Karin Gabriel Moreno*
Mariáguida Delfim**
FCT-UNESP, Brasil
karin.gabriel_kg@hotmail.comResumo
O trabalho com artes na Educação Infantil deve ser realizado com muito planejamento e definição sobre o que vai ser trabalhado. O estudo analisa as propostas do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil no que se diz respeito a Movimento, Música e Artes Visuais. E faz uma comparação com as propostas do Sistema Apostilado do Positivo para a idade de 3 anos. Tem como objetivo expor os pontos positivos e o que o Material Didático deixa de abordar e quais são suas limitações para os professores transmitirem os conteúdos para os alunos. Esse estudo possibilita uma reflexão sobre o que é tratado e como devemos utilizar um Material Didático.
Palavras-chave: Material Didático; Artes visuais; Movimento; Música; Educação Infantil; Referencial Curricular Nacional Educação Infantil.
LA ENSEÑANZA EN LA EDUCACIÓN INFANTIL UN ESTUDIO SOBRE LIBROS DIDÁCTICOS.
Resumen
El trabajo con artes en la educación infantil debe realizarse con mucha planificación y definición sobre lo que va a ser trabajado. El estudio analiza las propuestas del Referencial Curricular Nacional para Educación Infantil en lo que se refiere al Movimiento, Música y Artes Visuales. Y hace una comparación con las propuestas del Sistema Apostilado del Positivo para la edad de 3 años. Con el objetivo de exponer los puntos positivos y lo que el Material Didáctico deja de abordar y cuáles son sus limitaciones para que los profesores transmitan los contenidos a los alumnos. Este estudio posibilita una reflexión sobre lo que es tratado y cómo debemos utilizar un Material Didáctico.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Karin Gabriel Moreno y Mariáguida Delfim (2017): “O ensino na educação infantil um estudo sobre livros didáticos.”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (octubre 2017). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2017/10/ensino-educacao-infantil.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1710ensino-educacao-infantil
A infância é uma fase onde o desenvolvimento cognitivo, físico e motor está em formação. As crianças em seus primeiros anos de vida utilizam o movimento e o corpo para se comunicar com a sociedade, seja para demonstrar suas emoções ou para explorar o meio. Com o passar dos anos ela vai desenvolvendo e aprendendo a controlar seus movimentos aprendendo a imitir comunicação de maneira integral. Nesta etapa de desenvolvimento o aprendizado está estritamente ligado com as brincadeiras, em vista que a criança não difere ou distingue os estudos da diversão. Derdyk comenta que; “ A criança, ser global, mescla suas manifestações expressivas: canta ao desenhar, pinta o corpo ao representar, dança enquanto canta, desenha enquanto ouve histórias, representa enquanto fala. ” (DERDYK, 1998, p. 13) nome e ano e página. As interligações das propostas didáticas são fundamentais para implantar diferentes estratégias que promovam experiências diversificadas no contexto da sala de aula para que se promova o desenvolvimento amplo e adequado para criança da educação infantil. Nesta faixa etária é necessário promover atividades que proporcionam aprendizagem e desenvolvimento afetivo, motor, e intelectual das crianças.
A capacidade de aprendizado, descobrimento e ampliação da criança é extremamente multidimensional e construída através da interação com o meio, com adultos e com outras crianças. Através dessas trocas elas crescem e constituem suas identidades. Nesse sentido, visando respeitar as características e o desenvolvimento das crianças da educação infantil esse trabalho fará uma análise do o livro didático da editora Positivo para a faixa etária de 3 anos, que corresponde ao maternal II ou GRUPO 3 como é classificado de acordo com a editora. A análise é feita devido a importância do material didático como forma de auxilio e guia para os professores, visto que as atividades propostas são trabalhadas para que se complementem e atendam uma sequência programada. Ainda por ser este suporte didático que norteia a atuação da autora deste texto em seu cotidiano de educadora.
