Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


A PERCEPÇÃODA IMPORTANCIA DA AQUISIÇÃO DA SEGUNDA LINGUAGEM/INGLÊS EM ALUNOS DE 9º ANO DA E.M. MARIA AQUINO DE LOURDES

Autores e infomación del artículo

Andreia Messa Longo

Rede Municipal de Ensino de Naviraí-MS

andreialongo@bol.com.br

Resumo
O presente artigo apresenta uma investigação sobre a dificuldade da ASL – (Aquisição da Segunda Linguagem) de alunos de Ensino Fundamental II do 9º da Escola Municipal Profª. Maria Aquino Sotana, e em quais pontos os mesmos percebem a importância de uma língua estrangeira no meio escolar e profissional. A teoria estudada juntamente com a investigação foi a TSC – (Teoria Sociocultural)na visão de autores como Vygostsky, Del Ré, Rajagopalan entre outros. Tendo também como base o conhecimento prévio do estudante da língua estrangeira.
Palavras - chave: Aquisição da segunda língua, Teoria sociocultural, Ensino – Aprendizagem Língua Estrangeira.
Abstract
This paper presents an investigation about the difficulty of ASL – acquisition of the second language - the primary school students II 9 of the School Prof. Maria Aquino Sotana , and what points they realize the importance of a foreign language in school and professional environment . The theory studied with the investigation was the TSC - sociocultural theory in the view of authors as Vygotsky , Del Ré, Rajagopalan and others. And also based on the prior knowledge of a foreign language.

Key words :Second; language; acquisition , Socio Cultural Theory , Teaching–Learning LE .



Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Andreia Messa Longo (2015): “A percepçãoda importancia da aquisição da segunda linguagem/inglês em alunos de 9º ano da E.M. Maria Aquino de Lourdes”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (octubre 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/atlante/10/ensino.html


Introdução
Muito tem se discutido qual a melhor metodologia para o ensino da L.E(Língua Estrangeira - Inglês),qual a sua relevância e finalidade para o contexto sociocultural para o homem contemporâneo.
Por vezes sendo desmerecida como disciplina no contexto escolar, a L.E; encontra-se como objetivo neste estudo de explicitar a necessidade dessa aprendizagem tendo por perspectiva a opinião do estudante.
Para abordar a problemática proposta, realizou-se um estudo de casocom alunos de Ensino Fundamental IIdo 9 º ano da E.M. Maria Aquino de Lourdes Sotana, sobre as perspectivas no aprendizado de uma língua estrangeira para uso na vida escolar e profissional; tendo como elemento norteador o processo de aquisição cultural.
Larsen – Freeman e Long (1991, p.227) afirmam que já foram propostas pelo menos quarenta teorias de ASL, porém nenhum desses modelos foram capazes de chegar a um consenso sobre como aprendemos uma língua de maneira satisfatória ou com mais facilidade, pois nenhuma dessas propostas apresenta uma explicação completa e clara da ASL.
Segundo Scarpa (2001, p.205) a aquisição da linguagem é, pelas suas indagações, uma área hibrida, heterogênea ou multidisciplinar – daí a necessidade da interdisciplinaridade e dos temas transversais no currículo escolar. No meio do caminho entre teorias linguísticas e psicológicas, tem sido tributária das indagações advindas da Psicologia (do comportamento, do desenvolvimento, cognitiva, entre outras tendências) como a própria Linguística.

