Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833

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BIBLIOTECA PÚBLICA E IDOSOS: contribuições para a promoção da qualidade de vida e inovação social

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INTRODUÇÃO

Os últimos censos demográficos realizados no Brasil apontam que o País vem passando por um processo de transição demográfica com significativo aumento do número de idosos, seguindo uma tendência mundial de envelhecimento da população. De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741 de 2003) considera-se como idoso a pessoa acima de 60 (sessenta) anos.
Esse progressivo aumento do número de idosos é confirmado por dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo este órgão, o censo demográfico de 2010 apontou uma porcentagem de idosos de 10,8% da população, aumentando para 11, 34% em 2014 e podendo chegar, de acordo com estimativas do IBGE, a 39,2% nos próximos vinte anos.
Essa transição demográfica decorre de fatores como a diminuição da fecundidade e mortalidade e do aumento da longevidade. A expectativa de vida do brasileiro passou, de 52,4 anos em 1970, para 74,9 anos em 2014, proporcionada por melhores condições de vida e saúde, fenômeno também observado no município de Belo Horizonte. A cidade possui, segundo o IBGE, uma população estimada para 2015 de 2.502.557 habitantes.
Com relação aos idosos, o site da Prefeitura de Belo Horizonte1 informa que o município tem aproximadamente 302 mil idosos, sendo que 85% está na faixa dos 60 a 79 anos, 8,5% na faixa de 80 a 84 anos e 6,1% entre 85 e 94 anos e 0,6% com idade acima de 95 anos. A Prefeitura afirma, ainda, que “[...] nos próximos quinze anos, até 2030, a população acima dos 60 anos cresça 80% no Brasil e Belo Horizonte segue, historicamente, a mesma proporção”.
Esse aumento do número de idosos requer, por parte do Estado, a implementação de políticas públicas garantidoras de seus direitos, acesso à saúde e previdência, a fim de que sejam garantidos aos idosos meios para que se mantenham intelectual, e socialmente ativos, com oportunidades de lazer cultural e convívio social, proporcionando-lhes, assim, melhor qualidade de vida.
Diante dessa premissa o Governo Brasileiro ratificou, em 1994, a Política Nacional do Idoso, através da Lei Federal nº 8.842, a qual, além de assegurar ao idoso seus direitos sociais, estipula a criação de condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Reconhece a questão da velhice como prioritária no contexto das políticas sociais, e propõe criar condições para promover a longevidade com qualidade de vida, colocando em prática ações voltadas não apenas para os idosos, mas também para aqueles que vão envelhecer.
Em outubro de 2003, o Governo Federal instituiu o Estatuto do Idoso, através da Lei nº 10.741, que dispõe sobre o papel da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público de assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Dentre os aspectos acima citados, pode-se destacar o papel exercido pelas bibliotecas públicas, que contribuem para diminuir as desigualdades sociais ao integrar os idosos, oferecendo-lhes atividades e serviços bibliotecários que proporcionem envelhecimento ativo, bem-estar, integração social e exercício da cidadania, fatores essenciais para uma qualidade de vida condigna.
Ainda em 1994, a Unesco afirmou em seu Manifesto que “os serviços fornecidos pela biblioteca pública baseiam-se na igualdade de acesso para todos, independente de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou status social. Serviços e materiais específicos devem ser fornecidos para usuários inaptos, por alguma razão, a usar os serviços e materiais regulares, por exemplo, minorias linguísticas, pessoas deficientes ou pessoas em hospitais ou prisões”. Considerou, ainda, a biblioteca pública como uma instituição democrática, capaz de promover inclusão, igualdade e respeito pelos direitos de todos os cidadãos.
O aumento da população idosa requer, por parte da biblioteca pública, novos olhares com relação a este segmento da população. As bibliotecas públicas municipais de Belo Horizonte, ao se adequarem à mudança do perfil da população, podem desenvolver atividades e serviços que contemplem os interesses dos idosos tanto informacionais quanto de lazer. Essas atividades podem incluir, também a leitura propriamente dita além de teatro, cinema, concertos musicais, dança ou palestras.  
Observou-se, entretanto, através de pesquisa de mestrado realizada pela autora deste artigo, que as bibliotecas públicas municipais de Belo Horizonte ainda não oferecem atividades e serviços direcionados ao idoso. Apresentam ainda a necessidade de se criarem condições de acessibilidade que o integrem à biblioteca e à comunidade, devendo ser, para ele, um local de encontro, lazer e socialização.  
O presente artigo pretende contribuir para reflexões junto a essas bibliotecas públicas, para que possam ampliar e diversificar seus serviços e atividades de forma a incluir o idoso.  

