Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


DESMOTIVAÇÃO DOCENTE: UM LEGADO FREQUENTE NAS REDES PÚBLICAS DE ENSINO

Autores e infomación del artículo

Fabiana Fernandes Ferreira *

Marcia Auxiliadora Fonseca **

Universidade Católica de Minas Gerais, Brasil

marciafonsecabio@hotmail.com

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar e apresentar algumas das razões para a desmotivação docente de alguns professores da rede pública de ensino. A classe é afetada pelas condições de trabalho e propriamente de formação. Executam suas tarefas permeadas de baixa autoestima, o que potencializa a desmotivação. Há pouco ou nenhum investimento no que tange a melhoria da auto estima dos referidos profissionais.  Metodologia: Foi feita uma revisão bibliográfica com levantamentos de artigos científicos nas bases de dados da SciELO, e da LILACS, a partir dos descritores: Desmotivação docente. Formação. Infraestrutura profissional.  Infraestrutura emocional, e realizou-se uma pesquisa semiestruturada com alguns professores da rede pública de escolas de Belo Horizonte e grande BH.  Este artigo é de natureza qualitativa com elementos quantitativos. Resultados e Discussão: a grande maioria dos professores entrevistados, disseram não estarem satisfeitos com sua profissão, grande parte dos docentes replicou que o que mais desmotiva são os baixos salários e a desvalorização por parte dos governo e até mesmo pelas relações interpessoais com os colegas de trabalho. Mas a desmotivação não atinge a todos, para minha surpresa alguns professores relataram estar satisfeitos com sua profissão, pois ser professora é a base para formar todas as outras profissões, que a educação é o caminho para formar de mentes brilhantes e criativas e se pudessem voltar ao tempo não escolheriam outra profissão.
Palavras-chave: Desmotivação docente. Formação. Infraestrutura profissional. Infraestrutura emocional.

ABSTRAT
 The present study aims to analyze and present some the reasons for teachers' demotivation of in the public school system. The class is affected by working conditions and proper training. They perform their tasks permeated with low self-esteem, which potentiates demotivation. There is little or no investment in improving the self-esteem of these professionals. Methodology: A bibliographic review was carried out with surveys of scientific articles in the databases of SciELO, and LILACS, using the descriptors: Teacher demotivation. Formation. Professional infrastructure. Emotional infrastructure, and a semistructured research was carried out with some teachers from the public schools network of Belo Horizonte and arround Belo Horizonte . This article is qualitative in nature with quantitative elements. Results and Discussion: the vast majority of the teachers interviewed said they were not satisfied with their profession, most of the teachers replied that the most discouraging is the low salaries and devaluation by the government and even the interpersonal relations with the colleagues of job. But the demotivation does not reach everyone, to my surprise some teachers reported being satisfied with their profession, because being a teacher is the basis for training all other professions, that education is the way to form of brilliant and creative minds and if they could come back to time they would not choose another profession.
Key words: Teacher demotivation. Formation. Professional infrastructure. Emotional infrastructure.

RESUMEN
El presente trabajo tiene como objetivo analizar y presentar algunas de las razones para la desmotivación docente de algunos profesores de la red pública de enseñanza. La clase se ve afectada por las condiciones de trabajo y la formación. Se realizan sus tareas impregnadas de baja autoestima, lo que potencia la desmotivación. Hay poca o ninguna inversión en lo que se refiere a la mejora de la autoestima de dichos profesionales. Metodología: Se realizó una revisión bibliográfica con levantamientos de artículos científicos en las bases de datos de SciELO, y de LILACS, a partir de los descriptores: Desmotivación docente. Formación. Infraestructura profesional. Infraestructura emocional, y se realizó una investigación semiestructurada con algunos profesores de la red pública de escuelas de Belo Horizonte y gran BH. Este artículo es de naturaleza cualitativa con elementos cuantitativos. La gran mayoría de los profesores entrevistados, dijeron no estar satisfechos con su profesión, gran parte de los docentes replicó que lo que más desmotiva son los bajos salarios y la devaluación por parte de los gobiernos e incluso por las relaciones interpersonales con los compañeros de trabajo de trabajo. Pero la desmotivación no alcanza a todos, para mi sorpresa algunos profesores relataron estar satisfechos con su profesión, pues ser profesora es la base para formar todas las otras profesiones, que la educación es el camino para formar de mentes brillantes y creativas y si pudieran volver al tiempo no elegirían otra profesión.
Palabras-clave: Desmotivación docente. Formación. Infraestructura profesional. Infraestructura emocional.