Teoria Sóciocultural
.
A teoria aplicada nesse estudo com os alunos foi a TSC- Teoria Sóciocultural baseado no pensamento de Vygostky (1993,pg.44), que a aprendizagem de uma língua é um processo socialmente mediado, um artefato cultural que media as atividades psicológicas e sociais, que especificamo processo de aquisição da ortográfica, a alfabetização, o uso autônomo da linguagem escrita bem como a aquisição de uma língua estrangeira são resultantes não apenas do processo de ensino – aprendizagem propriamente dita, mas das relações subjacentes a isto.
Neste contexto tudo deve estar propício a essa aprendizagem, em ênfase o processo cultural apresentado, que facilitaria essa aquisição. Um contato social mais aprofundado com a língua estrangeira como a literatura, a alimentação e/ou comportamento de um nativo de L.E.
 Contudo esse processo tem sido baseado em aspectos gramaticais apenas. Por isso tem sido maçante e desinteressante aos olhos dos alunos que estão conectados ao mundo, é muito mais interessante aprender a L.E. pelainternet, música ou em um chat, do que presos a uma sala de aula.
Em contrapartida também há outros fatores para que ocorra esse aprendizado, segundo Vygostky (1991), o individuo tem que sentir a necessidade específica, desejo e motivação para se produzir algo. Então ao analisar esse fato,para ocorrer a ASL, o indivíduo deve estar aberto para adquirir esse novo conhecimento. Ao pesquisar e analisar os alunos percebe-se que os mesmos tem conhecimento de palavras estrangeiras, porém da área de seu interesse social, como a tecnológica e não de forma gramatical.
Lantof e Thorne (2007, pg. 217-218),reforça a teoria descrita acima dessa interação social, “que a ASL está alicerçada em uma perspectiva que não separa o individual do social e de fato sustenta que o individual emerge da interação social”.
Na investigação social perante a língua estrangeira percebe-se claramente que para os alunos essa aquisição tem relevância e não apenas para usos específicos. A dificuldade, observadapor eles, é justo a dificuldade da internalização da língua.E é percebida em depoimentos expondo os motivos/causas por eles analisados, sendo os mais comuns: que “A quantidade de aulas são poucas” ; “ O livro não é adequado para nós, é fora da realidade” e “ Faltam recursos em minha escola”.  Foi destacado também que a faltada proximidade cultural interfere no aprendizado. As salas ambientalizadas foi uma das sugestões dada por eles.
            Desta forma seria interessante encontrar uma maneira de construir um discurso adequado visando essa proximidade cultural, para que o processo de aquisição seja totalmente realizado. Esse processo precisa ter sentido para os alunos e o professor tem papel crucial para a consolidação dele.
Outro questionamento feito aos alunos foi justamente “Qual é a importância da língua estrangeira para sua formação escolar e profissional?”. Foram proporcionadas duas opções: desnecessário e necessário aos cinquenta e oito alunos com idade entre 13 (treze) e 19 ( dezenove) anos. Cinco deles escolheram a opção desnecessário para a formação profissional apenas.
Verificando esse fato, o professor então, devebuscar meios para aguçar a vontade do aluno, traçando objetivos de conhecimento, aprendizagem e a internalização da LE.
 Nesse sentido, Rajagopalan nos diz que:
“o verdadeiro propósito do ensino de línguasestrangeiras édeformar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras culturas e modos de agir e pensar. Significa transformar-se em cidadãos do mundo.”(2003, p.70)