 

A FUNÇÃO SOCIAL DA BIBLIOTECA PÚBLICA

A biblioteca pública, ao promover a igualdade de acesso à informação a todos os cidadãos, minimiza as diferenças sociais. Como uma instituição democrática em permanente contato com a comunidade, fornece meios para que seus usuários tenham acesso à informação e, dessa forma, entendam o contexto político-cultural que os rodeia. É também um local de interação social, debates, manifestações culturais e artísticas, que contribuem para o bem-estar, a socialização e o exercício da cidadania.  É o que pensam as autoras Barreto, Paradella e Assis.

Do ponto de vista da inclusão social na sociedade da informação, as bibliotecas públicas podem dar decisiva contribuição, estando ela em posição privilegiada, tornando a informação e a cultura acessíveis a todos, independentemente de suas possibilidades financeiras e de suas capacidades (BARRETO; PARADELLA; ASSIS, 2008, p.27)

A função da biblioteca pública em minimizar as desigualdades sociais é abordada pela Fundação Biblioteca Nacional:

[...] desempenhe com eficácia sua função social de centro de leitura e informação, cabendo ressaltar que, ao cumprir este papel, a biblioteca pública estará, certamente, atuando nas comunidades de forma a minimizar, um dos mais graves problemas desta nova Sociedade, que é o risco de aprofundar a desigualdade interna de cada nação, entre ricos e pobres de informação (BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p.18).

         Essa preocupação tem sido observada no contexto informacional em geral e, como exemplo de diminuição da distância entre a informação e o usuário, pode-se citar a opinião de Bernardino e Suaiden (2011, p. 31) ao argumentarem que “o papel social da biblioteca pública está no acesso e na disponibilidade à informação e ele [...] poderá ser alcançado através de projetos culturais de incentivo à disseminação da leitura”. Citam ainda a interação da biblioteca com a comunidade e a realização de projetos culturais. Segundo esses autores

Um dos serviços da Biblioteca Pública perante a sua comunidade é a introdução de projetos culturais, atendendo ao seu objetivo de disseminar a cultura e a leitura aos seus usuários. A realização de projetos culturais de leitura em bibliotecas já faz parte do leque de atividades destas e coincidem quanto ao objetivo principal, que é incentivar a leitura e a cultura na comunidade (BERNARDINO; SUAIDEN (2011, p. 32).

                                        A biblioteca pública é vista, como a “sala de estar da comunidade”. Para a International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) esta visão gera uma relação de sociabilidade que pode originar contatos informais entre as pessoas, experiências sociais positivas e ser também um local que proporcione oportunidades para o desenvolvimento criativo pessoal e da comunidade, favorecendo a diversidade cultural de toda a população.
Como uma instituição de práticas culturais, preservação e difusão do patrimônio material e intelectual, influencia os diversos cenários sociais nos quais está inserida. Esta idéia é compartilhada por Silveira e Reis (2011) ao defenderem:

[...] são elas que, dentre as outras tipologias de bibliotecas, mais se dedicam a sanar as necessidades e anseios dos distintos usuários que compõem a esfera social responsável por viabilizar sua existência. Preocupação que, por sua vez, se faz notar por meio de quatro funções básicas: a cultural, a informacional, a recreativa e a educacional (SILVEIRA; REIS, 2011, p. 39)