 


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Fabiana Fernandes Ferreira y Marcia Auxiliadora Fonseca (2017): “Desmotivação docente: um legado frequente nas redes públicas de ensino”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (octubre 2017). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2017/10/desmotivacao-docente-ensino.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1710desmotivacao-docente-ensino


INTRODUÇÃO

Pesquisas apontam que a maior causa das insatisfações na Educação dentro das redes públicas de ensino é a existência de professores desmotivados, mal remunerados e sem perspectivas de melhoria profissional. A classe é afetada pelas condições de trabalho e propriamente de formação; executam suas tarefas permeadas de baixa autoestima, o que potencializa a desmotivação.  A qualidade da ambiência e ambientação dos espaços onde atuam os profissionais da educação são aspectos relevantes para a prática docente efetiva. Geralmente neste aspecto a infraestrutura é precária, insatisfatória. Há pouco ou nenhum investimento no que tange a melhoria da auto estima dos referidos profissionais. As relações pessoais e interpessoais inserem em um  universo paralelo entre a realização profissional e a satisfação pessoal.
A educação é um direito de todos, segundo a Constituição Brasileira
A Constituição brasileira postula no artigo 205 que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

Esse direito está assegurado ao aluno, mas com o descrédito do professor na educação, os cursos de licenciatura são poucos procurados na Universidades Brasileiras, acredita-se que em um futuro próximo esse comprometimento possa afetar esse direito do estudante. Isso vem a confirmar o que  afirma Souto (2016),
Nos últimos anos, não só no Brasil como em outros países, notamos a crescente preocupação de pesquisadores, de governos e de gestores de políticas públicas para a educação com o atual ou iminente déficit de professores em todos os níveis de ensino. Em nosso país, esse fato decorre fortemente tanto do abandono do magistério quanto da baixa procura dos jovens pela profissão de professor. Isso se explica, principalmente, pela pouca atratividade da profissão docente em relação a várias outras profissões que exigem o mesmo nível de formação acadêmica. (SOUTO, 2016, p. 201-224).

DESENVOLVIMENTO
 
Salários baixos, professores desmotivados, alunos também desmotivados, indisciplinados, desenfreados, alguns com comportamento hostil, são pontos fortes para contribuir com o desencanto do educador.  E aquele modelo de estudante que vinha de casa afável e com apoio da família tem variado muito.  "Durante décadas, o professor montou uma representação-padrão de estudante, projetando o desejo de que ele venha de casa educado, com os parentes providenciando todos os requisitos básicos para que eles convivam em sociedade e aprendam. Esse quadro não existe", diz Lino de Macedo.
 
Os grandes desafios enfrentados pelo sistema de ensino público no Brasil nos últimos trinta anos levaram um grande número de pesquisadores a se dedicar ao estudo do fracasso escolar, focalizando especialmente o aluno e os entraves ao seu rendimento. Instigados a obter melhor compreensão dos fatores extra e intraescolares que determinam o fracasso escolar, muitos preocuparam-se não apenas em saber por que os alunos são reprovados ou deixam a escola, mas também em propor saídas que pudessem inibir os altos índices de evasão, mais tarde equacionados como de exclusão, devido ao peso que a instituição escolar tem nesse processo (REBOLO, 2013, p.66, n. 33).

Conforme afirma  Rebolo (2013), são muitas as pesquisas em busca de solução para o fracasso escolar focados nos alunos, mas ainda precisa-se buscar mais informação sobre a evasão do professor ao magistério. Muitos profissionais da educação abandonam a carreira em busca de profissões “melhores”.  Acredita-se que a instituição escolar tem nesse processo.
Ser professor não é uma tarefa fácil, e devido a tantos desafios, este é um profissional, imensamente desvalorizado no mercado trabalhista, existem cada vez mais professores, que terminam um curso superior em licenciatura e não se tornam atuantes e muitos que quando atuam, não desenvolvem um bom trabalho por não possuírem um preparo adequado, e isto se torna bastante prejudicial ao cenário educacional, pois o professor é o formador de todo e qualquer profissional (VIEIRA, BRAGA, 2015. p. 153-157) .

