Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


A VISÃO DO PEDAGOGO NA FUNÇÃO DE EDUCADOES FÍSICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Autores e infomación del artículo

Weslley Moreira Saraiva*

Matilde Meire Miranda

Marcia auxiliadora Fonseca**

Camila Jardim Meira***

Centro Universitário UNA, Brasil

marciafonsecabio@hotmail.com

RESUMO

Este estudo objetivou analisar a visão que os pedagogos docentes de Educação Física têm a respeito de sua atuação como educador dessa disciplina. A opção metodológica pela pesquisa qualitativa integrou cinco pedagogos de três escolas da rede pública e privada de Contagem e Belo Horizonte.  Em campo, os dados foram coletados por meio da entrevista semiestruturada e da observação sistemática, posteriormente analisadas com base em Bardin. Dos depoimentos emergiram seis categorias: “de pedagogo a professor de Educação Física”; “sentir-se preparada para dar aula de EF”; “trabalhando o corpo”; inclusão do aluno”; “formação do pedagogo para ministrar aulas de EF” e “as escolas oferecem materiais adequados para as aulas de EF”. A observação sistemática revelou que há um descompasso entre o que é previsto para o desenvolvimento correto de uma aula de Educação Física e sua concretização. A falta de capacitação teórica e prática deixou os sujeitos desmotivados, insatisfeitos e sem a execução de atividades que atendam às dimensões afetivas, sociais, cognitivas e à cultura corporal dos alunos. É imperativo que as escolas ofereçam cursos que apoiem e capacitem seus docentes.
 
Palavras-chave: Educação Física, Educação, Pedagogos.

RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo analizar la opinión de que los maestros que enseñan educación física tienen sobre su papel como maestros de esta disciplina. La opción metodológica para la investigación cualitativa ha integrado cinco maestros de tres escuelas de Contador público y privado y Belo Horizonte. En el campo, los datos fueron recolectados a través de entrevistas semiestructuradas y observación sistemática, a continuación, analizados a partir de Bardin. El testimonio surgió seis categorías: "maestro pedagogo de la educación física"; "Me siento preparado para la clase de EF"; "Trabajar el cuerpo"; inclusión de los estudiantes "; "La formación del maestro para enseñar clases de educación física" y "escuelas ofrecen materiales adecuados para las clases de educación física." La observación sistemática revela que hay una falta de correspondencia entre lo que se espera para el correcto desarrollo de una clase de Educación Física y su aplicación. La falta de formación teórica y práctica los dejó sin motivación sujetos insatisfechos y sin llevar a cabo actividades que satisfagan las dimensiones afectivas, cultura social, cognitiva y física de los estudiantes. Es imperativo que las escuelas ofrecen cursos para apoyar y potenciar a sus profesores.
 
Palabras clave: educación física. Educación. Pedagogos.

ABSTRACT

This study aimed to analyze the vision that the teachers of physical education teachers have regarding your performance as a teacher of that discipline.The methodological option for qualitative research joined five pedagogues of three public and private schools and Belo Horizonte.) In the fieldwork, data were collected through semi-structured interview and systematic observation, then, analyzed based on Bardin. Six categories emerged from the testimonials: “From educator to Physical Education teacher”, “Feeling prepared to teach PE classes”, “Body working”, “Educators training to teach pe classes", "Students inclusion” and "Shcool offer of suitable material to tech pe classes".  Systematic observation showed that there is a difference between what is predicted to the correct PE classes's development and its concretization. The lack of theoretical and practical capacitation left the subjects unmotivated, unsatisfied and without the implementation of activities that meet the affective dimensions, social, cognitive and to the student's body culture . It's imperative the school's offer of courses that support and empower their teachers.

Keywords: Physical Education. Education. Pedagogues.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Weslley Moreira Saraiva, Marcia auxiliadora Fonseca y Camila Jardim Meira (2016): “A visão do pedagogo na função de educadoes físicos no ensino fundamental I”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (agosto 2016). En línea: http://www.eumed.net/rev/atlante/2016/08/fisica.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/ATLANTE-2016-08-fisica


1 INTRODUÇÃO

A experiência de atuar como professor de Educação Física em cursos de graduação em Pedagogia mostrou-se uma experiência rica do ponto de vista de busca constante de aprimoramento intelectual e afetivo e, contraditoriamente, preocupante na medida em que revelou um cenário desafiante para futuros pedagogos que podem assumir a docência de Educação Física nas escolas infantis.
Essa preocupação incide no fato de que o número de aulas disponíveis nos cursos de graduação não é suficiente para o preparo de pedagogos em relação ao conhecimento de funções essenciais da Educação Física, da cultura do corpo e, principalmente, por não realizarem aulas práticas associadas ao conteúdo estudado. Assim, não é lhes favorecido possuir técnicas necessárias e, possivelmente, mantém-se arraigada a visão que se construiu a respeito das aulas de EF: brincar, correr e jogar sem vinculação com elementos teóricos básicos que os sustentam. Essa situação ocasiona para os alunos a falta de atividades adequadas que irão ajudá-los ao longo de suas vidas.
Dessa forma, pelo perfil exigido para ser professor de Educação Física, o desejável é que os próprios educadores físicos ministrem as aulas ou, não havendo condições para que sejam eles, que os pedagogos tenham melhor formação na graduação e que procurem sempre se atualizar para melhoria de suas aulas. Considera-se que o desconhecimento seja um problema a ser analisado e solucionado com vistas a contribuir de forma significativa para a obtenção de melhores resultados para os alunos nas aulas.
A Educação Física é um componente curricular da educação básica e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBBEN) estabelece que essa disciplina é um componente curricular obrigatório (BRASIL, 1996; 2001a). Contudo, esta lei não determina qual a formação dos profissionais que podem prover aulas de Educação Física em séries do Ensino Fundamental I, isto é, se são professores graduados no curso de Educação Física ou professores regentes de turma com outra graduação.
A partir dessa exposição questiona-se: os regentes de turma possuem formação e/ou capacitação adequadas para ministrarem a disciplina de Educação Física? Os regentes de turma conhecem e se preocupam em oferecer atividades que trabalhem e estimulem o desenvolvimento motor das crianças de forma correta? Qual a visão que possuem em relação à atuação em aulas de Educação Física?
Com isso, este estudo objetivou analisar a visão que os pedagogos docentes de Educação Física têm a respeito de sua atuação como docente dessa disciplina.

2 REVISÃO TEÓRICA

Este artigo  inicia-se com os dizeres do Parecer do Conselho Nacional de Educação-Conselho Pleno (CNE/CP), das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia:

[...] alguns críticos do curso de Pedagogia e das licenciaturas em geral, entre eles docentes sem ou com pouca experiência em trabalho nos anos iniciais de escolarização, entretanto, responsáveis por disciplinas “fundamentais” destes cursos, entendiam que a prática teria menor valor. Ponderavam que estudar processos educativos, entender e manejar métodos de ensino, avaliar, elaborar e executar planos e projetos, selecionar conteúdos, avaliar e elaborar materiais didáticos eram ações menores (BRASIL, 2005, p. 4).

