ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE
Luiz Gonzaga de Sousa
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OS TRANSPORTES URBANOS EM CAMPINA GRANDE
Existe uma complexidade muito grande quanto ao cálculo da tarifa dos transportes coletivos urbanos e uma facilidade excessiva no manuseamento desses cálculos em favor dos empresários desse tipo de transporte. Inicia-se pelo autor desse método de como se chegar ao preço de uma passagem de ônibus urbanos. Sabe-se de antemão que foi uma Comissão de membros de secretarias de serviços urbanos de todo o Brasil, que em reunião em Natal (R. G. do Norte), propôs este método que esconde a realidade das receitas dos empresários e demonstra que estas empresas geram custos e devem ser repassados ao usuário.
Na verdade, para se chegar ao cálculo final da tarifa, deve-se passar pelos seguintes pontos: ter bastante conhecimento dos requisitos básicos para o cálculo, isto quer dizer, reúne todos os insumos para a base do cálculo; um segundo item diz respeito aos passageiros transportados ou o número equivalente de passageiros; um terceiro versa sobre a quilometragem percorrida ou o percurso médio mensal de toda a frota; no quarto item, calculam-se os custos fixos e variáveis e, por fim, tem-se o cálculo final da tarifa a ser paga pelo usuário. Neste cálculo existem uns pesos cuja origem, não se sabe; entretanto, que eles servem para aumentar o preço das passagens urbanas.
Depois de colhidos estes dados, colocados nestas fórmulas mágicas da secretaria, chega-se finalmente, à tarifa a que adicionados 25% de lucros, tem-se um preço final e irredutível. Dentro desta fórmula existem algumas exigências que não são cumpridas, pois os ônibus devem ser novos, ou semi novos, os passageiros devem ter certa comodidade, os ônibus devem parar nas paradas certas e nada disto acontece e se o usuário for reclamar os seus direitos, muitas vezes apanha do cobrador ou do motorista. A partir destes cálculos, a secretaria pode manuseá-los como bem entende e deseja, ao se pegarem os dados e se colocar na tabela indicada para o cálculo não se chega ao verdadeiro índice encontrado pêlos técnicos da secretaria, pois eles têm modificado os pesos existentes no cálculo.
Além deste tratamento próprio que têm os técnicos da secretaria em fabricar as tarifas dos transportes coletivos urbanos, existem alguns artifícios que não deveriam participar do cálculo, visto que não constituem custos para a empresa, pois os empresários não pagam o seguro obrigatório do veículo e as despesas com a taxa rodoviária única, não são pagas pelo proprietário, porque eles só pagam a primeira parcela e o resto faz de contas que pagou e não sofre nenhuma penalidade. Além desse jogo de cintura, existe um mais grave, que é aquele onde o empresário assina a carteira do empregado com o salário mínimo e só paga abaixo desse total.
Diante tudo isto, verifica-se que o único que sai perdendo é o trabalhador das indústrias e até mesmo os funcionários públicos que não têm tempo para exigir os seus direitos. Claramente se calculam os lucros excessivos desse setor. O que se sabe é que, todos acham que este meio empresarial não proporciona lucros, mas ninguém quer deixar este ramo de atividade. O que se acrescenta, é que, os empresários dos transportes urbanos estão cada vez mais ricos, com grandes postos de gasolina, ampliação de sua frota de coletivos, que ficam na garagem e sua conta bancária cada vez mais surpreendente. O fato é que o capital sempre suplantou a mão-de-obra e mão-de-obra nunca foi concorrente para o capital.