O material analisado é dividido por faixa etária e seus conteúdos são programados para serem aplicado de forma a atender a necessidade de desenvolvimento das crianças. Auxilia o professor para que este proporcione atividades que promovam interações cognitivas. Sendo assim o material analisado se configura para auxiliar o professor a desempenhar o papel de mediador entre o que é proposto o que vai ser passado e de qual maneira vai ser exposto tais conteúdos para crianças. Para Vygotsky a atuação do professor deve atender “O conceito de mediação vem da concepção da natureza humana, na qual a cultura e o grupo social são considerados elementos constitutivos de cada indivíduo” ( VYGOTSKY, 1984, p. 102). A mediação vai além do que vai ser exposto, o professor deve se posicionar como um facilitador para que a criança possa interpretar as situações de maneira completa, incentivando a exploração do ambiente e exaltando todas as conquistas realizadas pelos alunos, tendo sempre a consciência do que deve ser passado para os alunos de acordo com a etapa de desenvolvimento em que ele está inserido, pois ao ser apresentado coisas aquém da capacidade dos pequenos haverá um desinteresse e dificultará a aprendizagem.
O espaço educativo deve ser organizado, de maneira que a criança se sinta acolhida. Um espaço desorganizado e carregado de informação acaba muitas vezes influenciando de maneira negativa o aprendizado infantil. A sala de aula deve expressar as singularidades e a identidade do grupo que a ocupa. O material analisado influencia na maneira em que o professor pode escolher, como vai ser exposto e organizado na sala de aula, para que os objetivos almejados sejam atingidos. Deve ser criado um ambiente seguro e estimulante para desenvolver as atividades, por tanto é necessário planejar o uso dos espaços, localização dos moveis quando necessário.
Em muitos momentos o espaço da sala de aula não será o suficiente para a exploração completa da criança, sendo necessário deslocar as crianças para outras áreas de convívio com outras crianças, que a coloque em contato com a natureza ambientes abertos ou quadras poliesportivas. O brincar deve ser o norteador do aprendizado, e o professor deve ter consciência que o brincar não é atividade secundária ele deve ser planejado para ser o componente desencadeador do aprendizado da criança na educação infantil. Neste sentido o material analisado propõe atividades em que o brincar está ligado ao aprendizado. Cabe ao professor otimizar as propostas sugeridas pelo material. A diversidade de brincadeiras que podem ser associadas com o aprendizado é muito vasta no material analisado e auxilia o professor a selecionar a brincadeira que deve ser explorada em cada situação. O papel do professor é muito importante para pôr em prática de maneira estimulante o que é proposto no material, como organizar o tempo, planejar as situações didáticas sendo o mediador das dinâmicas e condutas do aprendizado. E também sugere formas de documentar e analisar o desenvolvimento dos pequenos.
O espaço educativo deve ser organizado, de maneira que a criança se sinta acolhida. Um espaço desorganizado e carregado de informação acaba muitas vezes influenciando de maneira negativa o aprendizado infantil. A sala de aula deve expressar as singularidades e a identidade do grupo que a ocupa. O material analisado influencia na maneira em que o professor pode escolher, como vai ser exposto e organizado na sala de aula, para que os objetivos almejados sejam atingidos.
Deve ser criado um ambiente seguro e estimulante para desenvolver as atividades, por tanto é necessário planejar o uso dos espaços, localização dos moveis quando necessário. Em muitos momentos o espaço da sala de aula não será o suficiente para a exploração completa da criança, sendo necessário deslocar as crianças para outras áreas de convívio com outras crianças, que a coloque em contato com a natureza ambientes abertos ou quadras poliesportivas. O brincar deve ser o norteador do aprendizado, e o professor deve ter consciência que o brincar não é atividade secundária ele deve ser planejado para ser o componente desencadeador do aprendizado da criança na educação infantil. Neste sentido o material analisado propõe atividades em que o brincar está ligado ao aprendizado. Cabe ao professor otimizar as propostas sugeridas pelo material.
A diversidade de brincadeiras que podem ser associadas com o aprendizado é muito vasta no material analisado e auxilia o professor a selecionar a brincadeira que deve ser explorada em cada situação. O papel do professor é muito importante para pôr em prática de maneira estimulante o que é proposto no material, como organizar o tempo, planejar as situações didáticas sendo o mediador das dinâmicas e condutas do aprendizado. E também sugere formas de documentar e analisar o desenvolvimento dos pequenos.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.
Os procedimentos metodológicos utilizados para o desenvolvimento deste estudo propõe a análise do sistema de ensino e de um grupo social no interior da sociedade capitalista. Em função disso, a pesquisa parte do reconhecimento da luta de classes e, portanto, da conflitualidade presente nas relações sociais. Nesse sentido, procuraremos primar pela perspectiva crítica.
