Observatorio Economía Latinoamericana. ISSN: 1696-8352
Brasil


O FUTEBOL BRASILEIRO NO CONTEXTO DO PERÍODO MILITIAR (1964 - 1979)

Autores e infomación del artículo

Guilherme Henrique da luz*

Maria Augusta de Castilho**

Carlos Magno Naglis Vieira

Universidade Católica Dom Bosco

rguilhermeluz17@gmail.com

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Resumo:
O presente trabalho apresenta relações estabelecidas pelo futebol com o governo brasileiro durante o regime militar, fato que foi pouco percebido durante e após o período, e que reflete suas conseqüências ate os dias atuais, tanto socialmente quanto na decadência administrativa do futebol brasileiro. A pesquisa tem como objetivo identificar como foi a intervenção militar no futebol e sua importância na época para o Brasil, contextualizando a relação do esporte e governo antes e após 1964 até 1979. A metodologia usada por meio de leitura e pesquisa em livros e artigos, filmes e documentários.  Desse modo, foi possível traçar as relações entre o governo militar brasileiro e o futebol, que vai muito além das quatro linhas, onde o esporte foi e ainda é um importante instrumento usado por diversos setores da sociedade.

Palavras-chave: Futebol, Governo militar, Seleção, Sociedade.

ABSTRACT: The present work presents relations established by football with the Brazilian government during the military regime, a fact that was little perceived during and after the period, and which reflects its consequences up to the present day, both socially and in the administrative decadence of Brazilian soccer. The research aims to identify how the military intervention in soccer and its importance at the time for Brazil, contextualizing the relationship of sports and government before and after 1964 until 1979. The methodology used by reading and research in books and articles, Movies and documentaries. In this way, it was possible to trace the relations between the Brazilian military government and football, which goes far beyond the four lines, where sport was and still is an important instrument used by several sectors of society.

KEYWORDS: Football. Military government. Selection. Society.


Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Guilherme Henrique da luz, Maria Augusta de Castilho y Carlos Magno Naglis Vieira (2017): “O futebol brasileiro no contexto do período militiar (1964 - 1979)”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (mayo 2017). En línea:
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/17/futebol-brasileiro.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/br17futebol-brasileiro


  1. Introdução

Por diversas vezes, o futebol foi o reflexo da sociedade de muitos países ao mundo, de modo que o esporte despertava e desperta o nacionalismo em seus fãs, muitas vezes sendo o motivo que faltava para iniciar uma guerra, como no caso da Servia e Croácia. Em outros momentos, o futebol foi usado pelo governo para exaltar uma região e reprimir outra, como no caso de Franco na Espanha e sua relação com o Real Madrid, que usava a imagem do clube para promover seu regime ao mesmo momento que reprimia clubes de região separatistas, como Catalunha – onde esta o Barcelona – e o País Basco, região do Atlhetic Biobao.
 No Brasil não foi diferente, o esporte, mais especificamente o futebol, começou a ter intervenção estatal já no Estado Novo de Getúlio Vargas, com o intuito de criar um sentimento nacionalista no povo brasileiro. No período militar foi quando essa intervenção se intensificou onde, além do nacionalismo, havia outras pretensões, tanto política quanto econômica. O Objetivo da pesquisa é investigar como foi essa intervenção e sua importância na época para o Brasil, contextualizando, inicialmente, o futebol antes de 1964 e, posteriormente, analisando o esporte após de 1964 até o ano de 1979.
A metodologia utilizada está amparada em leituras minuciosas de artigos, livros e textos relacionados ao tema e ao período militar, além de uma pesquisa em documentários e em jornais relativos ao assunto.
                

