MERCADOS: DA ABSTRAÇÃO À DESIGUALDADE SOCIAL
Luiz Gonzaga de Sousa
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Estado liberal:
A economia tradicional tem um ponto de vista clássico de ver como os mercados funcionam, isto significa dizer, imbuído no pensamento de Smith, de Ricardo, de Malthus, e alguns outros cientistas do século XVIII que tinham uma convicção de um mercado livre, cujos determinantes fundamentais era a liberdade de todos os participantes, talvez na época fossem a tônica.
O mercado liberal tem como paradigma o funcionamento das feiras livres, onde produtores e vendedores se encontravam com seus produtos, e negociavam o preço e a quantidade que seria vendida ao seu pretendente, mas uma relação social que envolve diretamente os que possuem recursos monetários, e os que têm produtos disponíveis para a venda a quem necessitasse (HUBERMAN: 1978; p. 31).
A participação de um estado liberal diz respeito a uma situação de laissez faire, em conjunto com o hedonismo, isto significa dizer que cada um faça a sua parte que o mercado em seu conjunto faz o seu, sem prejudicar a quem quer que seja, é como se fosse uma mão invisível atuando para que tudo se ajuste, ou se acomode de forma natural.
O Estado liberal espera que as coisas se modifiquem sem uma intervenção individual, ou de grupo, e ao mesmo tempo se ajustem de tal forma que as coisas se relacionem de forma natural, sem que o Estado tenha a sua intromissão direta no processo de produção, como também no consumo, visto que as liberdades individuais devem ser respeitadas para que tudo se acomode de forma comum e simples.
Uma estrutura de mercado pautada no liberalismo, ou como é conhecido na atualidade de neoliberal, tem algumas vantagens, assim como também desvantagens, pois como as vantagens, verifica-se a questão do respeito ao ser como ator social, e para as desvantagens, observa-se a possibilidade da tendência à concentração e centralização nas mãos de poucos, os oligopólios, os desajustes sociais.
Finalmente, enquanto existirem muitos produtores e compradores no mercado a possibilidade de que as leis econômicas funcionem é muito evidente, porém, essa abstração foi se transformando com as acumulações pessoais, cuja realidade se transformou em desigualdades, a intervenção de um governo ficou cada vez mais clara, com tendência a uma ditadura das leis sobre o povo (LINDBLON: 1979; p. 59-61).