Eliane da Silva Laia*
Eliane Tavares dos Passos**
Faculdade Integrada de Santa Maria, Brasil
elianelaia23@gmail.comRESUMO
Diante da nova perspectiva financeira e da facilidade de acesso a instituições de ensino superior, viu-se a necessidade de fazer um levantamento de como esses novos acadêmicos gerenciam suas finanças pessoais. O presente artigo consiste em um estudo de caso onde foi feita uma análise de como alunos dos diferentes cursos de graduação gerenciam seus recursos financeiros. Para alcançar tal objetivo fez-se uma caracterização do perfil dos acadêmicos analisados, identificação da origem e do destino dos recursos financeiros destes e por fim apontar se os mesmos possuem hábitos de manter reservas financeiras. Através do estudo pode-se perceber que predominou na amostra analisada pessoas do sexo feminino, com faixa etária de 21 a 25 anos de idade. Seus recursos financeiros provem na maior parte de trabalhadores do regime CLT com renda de 2 a 3 salários mínimos com recursos insuficientes para seus gastos. Pode-se ainda perceber que a grande maioria afirma cumprir com seus pagamentos, porém raramente conseguem poupar dinheiro e assim possui alguma reserva.
Palavras-Chave: Finanças Pessoais, reservas financeiras, origem de recursos.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Eliane da Silva Laia y Eliane Tavares dos Passos (2016): “Finanças pessoais: um olhar de como os acadêmicos de diferentes cursos de ensino superior gerenciam suas finanças pessoais”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (septiembre 2016). En línea: https://www.eumed.net/rev/caribe/2016/09/alunos.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/CARIBE-2016-09-alunos
INTRODUÇÃO
A economia Brasileira passou por vários momentos críticos, em 1994 foi implantado o Plano Real, que derrubou a política de congelamento de preços e promoveu o fim da inflação como afirma Baer (2007). Porém, diante desse novo cenário e o maior acesso e facilidades para se fazer compras, novos hábitos de consumo foram criando espaço. Com isso a falta de organização e planejamento financeiro faz com que a população se torne cada vez mais endividada.
Diante do exposto e tomando como base uma visão geral, pensar na construção de uma sociedade mais ciente de suas responsabilidades, que promova o acesso a condições básicas de uma vida digna, surge o questionamento: Como acadêmicos de diferentes Cursos de Graduação gerenciam seus recursos financeiros? Para responder a esse questionamento o presente estudo busca analisar como os acadêmicos de diferentes cursos de graduação gerenciam seus recursos financeiros. Para atingir tal objetivo buscou-se apresentar o perfil dos acadêmicos de três diferentes cursos de graduação, identificar a origem e o destino de seus recursos financeiros e por fim verificar se os acadêmicos possuem o hábito de manter reservas financeiras.
O estudo sobre finanças pessoais, mais especificamente a acadêmicos de diferentes Cursos de Graduação tem significativa importância para o mundo acadêmico, haja vista o crescimento do número de pessoas que cada vez mais tem acesso ao ensino superior, representando uma parcela cada vez maior de consumidores com este perfil no mercado. Tendo em vista o número crescente de acadêmicos com acesso ao ensino superior no Brasil, evidenciado até mesmo pelos programas de incentivo do governo federal como bolsas de estudo do Pro uni, Financiamento Estudantil, FIES, entre outros, este perfil de consumidor torna-se cada vez maior. O trabalho justifica-se pela necessidade de fazer-se um levantamento se a área de formação de um sujeito influencia ou não nas decisões de compra e pela falta de dados no mesmo contexto ao qual se dispõe o estudo.
Sendo assim, este trabalho contribui para que os acadêmicos possam evidenciar se a formação influencia na forma de gerir as finanças, e também possam ter ciência da importância deste assunto perante a vida social, acadêmica e pessoal. Além de tornar visível que saber gerir suas fianças da melhor forma possível pode mudar até seu comportamento diante da sociedade, melhorando suas condições de vida, trabalho e renda.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para o questionamento acerca da formação acadêmica e comportamento financeiro fazem-se necessário antes de tudo salientar alguns conceitos.