O professor não encontra suporte em sua vida acadêmica responsabilizando a opção da carreira aos seus próprios fracassos. Existe neste encontro o despreparo para lecionar frente à dinâmica da realidade local com uma formação desatualizada do contexto universal. Além do baixo salário, salas superlotadas ou em contrassenso a evasão escolar pesa na hora de avaliar o preço a ser pago para se manterem na função. Onde buscar atrativo para essa profissão? De acordo com Machado (2016),

Em termos etimológicos na Europa e, em particular, na França, a palavra profissão está associada a “professio”, do latin “profiteri”, que significa confessar, testemunhar, declarar abertamente; e dessa palavra provém, por exemplo, a expressão “profissões de fé”. Na sua gênese, o reconhecimento de uma “pro- fissão” se dá a parti r do saber professado e reconhecido em público, um saber que possui conotação diferenciada quando comparado à noção de métier, originada de do termo ministérium, que quer dizer “estar ao serviço de” (MACHADO, 2016,  p. 91-110).

O significado etimológico da palavra professor traduz-se como  um agente de confiança e que confia na missão dada, “profissão de fé”. Carrega o professor o atendimento da expectativa do outro, onde ministrar se concretiza “estar a serviço de” antes de “fazer o serviço para”. A finalidade sobrepõe ao objetivo.
            Qual deve ser o grau de convencimento do professor e quais as alternativas que ele possa oferecer para os alunos, que sejam mais rápidas, versáteis e de livre acesso quanto aos recursos do celular?
            A desmotivação do magistério é uma temática recorrente nos meios educacionais. Fala- se muito sobre as mudanças no comportamento dos alunos e no contexto social, e como  essas podem ou vêm afetando o campo educacional. Isso vem confirmar o que menciona Delval (2007), afirma que:

Os centros educativos (ou a escola) não oferecem nenhuma solução para esses problemas. O ensino praticado não consegue interessar aos alunos e está muito alienado de tudo que acontece fora da escola. [...] E, também, continua organizado sob a suposição de que os alunos estão dispostos a tudo (DELVAL, 2007, p.50).

É preciso elencar os motivos da desmotivação e evasão docente, não são fatores isolados, durante o percurso profissional do professor. Situações são sinalizadas, uma delas é a falta de comprometimento das famílias dos alunos quanto ao apoio e, consequentemente, a participação em suas vidas escolares. Outro aspecto a ser considerado é que, o educador precisa estar em constante formação, atualização adquirindo novos conhecimentos, precisa de uma diversidade de títulos para competir na área de atuação e estabelecer seu lugar no mercado de trabalho.  Não há como negar que esse fato traga mais uma sobrecarga ao profissional da educação justificando a desmotivação pelas tarefas múltiplas que são finalizadas em casa, um currículo obrigatório e um salário incompatível. Souto conceitua essa desvalorização como “desprofissionalização” como se vê na citação,

Ao tratar da precarização do trabalho docente, há quem acuse, inclusive, um retrocesso dos professores no sentido de uma "desprofissionalização". A decadência do magistério é percebida pelas famílias, pelos alunos, pela mídia e constatada pelos próprios professores que, desvalorizados socialmente, veem minada sua autoestima. A percepção da docência como profissão menor é generalizada e o sentimento de menos valia atinge, até mesmo, os futuros professores nos cursos de licenciatura. No modelo de universidade brasileira, as licenciaturas ocupam um lugar secundário (SOUTO, 2016, p. 201-224).

Percebe-se que são vários os pretextos para a desmotivação do docente, baixos salários, principalmente se comparados aos de outros profissionais graduados, como médicos, engenheiros, advogados, dentistas entre outros, mas existem outros fatores, o que essa profissão concebe na vida pessoal de cada educador, conforme afirma Rebolo (2013),

Acredita-se, no entanto, que esses fatores não são os únicos que influenciam o mal-estar docente e a decisão de abandonar a profissão, e que o abandono da docência é resultado de um processo muito mais complexo, no qual à influência de fatores externos somam-se as características individuais de cada professor, as suas representações sobre o trabalho que realiza e o seu projeto de vida (REBOLO, 2013, n. 33).