Umas das atividades iniciais desse estudo é o levantamento bibliográfico, pelo qual foram realizadas buscas de publicações e trabalhos acadêmicos, que possam contribuir no desenvolvimento das analises. Compõe também esta etapa, o levantamento de dados secundários, nos institutos e órgãos oficiais, bem como o de fontes históricas como bibliotecas e arquivos históricos.
Realizamos abordagens interdisciplinar, envolvendo conhecimentos da sociologia, pedagogia, artes e geografia. Também aplicamos a organização de dados, que demonstrem questões importantes, para levantamento de informações dos jovens alunos e do sistema de ensino público que estudamos.
Em síntese, as analises de dissertações e artigos entram na pesquisa como estratégia tanto de acesso à informações sobre o ensino, quanto para conhecer as questões da educação escolar na perspectiva de averiguar a inserção dos jovens. Este trabalho é fruto dos estudos realizados entre orientador, professores e mestrando, por sua vez, deverá nos permitir analisar as questões de escolas e os impactos gerados, acompanhando as idéias já levantadas em outras pesquisas academicas, a partir da nossa experiência com os estudos sobre jovens e educação, buscamos explicar a importância do ensino no nível fundamental e compreender os impactos nas escolas. Com isto, esperamos poder atingir os objetivos apresentados e trazer as contribuições ao debate sobre educação.
3. DESENVOLVIMENTO DAS ANALISES SOBRE LIVROS DIDÁTICOS.
A concepção de criança é uma noção construída historicamente, por ser construída de acordo com os momentos históricos ela não é estática passando por mudanças ao longo dos anos. Assim é possível que em uma mesma cidade haja mais de uma maneira de considerar as crianças dependendo da classe social ou grupo étnica em que ela pertence.
Boa parte das crianças pequenas brasileiras enfrentam um cotidiano bastante adverso que as conduz desde muito cedo a precárias condições de vida e ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte de adultos. Outras crianças são protegidas de todas as maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral todos os cuidados necessários ao seu desenvolvimento. Essa dualidade revela a contradição e conflito de uma sociedade que não resolveu ainda as grandes desigualdades sociais presentes no cotidiano. (RCNEI VOL 1, 1998, p. 21)
A criança é um sujeito social e histórico, e a família, biológica ou não, é o ponto de referência para seu desenvolvimento. As crianças constroem o conhecimento a partir das interações com as pessoas e com o meio em que vivem. Apesar de todos os conhecimentos adquiridos pelo professor em sua formação, seja ele os campos da psicologia ou sociologia, compreender as singularidades da criança e transmitir os ensinamentos mantendo as essências de cada criança é um dos desafios da educação infantil.
As intervenções do professor nas atividades são necessárias para que as crianças possam ampliar suas capacidades de interpretar seu conhecimento, o profissional deve considerar cada singularidade da criança respeitando suas diferenças e ampliando sua socialização. Assim o professor é mediador entre a criança e o processo de conhecimento, organizando e proporcionando situações e espaços de aprendizagem para seu desenvolvimento global. Se tornando o responsável em proporcionar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. Nas últimas décadas os debates mundiais apontam para a necessidade de as instituições de educação infantil integrar as funções de educar e cuidar, não diferenciando os profissionais pela idade em que atuam.
O educar deve ser de qualidade, onde a criança é respeitada nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e que forneça elementos para o desenvolvimento de vários conhecimentos para que a criança possa construir uma identidade autônoma. Cabe as instituições tornar acessível culturas que enriquecem o desenvolvimento social e cumpre o papel socializador.
A base do cuidado na Educação Infantil é ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. O desenvolvimento integral envolve tanto os fatores afetivos e biológicos do corpo como a qualidade da alimentação e os cuidados com a saúde. Saber identificar as necessidades das crianças depende da compreensão do adulto para as formas de comunicação em cada faixa etária. “Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. ” (RCNEI VOL 1, 1998, p. 25).
O cuidar da criança é dar atenção em seus processos continuo de crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade e identificar e responder as suas necessidades, visando a ampliação da criança sobre si própria para que futuramente se torne independentes e autônomas. Para a criança desenvolver sua capacidade de criação é importância que haja a riqueza e diversidade nas suas experiências vivenciadas nas instituições, sejam as brincadeiras ou as atividades com intervenção direta. A brincadeira é uma linguagem infantil e mantem um vínculo entre o brincar e a realidade.