  1. O Futebol como instrumento nacionalista

O esporte é usado, muitas vezes, como símbolo de uma nação, o exemplo de força, agilidade e outras qualidades. Nesse sentido, o futebol é um grande exemplo dessa simbologia, pois é um dos esportes mais populares e mais praticados do mundo. Da Matta (2008) destaca que em disputas entre seleções, naturalmente, surge uma união nacional dos torcedores em torno da equipe. Toda a simbologia presente no jogo também colabora com esse fato: a bandeira nacional hasteada, uniformes nas cores da bandeira, as qualidades dos jogadores que representam o seu povo como a raça, garra, habilidade. Tudo isso em contraste com a seleção adversária, que possui características nacionais. O nacionalismo em torno do esporte torna possível uma visão de ascensão nacional na perspectiva internacional, comportando-se como um tipo de identificação nacional. Da Matta (2008, p. 50), em relação ao caso de derrota, explica que:

A derrota em tais competições é freqüentemente atribuída ao atraso do país, a seu subdesenvolvimento (especialmente quanto à organização esportiva e à excelência corporal dos atletas). A derrota se reveste, ainda, talvez nem tanto entre os torcedores “cultos” e comentaristas, mas na massa torcedora – da imagem da derrota do mestiço, da “sub-raça”, incapaz de conter a performance dos estrangeiros, então valorados positivamente. E, aí, as melhores qualidades do povo brasileiro já não são as mesas. A vitória parece mais se revestir de um triunfalismo, exacerbado, valoração negativa do adversário (e de seu – deles – país).
 

Em vários países existem exemplos do futebol usado como um importante instrumento de nacionalismo, tendo reflexo em guerras. No documentário britânico The Real Football Factories International (DAY, 2006), apresentado pelo ator inglês Danny Dyer, no episódio Balcãs, foi destacado como as torcidas de clubes da Sérvia e Croácia tiveram participações diretas nas guerras entre os dois países. Segundo o documentário, a primeira batalha entre os dois países aconteceu em treze de maio de 1991, na Croácia, num confronto entre torcedores sérvios do clube Estrela Vermelha e Croatas do Dínamo Zagreb. O confronto entre os Bad Blue Boys – torcida do Dínamo – e os Delije – torcida do Estrela Vermelha – teve como pano de fundo o desejo de independência da Croácia, cada vez maior com o crescente nacionalismo croata, o que não foi aceito pelos sérvios, quem também possuíam um ultra-nacionalismo. Stein (2015) relata que o líder da Delije era o nacionalista Zeljko Raznatovic, o Arkan. Os Bad Blues Boys faziam parte de uma associação que contava com outras torcidas croatas, chamada de Irmandade Croata, que colocavam o nacionalismo a cima das rivalidades locais.
Cerca de três mil torcedores sérvios viajaram até Zagreb, e desde as ruas e entorno do Estádio Maksimir já havia confronto entre sérvios e croatas. Porém, foi dentro do estádio, após os sérvios cantarem musicas nacionalistas, que foram respondidas pelos croatas que também entoava musicas nacionalistas, que a guerra campal entre as torcidas começou, com o rompimento da barreira de proteção da arquibancada. A polícia, que era composta por uma maioria de sérvios, atacava os torcedores croatas, ao invés de conter a confusão. Foi nesse momento que o jogador Zvonimir Boban, do Dinamo, se tornou herói nacional para os croatas. (STEIN, 2015).
Segundo Stein (2015, p.1):