Em Del Ré( 2006), observa-se a importância da perspectiva cultural para essa aprendizagem:
“Também não há como desconsiderar abordagens relacionadas às questões socioculturais e sociolinguísticas que levam em conta o aprendizado como processo localizado socialmente e na história no estudo da aquisição de língua estrangeira”.
Esse processode conhecimento cultural foi instruídoaos alunos investigados,para que houvesse de alguma forma proporcionar aos alunos a proximidade cultural da língua estrangeira estudada na instituição. Para esse contato realizou-se em sala pelos próprios alunos, pesquisas culturais sobre os países falantes da língua inglesa.
Porém ao observa-los, em apenas alguns se percebeo despertar da motivação interna.Contudo, alguns estudantes, com o estudo perceberam a real importância da L.E.M. Inglês, bastou apenas à orientação para o uso da mesma em outros campos. Proporcionou-se então experiências, tal qual Castro, descreve:
“que a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente” (CASTRO, 2015;p. 5).
Como co-autor, o professor deve ter a consciência e buscar ensinar a língua com outros propósitos; como por exemplo, para instrução, promover a solidariedade e a cidadania (Leffa,2006). Esse tipo de ensino faz-se necessário, para que o aprendiz possa se inserir e integrar-se em contextos diversos.
Este processo possibilita a ativação ou ampliação das formas de ver o mundo, a reflexão sobre diferentes culturas, o modo de agir, pensar e sentir, tornando assim significativo a aprendizagem.
A língua inglesa tem se consagrado como segunda alternativa de comunicação na maioria dos países; é a língua do cinema, esportes, meios científicos e publicidade. É uma epidemia falada por mais de 750 milhões de pessoas no planeta.
Por isso, a língua inglesa não é mais vista meramente como um fenômeno através do qual se dissemina o progresso econômico da Inglaterra e dos Estados Unidos, hoje ela vai muito além. É nesse contexto que deve ser inserido os alunos, leva-los a perceber a importância da língua, pelo simples fato de ser uma ponte de comunicação para um leque de oportunidades.
Esse fenômeno acima é descrito como fato linguístico e não tem relação direta com o ato de ensinar e aprender uma língua e sim uma ‘abordagem diferenciada’ respeitando o querer o estudante.
Moita Lopes (1998) diz também que outra tradição em pesquisa na área de ensino- aprendizagem de línguas é baseada na investigação do produto da aprendizagem:
“Assim, a abordagem a ser investigada constitui uma hipótese sobre o processo de ensinar e aprender línguas a ser testada na sala de aula... Submetem –se os alunos a testes, para aferir o produto final da aprendizagem, cujos resultados são, então, tratados estatisticamente de modo a poder estabelecer relações de causa e efeito entre a hipótese testada ( tratamento experimental) e o produto de aprendizagem.” (LOPES, 1998; p. 79).
Nessa perspectiva foram propostos temas e trabalhos para os investigados, tentando de fato construir esse conhecimento, instigar esse aprendizado, focar no conhecimento construído e reconstruído continuamente. Outra tentativa proposta foi correlacionar aprendizado novo com o conhecimento anterior, tal como Bondía(2001) especificou:
“Quando fazemos coisas com as palavras, do que se trata é de como damos sentido ao que somos e ao que nos acontece, de como correlacionamos as palavras e as coisas, de como nomeamos o que vemos ou o que sentimos e de como vemos ou sentimos o que nomeamos” (BONDÍA, 2001; p. 37).
Portanto em muitos casos o próprio indivíduo tem a tendência de aplicar a não importância e a não necessidade desse novo conhecimento. O meio social e a perspectiva de crescimento profissional. Então chega-se ao ponto de questionamento o que realmente dificulta a aprendizagem: 1. O distanciamento cultural ou 2. O distanciamento social? Ambos, talvez. Depende muito em qual contexto social o aluno está inserido.
           
Conclusão
O objetivo neste estudo foi estudar a melhor forma de abordagem para que o aluno internalizasse o conhecimento da L.E. Inglês de forma satisfatória. Promovendo nele uma experiência identitária porque transforma quem somos e o que podemos fazer; que este aluno é capaz de aprender uma língua estrangeira, mesmo que o meio no qual ele vive não seja necessário seu uso.
E que esse conhecimento não é apenas algo passageiro,é um acumulo de informações de real importância em sua vida. Inserir a LE na rotina, fazendo-os perceber que os usos da segunda língua são comuns nas expressões ditas por eles, em objetos, aplicativos e até nome de alimentos consumidos. Mas o questionamento que os estudantes têm, há sim certarelevância, até para o futuro profissional,:“ Qual a real importância ou necessidade do estudo da LE? ‘ “ Onde eu usarei esse conhecimento em minha vida profissional?”.
Ficou claro, esse questionamento, quando os próprios alunos perceberam que o Inglês não é apenas uma disciplina escolar, é conhecimento adquirido que pode promover mudanças, interações culturais e proximidade de identidades. È um passo para uma nova perspectiva.

Referências:
BONDÍA, Jorge Larrosa, “Notas sobre a experiência e o saber de experiência” Disponível em: http://www.miniweb.com.br/atualidade/info/textos/saber.htm. Tradução: João Wanderley Geraldi, 2001.
CASTRO, Amélia Hamze de Castro, “O que é aprendizagem?” Disponível em: http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-que-e-aprendizagem.htm. Acesso em 15 de Maio de 2015.
LANTOF, J; THORNE, S.  Sociocultural theory and second language learning. Mahwah: Lawrence Erlbaum, 2007.
MOITA LOPES, L.P. Linguística Aplicada e transdisciplinariedade. São Paulo: Mercado das Letras,1998.
Mussalin, F;Bentes, A. C. (orgs). Introdução a linguística: domínios e fronteiras- 2º ed- São Paulo: Cortez, 2001
Ré, Alessandra Del. A pesquisa em aquisição da linguagem: teoria e prática. São Paulo. Contexto, 2006.

Vygotsk, Lev. Aprendizado e Desenvolvimento: um Processo Sócio Histórico. São Paulo: Martins Fontes, 1989b.

Recibido: 24/08/2015 Aceptado: 26/10/2015 Publicado: octubre de 2015

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