GEOTECNOLOGIAS E O PLANEJAMENTO DA AGRICULTURA DE ENERGIA

Heloísa Rodrigues Nascimento (CV)
Yolanda Vieira De Abreu (CV)
yolandaabreu@gmail.com

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ISBN-13: 978-84-15547-88-4
Nº Registro: 201285392

Sinopsis

A partir da primeira crise do petróleo na década de 1970, surgiram novos conceitos de sustentabilidade ambiental, econômica e social, estabelecendo-se um novo padrão ideal de geração e consumo de energia. No Brasil diversificar a matriz energética foi uma das metas do Governo Federal com a finalidade de diminuir a dependência externa de petróleo. Investir em pesquisa e desenvolvimento de novas fontes de energia, que pudessem substituir o petróleo e ao mesmo tempo fossem mais adequadas às novas exigências da sociedade, foi essencial para àquela época, tanto ambientalmente, quanto como instrumento de equilíbrio da Balança de Pagamentos Brasileira. Dentre as diferentes opções de fontes renováveis de energia disponíveis, optou-se pelo uso e desenvolvimento da biomassa como combustível, que no Brasil já vinha, de alguma forma, sendo utilizada desde a década de 1930.

O governo federal, na década de 1970, lançou programas de estímulos ao desenvolvimento da biomassa como o PROÁLCOOL (Programa Nacional do Álcool) para incentivar o desenvolvimento da produção de etanol e o Pró-óleo – Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos – para o desenvolvimento do biodiesel. Porém, somente o etanol, como combustível, se tornou viável economicamente frente ao uso e preço do petróleo. O PROÁLCOOL, por diversos motivos econômicos, tecnológicos e de logística, foi o que mais se desenvolveu desde aquela época e conseguiu se manter até nossa época. Porém, enfrentou crises na década de 1980, com o fim da ditadura militar, fim dos subsídios aos usineiros, baixa dos preços internacionais do petróleo e mudanças de paradigmas econômicos a nível nacional e internacional, o PROÁLCOOL ficou estagnado colocando em risco sua continuidade.
No entanto, a partir da década de 1990, com o início da guerra entre os Estados Unidos e o Iraque, os preços e a disponibilidade do petróleo voltam a ser instáveis no mercado internacional e os combustíveis produzidos a partir da biomassa, etanol e o biodiesel, retornam a pauta de discussão. Naquele momento, a conscientização em relação à questão ambiental encontra-se em um estágio muito superior ao da década de 1970 e essas fontes de energia ganham espaço frente aos combustíveis fósseis. O etanol, no Brasil, já era um combustível com tecnologia e mercado estabelecidos, porém com o lançamento do automóvel com tecnologia flex-fuel (2003) consolidou-se. O biodiesel somente irá ganhar maior espaço com a determinação e obrigatoriedade de porcentagens fixas de mistura deste ao Diesel.

Neste contexto o grande desafio, em relação ao desenvolvimento do uso da biomassa como fonte de energia, é conciliar as áreas de expansão da cana-de-açúcar, oleaginosas e outras que servem de insumo para produção do etanol e do biodiesel com uma ocupação ordenada e sustentável. Esta oportunidade de fortalecimento da agricultura brasileira, através da agroenergia não teria sentido ecológico se não contemplasse princípios de preservação do solo, da água, do ar, da biodiversidade e das diferenças culturais, assim como se não houver a inserção das populações locais, através da geração de empregos e renda (ROSCOE, 2006).

O desenvolvimento da agricultura de energia está vinculado à disponibilização e utilização de terras para a produção de insumo para produção do bioetanol e biodiesel. Neste contexto, decidiu-se estudar e demostrar a importância das ferramentas desenvolvidas pelas geotecnologias para o monitoramento e planejamento da agroenergia. Esta pesquisa utilizou-se, para estudo de caso dados do Município de Pedro Afonso no Estado do Tocantins.  Assim foram organizadas e compiladas as informações já disponíveis na SEPLAN-TO, COAPA, ADAPEC e as imagens Landsat 5/TM disponibilizadas pelo INPE para gerar mapas temáticos, carta-imagem, mapa de uso e cobertura do solo, mapa de culturas e mapa cadastral contendo a localização dos imóveis produtores de soja com a utilização dos softwares SPRING e ArcGIS. A partir da integração de todos os dados do projeto obteve-se como resultado um banco de dados geográficos referente ao município de Pedro Afonso (TO).

O município de Pedro Afonso (TO) foi escolhido, como estudo de caso, porque se destaca por ser um dos maiores produtores de soja do Estado. Durante os últimos anos iniciaram-se investimentos destinados à compra ou arrendamento de terras para o cultivo de cana-de-açúcar, destinado a produção de bioetanol, com a instalação da Usina Bunge. No futuro este pode tornar-se um importante pólo de produção de bioenergia no Tocantins, por apresentar condições favoráveis para a produção de etanol e oportunamente de biodiesel, visto que as principais matérias-primas (etanol e oleaginosas) para sua produção estão disponíveis nesta região.

 

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