Como pensar e entender a prática como de menor valor? O intelectual se faz apenas pela teorização? A teoria não alimenta a prática, e vice-versa? Manter essa concepção ultrapassada de que o pensar é mais importante do que fazer não cabe nos tempos atuais. O conhecimento é dinâmico e se torna antiquado em tempo recorde. Como educadores, não se concebe a ideia de que ainda se tem na academia “professores pensadores” que mantêm essa visão.
Nesse sentido, o curso de Pedagogia deve estimular seus docentes à compreensão do processo que articula teoria e prática, pensar e fazer, preparando-os para trabalhar com crianças, em todas as disciplinas, entendendo-as como de igual valor.
O conhecimento do Projeto Político Pedagógico de cada curso de graduação em Pedagogia torna-se fundamental, tendo em vista que este pode variar de instituição para instituição de acordo com a filosofia institucional. Essa alegação é descrita nas DCNs do curso de Pedagogia:
[...] o projeto pedagógico de cada instituição deverá circunscrever áreas ou modalidades de ensino que proporcionem aprofundamento de estudos, sempre a partir da formação comum da docência na Educação Básica e com objetivos próprios do curso de Pedagogia. Consequentemente, dependendo das necessidades e interesses locais e regionais, neste curso poderão ser, especialmente, aprofundadas questões que devem estar presentes na formação de todos os educadores [...]  (BRASIL, 2005, p. 10).

Essas diretrizes estão postas no documento, mas se concretizam no cotidiano escolar?
Pereira, Nista Piccolo e Santos (2009, p. 343) afirmam que as crianças de seis a 10 anos de idade têm necessidades e muita predisposição a se movimentarem. Com isso, os professores que proverem essas aulas têm que conhecer acerca da importância de sua função como educador para com a vida do aluno.
O professor tem que saber estimular seus alunos em cada exercício próprio para sua idade. Com isso, os mesmos irão aumentando suas capacidades autônomas. O curso de Pedagogia tem que dar boa estrutura a seus discentes, para quando chegar a hora de ministrar essa disciplina - EF -, terem ao menos uma noção.
Muitos professores não sabem o valor de se trabalhar a cultura corporal de movimento com os alunos, só querem deixá-los livres sem comando ou mesmo entregarem uma bola ou joguinhos e sentarem na quadra.
No que diz respeito à cultura corporal de movimento na Educação Física, compete-lhe trabalhar as cinco partes principais que irão ajudar o aluno em sua vida. São elas: dança, esporte, ginástica, lutas e jogos e brincadeiras. Soma-se, ainda, o fato de que os professores deverão estar preparados para desenvolverem atividades com seus alunos de forma lúdica e inclusiva.
Os PCNs de Educação Física exemplificam esses dizeres ao ressaltar que o trabalho de Educação Física, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, permite que os alunos tenham, “desde cedo, a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções” (BRASIL, 1997a, p. 15).
Sabe-se que as novas tecnologias trouxeram muitos benefícios para a humanidade. Hoje em dia as crianças preferem ficar horas na internet e no playstation a fazer uma atividade física, como brincar de esconde-esconde, pular corda, jogar amarelinha, entre outras. As consequências dessa postura são o sedentarismo e uma função motora comprometida, o que desencadeia a obesidade infantil. Observa-se que muitas crianças do Ensino Fundamental têm como única atividade física as propostas nas aulas de Educação Física. Essa realidade assinala para a importância dessa disciplina e a preparação do profissional que irá ministrá-la.
Moreira (2012, p. 78) entende que a Educação Física trabalhada, seja como disciplina curricular, seja como área de conhecimento, deve:

[...] para além do trabalho específico com a cultura corporal de movimento, trabalhar, primeiramente, no sentido da formação humana, e formar a criança como sujeito social e histórico que está em constante desenvolvimento, construindo seus valores, crenças e concepções.

Para o senso comum, a Educação Física é vista como um conjunto de exercícios que tem por objetivo libertar todas as energias do corpo humano, coordenando-as e disciplinando-as para que o indivíduo possa gozar de melhores condições de saúde.
Alguns professores e alunos acham que a EF não tem a devida informação da seriedade da cultura corporal de movimento e os alunos trazem as suas experiências vividas nas ruas e suas casas para dentro da escola e querem praticá-las sem orientações devidas. Com isso, não veem a disciplina como aprendizagem, tampouco lhe atribuem o valor que tem para a vida. Afirma-se que cabe ao professor de EF mudar essa visão míope e deturpada do que é Educação Física, fazendo de suas aulas um momento de conhecimento pedagógico para o aluno.
De acordo com Rodrigues Júnior e Silva (2008, p. 159):

Os alunos chegam à aula com certo entendimento a respeito dos elementos da cultura corporal; o professor, por meio de sua ação pedagógica, pode provocar confrontos com tais conhecimentos, com o intuito de levar os jovens a identificar e compreender os temas estudados, de maneira sistematizada. Nesse processo didático, a significação é elemento fundamental a ser considerado para uma mediação que vislumbre a revisão de ideias e de valores.

Muitas escolas nem mesmo possuem materiais adequados para as aulas e Go (2013) expressa que a falta de material didático se encontra entre as principais dificuldades assinaladas  pela maioria dos professores de EF.
Assim, na atribuição de conceitos aos alunos, recomenda-se, de acordo com Betti e Zuliani (2002, p. 79):

• A avaliação deve ser contínua, compreendendo as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou inicial, formativa e somativa;
•  a avaliação deve englobar os domínios cognitivo, afetivo ou emocional, social e motor;
•  a avaliação deve referir-se às habilidades motoras básicas, ao jogo, esporte, dança, ginásticas e práticas de aptidão física;
•  a avaliação deve referir-se à qualidade dos movimentos apresentados pelo aluno e aos conhecimentos a ele relacionados;
•  a avaliação deve referir-se aos conhecimentos científicos relacionados à prática das atividades corporais de movimento;
•  a avaliação deve levar em conta os objetivos específicos propostos pelo programa de ensino.
•  a avaliação deve operacionalizar-se na aferição da capacidade do aluno expressar-se, pela linguagem escrita e falada, sobre a sistematização dos conhecimentos relativos à cultura corporal de movimento e da sua capacidade de movimentar-se nas formas elaboradas por essa cultura.

O principal objetivo da Educação Física é desenvolver as potencialidades de cada um, mas nunca de forma seletiva, e sim incluindo todos os alunos nas atividades e incentivando-os na prática das mesmas. Os alunos devem acreditar que a aula tem a mesma importância que as outras disciplinas e são ricas em conhecimentos, que poderão trazer muitos benefícios se inseridos no seu cotidiano.
Lembrando Dowbor (2006), somos donos das mudanças que queremos fazer e podemos tomar em nossas mãos o destino que almejamos para nós e para nossa comunidade se os integrarmos sinergicamente.
Percebe-se que a comunidade é peça fundamental para o desenvolvimento local e sua inserção na escola poderá contribuir, sobremaneira, com a educação de forma geral e a disciplina de Educação Física, conferindo-lhe o valor que possui e os benefícios que traz para o ser humano nas dimensões biológicas, sociais, culturais e de lazer.