Outra imagem atribuída às bibliotecas públicas, além do papel de mediadora entre a informação e o usuário, é a de Bezerra (2011, p. 2) representando-as como “organizações sociais, cujo espaço propicia a socialização de diferentes grupos sociais”.
Um aspecto ainda não mencionado, mas de igual importância aos demais aqui discutidos é o lembrado por Nunes (2005, p. 3) sobre o combate à exclusão como atribuição da biblioteca pública. Segundo essa autora, as bibliotecas precisam assumir sua “prestação e promoção de serviços” como requisito para combate ao processo de exclusão. Argumenta, ainda (2005), que a biblioteca pública é um espaço livre, seguro, onde todas as minorias, que seriam automaticamente excluídas de outros pontos de encontros, geralmente pagos, como bares, cafés, teatros, museus, lojas, etc., podem se encontrar. Ressalta, também, a importância da gratuidade em biblioteca pública, defendendo que ela “se traduz na única maneira possível de servir eficazmente os setores da comunidade que não têm capacidade econômica para aceder aos recursos de informação”.
Ainda sobre a questão da exclusão social, Sequeiros (2005, p.1) considera a biblioteca pública como uma instituição que contribui para a sua diminuição. Para a autora “a biblioteca pode [...] ser vista, sobretudo como um espaço de interacção social e cultural. Com um espaço físico que muitas vezes, e de forma muito rica, pode ser utilizado como ponto de encontro e de socialização”.
É relevante que a biblioteca pública conheça e interaja com a comunidade, criando condições para que ela se sinta convidada a participar. Assim, a partir de um maior conhecimento da comunidade onde está inserida, observando aspectos como tradições, história, economia, condições sociais e faixa etária da população, podem-se desenvolver atividades e serviços direcionados aos interesses do público que atende e dentre eles os idosos.  Isso se refere na prestação de serviços e atividades culturais de lazer para que eles se sintam acolhidos e possam vivenciar experiências de interação social, contribuindo para o bem-estar e qualidade de vida, fatores essenciais para um envelhecimento ativo e saudável.
Ao integrar diferentes públicos a biblioteca pública torna-se um veículo capaz de promover a inclusão social. Para Bignetti (2011, p. 4) a inovação social é o “resultado do conhecimento aplicado a necessidades sociais através da participação e da cooperação de todos os atores envolvidos, gerando soluções novas e duradouras para grupos sociais, comunidades ou para a sociedade em geral”, propiciando assim, condições para a socialização, cidadania e qualidade de vida.

LEITURA, IDOSOS E BIBLIOTECAS PÚBLICAS

A prática da leitura torna-se um qualificador para o envelhecimento ativo, o bem-estar, a inclusão social e o exercício da cidadania, pois, por meio do imaginário, ela proporciona a aquisição de novos conhecimentos, o desenvolvimento da inteligência e o exercício da memória e raciocínio, além do contato interpessoal.
A leitura é vista por Oliveira, Cruvinel e Santos (2007, p.248) como um elemento para melhoria da saúde mental, ao afirmarem que muitos idosos são prejudicados por preocupações ou desprazeres, mas que poderiam se beneficiar “com uma boa leitura ou como fonte de informação ou de satisfação pessoal”. Para os autores

  Talvez o idoso tenha vontade de ler, mas diversos fatores podem impedir a ocorrência desse comportamento. Dentre eles pode-se citar a falta de recursos financeiros para comprar o material, a carência de orientações para frequentar bibliotecas, ou ainda a ausência de publicações especializadas (revistas, jornais e livros) que interessariam a essa população (OLIVEIRA, CRUVINEL, SANTOS, 2007, p.252)

Farias (2013, p. 10) destaca que a leitura e a escrita estão relacionadas à prática cidadã e são direitos que ajudam “as pessoas a construir sua individualidade, a criar seu espaço no mundo e a estabelecer as relações com outras pessoas”.
A importância da leitura para o idoso é abordada por Ferreira (2011, p. 29) citando-a como um bem precioso para que ele se mantenha intelectualmente ativo, e necessária para preservar suas capacidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio, etc., podendo auxiliar no estímulo da memória.
Compartilhando dessa idéia, pode-se citar o que pensam Costa e Bortolin

