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Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO I

 

O CONCEITO DE INDÚSTRIA

 

 

            No dia a dia da economia industrial, a palavra indústria está caracterizada por diversos significados, desde uma empresa de pequeno porte, até uma fábrica de qualquer tamanho de um parque industrial, que trabalhe com atividade de transformação, que usem maquinarias que tenham como objetivo criar um terceiro produto. Inegavelmente, a indústria não está somente na cidade como era algum tempo no passado, cuja migração campo/cidade aconteceu de forma descontrolada e sem a devida capacidade de trabalho para dinamizar esta nova fase da economia, cujo trabalhador deve estar especializado para tal tarefa. Ultimamente a indústria está no campo, com as agro-indústrias, in loco, transformando e/ou beneficiando as popas de frutas para um melhor aproveitar o mercado consumidor e as perdas dos produtos gerados no campo.

            Para começar entender o conceito de indústria, parte-se do tipo de mercado em que ele está envolvido, como por exemplo: a competição perfeita, o monopólio puro, a competição monopolista e o oligopólio, que indica o número de participantes no processo de produção e venda do bem gerado. A formação de um tipo de mercado desse está na dependência direta da distribuição da classe industrial na economia, pois ao deixar que se crie poder de mercado para alguns, propicie a que a renda industrial fique concentrada nas mãos de poucos em detrimento da concorrência e de um ajustamento melhor do mercado global. Assim, o mercado moderno está dividido para a participação de poucos, numa influência na política, propiciando as convulsões sociais e as revoltas entre sindicatos e industriais, numa contenda frenética pelo poder, em oposição ao bem-estar de todos os envolvidos.

            O conceito real de industria passa pelo tipo de mercado, como por exemplo, a competição perfeita que contempla um grande número de vendedores/produtores, com produto homogêneo, livre entrada e saída, e conhecimento pleno de tudo sobre a mercadoria, isto significa dizer, preço, qualidade, distância, moda, etc. Neste caso, a indústria é todo esse conglomerado de empresas pequenas, ou quase pequenas, cujos participantes não têm uma corrida frenética em busca do lucro extra-normal, ou econômico, para a formação de um poder de mercado que sobressaia, frente a todos que comungam das mesmas oportunidades de atuação no mercado livre entre consumidores e produtores. Por outro lado, o monopólio puro é caracterizado como um único vendedor/produtor, numa indicação clara de que a indústria é a própria empresa que tem plena liberdade de sozinha explorar o mercado, impondo obstáculo aos que por ventura possam querer participar do mercado.

            De forma intermediária, encontram-se a competição monopolista e o oligopólio que têm uma atuação restrita pela sua inter-dependência e capacidade de diferenciação que possuem os empresários em mostrar que seus produtos são melhores do que os dos competidores, com preços distintos para um mesmo produto. O conceito de indústria neste dois tipos de mercado fica prejudicado, devido a capacidade de cada indústria poder estar numa situação, algumas vezes de monopólio, e, em outras, em competição, cujos produtos diferenciados, não estão em indústria tradicional, mas em grupo de produtores industriais. Tanto na competição monopolista, como no oligopólio a reunião de fábricas que trabalham com produtos similares, é chamado de grupo de produtores/vendedores, caracterizando uma indústria, num conceito não muito preciso, como na competição perfeita e monopólio puro da economia clássica.

            Em suma, a economia industrial moderna necessita deste conceito para mostrar a multiplicidade de produtos gerados e a ferrênea competição que os produtores/vendedores enfrentam a cada instante, num aprimoramento do poder de monopólio, que se aproxima de uma forma muito forte dos monopólios puros. Os estudos da economia industrial passam pelas investigações sobre os CLUSTERS, nos diversos recantos do mundo, numa exploração constantes das economias de aglomeração e de localização, numa ampliação das indústrias nos parques industriais, cujos custos decrescentes eliminam a competição. Portanto, a compreensão deste conceito mostra as intimidades de tal situação, ao ficar mais fácil detectar onde está a enfermidade que cria o diferencial entre as indústrias, para o caso de ser micro, pequeno e médio, sem condições de se tornarem grandes indústrias.   


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