3 METODOLOGIA

Para o delineamento desta pesquisa, optou-se pelos estudos exploratório e descritivo a partir de uma abordagem qualitativa, tendo em vista que ambos possibilitam compreender a realidade vivenciada pelos sujeitos participantes, mostrando-se, portanto, em consonância com o objetivo proposto (MINAYO, 2010).  
O cenário da pesquisa foi constituído por três escolas do Ensino Fundamental: uma estadual, uma municipal e uma particular. Todas se localizam na região de Contagem e da Pampulha em Belo Horizonte. Entre os critérios de eleição dessas escolas tem-se uma representante de cada segmento, isto é, público e privado.
Lembrando Minayo (2010), a amostra não é numérica, baseia-se na complexidade do objeto em pauta. Com isso, o número de sujeitos não é definido em um primeiro instante, mas quando os discursos tornarem-se repetitivos e invariantes.
Os nomes dos sujeitos foram representados pela letra E(n), sendo que E significa entrevista e (n) o número que expressa a ordem de inclusão dos sujeitos na pesquisa, conforme o princípio ético de confidencialidade, mantendo-se a identidade das entrevistas em sigilo.

4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Analisando as entrevistas
Na busca de respostas e apreensão do significado de ser o pedagogo o professor de Educação Física, na perspectiva do pedagogo, as questões contidas nas entrevistas possibilitaram formular, mesmo de que maneira tímida, as relações entre ensino e conhecimento, entre teoria e prática.
Apropriando-se dos dizeres de Scarazzatto (2013, p 41), no processo de assimilação e elaboração do conhecimento a aula é entendida “como um processo de circulação de significados e de produção de sentidos, que se indicia nas interlocuções que são nela produzidas”.
Na primeira categoria, “de pedagogo a professor de Educação Física”, pode-se apreender que nem todos os pedagogos se sentem confortáveis e capacitados para assumir essa disciplina. Dos discursos dos sujeitos percebe-se que a maioria se sente desmotivada e alguns explicitam que não possuem conhecimento adequado para fazer da aula um momento de aprendizagem e de formação do alunado. 
Sabe-se que as instituições escolares têm, por meio das DCNs, autonomia no planejamento de suas matrizes curriculares, cabendo-lhes, portanto, a escolha de quem é o “graduado responsável” pela disciplina de EF. Sabe-se, também, que cabe ao professor o planejamento de seu plano de aula em consonância com a concepção filosófica de currículo. Contudo, a história e a prática vivida no cotidiano das escolas mostram que nem sempre esses planos são discutidos e vistos pela comunidade escolar, mesmo competindo a ela o cumprimento das competências ditadas pelas DCNs. 
O que dizem os pedagogos professores de Educação Física? Neste estudo, por não terem formação nesse curso, os pedagogos não se motivam em buscar conhecimentos e capacitação para tal e fazem do horário das aulas um local de lazer sem as devidas atividades, não só importantes para a formação do aluno, bem como de acordo com sua faixa etária.
Os relatos dos sujeitos mostram coexistir visões positivas e negativas a propósito de “ser responsável pela EF”:

Significa que esta disciplina tem um papel importante tanto quanto as outras no processo de desenvolvimento do alunos  e desta forma  ela se torna indispensável até mesmo para compreensão das demais disciplinas (P2).

Para mim é muito impertinente dar este tipo de aula, não tenho as habilidades necessárias para dar essa aula e sempre deixo os meninos à vontade ou dou corda para meninas e a bola para meninos (P3).

Dar aula de EF é [...] não tenho muitas dificuldades porque os alunos gostam do que passamos para eles correrem, pularem, saltar eles gostam, pois saem da rotina da quadra (P4).

Significa, basicamente, fazer com que os alunos saiam do espaço da sala de aula e exercitem o corpo com atividades físicas e brincadeiras (P5).

A leitura das falas dos professores P2, P3, P4 e P5 demonstram o reconhecimento da importância da disciplina na formação dos alunos e ao mesmo tempo elegem-na como saída de dentro da sala de aula para espaços livres onde possam correr, pular, brincar, entre outras.
Contudo, não é essa a concepção que sustenta uma aula de EF. O Ministério da Educação, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997b), aborda a importância da Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo em vista que oportuniza aos alunos, desde cedo, o desenvolvimento de habilidades corporais e a participação em atividades culturais, como: jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças. Essas atividades têm ainda a finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções.
Instaura-se aqui um questionamento: esses professores planejam suas aulas? Se sim, baseadas em conhecimentos da cultura corporal, movimento, faixa etária, necessidades singularizadas dos alunos, da inclusão de todos nas atividades propostas? Qual a preocupação com a formação cognitiva, social, afetiva e motora das crianças?  Têm dimensão do seu papel nesse processo?
A fala de P1 convida à reflexão do “que fazer” nas aulas de Educação Física:

Significa uma situação muito constrangedora, porque além de dar nossas aulas normais, agora da Educação Física, é muito ruim, odeio, mas odeio mesmo, as crianças querem correr, gritar acham que é um local de bagunça e eu odeio bagunça (P1).

Os saberes apropriados de acordo com a graduação e adquiridos ao longo do tempo marcam o início de novas reflexões e o professor se torna o organizador e facilitador de aprendizagem e se volta, ainda, para os saberes que ele agrega, possui e constrói ao longo de sua ação profissional (AMORIM FILHO; RAMOS 2010).
Um dado preocupante, também, é que a partir da Lei 10.328/2001 não há determinação de quem deve assumir as aulas de EF, ficando a cargo da escola a especificação de quem será o responsável por elas (BRASIL, 2001b). Essa indeterminação legal provoca certo constrangimento e, em algumas escolas, fica-se num jogo de “empurra e empurra” para quem vai ministrar essas aulas: o pedagogo que não gosta ou os professores de Educação Física que deveriam, por direito, ministrar essas aulas?
Pereira, Nista Piccolo e Santos (2009, p. 344) afirmam que:

A partir da Lei 10.328/2001 o artigo 26 da LDBEN foi alterado, determinando que a Educação Física não mais seria apenas um componente curricular da Educação Básica, mas sim, um componente curricular obrigatório (BRASIL, 1996; 2001). Entretanto, a lei não determina quem deve ser o responsável pelas aulas dessa disciplina: se um professor especialista na área de Educação Física ou o próprio professor regente das aulas, denominado professor polivalente, por ficar com as crianças no período integral das aulas e desenvolver as demais disciplinas, ficando essa decisão a cargo dos sistemas de ensino estadual, municipal e privado.