Para os autores Assaf Neto e Lima (2009, p.4), “basicamente pode-se entender as finanças como área do conhecimento e subdividi-la em três grandes segmentos: mercado financeiro, finanças corporativas e finanças pessoais”.
Já de acordo com Gitman (2004, p.34), “podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro”.
As finanças de uma forma ou de outra, afetam diretamente a vida de todas as pessoas, finanças podem ser definidas como o estudo de como as pessoas alocam recursos ao longo do tempo. Podem ser também definidas como um conjunto de conceitos que ajudam a organizar o pensamento das pessoas e organizações assim como também poderá ser um conjunto de modelos quantitativos para ajudar as famílias e as empresas a tomarem decisões, avaliar alternativas e implementá-las. (GITMAN, 2004, p.4).
A seguir segue alguns conceitos importantes que relacionam finanças e sua relação coma as pessoas, relação entre origem e destinos de seus recursos financeiros.
Nos dias atuais com tanta evolução tecnológica e uma variedade cada vez maior de produtos e serviços dos mais variados tipos disponíveis, o consumismo acaba sendo cada vez maior. Será que as pessoas sabem dar valor ao dinheiro que ganham, e fazer bom uso dele?
Gerir de forma eficaz os ganhos e as despesas individuais de cada pessoa é o que se conhece atualmente por finanças pessoais (ASSAF E LIMA, 2014). Saber administrar sua vida financeira pode significar a realização ou não de desejos pessoais futuros, onde sem um planejamento financeiro baseado em dados reais, fica difícil gerir suas finanças.
O planejamento financeiro pessoal é um tema ainda pouco explorado, segundo os autores Foulks e Graci (1989, p.32), finanças pessoais é uma ciência que estuda conceitos financeiros transmitindo a um indivíduo e fazendo que ele aplique estes conhecimentos em suas tomadas de decisões, permitindo com isso que mantenha um comportamento equilibrado de seus orçamentos diante do mercado financeiro.
Saber equilibrar receitas e despesas parece simples, mas se considerar que grande parte das pessoas não possuem um controle e planejamento financeiro descritos em papel, como ser preciso e pensar no futuro sem aderir ao hábito significativamente simples de um controle básico pessoal de descrever dados para compará-los posteriormente.
Enfim, qual o momento de se iniciar a ter contato com assuntos financeiros? Esta talvez seja uma das questões mais importantes em relação ao comportamento financeiro, a educação financeira poder ser de grande importância para minimizar prejuízos e ajudar na saúde financeira das famílias.
Seria fundamental que as pessoas começassem a perceber a importância de ensinar a gerir finanças desde as séries iniciais da educação. Que este tema aborda um assunto que pode tornar a vida das pessoas melhor, com equilíbrio financeiro, sabendo controlar os impulsos de gastar sem pensar em um objetivo específico.
De acordo com o site http://www.febraban.org.br e com artigo do escritor Alvir Alberto Hoffmann, Diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, educação financeira é o processo pelo qual consumidores e investidores melhoram sua compreensão sobre conceitos e produtos financeiros, por meio da Informação, instrução e orientação.
Já segundo Reinaldo Domingos, escritor, educador e terapeuta financeiro, educação financeira é um conhecimento que possibilita o consumo consciente e a oportunidade de poupar com finalidades preestabelecidas.
Dessa forma, a educação financeira pode ser uma ferramenta para fomentar o controle e crescimento econômico das pessoas, de forma a ter ciência de como administrar seus recursos da melhor maneira possível.
METODOLOGIA
Quanto aos objetivos abordados na pesquisa, o trabalho enquadrasse como descritivo, pois se analisa como os acadêmicos de diferentes Cursos de Graduação gerenciam seus recursos financeiros. Segundo Gil (1999, p.81), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados.
Complementando o conceito abordado, Andrade ressalta que:
A pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los e o pesquisador não interfere neles. Assim os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador. (Andrade, 2002 Apud Beuren, 2003, p. 81).
Sendo assim este método é apropriado ao tema desta pesquisa, principalmente nas características de observação e análise dos dados buscando analisar as informações sem interferências dos pesquisadores.
Quanto ao problema de pesquisa, enquadrasse como quantitativa, pois os dados são quantificados e analisados para verificar as características da amostra analisada.