Para ter uma compreensão da necessidade de se definir as causas do desvelamento do processo de abandono docente, é importante compreender o valor da profissão e dos processos motivacionais e técnicos. Isto quer dizer, apreender o que representa   ser um educador, a relevância de seu papel na educação e onde ele está inserido nos valores sócio culturais dentro e fora da escola. Imprescindível focar inclusive nos seus valores motivacionais na interação em práticas educativas claras e construtivistas. É preciso ir além das fronteiras institucionais. Filtrar as aptidões e especializar os seus talentos de forma a trazer o professor para um curso de construções e reconstruções. Rebolo (2013), relata que o mal estar docente está relacionado a vários fatores, um deles é a desvalorização do professor veiculado pela mídia. Que aluno irá se interessar por uma profissão mal remunerada e desvalorizada pela sociedade de uma forma geral?
Diante dos fatos apontados, seria viável políticas públicas adequadas para transformar esse cenário, incrementar a educação, salários compatíveis com o trabalho realizado inter e extraclasse, investimentos nas formas de aplicação da licenciatura e condições dignas de trabalho. Imprescindível o uso de recursos efetivos na infraestrutura emocional e profissional do educador. Suprimentos didáticos que realmente potencializam os talentos, conteúdos e o contexto escolar.

 

DESCONTENTAMENTO COM O TRABALHO DOCENTE, DE UM GRUPO DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE BELO HORIZONTE E GRANDE BH.
Foi elaborada uma pesquisa semiestruturada e respondida por, 15 professores que  atuam na rede pública de Belo Horizonte e grande BH e   aceitaram participar da pesquisa e se dispuseram a falar dos “desencantos” do magistério.  A análise dos dados se fez por meio de interpretações com a intenção de entender os significados e expressos pelos educadores. Foi indagado aos professores: Como você se sente trabalhando em escolas públicas, sobretudo com o descaso do governo? A grande maioria respondeu que sente-se desvalorizado, desmotivados, frustrados, muitos verbos reforçando o negativo. Foi perguntado aos educadores: Cite três razões que você acredita que seja o motivo para desmotivação do docente das escolas públicas. As respostas não variam muito, foram elas; falta de segurança em sala de aula e na escola, burocracia, pedagogia infrutífera, outros responderam que os motivos seriam aprovar alunos sem condições de aprovação, falta de envolvimento com as famílias, carência de material pedagógico; alguns relataram que tiram o dinheiro do bolso para comprar o que necessita para lecionar. Ainda sobre esse aspecto, outros replicaram a postura inadequada de vários profissionais da educação. Um Educador respondeu que o que desmotiva são os objetivos destorcidos do papel da escola, infraestrutura precária, falta de políticas públicas, plano de carreira não condizente com as referências profissionais. Alguns relataram que sente-se exaustos, dificuldade geradas pelas relações interpessoais, salas de aulas com muito barulho, e muita responsabilidade em lidar com crianças e adolescentes. Mas a resposta para essa pergunta que teve o mesmo sentido foi sem dúvida, os baixos salários. Foi indagado também, se pudesse voltar no tempo, escolheria outra profissão? A grande maioria disse que sim. Alguns citaram, Fisioterapia, Veterinária, Direito entre outras. A pesquisadora elaborou uma questão, com opções onde o professor deveria marcar com um X os motivos que ele acredita ser fundamental para a desmotivação do trabalho docente nas escolas públicas de ensino, como;: falta de pespectiva de crescimento profissional, baixa remuneração, falta de condições dignas de trabalho, insatisfação com a estrutura do sistema educacional, desencanto com a profissão, necessidade de tempo livre para continuar com sua formação docente. Essas opções supreendentemente, foram assinaladas praticamente todos os itens por todos os professores pesquisados, mostrando que são muitos e variados os motivos pelo desencantamento com a carreira docente.  Alguns disseram em ter vontade de desistir, mas por várias circunstâncias.
Deixou-se a última questão em aberto para que os professores esclarecessem algum dado que não tinha sido perguntado e uma professora disse que o problema não se restringe à falta de infraestrutura; o problema vai além; envolve famílias desestruturadas e a sociedade vem infiltrando com algumas ações que deprecia nossa juventude. Na pesquisa outra professora disse que o governo brasileiro deveria investir mais nas crianças e jovens, fortalecendo a educação básica. A pesquisadora ficou surpresa com as respostas de  alguns educadores , pois   responderam que se sentem realizados, que sente satisfação em desempenhar um papel tão importante na sociedade, apesar das adversidades , que ser professor é uma das mais importantes e poderosas que existem. Alguns proferiram que mesmo com as dificuldades não teriam outra profissão, pois ser professor é manter ideias aguçantes e atualizadas. Um outro professor disse que não teria outra profissão, pois conhecia a área e ouvia dizer das dificuldades. Outra docente, disse que não escolheria outra profissão, pois segundo ela, os dias nunca são iguais, pois somos mães, psicólogas, médicas e educadora; finaliza com a seguinte pergunta: existe alguma profissão que nos oferece isso? Ela mesmo respondeu: Não há, somente professora. Uma docente   disse que, mesmo com as dificuldades, gosta do que faz. Disse ainda, que essa profissão é a base necessária e importante para dar origem a todas as outras profissões. Que ser educador pode-se capacitar pessoas para alcançar um nível de esclarecimento e de decisão muito propicio á mudanças.  Apesar de pouco valorizada e de pequena projeção no cenário das profissões, pode-se formar pessoas cultas , sábias que a educação é o caminho para a formação  de mentes livres , criativas , investivas, cultas, sabias e caridosas. Segunda ela educação é iluminação. Outra educadora disse; “ao longo da minha trajetória profissional fui percebendo que temos uma responsabilidade social e política que não pode ficar limitada aos investimentos do governo”. Disse ainda que “ apesar do descaso, nos tornamos docentes a partir da nossa relação com os discentes. Afetamos e somos afetados, experimentamos todas as dimensões do humano, suas potencialidades, fragilidades, conflitos, seus encontros e desencontros. Apesar  desses aspectos  cada estudante  que passa em nossas  vidas percebemos que podemos influenciar positivamente  ou negativamente a vida de muitos  alunos ”. E finaliza dizendo que a cada aprendizagem que acompanhamos é uma centelha de esperanças para um mundo mais justo , humano e amoroso. Mostrando assim que trabalhar em escolas públicas  apesar dos desafios , é gratificante, pois tem-se a oportunidade de  contribuir para o desenvolvimento dos cidadãos ,semeando  valores e possibilitando a nossas crianças e jovens o acesso ao conhecimento , cultura e arte.  