Se compete aos sistemas de ensino a decisão de delegar a aula de Educação Física ao “professor polivalente”, compete-lhes capacitar, monitorar e avaliar como se processam essas aulas, tendo em vista que os  pedagogos não recebem formação no seu curso de graduação que os instrumentalize para o uso, por exemplo,  de técnicas corretas nas atividades propostas.
Assim, na segunda categoria trabalha-se o sentir-se preparada para ministrar aulas de Educação Física.
 
4.2 Sentir-se preparada para dar aula de Educação Física
As unidades de registro que compõem essa categoria mostram o que é para os pedagogos darem essa aula: falta de motivação, preparo e ânimo para pesquisarem o que se trabalhar e a importância desse trabalho para a vida do aluno.
Os pedagogos salientam que não gostam de ministrar a aula de EF, por se sentirem inseguros e despreparados para o exercício efetivo dessa disciplina. Não sabem e não gostam nem mesmo se consideram embasados para darem as aulas, pois os cursos de Pedagogia frequentemente não preparam seus alunos ou nem mesmo possuem essa disciplina na sua matriz curricular, de acordo com os sujeitos:

Não, porque nunca gostei de Secretaria da Educação Fundamental. e não tenho nem noção do que fazer (P1).

Não, porque na minha formação não me deu um embasamento teórico necessário para ministrar esta disciplina (P2).

De forma alguma, pois não tenho as devidas técnicas para fazer as atividades que serão importantes para os alunos e tenho muito medo de passar alguma atividade e não ser apropriada para o aluno (P3).

Não, porque não sei as ordens das atividades que poderão ajudar os alunos [...] dou sempre o básico (P4).

Não, pois no curso de Pedagogia não tivemos uma preparação específica para atuar nesta função. Acredito que o profissional formado em Educação Física seja fundamental para ministrar as atividades físicas e motoras com as crianças (P5).

Confirmando esses dizeres, Go (2001, p. 111) enfatiza que:
Certamente, discussões sobre a Educação Física na educação infantil que não contemplem uma análise séria das questões relacionadas com a identidade e estrutura da área de conhecimento da Educação Física terão a sua eficácia comprometida, da mesma forma como aconteceu no Ensino Fundamental e Médio.

Também nesse sentido, Scarazzatto (2013) expõe que a prática de uma Educação Física que busca trabalhar a cultura corporal de movimento deve ser de responsabilidade do professor de Educação Física. Além do mais, deve-se considerar a criança como sujeito de direitos, capaz, inclusive, de pensar a prática não para a criança, mas com a criança.
Dessa forma, a falta de um pedagogo capacitado poderá prejudicar a eficácia das aulas e, em decorrência disso, pode-se prejudicar a vida do ser humano.
Go (2001, p. 111) afirma que:

[...] a comunicação professor-aluno, a preparação de recursos humanos para atuar nessa área, o comportamento e liderança de professores e dirigentes e as pesquisas tecnológicas sobre material didático, instrumentos, espaços e equipamentos. Nesses últimos anos, apesar de a proposição de diferentes abordagens ter dado início a uma nova fase da Educação Física Escolar, com amplas possibilidades de desenvolver pesquisas, há de se reconhecer que poucos avanços foram observados no que se refere à proposição de novas linhas e temas de investigação. Estudos empíricos para testar as proposições das diferentes abordagens apresentadas ainda esperam ansiosamente pela sua realização.

Entende-se que a Educação Física, além de trabalhar a cultura corporal, deve investir na formação humana integral, elegendo e reconhecendo a criança como sujeito social e histórico, em crescimento e desenvolvimento, construindo valores, crenças e concepções.
A terceira categoria contempla a análise das falas referentes ao trabalho com o corpo.

4.3 Trabalhando o corpo
Esta categoria se constitui em duas subcategorias: cultura corporal e desenvolvimento motor.
Betti (2005), ao expor seu pensar a respeito da EF na escola, menciona que ela não só seleciona e problematiza temas relacionados à cultura corporal de movimento, mas cria condições para que os alunos assimilem criticamente a cultura corporal de movimento, unificando o saber e o sentir movimentar-se e indo além, isto é, saber movimentar-se.

4.3.1 Cultura corporal

Apreende-se, a partir dos discursos dos sujeitos, que o trabalho com o corpo e a cultura corporal de movimento não é bem explorado pelas professoras, podendo-se inferir que lhes falta conhecimento da cultura corporal de movimento, que tem como ferramentas de trabalho a dança, o esporte, os jogos, as lutas e a ginástica.
A cultura corporal de movimento deve ser ministrada de forma lúdica, com a intencionalidade de conquistar os alunos para que realizem as atividades propostas com prazer e conhecimento da importância de cada movimento. As unidades de registro encontradas nas entrevistas de P1 a P5 revelam que muitas professoras desconhecem a noção da importância da cultura corporal para a vida do aluno:

Não sei o que é isso? (após explicação). Depois do que me explicou só dou jogos e brincadeiras e jogos de tabuleiros, corda para meninas, e futebol para meninos (P1).

Fazendo um bom plano de aula com objetivos e finalidades bem estabelecidas, ou seja, adaptar conteúdos à individualidade de cada aluno e à fase de desenvolvimento em que se encontram (P2).

O que significa isso? Expliquei o que era, aí a mesma disse, só trabalho as brincadeiras e a dança, mas não sabia que tinha este nome (P3).

Dou futebol livre para meninos, o vôlei nunca dou porque eles não sabem ainda, jogos esse sim sempre dou alguma coisa como queimada, rouba-bandeira, dança só para as meninas e lutas não dou (P4).

Fazemos alguns exercícios e brincadeiras exercitando as crianças (P5).

Esse desconhecimento expresso pelos pedagogos se contradiz com os dizeres de Silveira et al. (2013, p. 149):

A compreensão de que a Educação Física Escolar (EFE) tem por finalidade disseminar conhecimentos historicamente produzidos e sistematizados relativos à cultura de movimento, ou seja, o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e o exercício, tem estado presente em muitas abordagens propostas ao longo das últimas décadas no nosso país.

As danças, esportes, lutas, jogos e ginásticas compõem um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido e desfrutado. Além disso, esse conhecimento contribui para a adoção de uma postura não preconceituosa e discriminatória diante das manifestações e expressões dos diferentes grupos étnicos e sociais e das pessoas que dele fazem parte (Betti; Zuliani, 2002).
De acordo com os PCNs (BRASIL, 1997a, p. 27):

Quanto mais uma criança tiver a oportunidade de saltar, girar ou dançar, mais esses movimentos tendem a ser realizados de forma automática. Menos atenção é necessária no controle de sua execução e essa demanda atencional pode dirigir-se para o aperfeiçoamento desses mesmos movimentos e no enfrentamento de outros desafios.