Esclarece Fonseca (2002, p. 20):
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc.
A pesquisa quantitativa caracteriza-se pela quantificação no processo de coleta e de análise dos dados por meio de uso de instrumental estatístico, desde o mais simples até o mais complexo para o entendimento do fenômeno pesquisado. No que se refere às técnicas para a coleta dos dados, o estudo utilizou de questionários fechados para fazer a investigação das características do grupo estudado. Segundo Martins e Theóphilo (2009, p. 93), o questionário trata-se de um conjunto de perguntas que dizem respeito aos assuntos que se deseja analisar.
Com o desmembramento de tais procedimentos metodológicos, realiza-se a análise das características dos acadêmicos com o intuito de identificar como estes administram suas finanças pessoais.
Tendo em vista a necessidade de respostas faz-se um estudo de caso pois não se possuem respostas pré-definidas para o problema de pesquisa.
Para Beuren e Raupp (2008, p.46), o estudo de caso é uma pesquisa realizada de maneira mais intensa, em decorrência de os esforços dos pesquisadores concentrarem-se em determinado objeto de estudo.
O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir seu conhecimento amplo e detalhado”. (GIL, 2002, p. 58).
Segundo Gil (2008, p.89) população é “o conjunto definido de elementos que possuem determinadas características”. Já a mostra é a parcela convenientemente selecionada da população a ser estudada, é o percentual que vai representá-la como objeto da pesquisa e sob o qual se levanta os dados e informações a serem analisados e interpretados o resultado da pesquisa. Leite (2004, p.152)
A amostragem por conveniência é adequada e frequentemente utilizada para geração de ideias em pesquisas exploratórias. Segundo Aaker, Kumar e Day (p. 376), uma vez que esse procedimento consiste em simplesmente contatar unidades convenientes da amostragem, é possível recrutar respondentes tais como estudantes em sala de aula, mulheres no shopping, alguns amigos e vizinhos, entre outros.
A amostra analisada foi escolhida por conveniência dentro da população de estudantes de Cursos do ensino superior de instituição privada do município de Santa Maria, onde as mesmas estavam em fácil acesso e dispostas a responder os questionários aplicados.
A escolha do local de aplicação dos questionários foi feita em função da instituição possuir uma população adequada aos objetivos da pesquisa.
Para coleta dos dados optou-se pela utilização de questionário que foi elaborado pelos autores com base em Lunardi (2012), por possuir características semelhantes de pesquisa e objetivos paralelos. Buscou-se identificar aspectos do perfil da população, como idade, gênero, escolaridade, estado civil entre outros, e também identificar a origem e o destino dos recursos financeiros dos acadêmicos apontando se os mesmos possuem hábito de manter reservas financeiras.
Já a análise dos dados foi feita com a utilização do software Statistical Package for the Social Sciences SPSS versão 17.0 Free, que facilita a mensuração, a organização e o cruzamento das variáveis levantadas, agilizando o processo conclusivo da pesquisa em função de seus objetivos. O software possibilitou o cruzamento de critérios específicos que facilitaram a análise dos resultados.
A pesquisa foi executada em acadêmicos de três diferentes Cursos de instituição de ensino superior do município de Santa Maria. A instituição como missão “Formar indivíduos através da educação superior, tornando-os profissionais e cidadões capazes de buscar no trabalho o seu desenvolvimento social econômico e de contribuir para desenvolvimento sustentável da sociedade. ”
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capitulo será apresentado à análise dos resultados conforme os objetivos: apresentar o perfil dos acadêmicos, identificar a origem e o destino dos recursos financeiros e apontar se os acadêmicos possuem hábito de manter reservas financeiras.
4.1 Perfil dos acadêmicos
Para delinear o perfil dos acadêmicos pesquisados abordamos através das tabelas 2, 3, 4, 5, 6 e 7 que através das primeiras questões do questionário visam atingir nosso primeiro objetivo que é o de apresentar o perfil dos acadêmicos.
As duas primeiras questões do questionário tiveram como objetivo classificar os respondentes quanto ao curso e o gênero como segue na tabela 2.