A leitura, quando feita por prazer, pode significar liberdade intelectual, pois quem lê cria tanto ou mais que o autor. Ao deixar a imaginação livre, o leitor elabora mentalmente os cenários, compõe o perfil dos personagens, interpreta diálogos, identifica afinidades pessoais e vive cada um de uma forma diferente o prazer e uma infinidade de emoções. Quem lê não recebe imagens prontas e acabadas. Tem de construí-las mentalmente pelo processo do entendimento e interpretação, estimulando o imaginário. Com a leitura, comparam-se os próprios valores com os dos outros, experimentam-se novas experiências, conhece-se melhor o mundo e a si próprio. Essa prática, realizada coletivamente, pode tornar-se ainda mais estimulante (COSTA; BORTOLIN, 2007, p.4)

          Nunes (2015) aborda a importância da biblioteca no incentivo à leitura, argumentando que o leitor

[...] não nasce ao acaso e é estimulado, seja pela família, seja pela escola ou pela própria biblioteca. A biblioteca deve dispor de condições e acervo atrativo que contemplem os seus diferentes públicos. A comunidade deve ser incentivada a interagir com a biblioteca, seja no “feedback” de seus serviços, seja sugerindo títulos novos (NUNES, 2015, p.87)

Em suma, são vários os benefícios que a leitura proporciona tanto na saúde mental quanto no exercício da cidadania, ao proporcionar, ao indivíduo, meios para entender o contexto em que vive, seja social, político e econômico, permitindo assim, que exerça seus direitos básicos de cidadão.

ATENDIMENTO AO IDOSO PELAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS

Como citado anteriormente, o envelhecimento da população e, consequentemente o aumento do número de idosos, requer, por parte da biblioteca pública, envidar esforços para que este segmento da população seja atendido, como defendido por Garcia Gomez

La formación ha de plantearse para cubrir toda la gama de posibles grupos existentes en el contexto geográfico de la biblioteca. Y por tradición existe un sector de población desatendido y en el que la biblioteca se ha de volcar a través de actividades de formación para conquistarlo. Este sector de población, cada vez mayor, es el de la llamada tercera edad, que tiene en común que sus integrantes son mayores de 60 años, están jubilados, tienen mueho tiempo libre y una esperanza de vida cada vez mayor (GARCIA GOMEZ, 2001, p.26)2

Para o Guidelines for Library and Information to Older Adults (2008)3 é aconselhável que a biblioteca identifique quem são os idosos que fazem parte da comunidade, e observe aspectos como língua, cultura, educação, renda, acesso e habilidades com a internet, identidades de gênero, orientação sexual e idade. As coleções as coleções da biblioteca, programas e serviços informativos devem refletir os diversos interesses e necessidades dos idosos, tornando-se para eles mais visível, acolhedora e relevante. Sugere ainda que a biblioteca divulgue os seus serviços através de rádios, jornais locais, postos de saúde e igrejas.  
O atendimento ao idoso passa por uma mudança de direcionamento por parte da biblioteca pública, buscando através de melhorias nas condições de acessibilidade, do desenvolvimento de atividades e serviços e na capacitação de seu corpo técnico, meios para que possa atraí-lo e integrá-lo ao universo da biblioteca. Dessa forma, reconhece o idoso como mais um de seus públicos, diminuindo a percepção de exclusão social.   
Sobre isso, é relevante citar a opinião de Garcia Gomez

Los mayores pueden encontrar en la oferta de servicios y actividades bibliotecarias un medio de evasión y entretenimiento, una excusa para sentirse vivos y útiles, beneficiándose de los efectos positivos de la lectura, de las manifestaciones culturales, del acceso a todo tipo de información, o de la adquisición de habilidades informacionales y digitales que ofrece la biblioteca, y beneficiando a su comunidad al transmitir y compartir su experiencia de vida. Por todo ello, somos partidarios de facilitar al máximo la implicación y participación de los mayores en las bibliotecas de su comunidad. Pongamos una biblioteca en la vida de las personas mayores. Todos saldremos ganando (GARCIA GOMEZ, 2015, p.88) 4

Nesse sentido, espera-se que a biblioteca pública reconheça os idosos como um público que merece atenção, seja em questões de acessibilidade e humanização no atendimento, como no planejamento de atividades e serviços, integrando-a à biblioteca e à comunidade, promovendo a cidadania e contribuindo para a qualidade de vida.
Esse reconhecimento é mencionado pela Fundação Biblioteca Nacional

[...] o aumento da população idosa e a quantidade de solitários faz com que a biblioteca se preocupe cada vez mais com a terceira idade. Saúde, exercícios, recreação e passatempos são alguns dos temas dos programas a serem oferecidos a grupos de idosos (BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p. 96)

Diante disso, merece atenção especial o investimento na capacitação de pessoas que lidam com o público idoso, tendo como objetivo primordial o seu atendimento de maneira hábil, acolhedora e receptiva, para despertar nele o estimulo e incentivo à leitura.

