se encontrar em uma condição legal no Paraguai, os descendentes. Assim o desafio é trazer a voz dos filhos dos brasileiros como eles se representam com o conceito. Assim poderemos falar de uma identidade brasiguaia?

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* Artigo reformulado. Originalmente apresentado no CONINTER 4 – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociedades e Humanidades, realizado de 08 a 11 de dezembro de 2015, em Foz do Iguaçu/Paraná/Brasil.

1 El estatuto agrário é uma lei que tem o objetivo de estabelecer normas que garantisse a distribuição de propriedades de forma justa e equitativa dirigido principalmente para os Camponeses.

2 ¿De qué habla la Ley 1863/02 del Estatuto Agrario y su  modificación? Disponível em: < http://lifeprovida.net/HIDDI/documents/Leyes/Ley%201863%20(02)%20y%20Ley%202002%20(02)/habla%20la%20Ley%201863%20y%20modificaci.pdf> Acesso em: 8 de setembro de 2015.

3 A necessidade de acesso a terra, recurso básica de subsistência para a população rural, levou a 600 camponeses sem terra ocupam 12.000 hectares, parte de uma propriedade em Ñacunday, distrito do departamento de Alto Paraná. Propriedade do Brasiguaio Tranquilo Favero. Informativo Campesino. N 246, 2011, p. 2.

4  Soberanía fue pisoteada en Ñacunday dicen Carperos. Cinabrio Blog. 18\06\2011. Disponível em: < http://cinabrio.over-blog.es/article-campesinos-paraguayos-exigen-al-estado-que-retome-control-de-tierras-en-poder-de-brasiguayos-79715201.html> Aceso em: 26 de setembro de 2015.

5 Refere-se ao consumo do tereré, depois do pastel com mandioca o outro alimento. O tereré não se deve consumir com o estomago vazio.

6 A policultura, a pecuária é a base tradicional da economia Paraguaia. A cultura de um paraguaio de saber como trabalhar a terra deve-se a herança das comunidades indígenas. Baseada na policultura manual em pequenas glebas, e também na exploração de madeira e erva mate.


Recibido: 18/03/2016 Aceptado: 11/05/2016 Publicado: Mayo de 2016

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