A Educação Física, na educação infantil, especifica uma forma particular de ser abordada nesse âmbito de ensino e elege como objeto de ação educativa o estudo do movimento corporal humano no contexto da educação infantil e como modo de mobilizar as experiências de movimento corporal cotidiano, entendidas como parte do ofício de criança (MARQUES, 2012).

4.3.2 Desenvolvimento motor

Esta subcategoria assinala o quanto a EF é fundamental para a vida da criança, pois é por meio dela que se aprende e desenvolve corretamente o ato de correr, saltar, pular, girar, entre outros, e que acompanha a vida da criança até sua adultez.
Bracht (2003) argumenta que a socialização, desenvolvimento motor e formação integral são justificativas possíveis para a EF escolar. Que alegações fundadas na psicomotricidade e no desenvolvimento motor já não se constituem em auxiliares à aprendizagem em sala de aula, mas têm um sentido próprio de descobrir as diferentes formas de brincar, com o intuito de exercitar a expressão, a criação, as relações espaço-tempo, importantes para a percepção e o preparo da criança.
As unidades de registro mostram a visão dos sujeitos relativa ao desenvolvimento motor:

O desenvolvimento motor é trabalhado durante algumas brincadeiras como andar sobre uma corda, jogar a bola em uma caixa, correr com uma perna só, entre outras brincadeiras (P5).

Não trabalho o desenvolvimento diretamente, através das minhas atividades que o aluno vai trabalhando, agora se está certo ou errado eu não sei (P1).

Deve ser trabalhado de uma forma que respeite as várias etapas de aquisição de habilidades motoras ao longo da vida criança  e, assim, consiga alcançar os objetivos propostos, ou seja, o docente ao elaborar as suas aulas deve procurar não atropelar este processo, que pode acarretar problemas futuramente (P2).

Às vezes coloco uma corda e solicito para que os alunos andem em cima da corda e peço para saltar os cones e dou muita corrida para eles (P3).

Não trabalho porque não sei como trabalhar (P4).
Essas falas apresentam claras contradições: ou se trabalha o desenvolvimento motor ou o faz de forma superficial ou não o trabalha. O como trabalhar com a corda, a bola, correr numa perna só, saltar cones são atividades que, se planejadas e objetivadas para o alcance da formação integral dos alunos e aquisição de habilidades, são bem-vindas. Não é correr por correr, saltar por saltar. Existe uma intenção e objetivos próprios para cada atividade e em consonância com o desenvolvimento da criança.
Além do aspecto motor, deve-se trabalhar todo o processo do aluno: o cognitivo, afetivo, corporal e social. Conforme citado nos PCNs (BRASIL, 1997a, p. 27):

Embora numa aula de Educação Física os aspectos corporais sejam mais evidentes, mais facilmente observáveis e a aprendizagem esteja vinculada à experiência prática, o aluno precisa ser considerado como um todo no qual aspectos cognitivos, afetivos e corporais estão inter-relacionados em todas as situações.

Rodrigues et al. (2013) procederam a um estudo com o objetivo de  conferir os resultados  de diferentes contextos de aulas de Educação Física ministradas com professor da área, comparado com o desenvolvimento das crianças que tiveram atividade com uma professora polivalente. Comprovaram-se diferenças claras no desenvolvimento das habilidades motoras grossas, com desempenho superior de crianças que tiveram aulas com os professores formados em Educação Física.

4.4 Inclusão do aluno

A inclusão do aluno, em toda e qualquer atividade escolar, é importante e considera o outro como cidadão. É imprescindível que as escolas promovam o acesso, a permanência e o sucesso para todos os alunos, independentemente de terem ou não necessidades educacionais especiais. Os professores devem criar alternativas para que todos participem, sem discriminação e negação das diferenças, com vistas ao respeito às diferenças e aos limites de cada um, e aprendam a conviver de forma sociável. Isso pode ser percebido nas seguintes falas:
Acredito que inclusão esta voltada para todos os alunos. Desta forma, o docente deve elaborar a sua aula, respeitando as dificuldades e buscando fazer intervenções que irão incluir a todos (P2).

Procuro trabalhar com todos os alunos de maneira a inseri-los em todas as atividades ministradas, sejam elas atividades físicas ou pedagógicas (P5).

O professor deve trabalhar com estratégias que permitam a inclusão de toda a turma, bem como identificar atividades vividas fora da escola, que cada aluno traz, construindo, quando possível, junto com eles atividades agregadoras, prazerosas e que atendam aos objetivos da aula. Ao buscar a inclusão de todos, as práticas devem alcançar todos os alunos, cujo maior intuito é a participação.
Os dizeres dos sujeitos deste estudo revelam, na sua maioria, que realizam atividades livres em suas aulas, à escolha e ao gosto dos alunos, das quais participam aqueles que querem. Percebe-se a inexistência de qualquer estímulo por parte do professor para que o aluno tenha o interesse em compartilhar das atividades que lhes são propostas. Isso pode ser confirmado conforme as unidades de registro a seguir:

Participa quem quiser, não obrigo ninguém a participar, porque eu não gostava quando meu professor obrigava e eu não vou fazer o mesmo (P1).
Sempre participa quem quer, na maioria das vezes todos brincam e as meninas que não querem, ficam sentadas vendo as atividades (P3).

Trabalho com todos os alunos, aqueles que não gostam da atividade fazem outras, mas procuro deixar e estimular para fazerem algo (P4).

Acredita-se que essa falta de estímulo dos professores seja consequência da falta de experiência, que pode gerar desmotivação para a realização dessas atividades, e da preocupação em cumprir o programado. Infere-se, ainda, que a aula de Educação Física é mera “brincadeira” ou “ocupação de tempo”, sem o devido conhecimento dos benefícios que ela traz aos alunos.  Portanto, tornam-se necessários procedimentos para motivar e estimular os alunos que não querem frequentar as aulas. Por que não o querem? Há motivos para tal quando é próprio da criança o movimentar-se?

4.4.1 Procedimentos para quem não quer fazer aula

Todos os alunos devem ser incitados à participação ativa nas aulas de Educação Física, salvo em casos de doenças e/ou por alguns problemas do dia-a-dia. Os professores devem criar alternativas que estimulem seus alunos à prática de atividades com prazer e cientes do que o exercício realizado lhes proporciona. Devem intervir para que os alunos participem das aulas, assim, criando métodos para sua inclusão. Nesse sentido, P2 diz que: “Procurar elaborar as aulas juntos com os alunos e, desta forma, eles irão ficar mais motivados a participar e irá facilitar todo este processo” (P2).
Em consonância com esses dizeres, os PCNs (BRASIL, 1997a, p. 45) recomendam:

[...] Mesmo sendo o professor quem faz as propostas e conduz o processo de ensino e aprendizagem, ele deve elaborar sua intervenção de modo que os alunos tenham escolhas a fazer, decisões a tomar, problemas a resolver, assim os alunos podem tornar-se cada vez mais independentes e responsáveis.

