Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


GÊNERO NA ESCOLA
EDUCAÇÃO DE MENINOS X EDUCAÇÃO DE MENINAS

Autores e infomación del artículo

Alessandra Ferreira de Brito

Etec Jorge Street, Brasil

alessandra.ferreira11@etec.sp.gov.br

RESUMO

A escola cada vez mais se torna formadora de profissionais e a Educação considerada por vários segmentos da sociedade como subsídios para nivelamento econômico. Porém, as necessidades de equidade de oportunidades não se restringem ao econômico, pois parte que compõem as relações de exclusão tem influência social e cultural como às relações gênero que ainda pelo simbólico separam profissões masculinas e femininas. Este artigo apresenta reflexões acerca da importância da democratização dos conhecimentos como base do desenvolvimento de habilidades e atitudes masculinas e femininas. Partindo da observação e do levantamento de dados, a escolha do método qualitativo foi selecionado pela característica social do tema e por sua característica comparativa. Para isso é realizado um levantamento bibliográfico.

Palavras - chave: Gênero, profissão, feminino, masculino



Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Alessandra Ferreira de Brito (2016): “Gênero na escola. Educação de meninos x educação de meninas”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (enero-marzo 2016). En línea: http://www.eumed.net/rev/cccss/2016/01/genero-escola.html


INTRODUÇÃO

O tema surge a partir de experiências profissionais como docente de jovens do ensino médio – técnico e através da observação do cotidiano profissional e do público atendido, como professora é possível observar que ainda existem separações nas escolhas de formação profissional pelos jovens inseridos no ensino médio integrado ao técnico, onde, existe uma maior demanda de jovens do sexo masculino em cursos da área industrial.
Tais escolhas podem ser associadas à Cultura, as demandas mercadológicas e as habilidades conceituais reconhecidas ou desenvolvidas no ambiente escolar através das áreas de conhecimentos entre humanas e exatas. A fragmentação de conteúdos e separação entre alunos que tem desempenho satisfatório, em disciplinas humanas e exatas já sugere aptidões ou reforços de comportamento como de escolhas profissionais futuras, limitando o desenvolvimento de habilidades.
Ao longo do tempo a educação de mulheres, passou por grandes transformações, principalmente no que se refere à inserção em escolas, que primordialmente eram constituídos de conteúdos voltados para educação e administração do lar, filhos e marido. Posteriormente a equidade de conteúdos conceituais e a educação para o trabalho.
Embora nos dias atuais existam conteúdos comuns para homens e mulheres, a educação doméstica e a cultura ainda dita ações acerca de profissões masculinas e femininas. A primeira forma de a criança compreender o mundo é através do lúdico. O que predomina como brincadeiras femininas são: bonecas, maquiagem, simulação de casinhas, acessórios de beleza, aplicativos informatizados ressaltando roupas e acessórios femininos. Quanto aos brinquedos do universo masculino estão voltados para: carrinhos, brinquedos de montar, jogos de vídeo game e brinquedos eletrônicos. Ao analisarmos ambos universos, podemos constatar que meninas desde muito cedo, assimilam um estereótipo de mulher que incluí a estética e afazeres domésticos, enquanto os meninos recebem estímulos de coordenação motora, resolução de problemas e uma prévia para desenvolvimento do raciocínio lógico matemático.
Se a educação escolar de base não promover em seu ambiente o desenvolvimento de habilidades conceituais e de atitudes, o que serão reproduzidos são separações sexistas de habilidades e conhecimentos, que se distancia da própria proposta curricular dos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Considerando que questões educacionais são também constituídas de fenômenos sociais, o método qualitativo é o mais apropriado para analisar e discutir as diretrizes educacionais com relação às questões de Gênero.
A justificativa do método qualitativo se dá pelas características desse fenômeno social que possuem variáveis e que podem descrever a complexidade de um determinado problema, classificando o dinamismo entre os grupos e finalmente particularizando indivíduos e comparando dados obtidos com modelos definidos. (GIL, 2008, p.175).
Para analisar e discutir a proposta curricular do ensino fundamental e suas influências nas escolhas profissionais serão examinados: Os Parâmetros Curriculares de Ensino Fundamental e levantamento bibliográfico sobre o tema, através de: livros, revistas, periódicos, dissertações e teses.

TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E O CONCEITO DE GÊNERO

As influências de movimentos políticos e sociais dos anos 60 contribuíram para a construção de um conceito social para a palavra gênero. Para compreender essa construção conceitual de gênero, é necessário conhecer o que fundamentou tal teoria, quais as influências dos movimentos feministas, homossexuais e de grupos étnicos. Para isso é necessário nos remetermos à história para que se contextualize a compreensão de alguns valores sociais intrínsecos nas relações da educação de meninos e meninas.
O conceito de gênero tem uma história relativamente recente e aparentemente à palavra gênero foi utilizada pela primeira vez em um sentido próximo do que se reconhece recentemente pelo biólogo norte – americano John Money, em 1955 para dar conta dos aspectos sociais do sexo. O autor define que passa a existir uma sofisticação da palavra gênero. Ela passa a opor – se à idéia de sexo, pois, esse termo fica limitado aos aspectos biológicos de um indivíduo, desconsiderando a identidade e todo o processo de identificação sexual. Posteriormente o termo era associado ao substantivo determinado pelo seu gênero, número e grau na gramática, classificando palavras como masculinas e femininas. (SILVA, 2007, p. 91)
Louro (2003) contempla que esse momento histórico pode ser definido como a discussão entre a dissociação do biológico e social das relações de gênero. Ao dirigir o foco para as relações sociais, não significa negar as diferenças biológicas entre homens e mulheres, mas caracterizar uma construção histórica e social.
Nesta concepção a autora afirma que o “Sufragismo” ou o movimento de voto para as mulheres e “a grande onda”, tinham o envolvimento de mulheres de classe médias e brancas que aos poucos foi de certa forma acomodando-se, mas que influenciaram e influenciam estudos feministas até hoje. (Idem p.14-15)
Para Silva (2007) inicialmente os movimentos feministas se preocupavam com o acesso a escola, posteriormente aos recursos educacionais que eram diferenciados classificando dividindo disciplinas por gênero. O que prevalecia eram estereótipos de profissões voltadas para homens e mulheres, através de livros didáticos, atribuindo profissões como, médico para os homens e enfermeiras ás mulheres. Esses preconceitos eram internalizados e aceitos também por professores e professoras que inconscientemente esperavam coisas diferentes de meninos e meninas.
Louro (2003) afirma que as diferenças de gênero são ensinadas às meninas e aos meninos, no processo da formação de suas identidades. Nesta construção, a tradicional separação de homens e mulheres em espaços próprios e modos de vida diferentes. Tal separação fundava-se entre razão e emoção, o menino que empreende e é criado para dominar e mostrar – se forte e a menina educada para hábitos domésticos e cuidados com os filhos afirmando uma inferioridade feminina e a superioridade masculina caracterizando uma valorização social que privilegia o homem.
Para Silva (2007) o feminismo vinha mostrando com maior força que as linhas do poder da sociedade não se estruturam só pelo capitalismo, mas também pelo patriarcado onde, nessa teoria há uma profunda desigualdade dividindo homens e mulheres, onde os primeiros se apropriam de uma parte gritante e desproporcional dos recursos materiais e simbólicos da sociedade.