Observa-se que dentro da população da amostra 67% dos entrevistados são mulheres sendo, 18% do curso de Administração, 22% do curso de enfermagem e 27% do curso de Psicologia. Já o restante equivale à população masculina totalizando 33% do total, sendo 16% do curso de Administração, 11% do curso de Enfermagem e 7% do curso de Psicologia.
Com relação à idade de nossos entrevistados segue a tabela 3 que nos traz a distribuição de nossos pesquisados quanto ao curso e suas respectivas faixas etárias.
Observa-se que devido a população da amostra ser de 30 alunos de cada curso obtivemos 33,33% do total da amostra de cada curso. Quanto a faixa etária 11% da amostra representa a faixa etária de 16 a 20 anos, sendo 2% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 7% do curso de Psicologia. Já 31% da amostra representa a faixa etária de 21 a 25 anos, sendo 12% do curso de administração, 11% do curso de enfermagem e 8% do curso de psicologia. Temos 20% equivalente a faixa etária de 26 a 30 anos, sendo 7% do curso de administração, 9% do curso de enfermagem e 4% do curso de psicologia. 18% representam a faixa etária de 31 a 35 anos, sendo 4% do curso de administração, 6% do curso de enfermagem e 8% do curso de psicologia. E 20% equivale a faixa etária de 36 ou mais anos, sendo 8% do curso de administração, 6% do curso de enfermagem e 7% do curso de psicologia.
Com relação ao estado civil segue a tabela 4 que nos traz os dados referentes ao curso e o estado civil de nossos entrevistados.
Observa-se que 43% dos entrevistados são casados ou amigados, sendo 16% do curso de administração, 13% do curso de enfermagem e 14% do curso de psicologia. 52% são solteiros, sendo 17% do curso de administração, 18% do curso de enfermagem e 17% do curso de psicologia. 1% é viúvo e do curso de psicologia e 4% é separado ou divorciado, sendo 1% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 1% do curso de psicologia.
Para observarmos se nossos entrevistados possuem filhos, segue abaixo a tabela 5 que nos traz se nossa amostra possui filhos.
Observa-se que 59% da amostra não possui filhos, sendo 21% do curso de administração, 18% do curso de enfermagem e 20% do curso de psicologia. Já os que possuem filhos representam 41% da amostra, sendo 12% do curso de administração, 16% do curso de enfermagem e 13% do curso de psicologia.
Para sabermos de nossos entrevistados que tipo de moradia residem, segue a tabela 6.
Observa-se que 54% possuem casa própria, sendo 16% do curso de administração, 19% do curso de enfermagem e 20% do curso de psicologia. 30% residem em casa alugada, sendo 12% do curso de administração, 9% do curso de enfermagem e 9% do curso de psicologia. 2% reside em casa cedida, sendo 1% do curso de administração e 1% do curso de enfermagem. 10% reside em moradia de parentes, sendo 4% do curso de administração, 4% do curso de enfermagem e 2% do curso de psicologia. Outra forma de moradia equivale a 2%, sendo do curso de psicologia.
Para sabermos quem reside com nossos entrevistados, segue a tabela 7.
Observa-se que 8% da amostra reside com amigos, sendo 6% do curso de administração e 2% do curso de enfermagem. 19% reside com os pais, sendo 4% do curso de administração, 7% do curso de enfermagem e 8% do curso de psicologia. 44% reside com a família, sendo 13% do curso de administração, 14% do curso de enfermagem e 17% do curso de psicologia. 12% reside sozinho, sendo 4% do curso de administração, 6% do curso de enfermagem e 2% do curso de psicologia. 3% residem com outros parentes, sendo 1% representado por cada curso. 13% reside com outros sem definição de parentesco, sendo 4% do curso de administração, 3% do curso de enfermagem e 6% do curso de psicologia.
Delineando nossos acadêmicos de uma forma geral pode-se observar que a grande maioria é do sexo feminino, numa faixa etária de 21 a 25 anos, solteiros, que não possuem filhos e que residem em moradia própria com seus familiares.
4.2. Origem e destino dos recursos financeiros
Para atingir nosso segundo objetivo que é o de identificar a origem e o destino dos recursos financeiros dos acadêmicos respectivamente abordaremos as seguintes tabelas 8, 9 e 10. A tabela a seguir nos traz os dados referentes a fonte de renda de nossos acadêmicos.