Além de buscarem uma formação que possibilite ao aluno tornar-se autônomo, independente e criativo, ciente de suas escolhas e responsáveis, o professor deve elaborar aulas que trabalhem variadas atividades, para que os alunos se sintam convocados a praticar as aulas com prazer, com curiosidade pelo novo e saiam da mesmice. Contudo, as unidades de registro referem não ser dessa forma o que acontece nas aulas:

Os alunos ficam sentados fazendo o que desejam, mas a maioria sempre tem o interesse de alguma coisa (P1).

Deixo eles sentados do lado de fora (P3).

Pergunto o motivo e deixo eles sentados escutando música no celular então (P4).

Chama à atenção a fala de P5 ao se referir chamar o aluno que não quer participar da EF, isoladamente. Chama-o não para explicar as razões da importância de sua participação, mas se vale de argumento coercivo ao lhe mostrar que a aula é avaliativa.

Sempre incentivo os alunos a participarem das atividades físicas. Quando eles se recusam a participar das aulas eu chamo este aluno separadamente e explico que a atividade física também é avaliada e pontuada como participação (P5).

Acredita-se que para as pedagogas seria muito relevante um pouco mais de motivação e interesse em entender o interesse e a necessidade dos alunos, não considerando somente como um momento livre, mas como um momento de aquisição de diversas habilidades motoras.

4.4.2 Atividades meninos versus meninas
Não se concebe pensar em separação por gênero nas atividades realizadas nas aulas de Educação Física. Afinal, é de extrema importância para a vida da criança e da sociedade a quebra de preconceitos relativos ao homem e à mulher, em o homem pode e mulher não pode, e vice-versa. A unidade de registro a seguir corrobora essa visão:

Deve ser trabalhada de uma forma que as crianças consigam se desenvolver sem haver exclusão ou preconceito, mas respeitando sempre as especificidades de cada criança (P2).

Fala-se muito da diferença entre meninos e meninas e muitas vezes estas diferenças são única e exclusivamente denominadas pela sociedade, e isso é refletido nas aulas. Sempre brincam separados, meninas de um lado e meninos de outro (P1).

Todos brincam de uma forma igual, mas sempre os meninos querem ficar na quadra para jogar o futebol e as meninas ficam fora para pular corda ou dança (P3).

Sempre faço uma divisão: os meninos brincam de bola e as meninas de corda ou com os bambolês, juntos somente quanto tem pegador ou queimada ou corridas de equipe contra equipes (P4).

Meninos e meninas costumam fazer as mesmas atividades, com exceção do futebol. Enquanto os meninos jogam futebol, as meninas fazem outra atividade (P5).

Pautando-se mais uma vez nas DCNs, tem-se que ter cuidado especial no que diz respeito às diferenças entre as competências de meninos e meninas, tendo em vista que essas “são determinadas social e culturalmente e decorrem de preconceitos e comportamentos estereotipados” (BRASIL,1997a, p. 59).
Nas atividades práticas, costuma-se dizer que os meninos são melhores que as meninas. São mais hábeis nas atividades com bola; atividades de correr, saltar, pular; e as meninas não fazem isso direito. As aulas devem ser entre meninos e meninas juntos e não separados, quando será trabalhado o respeito às diferenças, inclusive de gênero.
As atividades realizadas de forma separada é o erro a ser corrigido pelo pedagogo que ministra essas atividades, pois ele tem que promover atividades que busquem a participação de todos juntos. Dessa forma, irá proporcionar a inclusão dos alunos em suas aulas e, consequentemente, obter melhor desenvolvimento motor dos mesmos.

4.5 Formação do pedagogo para ministrar aulas de Educação Física
Sabe-se, também, que um dos componentes do Projeto Político Pedagógico do curso de Graduação em Pedagogia é a Educação Física. De acordo com as Diretrizes de Bases, o egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a:

[...] aplicar modos de ensinar diferentes linguagens, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano, particularmente de criança (BRASIL, 2005, p. 9, grifo do autor).

Infere-se, pelo presenciado nos cotidianos das escolas, que muitos professores não tiveram, de forma consistente e sistematizada, na sua graduação conteúdos teóricos práticos acerca das aulas de Educação Física. Hoje, o pedagogo que ministra aula de Educação Física no Ensino fundamental I convive com a falta de qualificação e conhecimentos, o que os impossibilita de planejar, executar e avaliar essas aulas. O conhecimento pertinente à EF não faz parte do conteúdo do curso de Pedagogia de muitas instituições. As unidades de registro, a seguir, sobre o preparo recebido na graduação, asseguram que os pedagogos não estão preparados.

Não me recordo (P1).

Não me recordo bem, sei que tinha brincadeiras falavam dessa cultura, mas nada muito especifico (P3).

Não lembro de nada especifico (P4).

Não me recordo (P6).

O conhecimento do Projeto Político Pedagógico de cada curso de Graduação em Pedagogia torna-se fundamental, tendo em vista que pode variar de instituição para instituição de acordo com a filosofia institucional. Essa assertiva se faz presente uma vez que, conforme afirmam as DCNs do curso de Pedagogia:
 
[...] o projeto pedagógico de cada instituição deverá circunscrever áreas ou modalidades de ensino que proporcionem aprofundamento de estudos, sempre a partir da formação comum da docência na Educação Básica e com objetivos próprios do curso de Pedagogia. Consequentemente, dependendo das necessidades e interesses locais e regionais, neste curso poderão ser, especialmente aprofundadas questões que devem estar presentes na formação de todos os educadores [...] (BRASIL, 2005, p. 10).

É oportuno lembrar que não existe, formalmente, uma lei que delegue exclusividade ao professor de Educação Física à aula dessa disciplina. Pode tanto ser ele ou não ou até um regente de turma. A Educação Física é um componente curricular da educação básica. A Lei 10.328/2001, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBBEN), determina que essa disciplina é um componente curricular obrigatório (BRASIL, 1996; 2001b). Todavia, essa lei não determina qual a formação dos profissionais que podem ministrar aulas de Educação Física em séries do Ensino Fundamental I, isto é, se são professores graduados no curso de Educação Física ou professores regentes de turma com outra graduação.

4.5.1 O que seria necessário na graduação para ajudar o pedagogo a ministrar aulas de Educação Física

Primeiramente, é imperativo qualidade dos conteúdos programáticos, para que os docentes responsáveis por essa disciplina na graduação sejam mediadores de seus conteúdos. Que não apenas “pincelem” o conteúdo, como alerta P2, e que haja associação da teoria com a prática, para que ao pedir ao aluno que dê cambalhotas ele não tenha “medo”, de acordo com P3. O conhecimento liberta e libera para aulas práticas voltadas para o desenvolvimento do aluno, estimulando-o a andar, correr, saltar, pular, girar, entre outras atividades importantes. Percebe-se que faltam mais conteúdo e carga horária, pois quando isso existe, é considerado insuficiente. Isso é descrito nas unidades de registro a seguir:

O que falta ao meu ver é uma preparação adequada para os alunos nesta disciplina, vejo alguns erros importantes como carga horária pouca, falta de material, falta de prática, falta de estágios na área de Educação Física, eu queria dar uma aula orientada por um professor, falta tudo (P1).