Através das evoluções políticas, sociais e acadêmicas podemos definir que o conceito de Gênero é amplo e abrange as esferas biológicas, sociais, afetivas e culturais. Nesse sentido Heilborn (1994) afirma que: gênero é um conceito das ciências sociais que, a grosso modo, se refere à construção social do sexo. O conceito de gênero ambiciona, portanto, distinguir entre o fato da diferenciação sexual humana e a caracterização de masculino e feminino que acompanham nas culturas a presença de dois sexos na natureza. Este raciocínio apóia-se na idéia de que há machos e fêmeas na espécie humana, mas a qualidade de ser homem e ser mulher é condição realizada pela cultura.
Dentro deste conceito de Gênero, Silva (2007) afirma que a palavra, refere-se aos conceitos socialmente construídos de um processo de identificação.    As relações de gênero devem ser compreendidas como construções que variam de uma sociedade para a outra e no contexto histórico por intermédio de significações e símbolos característicos sociais. Essas significações nunca são neutras ou desinteressadas, mas são compostas por contradições sociais. Esses significados são gerados pelas instituições sociais como, a família, a escola, a igreja e o Estado. Essas simbologias estão intrínsecas nas relações estabelecidas e todas essas instituições refletem valores sociais.
Louro (2003) afirma que o conceito de gênero como uma constituinte da identidade do sujeito que se remete a outro conceito complexo que é o de “identidade” e a compreensão, de identidades múltiplas e plurais que se transformam, não são fixas ou permanentes e que ao mesmo tempo podem ser contraditórias.
Para Foucault (1985), o problema não é mudar a consciência das pessoas, mas o regime político, econômico e institucional da produção de verdades. A partir da mobilização dos poderes que se pode gerar o discurso que desperte o questionamento. Se por um lado as instituições sociais ditam regras diretas de comportamento e condicionamento e assim aumentam seu poder discurso, essas mesmas instituições voltadas para o questionamento surtiram mais efeito sobre as desigualdades.
A informação pode produzir o conhecimento individual e coletivo e a disseminação de conhecimentos produzem em um sentido prático a reprodução de valores sociais onde, podem dividir homens e mulheres, culturas, etnias e identidades sexuais. O ambiente escolar é reconhecido em vários segmentos da sociedade como um subsídio para o nivelamento social com a ênfase na formação básica ou preparação de pré-requisitos á atividades econômicas.
Os objetivos da escola de formação são traçados através de planejamento, de parâmetros e diretrizes dos conteúdos escolares de formação básica para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes tendo como conseqüência o mundo do trabalho e não considerando exclusivamente o foco do processo educativo.

GÊNERO E A TRANSVERSALIDADE DO CONHECIMENTO

A educação tradicional trouxe em sua concepção a valorização extrema de conteúdos conceituais, voltados para o desenvolvimento cognitivo, constituída de conteúdos aleatórios e formação de profissionais eficientes desde o ensino primário da época. O cenário era do professor como centralizador do conhecimento desconsiderando a comunidade escolar e uma educação em prol do capital.
A Nova Pedagogia trás a proposta da escola como um ambiente de construção do conceito de cidadania e participação ativa dos protagonistas do processo educativo: o corpo docente, discente e a comunidade escolar.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de compreender a cidadania como participação política e social adotando iniciativas de solidariedade, cooperação e repúdio as injustiças, respeitando ao outro como para si próprio além dos direitos e deveres mediando conflitos, desenvolvendo habilidades de decisões coletivas. Conhecer características fundamentais do Brasil das dimensões sociais, materiais e culturais construindo a noção de identidade nacional e pessoal como, valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro posicionando – se contra qualquer discriminação desde classe social, sexo, etnia e outras características individuais e sociais. Desenvolver o conhecimento ajustado a capacidade e confiança nas capacidades: afetiva, física, cognitiva, ética estética e de relações interpessoais na busca do conhecimento e no exercício de cidadania. (BRASIL, 1997)
É inegável a ênfase e a herança cultural da abordagem que privilegiava a cognição e a sexualidade no sentido biológico como propulsora ou estopim para uma preocupação em discutir o tema de sexualidade. Segundo Aquino e Martineli (2012, apud, César, 2009, p.50) defendeu – se a importância da educação sexual como matéria de ensino abordando noções de higiene e moral. Antes dos anos 60, a igreja católica possuía domínio do sistema educacional o que resultou em uma severa repressão Sexual onde o foco era voltado para os controles e métodos de fertilidade e no comportamento sexual das pessoas.
Os papéis sociais entre homens e mulheres não eram vistos como conteúdos na escola, o que se discutia em seu conteúdo uma abordagem biológica e com o plano de fundo de uma moral religiosa acerca do comportamento sexual. Se estendermos os motivos da criação de um parâmetro curricular para orientação sexual e gênero é perceptível heranças culturais e quais as necessidades que motivaram sua criação em sua justificativa: Durante os anos 80, a demanda por trabalhos na área da sexualidade nas escolas aumentou devido à preocupação dos educadores com o grande crescimento da gravidez indesejada e o risco iminente pela contaminação pelo HIV (vírus da AIDS) entre os jovens. (BRASIL, 1997)
A demanda pela abordagem partiu novamente da necessidade social que engloba o biológico como o crescimento da taxa de natalidade entre os jovens e a contaminação pelo vírus HIV (vírus da AIDS). Porém, movimentos sociais também reivindicavam estudos e formação do sexo ou da sexualidade como uma construção social de comportamento que vai além das necessidades sociais.
O Parâmetro Curricular de Orientação Sexual conceitua a sexualidade como de grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas e constituída ao longo da vida que é ligada a Antropologia, História, Economia, Sociologia, Biologia, Medicina e Psicologia. A sexualidade, assim como a inteligência, será construída a partir das possibilidades individuais e de sua interação com o meio e a cultura. (BRASIL, 1997)
Evidentemente que as concepções de diversos valores culturais constituem a moral dos alunos recebidos em cada sala de aula. A multiplicidade de concepções acerca da sexualidade, do sexo e dos papéis sociais entre homens e mulheres se transforma durante o decorrer do tempo e do contexto histórico – cultural. Quando falamos da educação básica, as crianças já trazem conceitos dos papéis entre meninos e meninas por influência da família, meios de comunicação e da interação com outras crianças.