A brincadeira utiliza a linguagem simbólica, onde através da imaginação as crianças dão novos significados as situações anteriormente por elas vivenciadas, o brincar ocorre entre a articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. No ato de brincar os gestos, objetos e espaços tomam outro significado do que aparece ser. Por ter oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas sobre a sua realidade as crianças através das brincadeiras conseguem resolver problemas que lhe são importantes de significativos, cria-se então um espaço em que a criança possa experimentar o mundo e internalizar uma definição sobre pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos.
O brincar apresenta categorias que são diferenciadas pelo uso do material e pelos recursos implicados. Essas categorias incluem: a mobilidade física da criança; a relação com os objetos e suas propriedades físicas; a linguagem oral e gestual; os conteúdos sociais; e por fim as regras, que são elementos essenciais para o funcionamento da brincadeira.
As brincadeiras direcionadas ampliam os conhecimentos das crianças, o professor deve estruturar as brincadeiras e observar o desenvolvimento da criança nessa situação. Constituindo uma visão crítica dos processos de evolução para cada criança registrando as capacidades de usos das linguagens, capacidades sociais, recursos emocionais e afetivos que utilizam nessas situações. O modo da criança comunicar ocorre de maneiras diferentes, com os gestos, com palavras, com choro, com desenho e com o silencio. Ela se comunica muito além de fala. A criança vai aprender a falar com palavras através do seu comunicar com o meio, sendo na escola com seus amigos e professores ou em casa com a sua família.
Os seus gestos vão ganhando nomes e a criança vai aprendendo a utilização das palavras articulando a palavra ao gesto. A princípio a criança fica confusa com o que é dito e ocorre um desentendimento pois sem pensar falamos palavras que não são ainda do vocabulário da criança, devemos então prestar atenção no que falamos para não gerar dúvidas com as crianças, outro modo de gerar desentendimento é utilizar palavras que elas já conhecem, mas em outra situação com significado diferente. Até a criança adquirir o conhecimento de todas as palavras ela vai formando frases e histórias que pode ser considerada desconexa, mas é apenas uma fase que através do erro ela vai se aprimorando. A linguagem da criança vai além das palavras, seus desenhos e brincadeiras fazem parte da sua linguagem. Com os desenhos elas deixam suas primeiras marcas e se manifesta em relação ao mundo, já com as brincadeiras seus movimentos geram suas expressões.
No que se diz respeito ao Movimento ele se apresenta como uma forma de comunicação, que está presente na vida da criança a partir do momento em que ela nasce e vai se desenvolvendo a partir do estimulo e resposta e com o passar do tempo a criança vai se aprimorando e tendo controle de seus movimentos seja para engatinhar, andar, correr e pular. O movimento então está presente na vida da criança em todo momento, em um passado não muito distante toda forma de brincar e se movimentar era considerado um ato sem fundamento e não fazia parte do processo educativo, já nessa nova postura admite o brincar e se movimentar como parte do desenvolvimento da criança.
As etapas em que o movimento se manifestam e devem ser levada em consideração começa desde sempre com o segurar colher, engatinhar e por várias etapas da motricidade. Através desses movimentos elas expressão seus sentimentos, emoções e pensamentos. As maneiras de como as pessoas se movimentam são resultados da interação com o meio estão inseridos. Os movimentos se incorporam com os comportamentos humano construindo então uma cultura corporal. Com o surgimento dessa cultura foram se construindo novas formas de se manifestar com intencionalidade com o uso dos gestos, posturas e expressões corporais que seriam as danças, o jogo, as práticas esportivas, entre outros.
Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos as crianças se apropriam do repertorio corporal da sociedade em que ela está inserida. Com o desenvolver da motricidade a criança começa a ter a capacidade de planejar os movimentos e pensar antes de realizar os atos motores. São apresentados vários procedimentos para os professores, não para que sejam realizados de forma linear e sim para serem objeto de reflexão e aplicado de cada forma específica e mais uma vez fica claro a necessidade de um profissional bem preparado. As instituições de educação infantil devem favorecer para que haja um ambiente rico e desafiador para que as crianças possam se arriscar e vencer desafios. O trabalho com o movimento com crianças explora as funções motoras melhoram suas capacidades específicas da motricidade.