Segundo a fonte de renda, observa-se que 10% de nossos acadêmicos tem como fonte de renda os pais, sendo 1% do curso de administração, 3% do curso de enfermagem e 6% do curso de psicologia. 3% possuem fonte de renda de outros parentes, sendo representado 1% de cada curso. 55% possuem como fonte de renda emprego de carteira assinada, sendo 19% do curso de administração, 22% do curso de enfermagem e 14% do curso de psicologia. 21% possui outra fonte de renda, sendo 6% do curso de administração, 4% do curso de enfermagem e 11% do curso de psicologia. 2% possuem como fonte de renda bolsa de estudos, sendo 1% do curso de administração e 1% do curso de enfermagem. 8% possui como fonte de renda o estágio remunerado, sendo 6% do curso de administração, 1% do curso de enfermagem e 1% do curso de psicologia.
A seguir a tabela 9 nos traz os dados da quantidade em salários mínimos da renda familiar.
Observa-se que 6% possuem renda de até 1 salário mínimo e são representados pelo curso de enfermagem, 18% possuem de 1 a 2 salários mínimos, sendo 6% do curso de administração, 8% do curso de enfermagem e 4% do curso de psicologia. 26% possuem renda de 2 a 3 salários mínimos, sendo 7% do curso de administração, 7% do curso de enfermagem e 12% do curso de psicologia. 16% possuem renda de 3 a 4 salários mínimos, sendo 6% do curso de administração, 6% do curso de enfermagem e 4% do curso de psicologia. 13% possuem renda de 4 a 5 salários mínimos, sendo 2% do curso de administração, 4% do curso de enfermagem e 7% do curso de psicologia. 7% possuem renda de 5 a 6 salários mínimos, sendo 3% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 2% do curso de psicologia. 2% possuem renda de 6 a 7 salários mínimos, sendo representados pelo curso de administração. 3% possuem renda de 7 a 8 salários mínimos, sendo 2% do curso de administração e 1% do curso de psicologia. 2% possuem renda de 8 a 9 salários mínimos, sendo 1% do curso de administração e 1% do curso de enfermagem. 1% possui renda de 9 a 10 salários mínimos sendo do curso de administração. 5% possuem renda acima de 10 salários mínimos, sendo 3% do curso de administração e 2% do curso de psicologia.
A tabela 10 nos traz como os acadêmicos pesquisados lidam com seus recursos.
Quanto aos gastos de seus recursos, 36% dos acadêmicos responderam que gastam mais do que ganham, sendo 10% do curso de administração, 16% do curso de enfermagem e 10 % do curso de psicologia. 34% responderam que seus gastos equivalem ao que ganham, sendo 10% do curso de administração, 13% do curso de enfermagem e 11% do curso de psicologia. 29% responderam que gastam menos do que ganham, sendo 13% do curso de administração, 4% do curso de enfermagem e 12% do curso de psicologia
Numa abordagem geral pode-se perceber que seus recursos financeiros advêm de emprego com carteira assinada, com uma renda de 2 a 3 salários mínimos e que seus recursos são inferiores aos seus gastos. (Estilo de vida)
4.3. Hábitos de manter ou não reservas financeiras
Para atingir o terceiro e último objetivo especifico que é o de apresentar se os acadêmicos possuem o hábito de manter reservas, a seguir apresentamos através das tabelas 11 e 12, os dados referentes a responsabilidade do acadêmico com o dinheiro e se ele possui o hábito de poupar.
Segundo as respostas sobre a responsabilidade que os acadêmicos possuem com o dinheiro, 86% responderam que possuem a responsabilidade de pagar suas contas e controlar seu dinheiro, sendo 30% do curso de administração, 27% do curso de enfermagem e 29% do curso de psicologia. 4% responderam que possui mesada para seus gastos e controla este dinheiro, sendo 2% do curso de administração e 2% do curso de enfermagem. 4% responderam que possui mesada, mas acabam sempre precisando de mais dinheiro, sendo 3% do curso de enfermagem e 1% do curso de psicologia. 5% responderam que não possuem nenhuma preocupação com o dinheiro, sendo 1% do curso de administração, 1% do curso de enfermagem e 3% do curso de psicologia. A seguir através da tabela 12 abordamos se esses acadêmicos possuem ou não o hábito de poupar.