Ambos os lados atiravam pedras, cadeiras e o que mais viam pela frente. Enquanto isso, os ultras do Dinamo Zagreb tentavam se proteger das bombas de gás lacrimogêneo no gramado. O que motivou a voadora de Boban. Aos 21 anos, o meio-campista do Dinamo, que já fazia parte da seleção principal da Iugoslávia, partiu para cima dos policiais. Começou a discutir em defesa de seus torcedores. Até o momento em que perdeu a cabeça, xingado por um dos seguranças como “mais um filho da puta igual a eles”, e acertou a joelhada que quebrou o nariz do oficial – ironicamente, um bósnio muçulmano. Após a atitude, o jovem craque começou a ser aplaudido e ter seu nome gritado por quem ainda estava no estádio.
Stein (2015) conclui que o confronto terminou com muitos feridos: 117 polícias, 39 torcedores sérvios e 37 torcedores croatas e ainda com 100 torcedores ultras (nome dado as torcidas organizadas européias) presos. O documentário The Real Football Factories International (DAY, 2006), apresentado por Danny Dyer relata que após a emblemática data, os países entrarem em guerra, com torcedores de ambos os clubes participando da guerra. O líder da Delije, o Arkan, fundou um grupo paramilitar chamado de Tigres de Arkan ou Guarda Voluntaria Servia, que combateu na guerra da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo. Arkan foi acusado de vários crimes de guerra.
Outro exemplo do futebol e nacionalismo foi no governo do Francisco Franco na Espanha. Segundo o documentário de Carles Torras (s/d), O Madrid real,considerado A lenda negra da glória branca, influenciou Franco em jogos e contratações do Real Madrid, para fortalecer o clube e usar a imagem do time para fazer propaganda internacional de seu regime. O documentário afirma que o governo franquista influenciou na contratação do argentino Di Stéfano, que estava sendo contratado pelo Barcelona e também afirma que o governo construiu o estádio Santiago Bernabéu (nome do presidente do Real Madrid na época e soldado de Franco na guerra civil) com dinheiro público. O estádio em questão é do Real Madrid. Durante o período franquista, o Real Madrid venceu diversos torneios que são contestados ate hoje. A aproximação do governo com o clube foi também para ganhar popularidade do povo espanhol e, consequentemente, alavancar o nacionalismo espanhol e perseguir movimentos separatistas, como o da Catalunha e país Basco.
Em relação ao futebol e nacionalismo no Brasil, Silva (2010) indica que o jornalista esportivo, do jornal A Gazeta, Thomaz Mazzoni defendia uma forte intervenção do Estado nos esportes (não apenas no futebol), pois a pratica esportiva poderia engrandecer o Brasil e ajudaria a formar o homem nacional e a construir a nacionalidade brasileira. Segundo o mesmo autor, essa era o assunto tratado no livro de Mazzoni, lançado em 1941 O esporte a serviço da pátria. Para Mazzoni, era necessário cultivar no esporte o amor a pátria, demonstrando sempre a raça do povo. Para tanto, defendia excursões de clubes brasileiros na Europa, para que mostrassem a raça brasileira e saíssem vitoriosos, tornando os clubes e a seleção brasileira conhecida e falada mundialmente. Segundo Prestes e Mezzadri (2010, p.1)

Evidências de como o futebol foi um instrumento na tentativa de desenvolver um sentimento de unidade nacional durante o governo Vargas são os estádios do Pacaembu e de São Januário, que não por acaso, foram palcos de comemorações do Dia do Trabalho, levando milhares de espectadores as suas fileiras ao invés da limitada presença das elites.

            Silva (2010) lembra que houve ainda uma vitoriosa excursão do clube Paulistano na Europa em 1925, onde o clube brasileiro saiu vitorioso por nove vezes e foi derrotado apenas uma, sendo chamados pelos europeus de Les róis du footbal (Reis do Futebol). O retorno da delegação em São Paulo gerou muita comoção, onde Mazzoni descreveu ser possível a elite paulista se juntar ao povão para comemorarem juntos o triunfo do clube e uma unidade nacional se formar em torno do esporte. Mazzoni entendia que esse sentimento deveria ser aproveitado pelo Estado Novo, por meio da criação de uma entidade esportiva, para que os clubes brasileiros pudessem obter melhores resultados nessas excursões internacionais, que estariam a serviço da nacionalidade, resultando na construção do amor a pátria e do homem nacional para a construção nacional do Brasil.