No RCNEI destaca a importância do professor nas atividades motora quando cita: É muito importante que o professor perceba os diversos significados que pode ter a atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir para que ele possa ajudá-las a ter uma percepção adequada de seus recursos corporais, de suas possibilidades e limitações sempre em transformação, dando-lhes condições de se expressarem com liberdade e de aperfeiçoarem suas competências motoras. (RCNEI VOL 3, 1998, p.39).
Quando falamos de música na Educação Infantil ela é fornecida para criança com uma linguagem capaz de expressar sensações, sentimentos e pensamentos através da organização entre o som e o silêncio.
A música vem sendo usada como suporte para atingir alguns propósitos, como hábitos atitudes e comportamentos (escovar os dentes, lavar as mãos, etc), memorização de conteúdo e a realização de comemorações do calendário escolar. Essas canções de suporte vêm acompanhadas de gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e estereotipada. Outra prática é a bandinha ritma, que muitas vezes utilizam materiais de má qualidade que geram uma qualidade sonora deficiente, como a criança só repete o que é passado atrapalha as atividades de criação.
A música está presente em todas as sociedades em todos os momentos, existem músicas para dormir, música para lutar, de acordo com o local em que estamos inseridos a música ganha um significado. A música pode ser trabalhada juntamente com outras áreas, como as artes cênicas e movimento, sendo interessante a realização de projetos interligados. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, importante também para integração social.
A arte da criança sobre influencia desde cedo seja pela revista, gibis, rótulos e outras várias produções artísticas que elas têm acesso desde cedo. Essa influência ocorre de maneira mutável sendo alterada de acordo com o momento histórico em que a criança está inserida. O RECNEI frisa que: As crianças têm suas próprias impressões, idéias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer. As crianças exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências. A partir daí constroem significações sobre como se faz, o que é, para que serve e sobre outros conhecimentos a respeito da arte. (RCNEI VOL 3, 1998, p. 83).
O trabalho de Artes visuais requer cuidado ao respeitar os detalhes de cada idade. Isso significa que o pensamento, sensibilidade, imaginação e percepção da criança devem ser trabalhados de forma integrada, para assim a criança desenvolver suas capacidades criativas. No processo de aprendizagem em Artes Visuais a criança traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas, experiências pessoais, aprendizagens, relação com a natureza, motivação interna e/ou externa. (RCNEI VOL 3, 1998, p. 84).
O fazer artístico da criança é algo individual porem ele pode ser enriquecido pela ação educativa intencional. Para o RECNEI a modalidade artística mais importante é a de desenhar, o desenvolvimento do desenho ocorre na mudança do que início era rabiscos para construções mais ordenadas fazendo então símbolos, a princípio são desenhos do seu cotidiano como sol, brinquedos e pessoas.
O Material Didático Positivo para a idade de 3 anos é dividido em dois volumes anuais, sendo cada volume dividido em dois temas específicos que são Integrado entre eixos e Artes. Neste texto será destacado para análise o ensino de artes. O material na parte de Artes irá privilegiar alguns conteúdos, são eles: conhecimentos e exploração da linguagem visual, diferenciação de texturas, exploração de movimentos, brincadeiras de roda, percussão corporal, atividades de som e silêncio, canto coletivo de músicas infantis, exploração sonora do corpo e sala de aula, apreciação de obras visuais, leitura de imagens, apreciação das produções dos próprios alunos, reflexão sobre os objetos apreciados, exploração de diferentes instrumentos de pintura, jogos de imitação, dramatização, expressão de formas de movimentos e participação no faz de conta.
Cada página de atividade é assinalada no canto superior direito com um ou mais símbolos referentes a que conteúdo será frisado com aquela atividade, sendo os símbolos de música, movimento (dança e teatro), artes visuais e navegando (tem conteúdo para ver na internet no portal positivo). Na página inicial do conteúdo de artes apresenta uma atividade em que os alunos vão interagir e cumprimentar o outro amigo. Sendo uma atividade de movimento e que promove a socialização e integração dos alunos. Após cumprimentar os amigos, eles irão cantar uma música de boas-vindas e que o professor deve, cada vez que cantar a música, ir alterando nome para que todos os alunos tenham seu nome falado. “ Canto de acolhimento” “Bom dia (boa tarde) fulano (a) é tão bom te conhecer. Que bom que você veio, muito amigos vamos ser.”. Trabalha nessa atividade o ritmo de música, é apresentado a criança essa música cantada em um CD com nome fictícios e depois eles vão alterar o nome para os nomes deles. Após cantar e cumprimentar a atividade se altera para que cada aluno cumprimente o amigo com um gesto novo, barriga com barriga, pé com pé explorando o corpo humano através da imaginação de como pode inventar um novo cumprimento.