GÊNERO E AS DIRETRIZES DO CURRÍCULO DE FORMAÇÃO

Ao nascerem às crianças trazem consigo potencialidades que poderão ser desenvolvidas ou não ao longo da vida. A manifestação do pensamento através do simbólico como, palavras, gestos, linguagem, escrita, não é instintiva, mas aprendida no meio social. O homem nasce em uma sociedade que o projeta para o meio cultural que prioriza virtudes e o que é socialmente aceito. Quando essa socialização adquire caráter de franca intencionalidade de ensinar ou inserir pessoas a uma cultura e se faz através de processos formais, estamos falando de educação. Ao refletir sobre as práticas educativas e disseminação de conhecimentos o que antecede as ações são as diretrizes segundo os valores culturais individuais e coletivos.
Porém as influências do Currículo de base voltadas para a profissionalização e educação de crianças, jovens e adultos priorizam as necessidades econômicas desconsiderando o contexto social. Se nos remetermos a alguns momentos históricos do currículo escolar e profissionalizante podemos refletir acerca dos reais objetivos da educação formal.
O primeiro momento do currículo escolar foi para atender a necessidade de formação de massa, exclusivamente voltado para economia ou promover o capital financeiros de blocos, sistematizando a Educação como forma de poder e regularizadora de posições ocupadas socialmente por homens, mulheres e a manutenção de um status social.
Para Freire (1970) compreender o ensino tradicional quanto aos seus modelos traz a reflexão de modelo educacional, significa desenvolver uma ação depositária, “educação bancária” que se baseia na transferência de informações do professor para o aluno, ações facilmente confundidas como um ato depositário.
O ato depositário não visa quem aprende, mas o que se aprende. É inegável a importância de existir uma base comum para o desenvolvimento conceitos, habilidades e atitudes mobilizadoras de comportamentos e conhecimentos que reflitam as necessidades da época, porém, o grande desafio é contemplar necessidades individuais e coletivas. Significa partir do social para o conceitual, caracterizando o currículo escolar como a identidade da instituição e interesse dos envolvidos, que demandam um constante e dinâmico processo de construção coletiva.
Se por um lado a Pedagogia tem se proposto a refletir em metodologias de aprendizagens para contemplar as necessidades sociais, cognitivas e afetivas do educando, por outro a relação prática do ensino – aprendizagem tem esbarrado com o “corporativismo da educação” de reproduzir delimitações e pré-disposições para aprendizagem, definindo como um modelo que seleciona e classifica o perfil dos alunos em humanas e exatas, profissões masculinas e femininas.

