Luiz Gonzaga de Sousa
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PROFISSÃO É VOCAÇÃO?
Ouve-se muito dizer, a minha vocação é ser advogado! Tenho grande vocação para Engenharia! Sinto que minha vocação é ser Médico, e a lista das vocações continua, tomando dimensões enormes, às vezes incalculáveis, devido a não se compreender, na verdade, o termo vocação. Será que a vocação é um desejo mórbido para ser um determinado profissional? Será que a vocação é a ansiedade de ter uma profissão que ganhe bem? Mas, afinal, o que é vocação? Será que vocação é apenas uma aptidão? Ou, será que vocação tem algo a mais? É justamente este ponto que se quer abordar neste pequeno artigo, fazendo uma conexão com as profissões que as pessoas se ocupam, tentando verificar a correlação existente entre estas duas palavras tão usadas na atualidade dos Psicólogos.
Um primeiro ponto a se colocar, é que existem escolas que tentam descobrir as vocações das pessoas, ou melhor, dos jovens que almejam uma profissão. Sem sombra de dúvida, em alguns casos têm dado certo, porém em outros, não têm demonstrado o resultado satisfatório. São observações e mais observações que são consideradas desde os cursos primários, no sentido de sentir qual a habilidade que o aluno se acha mais propenso, onde abunda a sua facilidade em termos de trabalhar melhor essas informações relativas a uma profissão, cujos resultados são enganadores. Uma coisa é certa, a vocação não se desperta com muita facilidade nas pessoas, surgindo apenas desejos por profissões que os gostariam de ter consigo e que, por quaisquer motivos não conseguiram, transmitindo essa tendência para os filhos que são estudantes.
Propriamente em cada aluno não se ver o seu desejo de se profissionalizar, porém a vontade de cumprir uma tarefa de estudante, isto é, passar de ano, ganhar presentes, e se destacar como o melhor aluno da classe, como um bom estudante, um aluno dedicado, ou como se chama normalmente de c.d.f.. O segundo grau é quem começa a dar alguns direcionamentos quanto a uma profissão que deseja seguir, contudo, este ponto ainda não é bem definido pelo aluno, mas sim, pelas conversas que ouvem dos pais nos bate-papos informais, surgindo a curiosidade. É, nesta hora, que o estudante começa a se interessar por algum curso da universidade, tais como Medicina, Engenharia, Direito, sem embargo o resto é uma fuga, quando não conseguiu se classificar em um destes três que são para eles, os mais importantes.
Tentando conhecer a etimologia da palavra vocação, vai-se a Aurélio Buarque de HOLLANDA (1976)[1] e encontra que ela significa ato de chamar; escolha; predestinação; tendência ou inclinação; etc., são os empregos comuns que esta palavra serve no dia-a-dia das pessoas bem informadas, ou não. Sabe-se que o termo vocação não significa casos restritos, mas tem uma abrangência bem maior do que se pensa, como também pode denotar uma extensão metafísica que atinge o aprendizado de muitas vivências que o espírito pode passar. Com este pensamento, aumenta-se o leque de entendimento do termo vocação, buscando-se nos ensinamentos espirituais, o real sentido deste termo, que é o acúmulo de conhecimentos que o espírito armazena ao longo das diversas encarnações.
Diz-se normalmente que fulano de tal é mais inteligente do que sicrano, que beltrano tem vocação para isto ou aquilo, entretanto, o que significa isto? Como se pode provar um caso, ou outro? Existem condições de fazer qualquer medição desses fatos abstratos e sobrenaturais? O mundo espiritual explica facilmente que a vocação, parte das diversas informações que são obtidas ao longo de várias vidas, pois aquela que acumulou mais informações, é que deixa o aluno mais propenso à escolha direta de uma profissão X. Entretanto, quando um determinado aluno possui muitas informações de diversas profissões, isto o deixa confuso quanto a qual deve seguir, optando por aquela que talvez não tenha conhecimento suficiente para segui-la bem, com sucesso pleno.
É fácil ver que o estudante, quando está investigando um problema difícil, e a primeira vista sem solução, começa a meditar quando de repente, chega-lhe a resposta que não sabe como foi tão fácil perceber algo que se mostrava tão complicado e difícil nos primeiros momentos. Isto indica que o conhecimento do passado, que não se esquece, imediatamente aparece, tendo em vista que o subconsciente está trabalhando, e se chega até ao ponto onde se encontram os passos da solução daquele problema. Não é que os espíritos tragam prontas as respostas das dificuldades de um estudante ou de um profissional, todavia, a própria pessoa, é que tem dentro de si, os conhecimentos que lentamente lhe vão chegando a atualidade, e é isto que ensina a palingênese da vida.