SUGESTÃO DE METODOLOGIAS A SEREM SEGUIDAS PELAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS NO ATENDIMENTO AO IDOSO

Conforme mencionado anteriormente, foi feita uma pesquisa voltada para a questão das bibliotecas públicas e atendimento aos idosos.
A pesquisa foi realizada em Belo Horizonte e teve como universo as bibliotecas públicas municipais da cidade. Foram apontados alguns pontos considerados como sugestões às mesmas no que se refere ao tema.

Acredita-se que, a análise dos tópicos acima citados pode contribuir para reflexões no aprimoramento do atendimento ao público e na gestão de atividades e serviços prestados pela biblioteca.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O contexto atual de mudança demográfica que ocorre no Brasil, com progressivo aumento do número de idosos, requer por parte do governo e da sociedade, medidas que propiciem a esse segmento da população um envelhecimento ativo e saudável. 
As bibliotecas públicas podem contribuir nessa etapa, acolhendo e integrando o idoso através de melhorias nas condições de acessibilidade com adequação do mobiliário e instalações físicas, do planejamento de atividades e serviços, além da capacitação de seu quadro técnico, tornando-as assim veículos de interação social, colaborando ativamente na diminuição da exclusão social e permitindo condições para o exercício da cidadania plena. Espera-se que ofereça condições de acessibilidade não só para os idosos, como também para quaisquer outras pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência física.   
Por ser um espaço privilegiado de leitura, socialização e interação, constituem-se num veículo de inclusão social para diversos grupos sociais, em especial o idoso, que nela encontra “uma sala” de convívio pessoal e troca de ideias. Seu campo de atuação é vasto e transcende a imagem tradicional de um local de pesquisa e estudo, podendo-se, nela, exercerem-se diversas atividades que extrapolam a sua visão tradicional.
Seguindo as diretrizes do Manifesto da Unesco, para que as bibliotecas públicas ofereçam serviços com base na igualdade de acesso para todos, é necessário que o atendimento a esse segmento da população seja adequado, de forma a encontrar nesse espaço, lazer, entretenimento e socialização.   
São várias as atividades que podem ser articuladas no atendimento ao idoso, citando-se, por exemplo, mediação de leitura que proporcione ao idoso o exercício da imaginação, da fantasia, de novas formas de perceber o mundo, expor e compartilhar suas memórias e experiências de vida. Além desses, sugere-se a disponibilização de computadores com acesso à internet, apresentações artísticas, aulas de artesanato, danças e palestras sobre temas de interesses dos idosos. 
 A biblioteca pública, ao oferecer serviços voltados para o idoso, possibilita sua socialização e interação, colaborando para a diminuição de sentimentos de exclusão e isolamento, favorecendo seu bem-estar psicológico além de incentivar as relações entre diferentes gerações.
Os idosos não devem ser vistos como um grupo social à parte, mas sim integrado à sociedade, participando e convivendo ativamente de todas as formas de vivência, nas esferas social, política e cultural.
Diante do exposto torna-se relevante explorar a biblioteca pública no sentido de se investigar o  que é necessário ser feito para melhor atender os idoso, tanto em relação à estrutura física, acomodações, equipamentos e acervo, bem como no atendimento pessoal e na capacitação dos funcionários.
Constata-se que apresenta potencial para práticas inovadoras em seus serviços e atividades, o que lhe permite atender a todos os públicos, os já tradicionalmente frequentadores e aqueles em potencial, como os idosos, trazendo benefícios não só para esse grupo em específico, mas também para toda a sociedade.  

REFERÊNCIAS
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Recibido: 01/12/2015 Aceptado: 08/02/2016 Publicado: Febrero de 2016

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