ORIENTAÇÃO SEXUAL E GÊNERO

O estudo de gênero e necessidade da discussão acerca da formação de homens e mulheres para inserção ou qualificação para o mercado de trabalho também significa falar de educação. A educação seja ela formal ou não formal tem a necessidade de contemplar de forma abrange esferas do contexto social de cada época.
O trabalho de Orientação Sexual e Gênero compreendem que a orientação sexual deve compor conceitos e atitudes dentro do ambiente escolar. Através da compreensão da complexidade do tema, que não se restringe ao corpo, mas a composição social de comportamento entre homens e mulheres. (BRASIL, 1997)
Segundo Toscano (1985) a escola é constituída por corpos marcados por experiências, influências externas como: família, religião entre outras. A constituição da pessoa é multifacetada por características sociais, biológico e histórico culturais. Ao reconhecer o aspecto sócio culturais é preciso compreender que toda sociedade considera – se contemporânea à escola deve refletir suas necessidades e esse é o maior desafio da educação.
Assumir o papel de partilhar com a família a orientação sexual de crianças e jovens é muito mais do que a revisão de valores e de práticas sociais é necessário restabelecer paradigmas e relações acerca dos projetos destinados às escolas, vislumbrando-se a elaboração de um projeto educacional coletivo, em parceria com todos os sujeitos escolares preservando a subjetividade das famílias, segundo seus valores e se distanciar de reproduções ou silenciar diante das relações de abuso simbólico e construção de estereótipos entre homens e mulheres. Não se trata de estabelecer um padrão de aceitação de construção de valores acerca de homens e mulheres, mas, estabelecer a pluralidade de escolha que partem da identidade individual e coletiva segundo os valores os envolvidos.
Alarcão (2003) afirma que a escola deve propiciar ao educando um espaço de desenvolvimento global no âmbito das disciplinas do reconhecimento e conhecimento de competências necessárias para o exercício da cidadania, o convívio e o respeito com as pessoas bem como com outras culturas. Cabe a escola criar as condições mínimas que permitirão o pleno desenvolvimento de todos os fatores sociais implicados no desenvolvimento integral daquela sociedade. Que se providencie a igualdade de oportunidades sob pena de não promovê-la desenvolveremos um fator de exclusão social e a falta de informação.
Há tempos acreditou – se que as relações de poder eram fundamentadas nas questões econômicas que separavam pessoas por suas condições financeiras. É notório que além do fator econômico a questão social de fundo moral individual e coletiva separa homens e se fundamentam relações de poder que estabelecem simbólica e intrinsecamente papéis masculinos, femininos, influencias desde cedo segmentos profissionais entre homens e mulheres.
A escola em sua concepção é constituída por pessoas sejam, o corpo discente e docente que também se constituem de morais diferentes. A multiplicidade multifacetada de saberes envolvidos são os desafios constantes e inerentes a vontade da escola. Estabelecer uma metodologia para desenvolver as habilidades sociais do currículo não significa massificar de forma unilateral as relações, mas, constantemente rever conceitos do dinamismo das transformações sociais da comunidade.
Os Parâmetros Curriculares define o papel do educador no contexto das relações de gênero que cabe ao profissional acesso á informação especifica para tratar sexualidade com crianças e jovens, possibilitando a construção de uma postura profissional consciente no trato desse tema. O professor deve ter então ter contato com questões teóricas e discussões sobre as temáticas de sexualidade. (BRASIL, 1997)
A acessibilidade á informação são significa necessariamente produção de conhecimento e a relação prática de atitudes na prática docente. As discussões acerca das esferas sociais transpõem os conhecimentos conceituais considerando a própria característica social que tem como base as transformações e a relatividade entre o individuo, o ser e o meio e isso se aplica a prática do docente e todos os envolvidos no processo onde essa responsabilidade acerca da educação social e repúdio as manifestações de exclusão entre homens e mulheres cabem: ao Estado, a escola e a conscientização das famílias como um todo e não exclusivamente através a aquisição de informações por parte dos docentes, mas, uma promoção coletiva da prática libertadora de escolhas através da reflexão e equidade social.
Se estivermos nos referindo à necessidade dos envolvidos, podemos dizer que o currículo escolar precisa ser organizado de forma regional, considerando a Cultura e as necessidades locais como o desenvolvimento de habilidades sociais e de convivência entre a igualdade, diferença e equidade de oportunidades de cada geração.