Quanto à questão da profissão, verifica-se que é a prática de algum conhecimento adquirido no mundo material sobre determinada atividade, isto feito pelas escolas habilitadas, tais como universidades, escolas profissionalizantes, como aprendiz de alguém onde está trabalhando é que vai indicar a tendência precisa. Pouco a pouco o aprendiz vai sentindo que, aquilo que está fazendo já é conhecido com muito ou pouca intensidade, pois, quando este estudante prático demonstra certas facilidades, diz-se que ele tem vocação, ou ele tem aptidões para a coisa. Esta é uma relação forte entre vocação e profissão, entretanto, sabe-se que vocação não é algo da matéria e sim, do espírito que armazenou experiências ao longo de muitas vidas que já viveu fazendo estas mesmas coisas, e que agora flui mais facilmente.
Não se pode acreditar que as pessoas na atualidade aprendam tão facilmente as profissões, assim como descobrem tudo em uma só vida. Os grandes progressos que a humanidade presencia no século XX são exemplos, da maneira tão simples e rápida, cujos primórdios passaram tanto tempo estudando e não os descobriram. Veja que as grandes invenções aconteceram de maneira tão aleatória que dá para desconfiar, como cientistas de pouca idade descobrem grandes inventos, em que o homem da caverna passou tanto tempo, e não percebeu os progressos da ciência de hoje. Não existem mistérios nestas descobertas. Não é porque o homem seja mais observador nem mais estudioso com relação ao outro, mas por causa do acúmulo de conhecimentos que se tem ao longo da história, e da ajuda dos espíritos conhecedores de tais problemas.
Quando se quer relacionar profissão com vocação, deve-se levar em consideração a questão do livre arbítrio, que é a consciência que o espírito encarnado cria no transcorrer das diversas experiências que se passam, como encarnado e como espírito, e isto cria a liberdade individual. Enquanto não se compreender o que cerca a individualidade espiritual, não se tem atuando o livre arbítrio, e o espírito encarnado está sob o comando da ciência e dos irmãos que circundam, com orientação ao seu modo de viver quer queira, ou não. Como se sabe, se existe uma determinação para os espíritos inferiores neste complexo, entretanto, o fato é que eles vão vivendo o instante em que as coisas acontecem, dando condições para que possam compreender o seu modus vivendi, para eliminar as coisas más da vida.
Não se precisam criar dogmas quanto ao mundo espiritual, de que tudo que acontece, são os espíritos que fazem, que impulsionam, que determinam, ao considerar que todos são espíritos, tanto os encarnados quanto os desencarnados. Entretanto, aos desinformados do bem, a influência espiritual é bem maior. Pois, enquanto não se conseguir o livre arbítrio, sem dúvida a sinergia dos espíritos em cada ser humano e não humano desconscientizados do amor é um indutor para aqueles que não conhecem o caminho da verdade e da vida. É fácil perceber nos impulsos que as pessoas possuem, e que são incontroláveis em um primeiro momento, dada as suas inferioridades, e a sintonia existente entre os vivos e os mortos, entre os vivos e os vivos, e entre os mortos e os mortos que também se interagem mutuamente.
Tudo isto que se acabou de delinear é para indicar que as pessoas são as almas, e os ganhos que se têm acumulados são do próprio ser humano que pode até mesmo ser ajudado pelos espíritos, mas essa ajuda só vem de acordo com as condições pessoais não serem suficientes para acionar o seu interior. Neste sentido, a ajuda espiritual é sempre bem vinda, todavia, isto só acontece devido à situação de merecimento quando a pessoa reivindica ajuda, e esteja apta para receber tais benesses do mundo espiritual superior que atua em tudo. Inegavelmente, profissão pode ser vocação, porém, existem casos, e muitos casos de pessoas que não possuem a profissão pelo princípio vocacional, mas por uma contingência de momento, ou intromissão de amigos que não querem o progresso espiritual e material de alguém.
Em resumo, sabe-se que existe uma correlação clara entre profissão e vocação, contudo, verifica-se que no cotidiano das pessoas, muitas vezes não se constata este fato, tendo em vista que muitas inconveniências não proporcionaram condições para que se tenha profissão por vocação. Não se deve também confundir a vocação com os entusiasmos que as pessoas empregam em determinadas profissões, que deixam os estudantes aéreos quanto a sua decisão de que profissão a seguir, ou que curso fazer para sua profissionalização. É por isso que é importante o conhecimento sobre o mundo espiritual para que se possa ter ajuda de como escolher bem uma profissão que vai proporcionar suporte para toda a vida, não somente na vivência física, como também, com respeito à vida espiritual que é essa que vai perdurar por todos os séculos dos séculos.