Com relação ao hábito de poupar 10% respondeu que sempre possui esse hábito, sendo 4% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 4 % do curso de psicologia. 33% respondeu que raramente possui o hábito de poupar, sendo 13% do curso de administração, 12% do curso de enfermagem e 8% do curso de psicologia. 17% respondeu que nunca possui o habito de poupar, sendo 4% do curso de administração, 7% do curso de enfermagem e 6% do curso de psicologia. 17% respondeu que possui frequentemente o hábito de poupar, sendo 8% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 7% do curso de psicologia. 22% respondeu que possui algumas vezes o habito de poupar, sendo 3% do curso de administração, 10% do curso de enfermagem e 9% do curso de psicologia.
Numa visão geral pode-se observar que 86% dos acadêmicos entrevistados possuem a responsabilidade de pagar suas contas e controlar seus recursos, mas que raramente eles conseguem poupar dinheiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após análise foi visualizado que do total da população pesquisada de 90 indivíduos, predominou pessoas do sexo feminino, com faixa etária entre 21 a 25 anos, onde 56,67% são solteiros, separados/divorciados ou viúvos, sem filhos no percentual de quase 60%, com residência própria e morando com os pais ou demais familiares.
Através deste perfil predominante, supõe-se que indivíduos do sexo feminino, com certo grau de maturidade estão assumindo a predominância na administração das responsabilidades familiares e investindo em educação, antes de constituir uma família com filhos, conclusão essa evidenciada até mesmo pelo fato de a população ou ser bem jovem, de 20 a 25 anos, que ainda residem com os pais e não possuem grandes preocupações em contribuir com a renda familiar, ou serem adultos jovens acima dos 30 anos como já citado, que residem com a família, mas possuem responsabilidades maiores.
Em relação à origem dos recursos financeiros dos acadêmicos, foi vislumbrado que 55,56% dos acadêmicos são trabalhadores no regime CLT, onde entre os cursos analisados o de enfermagem possui o percentual maior neste critério com 22% de representação, e em relação ao total de rendimentos mensais predomina o rendimento de 2 a 4 salários mínimos com uma representação de 41,11% da população, onde percebeu-se que os estudantes do curso de administração são os que possuem os salários maiores com 11 acadêmicos com rendimentos entre 6 e 10 salários mínimos, contra 4 alunos dos demais cursos com este mesmo rendimento.
Já em relação ao destino dos recursos percebeu-se que em relação ao curso de administração 18 acadêmicos gastam mais ou igual ao que ganham e 12 menos do que ganham, os acadêmicos de enfermagem são 26 que gastam mais ou igual ao que ganham e 4 menos do que ganham, já os alunos da psicologia 19 gastam mais ou igual ao que ganham e 11 menos do que ganham. Através deste cenário pode-se concluir que os acadêmicos do curso de enfermagem possuem maior representatividade entre os trabalhadores com carteira assina e com rendimentos entre 2 a 4 salários mínimos já os de administração são os que possuem salários maiores, ainda se percebe que entre os que gastam menos do que ganham os acadêmicos de administração possuem maior representatividade.
Considerando o critério de responsabilidade financeira entre as três áreas de formação quase todos possuem responsabilidades financeiras familiares e que em um percentual quase insignificativo de 5,56% não possuem preocupações financeiras. Em relação ao hábito de poupar, os alunos do curso de administração são os que possuem mais este hábito, justificado por também serem os que possuem os salários maiores, seguido pelo curso de psicologia.
Em uma análise geral percebe-se que os acadêmicos de administração são os que possuem um melhor planejamento de seus recursos financeiros, mas o estudo deveria ser mais aprofundado para poder afirmar que isso deve-se a formação acadêmica, pois os indicadores utilizados não foram suficientes para possibilitar esta afirmativa. Acreditamos que o tema suporta maiores aprofundamentos ampliando o campo de pesquisa para diferentes cursos em diferentes instituições.
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** Bacharel do curso de Administração pela Faculdade Integrada de Santa Maria, Assessora Sindical na Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da Regional de Santa Maria - ASTRESMA
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