GESTÃO DO CONHECIMENTO: FORMAÇÃO E PROFISSÃO

O contexto atual entre, a formação profissional e a demanda de mão – de - obra qualificada no mercado de trabalho, tem permeado discussões acerca da gestão do conhecimento em vários segmentos. Em nível de qualificação técnica, existem questões que devem ser contempladas nas ações curriculares para o desenvolvimento dos conhecimentos, habilidades e atitudes, com uma proposta voltada para a mediação continuada do conhecimento, considerando a cultura e o desenvolvimento de um país, as necessidades e demandas de mercado e a ascensão econômica e social dos indivíduos.
A gestão do conhecimento no âmbito escolar pode ser classificada como os Currículos e Programas. Para defini-los de forma objetiva, são propostas disciplinares para gerir aprendizados individuais e coletivos sejam, de conhecimentos e atitudes.
Apple (1982) classifica uma relação estrutural entre, economia e educação entre economia e cultura, existe uma clara conexão da forma como se organiza o currículo. O currículo não é inocente ou desinteressado de conhecimentos. Cada conceito é intrinsecamente selecionado refletindo interesses particulares de grupos dominantes.
Saviani (1982) define que se a educação parte do principio da neutralidade cientifica e inspirada nos princípios da racionalidade e eficiência, a pedagogia passa a ser tecnicista, tornando o modelo de educação com objetivo operacional e não humano.

A operacionalização da Educação foi discutida ao longo da história e sempre busca atender o capital, formando profissionais operacionais desconsiderando quem aprende e focando seus interesses nos conteúdos. Se estivermos falando de uma forma de pensar a educação em prol do capital, a demanda social do trabalho cada vez mais tem buscado novas propostas sociais em sua concepção e até mesmo o compromisso social das empresas influenciadas por políticas públicas inclusivas e as relações de gênero.
A Era da Globalização e da democratização da informação trouxe impactos significativos aos modelos de trabalho, bem como a necessidade de mudança do modelo tradicional de ensino. Tais constatações são reconhecidas na apresentação de uma nova proposta curricular para o Ensino Médio através dos Parâmetros Curriculares Nacionais de 2000.
Em um trabalho conjunto com educadores de todo o País, chegou a um novo perfil para o currículo, apoiado em competências básicas para a inserção de nossos jovens na vida adulta. Tínhamos um ensino descontextualizado, compartimentalizado e baseado no acúmulo de informações. Ao contrário disso, buscamos dar significado ao conhecimento escolar, mediante a contextualização; evitar a compartimentalização, mediante a interdisciplinaridade; e incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender. (BRASIL, 2000)
A Educação baseou - se em proposta e metodologias, partindo para a relação de aprendizagem, porém, se a aprendizagem tem um sentido coletivo à proposta deve partir do individuo aos conteúdos. O aprendizado em si não tem sentido, o sentido prático do conhecimento está na relação com que o individuo o relaciona com o mundo, com o desenvolvimento de habilidades sociais, intelectuais e pela transformação de um contexto social.