 

 CONCLUSÃO
A revisão bibliográfica e a pesquisa semiestruturada, acerca dos ensejos pela desmotivação docente e das circunstâncias que a permeiam, apesar de sucinta, mostrou que os educadores da rede pública enfrentam questões relacionadas há salários baixos, principalmente se comparados aos de outros profissionais graduados, como médicos, engenheiros, advogados, dentistas entre outros, mas existem outros fatores, como; a falta de comprometimento das famílias dos alunos quanto ao apoio e, consequentemente, a participação em suas vidas escolares. Há pouco ou nenhum investimento no que tange a melhoria da auto estima dos referidos profissionais. Além do baixo salário, salas superlotadas ou em contrassenso a evasão escolar pesa na hora de avaliar o preço a ser pago para se manterem na função É respeitável, portanto, pensar e investir em políticas públicas que atendam às necessidades dos educadores da rede pública de ensino.  É preciso aprofundar em pesquisas que mostrem os verdadeiros pretextos e soluções para a desmotivação dos educadores, e ações que coloquem em prática, criando uma relação justa  entre professores, escola e a comunidade escolar. A análise das entrevistas despontou que a maioria dos docentes, não estão satisfeitas com sua profissão, que se pudessem voltariam no tempo e escolheria uma profissão que fosse mais valorizados. Mas o desencanto da profissão não foi para todos os professores pesquisados , alguns relataram que a ser professor é a base para uma sociedade mais sólida e mais justa.

 

REFERÊNCIAS

DELVAL, J. A escola possível: democracia, participação e autonomia. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2007.
MACHADO, Laeda Bezerra et al. Ser professor: elementos consensuais das representações sociais de docentes em início de carreira. Série-Estudos-Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, v. 21, n. 41, p. 91-110, 2016.
REBOLO, Flavinês. Do mal-estar docente ao abandono da profissão professor: a história de Estela. Série-Estudos-Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, n. 33, 2013.
SOUTO, Romélia Mara Alves; PAIVA, Paulo Henrique Apipe Avelar. A pouca atratividade da carreira docente: um estudo sobre o exercício da profissão entre egressos de uma Licenciatura em Matemática. Pro-Posições, v. 24, n. 1, p. 201-224, 2016.
VIEIRA, Luana Paula Sousa; BRAGA, Cleisa Maria Coelho. A DESMOTIVAÇÃO DO PROFESSOR FRENTE À ROTINA PEDAGÓGICA. In: Congresso de Educação-Câmpus de Iporá. 2015. p. 153-157.

 

* Pedagoga – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

** Mestra do Programa de Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA. Especialista em saúde do adolescente.


Recibido: 11/09/2017 Aceptado: 25/10/2017 Publicado: Octubre de 2017

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