Precisa de mais conteúdo. Penso que dois semestre é muito pouco para aprender tantas teoria e o que o professor acaba só pincelando sobre alguns conteúdos (P2).

Falta mais aulas, eu só tive um semestre e não tem como conseguir aprender as coisas a não ser que procure e pesquise, mas mesmo assim dá medo, pois como vou mandar um aluno dar cambalhotas? Uma vez um se machucou comigo, aí depois fui ver que tem todo um preparo (P3).

Técnicas próprias do que fazer para cada idade e o que desenvolver com seus alunos, como vou dar futebol, vôlei, basquete, brincadeiras, lutas, atividades que vai estimular o desenvolvimento do aluno (P4).

Falta um maior número de aulas, atividades práticas conosco e também com crianças com orientação do professor, matérias, espaços, para fazer as aulas (P5).

Falta uma preparação mais assídua. Na formação acadêmica não aprendemos a trabalhar a corporeidade dos alunos. O foco maior é na parte pedagógica e educacional, já o ensino de atividades físicas e motoras ficam em segundo plano. Não nos sentimos preparadas para atuar como professores de Educação Física (P5).

Esses depoimentos são consoantes ao que Silveira et al. (2013) citam quanto ao que se deve conhecer como professor de Educação Física: a aprendizagem do movimento é uma tecnologia complexa e que demanda tempo e prática. Os autores levantam a reflexão: como causar a melhoria da qualidade do movimento quando o sistema de ensino não leva em conta os dias e horas de aulas semanais, o quantitativo de alunos/sala de aula e materiais didáticos disponíveis?
Os PCNs determinam que:

A prática da Educação Física na escola poderá favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as próprias atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as potencialidades e limitações e sabendo distinguir situações de trabalho corporal que podem ser prejudiciais (BRASIL, 1997a, p. 35).

Os docentes da graduação do curso de Pedagogia deveriam preparar seus alunos sobre a importância das atividades físicas e repassar esse conhecimento para seus alunos.
O termo “preparado” não é, especificamente, achar que pode dar conta, ou melhor, não ter medo de desenvolver as atividades para e com os alunos. É saber realizar as atividades de tal forma que permita ao aluno compreender, aprender e estimular o seu desenvolvimento motor, sabendo ganhar e perder, trabalhar cooperativamente. Esse professor não pode excluir os alunos, mas criar metodologias para que todos participem, buscando sempre fazer com que os alunos pratiquem as atividades com prazer e não somente vencer a todo custo, isto é, deve-se ter um trabalho pautado em valores éticos.
Para Pereira, Nista Piccolo e Santos (2009, p. 343):

[...] A questão de “sentir-se preparado” não se refere apenas à autoconfiança do docente em relação às possíveis dificuldades para ministrar um componente curricular que foge às suas habilidades pedagógicas, mas à própria competência para esse exercício, que abarcaria os conhecimentos sobre o desenvolvimento da criança, seus interesses e necessidades, a compreensão da função e importância da Educação Física, não apenas para essas crianças, mas para todo o âmbito escolar, e a mobilização desses conhecimentos em ações pedagógicas durante as aulas.

Portanto, espera-se um “preparo” prático, em que os pedagogos tenham a oportunidade de vivenciar e discutir experiências práticas e possam de forma pedagógica solucionar eventuais problemas, bem como tornar suas aulas mais atrativas para seus alunos.

4.5.2 Como o pedagogo prepara as aulas de Educação Física

Os pedagogos devem planejar as aulas de EF de forma adequada que beneficie os alunos. E devem, durante os anos de graduação, adquirir conhecimentos para transmitirem e debaterem com seus alunos da escola infantil, para que ao saírem do Ensino Fundamental I eles conheçam e saibam acessar alguns objetivos de acordo com os PCNs, entre os quais se destacam: construir relações pessoais equilibradas e construtivas com os outros, conhecendo-os e respeitando-os como seres diferentes e singulares que têm desempenho próprio; respeitar o outro em todas as situações lúdicas e esportivas; respeitar as diversas culturas corporais, compreendendo-as como importante recurso para integração entre os diferentes grupos sociais; adotar hábitos saudáveis, reconhecendo-os como essenciais para a própria saúde e recuperação, manutenção e melhoria da saúde coletiva; valorizar a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal, evitando o consumismo e o preconceito; e “reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão” (BRASIL, 1997a, p. 33).
Assim, as atividades realizadas durante as aulas devem proporcionar aos alunos diversos níveis de aprendizagem, do motor ao cognitivo. As unidades de registro afirmam que não existe um “preparo” para essas aulas de Educação Física:
Não preparo, depende do dia, clima, tempo e ânimo, decido no dia mesmo o tipo de aula que irei dar (P1).

Não preparo, dou no dia o que vem na minha cabeça (P2).

Uso o material que tenho, e não tenho nada preparado (P3).

Eu olho o tempo os alunos que estão no dia em sala, o local que poderei fazer as aulas e dou o que me vem na cabeça (P4).

 

Não há um planejamento das aulas de Educação Física. Procuramos apenas alternar as brincadeiras e atividades. Preparamos as aulas de maneira a evitar que as atividades fiquem repetitivas. Na época do calor fazemos atividades mais calmas e na época do frio, atividades que exercitam mais os alunos (P5).

Que nossa Pedagogia tinha que mudar de nome e sim se chamar faz de tudo, onde lá se viu eu dar aula de Educação Física (P1).

Analisando as respostas de P1 a P5, constata-se que os alunos vão para a aula sem o preparo do professor, consequentemente, torna-se uma aula sem atrativo e objetivos definidos.

4.5.3 Os alunos ficam prejudicados por não terem professores graduados em Educação Física.

A literatura tem mostrado, em vários artigos e livros, que há prejuízos para os alunos quando não têm professores graduados em Educação Física. Um dos fatores citados é que os pedagogos não detêm as técnicas adequadas e é insuficiente o conhecimento acerca da função do movimento para ministrar a disciplina. De acordo com Pereira, Nista Piccolo e Santos (2009, p. 343):

[...] as crianças de seis a 10 anos de idade, além de terem necessidades de se movimentar, apresentam muita predisposição para o movimento. Com isso, os professores que proverem essas aulas têm que conhecer acerca da importância de sua função, enquanto educador, para com a vida do aluno.

A Educação Física é muito importante nos anos inicias do Ensino Fundamental I, pois é nessa fase da vida que as crianças começam a trabalhar a ludicidade, o desenvolvimento motor, a lateralidade, o ato de perder e ganhar e, principalmente, a cultura corporal de movimento.
Destacando as falas de P1 a P5, pode-se entender que o aluno fica inteiramente prejudicado, pois os pedagogos se reconhecem despreparados para as aulas de Educação Física, conforme claramente expresso nas unidades de registro a seguir, e elegem como detentor responsável e capaz para essas aulas o graduado em Educação Física.

