Yvens Ely Martins Cordeiro
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O afloramento dos problemas ambientais e a necessidade de recuperação de áreas degradadas têm aumentado o interesse sobre o conhecimento das espécies nativas da Amazônia. Sendo assim, em termos gerais o objetivo deste trabalho foi avaliar a ecofisiologia de plantas jovens de mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia) e jatobá (Hymenea courbaril) cultivadas sob dois períodos: “chuvoso” e “seco”, no município de Igarapé- Açú-Pa e em termos específicos, os objetivos foram avaliar possíveis alterações biofísicas, bioquímicas e crescimento de plantas jovens de mogno (Swietenia macrophylla), ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia) e jatobá (Hymenea courbaril) em pleno período chuvoso (15 e 16/03/2010) e em pleno período seco (15 e 16/10/2010) no município de Igarapé-Açú - PA. O decréscimo da condutância estomática (gs) das plantas de mogno brasileiro, jatobá e ipê-amarelo, respectivamente, ao longo do dia nos dois períodos pode ser devido ao aumento do déficit de pressão de vapor entre a folha e atmosfera, á diminuição do potencial hídrico do xilema foliar (Yw) ou à combinação de ambos os fatores, sem excluir o efeito da irradiância (RFA). A correlação entre gs e Yw foi positiva e altamente significativa para todas as espécies em estudo, porém relativamente baixa no período chuvoso e relativamente alta, no período seco. Uma relação similar, porém negativa, também foi observada entre a fotossíntese (A) e gs no período chuvoso em Swietenia macrophylla e Hymenea courbaril. Entretanto, no período seco, essa correlação foi positiva e altamente significativa, porém baixa, para Swietenia macrophylla e Tabebuia serratifolia. A baixa correlação entre gs x Yw e A x gs no período chuvoso, confirma que tanto a fotossíntese como a condutância estomática são variáreis da planta que respondem simultaneamente a um conjunto de fatores que se integram de forma coordenada, mas altamente complexa. Desse modo, não é surpreendente encontrar uma baixa correlação entre A e gs em condições naturais de luminosidade e umidade do ar. As análises das concentrações foliares de carboidratos solúveis totais, sacarose, aminoácidos solúveis totais, prolina e glicina-betaína apresentaram incrementos médios de 113,81%, 44,63%, 20,67%, 40,47% e 63,26% (mogno), 81%, 39,32%, 16,71%, 24,41% e 51,77% (jatobá) e 148,14%, 56,36%, 22,66%, 49,63% e 86,91% (ipê-amarelo), do período seco em relação ao período chuvoso, respectivamente, apresentando diferenças estatísticas entre os períodos. As concentrações foliares de amido e proteínas solúveis totais, também apresentaram diferenças significativas entre os dois períodos, com reduções de 25,74% e 20,14% (mogno), 36,67% e 19,11% (jatobá) e 44,96% e 19,20% (ipê-amarelo), respectivamente, para o período seco em relação ao período chuvoso. O aumento nas concentrações de glicina-betaina, prolina, carboidratos solúveis totais, aminoácidos solúveis totais e sacarose observados no período seco mostraram que as plantas das espécies estudadas se ajustaram osmoticamente, pois todas essas substancias diminuem o potencial osmótico e, como conseqüência, o potencial hídrico celular, garantido o fluxo de água no interior da planta, provocando a manutenção da turgescência, garantindo a expansão celular e o crescimento. Além disso, foi observado que a altura e o diâmetro do ramo principal de plantas jovens de ipê – amarelo apresentaram nos dois períodos estudados (chuvoso e seco), incrementos significativamente superiores em relação às plantas de mogno e jatobá. Em se tratando de espécies perenes, esse fato é de grande importância, pois além da sobrevivência, a maior capacidade de adaptação dessas espécies favorece o crescimento e formação de biomassa na época seca.