O principio de equidade nas relações entre homens e mulher traz em sua essência a igualdade de oportunidades. Em um primeiro momento histórico das relações de trabalho, mulheres tinham salários menores aos homens exercendo as mesmas funções. As lutas por equidades salariais foram conquistas, porém, se ampliarmos essas relações de equidades profissionais ainda existe profissões masculinas e femininas. A conseqüência prática é que profissões ditas como masculinas como eletrônica tem melhores remunerações embora não exista um piso salarial fixado para a categoria.
É importante ressaltar que uma herança cultural tradicionalista não pode ser transformada em pouco tempo. É necessário, ressaltar a cultura do macro e o microambiente e seus sistemas de funcionamento. Ao macro ambiente, atribui – se aos fatores que constituem a cultura e suas heranças. O micro ambiente são as escolas, que possuem grupos sociais distintos, currículos específicos que podem ser articulados, pois, o currículo educacional é o seu próprio documento de identidade: necessidades, público atendido, objetivos dos envolvidos sejam: funcionários, professores, alunos e a gestão. Em outras palavras, a escola de hoje precisa pensar em ações estratégicas para atender o seu público e ampliar as possibilidades da subjetividade de escolhas desde a formação da personalidade até escolhas profissionais. As atuais diretrizes curriculares dos cursos de formação técnicas são desafiadoras para todos os envolvidos, especialmente por constituir uma nova forma de direcionar a gestão do conhecimento coletivo.
Segundo Moran (2000) o desafio da globalidade é também um desafio da complexidade, de fato, quando os componentes que constitui um todo (como o econômico, o político, o sociológico, o psicológico e o mitológico) são inseparáveis , entre as partes e o todo, o todo e as partes. Uma inteligência que incapaz de perceber o contexto fica cega, inconsciente e irresponsável. A fragmentação da ciência trouxe as vantagens da divisão do trabalho, mas, os inconvenientes da superespecialização, do confinamento e do despedaçamento do saber.
O que antecede os conceitos são as relações que estabelecemos com o mundo e com as pessoas e intrinsecamente são estabelecidas relações de aprendizagem. Contexto, conceito e subjetividade são inerentes aos espaços de formação e esses são os princípios que devem anteceder as metodologias de aprendizagem. Quando falamos, por exemplo, da ciência, o que antecede as escolhas metodológicas de pesquisas científicas é a observação. É através dela que é realizada uma análise prévia do que fazer e como fazer, se estendermos essa análise para espaços onde se constrói e dissemina conhecimentos temos de refletir a respeito das metodologias de aprendizagem que partem dos conceitos para o meio, porém, quando falamos do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes são necessárias partir do indivíduo para o conceito nos aspectos de valores, tempo de aprendizagem e a relação prática do que se aprende e como se aprende, reafirmando a importância de escolhas subjetivas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando falamos do papel das escolas, diversas correntes teóricas debatem o tema e questionam métodos e objetivos e a necessidade de inovação da educação em nossos pais. As discussões multifacetadas circundam em questões relacionadas ao desenvolvimento econômico, social, considerando as políticas públicas inclusivas, etnia e identidade.
Durante os tempos os espaços escolares buscam atender as expectativas sociais em relação ao papel da escola e sua inovação que não se limita a profissionalização da humana. Essa visão, não se limita ao Brasil e se estende aos contextos globais de países em desenvolvimento e desenvolvidos.
No Brasil foram e são desenvolvidas ações sociais voltadas para integração da escola com a comunidade escolar. Porém é necessário que ressaltemos até que ponto e escola integra as necessidades sociais iminente de convivências entre homens e mulheres ou reproduzem em sua essência valores sociais sexistas. Outras questões que merecem reflexão é a relação entre metodologias de aprendizagem e os indivíduos que desenvolvem saberes conceituais e de atitudes. As metodologias de ensino – aprendizagem não deve anteceder as necessidades de quem aprende desenvolver ações que integram a comunidade para o desenvolvimento de saberes coletivos e alinhados aos objetivos escolares colocam a escola no dinamismo das transformações e anseios sociais.
Ambientes que envolvem mobilização de saberes precisam em sua concepção manter a liberdade da manifestação da subjetividade dentro de uma perspectiva inclusiva das diferenças não só que separam homens e mulheres, mas todas as relações de poder pelo simbólico cultural.
Em um primeiro momento as diferenças entre homens e mulheres eram caracterizadas por ações de vigiar, punir e silenciar de forma explícita contemplando, a cultura machista e sexista expressa diretamente no currículo escolar, escolha de conteúdos que separavam as influências conceituais na escolha de profissões.
No contexto atual, recebemos a herança cultural que separam sexos e subjetividades, onde existe uma nítida reprodução de tais valores. A escola é o ambiente de transformação de valores e não de suas reproduções que hoje possuem características menos explícitas considerando as conquistas feministas. Umas das manifestações de separações sexistas estão nas escolhas profissionais que dividem os salários entre homens e mulheres não pela sexualidade, mas pelas opções profissionais marcadas por profissões masculinas e femininas.

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Recibido: 29/11/2015 Aceptado: 28/01/2016 Publicado: Enero de 2016

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