Com toda certeza meus alunos ficam prejudicados, eu não acho que não trabalho com eles de forma adequada, isso não por não querer, e sim por falta de prática mesmo, e já tenho que estudar para outras matérias, não vou ficar preocupando com Educação Física também (P1).

Com certeza ficam prejudicados, pois um profissional específico está mais preparado para ministrar suas aulas do que um pedagogo (P2).

Sem sombra de dúvidas, eu não sei o que dar, não tenho uma sequência certa, minhas aulas são mais recreação e livres (P3).

Sim, com toda certeza o professor de Educação Física é bem mais qualificado do que eu, ele tem já suas técnicas para que o aluno se desenvolva socialmente, intelectualmente, no seu desenvolvimento motor e psicológico (P4).

Sim, com certeza. Um profissional formado em Educação Física é uma pessoa qualificada que estudou os movimentos do corpo humano e dedicou seus estudos para esta área. Nós, enquanto pedagogos, não tivemos a mesma formação, portanto, não temos a mesma habilidade e qualificação. Acredito que os maiores prejudicados nessa situação são os alunos (P5).

Alguns fatores se realçam diante dos empecilhos listados pelos pedagogos: falta de qualidade das aulas que são dadas na graduação, a falta de momentos práticos para auxiliar no planejamento e implementação das aulas e, por fim, falta de materiais adequados.

4.6 As escolas oferecem materiais adequados para as aulas de EF
Os materiais oferecidos pelas escolas devem no mínimo ajudar o aluno no seu desenvolvimento motor e cognitivo, principalmente no ato de correr, saltar, pular, girar e no manuseio com a bola. Os materiais como a corda, o bambolê, os cones, entre outros, ajudam muito no preparo das aulas e no decorrer do tempo os alunos vão adquirindo mais prática em determinadas tarefas e manuseios, principalmente com a bola.
Felizmente, percebe-se que os materiais oferecidos pelas escolas são adequados e suficientes para o desenvolvimento de uma aula com qualidade. As falas a seguir confirmam essa assertiva:
São bons... temos as coisas que eu acho básicas para brincar com os alunos, em relação a isso não posso reclamar (P1).

Temos as coisas básicas, como bola, corda, cones (P2).

Os materiais são os básicos, bolas, corda, cones, alguns joguinhos e um radinho (P3).

Eles me dão bolas, bambolês, colchonetes, cones, corda, joguinhos (P4).

As condições são normais, em nível de escola temos bola, jogos, pula-pula, bambolê e um pequeno espaço (P5).

As condições dos materiais oferecidos pela escola são boas, assim como os recursos pedagógicos. Temos bolas, cordas e vários brinquedos pedagógicos (P5).

Sim. Gostaria de ressaltar a importância da atuação do profissional formado em Educação Física na educação infantil. É uma fase em que os alunos precisam exercitar e desenvolver-se fisicamente. Enquanto pedagogos, por mais que nos esforcemos para fazer o nosso melhor, não temos a mesma qualificação que uma pessoa que dedicou seus estudos à formação física. A atividade física nesta fase da vida dos alunos é tão importante quanto os conhecimentos pedagógicos. O ideal seria que toda escola, seja ela pública ou particular, tivesse um educador físico para ministrar as aulas de Educação Física e preparar melhor os alunos (P6).

De acordo com as unidades de registro, as escolas disponibilizam materiais, mas para obtenção de melhor desenvolvimento dos alunos seria imprescindível que fossem utilizados por um professor qualificado para tal disciplina.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
           
A análise das entrevistas revelou o que a literatura vem acusando: a falta de conhecimento e de experiência dos professores pedagogos gera sentimento de insatisfação, de despreparo e de insegurança em ministrar as aulas de Educação Física. É evidente que eles não se sentem confortáveis com essa função, com a alegação, pode-se dizer ética e compromissada, de que não receberam capacitação devida para tal. Em decorrência dessa situação, as aulas se tornam sem criatividade, desmotivantes, sem programação e, portanto, não conseguem alcançar o que se busca com elas, isto é, as dimensões sociais, cognitivas, afetivas, integrativas e de desenvolvimento integral dos alunos. Assim, não realizam as atividades que são necessárias para o desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades.
Deixar os alunos realizarem brincadeiras, sem qualquer intervenção ou orientação, torna-se a alternativa mais cômoda para os professores pedagogos. Destaca-se que algumas dessas atividades com um mínimo de orientação e intervenção proporcionarão vários resultados relevantes, a partir das quais poderão ser trabalhadas a tomada de decisão, a criatividade e a ludicidade. As brincadeiras não devem ser totalmente livres. Portanto, é sempre importante a intervenção do professor em diversos momentos da aula, pois ele é considerado referência da turma
Para que esses professores possam ministrar as aulas de Educação Física, seria necessária uma reformulação na matriz curricular dos cursos de Pedagogia, uma vez que, atualmente, os pedagogos não possuem embasamento teórico e/ou prático para tal atividade. Adquirir esse conhecimento técnico e/ou prático poderia estimular esses professores e, consequentemente, elevar o desenvolvimento dos seus alunos quando se alcançam os objetivos propostos pelas Diretrizes DCNs da Educação Física.

 

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* Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, Centro Universitário UNA 2015. Linha De Pesquisa: A Atuação de Professores Pedagogos Como Educadores Físicos no Ensino Fundamental I. Pós-Graduado no Curso de Especialização em Educação Física Escolar pela Instituição Gama Filho. - Graduado em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Anísio Teixeira. – Participou de diversos Seminários , Simpósios, Cursos e Mini cursos, na Área de Educação Física.

** Mestra do Programa de Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA. Especialista em saúde do adolescente.

*** Mestre em Educação Tecnológica pelo CEFET MG (2010), especialista em Linguagem e Tecnologia / CEFET MG (2006) e graduada em Pedagogia com ênfase em Ensino Religioso pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2003). Seus interesses de pesquisa e atuação, especialmente na formação de professores, se referem aos temas: didática e prática de ensino; processos identitários, memórias e experiências pedagógicas na Fazenda do Rosário , sentidos e imagens da docência. Tem ampla experiência em formação continuada de professores e em elaboração, implantação e avaliação de projetos em escolas públicas e privadas de educação básica e profissional. Atua em atividades de ensino, pesquisa, gestão e extensão na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) Unidade Ibirité. Coordenadora do Curso de Pedagogia, Presidente da Comissão de Reforma Curricular (UEMG/Unidade Ibirité) e Professora e Orientadora de Trabalhos Monográficos em Cursos de Pós Graduação em instituições privadas e no Programa de Pós Graduação Latu Sensu Fae/UEMG.


Recibido: 17/08/2016 Aceptado: 18/08/2016 Publicado: Agosto de 2016

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