O material do professor vem como orientação de que o professor expresse para os de forma afetiva e acolhedora a música com o intuito de acolher a criança na sua sala de aula, dando ênfase em cantar a música de acolhimento com o nome de todas as crianças. Aconselha o professor toque o CD com a música diversas vezes para que as crianças decorem a música e quando cantar sem a reprodução só a cappella elas possam acompanhar. Se o professor tiver acesso a algum instrumento deve tocar a música e cantar com várias entonações diferentes para que não se torne uma atividade monótona.
Essas atividades visam a socialização, coordenação e independência motora de várias partes do corpo, interpretação de música e apreciação de melodias. Através dessas atividades as crianças irão desenvolver as capacidades de conhecer as partes do corpo, explorar os gestos e ritmos corporais e vão conhecer melhor o colega da sala. É importante desenvolver atividades de caráter de consciência corporal através de atividades de descobrimento do seu corpo e de interações sociais, pois através dessas atividades eles começam a construírem suas identidades. Analisando essas duas atividades fica claro a necessidade de o professor explorar ao máximo a atividade deixando de lado o que é proposto e explorando outros aspectos da atividade, pois ao explorar outros aspectos as crianças podem se apropriar de outros conteúdos importantes para elas. Nessa atividade podemos explorar de forma mais global, frisando os vários tipos de cumprimentos ao redor do mundo, colocando as crianças em contato com um aprendizado mais completo.
O professor deve apresentar aos alunos novas formas de cumprimento para que assim ele amplie seu conhecimento sobre o movimento e comece a ter noção do contexto global em que estão inseridos e que existem outras formas além do que eles conhecem de se manifestarem seja a de maneira de cumprimentar ou outras características no geral. As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. (RCNEI VOL 3, 1998, p.15).
Na página 8 apresentará uma atividade para explorar com os pés a sala de aula. Essa proposta surge como continuidade de trabalho proposto da página 7 em que as crianças exploram os sons da sala com o auxílio de uma colher, essas atividades estão inseridas com o objetivo de exploração corporal e musical sendo possível que através dessas explorações as crianças descobrem novos sons produzidos pelo ambiente. A atividade é composta por uma música “Eu ando assim- Eu ando assim, quero ver você andar. Eu ando assim, vamos todos passear. Na ponta dos pés, quero ver você andar. Na ponta dos pés, vamos passear. Arrastando os pés... Batendo os pés.”. Os alunos deverão tirar os sapatos e andar, marchar e arrastar os pés em todos os cantos da sala cantando a canção.
Como orientação para o professor o material aponta que nessa atividade as crianças irão explorar as várias formas de caminhar, sendo necessário para a execução da atividade o professor expor para os alunos algumas maneiras de se locomover sem ser a tradicional como por exemplo nas pontas dos pés ou com o calcanhar. Propor para que as próprias crianças apresentem formas novas de se caminhar. Com a música tocando todos devem andar e fazer os movimentos proposto pela música ao mesmo tempo, e depois com os movimentos sugerido pelas crianças. Aconselha realizar as atividades junto com as crianças e auxiliando quando existe alguma dificuldade. Essa atividade desenvolve a capacidade de explorar as possibilidades de ritmos e gestos corporais, trabalha o equilíbrio e a coordenação motora, estão desenvolvendo a capacidade de ouvir e discriminar eventos sonoros através do uso de uma parte do corpo. Ao analisar essa atividade destaca que pode ser tratado e explorado vários assuntos diante de apenas uma proposta.
Podemos fornecer um conteúdo mais rico, como por exemplo mostrar pessoas que fazem músicas utilizando o corpo, podemos explorar a forma de andar e costumes sobre o sapato, como no Japão onde não usa sapato dentro de casa, tribos de índio que só correm com as pontas dos pés e por assim por diante.
