As mat�rias-primas necess�rias ao fabrico da olaria est�o largamente difundidas por todo o mundo, com excep��o das regi�es montanhosas, dos desertos de areia ou ilhas coral�feras. O barro � extra�do de jazidas naturais e a lenha era retirada dos baldios ou das matas senhoriais, sendo algumas vezes trocada ou, posteriormente, comprada.
As opera��es essenciais do oleiro consistiam na moldagem das pe�as e na sua cozedura. A moldagem inicial era efectuada � m�o ou era feita com moldes de vime. As formas mais antigas de cer�mica dom�stica imitam normalmente recipientes naturais, como as caba�as. O processo de modelar e cozer a argila requeria a exist�ncia duma vida sedent�ria que s� foi poss�vel com o come�o da agricultura. � poss�vel que a mulher tenha desempenhado um importante papel nesta actividade impulsionada pela necessidade de dispor de recipientes imperme�veis, vasos resistentes ao fogo para cozer cereais, legumes e outros produtos.
Os primeiros fornos eram bastante rudimentares e tinham a forma simples de fossos mais aperfei�oados. Com o aparecimento do forno de duas filas, com tiragem de ar pela parte superior, os progressos t�cnicos aceleraram-se. Os fornos constitu�ram a �nica instala��o f�sica deste ramo de produ��o. Podiam de ser de v�rias esp�cies: fornos de cal, de telha, de olaria em geral ou de vidro.
As pe�as de uso di�rio ainda eram feitas sem o emprego da roda do oleiro, embora tivesse sido usada uma mesa rotativa. A necessidade de girar os objectos sem paragens conduziu a esta primeira inven��o mec�nica anunciadora de uma nova era. A utiliza��o da roda do oleiro permitiu fazer em poucos minutos o que um trabalhador levaria v�rias horas ao fazer girar com a sua m�o uma base plana; permitiu ainda aos oleiros dar uma forma mais regular aos recipientes e aos vasos de cer�mica, facilitando a sua difus�o. Os construtores de rodas de oleiros eram h�beis artes�os. A produ��o melhorou mais tarde, em qualidade e em quantidade, com a adapta��o ao torno de oleiro de uma roda inferior que possibilitava o movimento com os p�s. O fabrico de loi�a de barro em r�pidas rodas de oleiro exigia profissionais especializados para uma utiliza��o eficaz. Nas povoa��es instalam-se grandes olarias onde trabalham numerosos artes�os.
Na confec��o de objectos de barro distinguem-se dois ramos diferenciados: os fabricantes de objectos de barro de uso comum e os fabricantes de telhas e tijolos. Estes eram inicialmente comprimidos � m�o, mais tarde moldados num caixilho rectangular de madeira. Secos ao sol, enxugados ou cozidos no forno serviam como material de constru��o. A produ��o de telhas e tijolos constituiu um ramo espec�fico de artesanato que estava submetido a um regime mais apertado de dom�nio senhorial.
Na manufactura de objectos de cer�mica era utilizada uma argila refinada e tipos de barro diferentes consoante a categoria dos produtos. A arte da cer�mica melhorou com a composi��o qu�mica da argila; o uso duma roda com maior velocidade e regularidade de rota��o; a obten��o dum cozimento mais lento, controlado e constante. Contribuiu tamb�m para a sua expans�o a fixa��o de formas decorativas que distinguiam as diversas regi�es, per�odos e oficinas, pela cor, o aspecto da argila, a utiliza��o de verniz ou a regularidade do fabrico. A decora��o avan�ou gra�as aos ornamentos pintados e �s gravuras em relevo.
O caulino, uma argila branca espec�fica, quando conveniente misturado e colocado a uma temperatura elevada, petrifica e transforma-se em porcelana. Os europeus importavam da China a maior parte da sua porcelana. A produ��o efectiva parece ter come�ado s� no s�culo XVIII, eventualmente devido � escassez de estanho e chumbo.
O vidro tem como mat�ria-prima essencial a areia siliciosa de que depende a sua qualidade. Os processos qu�micos para descolorir o vidro tornaram-no transparente. O tubo de soprar foi inventado para fabricar objectos c�ncavos ou com a forma de recipientes. A t�cnica de fundi��o e prensagem, usada para obter pequenos recipientes de paredes finas ou pratos foi tamb�m aperfei�oada e aproveitada para a produ��o de novas formas. O vidro, antes artigo de luxo, tornou-se objecto de consumo banal. Em grandes oficinas produziam-se garrafas e outros recipientes, vidra�as e mesmo espelhos. Mais tarde, novas inova��es t�cnicas deram lugar ao refinamento estil�stico e art�stico. Foram descobertos m�todos de fabrico de vidro embutido, lavrado a duas cores e dourado. O resultado desta evolu��o foi a divulga��o das t�cnicas de fabrico e o aumento da exporta��o. O recurso ao vitral permitiu alterar o ambiente interior dos templos e criar uma nova profiss�o. Os oper�rios da Bo�mia adicionaram s�lica, cal e potassa, cirando assim um vidro com a apar�ncia de cristal.
A produ��o de vidro exigia altas temperaturas. No s�culo XVII foi aperfei�oado um forno a carv�o, inova��o que libertou a ind�stria vidreira da sua depend�ncia da madeira, permitiu um acr�scimo da produ��o e um abaixamento dos pre�os.
A ind�stria �ptica acompanhava a do vidro. O efeito aumentativo da lupa era um facto conhecido j� de longa data. O fabrico de vidros �pticos proporcionou aos vidreiros a realiza��o dum trabalho importante que exigia grande qualidade.
Na �frica Subsariana, s�culo XVI, a cer�mica era uma actividade feminina e ainda inteiramente manual, desde a recolha do barro at� aos processos de modela��o e cozimento dos potes. Estes potes eram fabricados para uso quotidiano, embora alguns tivessem uma fun��o ritual. Eram largamente comercializados a n�vel local e regional.