BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

VISÕES SOBRE A ECONOMIA COLONIAL: A CONTRIBUIÇÃO DO NEGRO

Yolanda Vieira de Abreu y Carlos Alexandre Aires Barros


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4.1.2.4 Ciclo do algodão

No contexto da economia colonial, o algodão surge como mais um produto agrícola que se estabeleceu nas bases do trabalho escravo, da grande propriedade e da monocultura voltada para o mercado externo.

A primeira remessa de algodão para o mercado externo data de 1760, proveniente do Maranhão, totalizando cerca de 651 arrobas. Mais tarde, em 1778, a capitania de Pernambuco e a Bahia também se tornaram importantes produtoras de algodão (Prado Júnior, 2006, p. 149). Em meados do século XVIII e início do século XIX, a Inglaterra se destacava como o principal mercado consumidor de algodão:

Através do gráfico 1 vê-se que o Brasil se tornou um importante exportador de algodão para o principal consumidor mundial - a Inglaterra. Conforme Furtado (1995, p.91), esse avanço na produção de algodão no Brasil foi possível graças a uma nova conjuntura internacional no final do século XVIII. O mercado mundial de produtos tropicais - especialmente o algodão – se expandiu devido à Guerra de Independência dos Estados Unidos e logo em seguida a Revolução Industrial inglesa.

O Maranhão foi a principal área produtora de algodão da Colônia nesse período. O governo de Pombal, a fim de manter o privilégio do monopólio do comércio do algodão, criou em 1756 a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e do Maranhão; uma empresa altamente capitalizada que fomentava a produção através de recursos financeiros e mão de obra escrava. Segundo Prado Júnior (2006, p.150), o “algodão, apesar de branco, tornará preto o Maranhão”. Nessa mesma corrente, Furtado (1995, p.91) afirma que a “ajuda financeira [da companhia de comércio] permitiu a importação em grande escala de mão de obra africana, o que mudou completamente a fisionomia étnica da região”.

Inicialmente, a mão de obra empregada na lavoura de algodão era indígena. Apesar do Marquês de Pombal não ver com bons olhos os jesuítas, não admitiu a utilização de índios, preferindo escravizar o negro, atendendo aos interesses do tráfico negreiro. Conforme se pode observar, o negro apareceu como a mão de obra que melhor atendeu aos interesses da grande lavoura de exportação, seja pela sua utilização na lavoura algodoeira e/ou principalmente para garantir os lucros metropolitanos por intermédio do tráfico de escravo.


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