Como atividade extra a apostila sugere efetuar a mesma atividade, porém fora da sala de aula, como no jardim, parquinho e entre outros. Sugere também que faça um mural coletivo de texturas onde exponha várias texturas. Essa atividade contempla a estrutura do fazer artístico, apreciação e reflexão. Através dessa atividade a criança ampliou o conhecimento do em que vive, explorando suas características e manipulou diferentes texturas do ambiente em que ela vive.
Essa proposta é uma rica atividade de textura, onde a criança entra em contato com diferentes texturas, é importante que o professor analise o que é proposto e que faça as atividades extras pois é através da exploração total das texturas em diferentes ambientes que os alunos vão ter o pleno aprendizado. Se o professor se limita na atividade da apostila e deixa de explorar além sala de aula e deixa de inserir para os alunos novas texturas que são importantes para o aluno adquirir noções completas sobre o assunto.
Na orientação para o professor aconselha o professor iniciar falando para os alunos olharem o quadro, estimulando a curiosidade sobre o que está sendo mostrado e sempre orientar para que olhem os detalhes com atenção. Nesse momento cada criança irá olhar com atenção individualmente. Após alguns minutos de observação encaminhar as perguntas que constam na página. Sempre estimular as crianças responderem de acordo suas próprias observações e interpretações. Na sequência organizar uma roda de apreciação e efetuar a leitura da obra em conjunto. Retomar as perguntas e formular novas perguntas ao grupo, vem como sugestão “Existem muitas cores nessa obra? ”, “ O que a artista colou? O que ela pintou? ” Entre outras. Depois disso falam sobre a importância de explicar a técnica utilizada pela a artista.
A artista utilizou a técnica de pintura e colagem, e ir mostrando para as crianças onde usou pintura e onde usou colagem, para que elas possam observar a diferença entre uma e outra. O material diz para o professor que deve ser relatado algo sobre a vida do autor e dar prioridade e ser objetivo informando somente o que tem relevância e relação a obra apresentada. No caso de a artista em questão falar da origem indígena dela que pode ser percebida na obra com o uso de pena no adorno na cabeça, os trajes apresentados no recorte antigo, o cavalo com pelagem bicolor e o título da obra.
O material propõe que apenas algumas características da autora sejam trabalhadas, a história da autora deve ser apresentada antes da apreciação. A história de vida dela como um todo deve ser analisada e exposta para os alunos, o artista coloca sua história e suas características em suas obras, explicar e contar sua vida ajuda a compreensão dos alunos sobre o que vai ser analisado.
O material delimita o trabalho que pode ser explorado nessa situação. Na página seguinte os alunos deverão fazer uma obra com pintura e colagem de texturas, porém quando se abre os assuntos sobre índios e a cultura indígena americana existe muito mais a ser explorado além do exercício de análise de imagem, podendo explorar outras obras da artista para que assim tenha um repertorio de conhecimento maior para quando chegar a hora de reproduzir.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar o livro didático verifica-se que o mesmo é uma ferramenta para auxiliar o professor a passar o conteúdo destinado para a faixa etária, com um material pronto e com todo auxilio para o professor poder guiar uma aula completa. Porém para existir um ensino de qualidade onde o aluno tenha um aprendizado completo, o professor não deve ter o material didático como único meio de ensino.
O professor deve introduzir outros meios de ensino, a aula deve ser guiada de acordo com o interesse do aluno, e quando segue a apostilo isso não é possível de fazer pois ficam presos no prazo para acabar. O ensino de Artes é algo que requer uma sensibilidade e os assuntos devem ser tratados de modo completo tendo como base o apreciar, contextualizar e o fazer, quando nos deparamos com propostas prontas existe uma falha na aprendizagem pois o material fica limitado e não atende todas as curiosidade e questionamentos da criança. As atividades relacionada a música fica defasada pois não existe uma apreciação a diversos ritmos música. O movimento nessa parte fica presa para a exploração de sala de aula, algo que deve ser explorada por um espaço maior.
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel. Educação Básica e Movimentos Sociais. In: VV.AA. A educação básica e o movimento social do campo. Brasília: UnB, 1999. pp. 15-52.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: 1998. V.1 e 3.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.
CORTELLA, Mário Sérgio. A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. Instituto Paulo Freire. 6ª ed. Coleção prospectiva. São Paulo: Cortez, 2002.
DERDYK, E. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Svipione, 1989.
VYGOTSKY, Liev Semiónovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
** Pedagoga e Coordenadora de Educação Infantil do Colégio Cotiguara Presidente Prudente – SP
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