  1. Futebol brasileiro antes e após a intervenção militar

 

O Futebol no Brasil antes do período militar já era usado como um instrumento pelo governo nacional, porém o esporte passava por algumas mudanças, como na questão do amadorismo e profissionalização. Silva (2013) indica que até os anos 1930 o futebol brasileiro era conhecido como amadorismo marrom. Havia de fato a ausência do amadorismo, pois alguns dirigentes de clubes pagavam benesses para os jogadores. Logo existiu uma necessidade de profissionalização do futebol, onde os jogadores recebem salários, assumem um compromisso com o clube e que possam treinar vários dias na semana, para melhor desempenho em campo, evitando a saída de jogadores para outros países, em sua maioria europeus, onde já existia o futebol profissional.
            Porém o autor aponta que ainda havia defensores do amadorismo, o que levou a divisão do futebol brasileiro em duas confederações: a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) fundada em 1921, representante do Brasil junto a FIFA e a favor do amadorismo e a Federação Brasileira de Futebol (FBF) fundada em 1915, responsável pelo profissionalismo. Thomaz Mazzoni era grande favorável à profissionalização do futebol e tomou partido da FBF contra a CBD, escrevendo fortes criticas contra a CBD, qualificando-a como o passado esportivo e que isso atrapalhava a renovação e evolução do esporte nacional, pois a confederação não estaria de acordo com as mudanças. De acordo com a FERJ (2010), a FBF se extinguiu em 1937 e a CBD passou aceitar o profissionalismo.
            Em 1960, já com o futebol profissional consolidado no Brasil, Chaim (2014) observa que ainda era muito comum os clubes brasileiros fazerem excursões por outros países e continentes para arrecadarem recursos. Porém, as viagens eram muito longas e providas de muitos problemas, o que motivou a criação de uma alternativa de um campeonato disputado dentro do Brasil. Em 1964, os clubes decidiram aumentar o número de jogos do torneio Rio-São Paulo e trocar teu nome para Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
            Porém, Chaim (2014) lembra que, como o objetivo era prover resultados financeiros semelhantes aos das excursões, apenas os clubes com maiores arrecadações em seus campeonatos estaduais poderiam participar. Em relação às contratações, o valor do passe é de 10 vezes o salário total do jogador em dois anos. As duas medidas prejudicariam os clubes que arrecadam menos, pois alguns não poderiam participar do torneio e clubes teriam dificuldades em contratações e venderiam jogadores a valor de passe baixo, pois o valor de passe dos jogadores dos clubes ricos é muito maior que os dos clubes que arrecadam menos. Portanto, o torneio favorecia sempre os times com maiores chances de vitória e com maior publico, visando sempre às maiores arrecadações. O Robertão teve inicio em 1967 e foi extinto em 1970.
            Após ano de 1964, com os militares no governo, o futebol brasileiro começa a passar por mudanças mais significativas. Chaim (2014) destaca que o futebol brasileiro continuou com certa autonomia após o ano de 1964, não havendo ainda uma intervenção militar. O jogador Pelé já era observado de perto pelo governo, pois o jogador se declarava apolítico e os militares tinham receio que ele pudesse ser usado por algum guerrilheiro de esquerda.
            Outro nome que os militares passaram o observar foi João Havelange, então presidente da CBD. Segundo Chaim (2014) Havelange conhecia a capacidade de diplomacia do futebol, como a de manter boas relações com outros países ou até mesmo de parar guerras. Pereira (2005) revela que as excursões do Santos F.C. na África, em 1969, tiveram grandes feitos. Na Nigéria, durante amistoso contra a seleção local, a guerra civil entre os nigerianos e os separatistas de Biafra parou momentaneamente por dois dias, para que a população pudesse assistir ao jogo e ver o maior jogador do mundo: Pelé. Nascimento (2012) lembra que o clube do litoral paulista também foi capaz de suspender temporariamente o conflito entre República do Congo e República Democrática do Congo.
            Chaim (2014) indica que a CBD sempre teve problemas com a falta de recursos monetários e tinha dificuldades em conseguir apoio do governo federal. Porém, após os militares tomarem o poder, Havelange viu nos novos comandantes do Brasil uma nova oportunidade para a CBD. A relação de Havelange com Costa e Silva ficou mais estreita em 1968, pois foi o primeiro presidente da república que colaborou mais significantemente com Havelange e com a CBD. No ano de 1967, elaborou um Plano Nacional para o esporte, seguido por Médici, que também era um torcedor de futebol que participou diretamente dos rumos tomados pelo esporte.
            Nesse contexto, Ventura (1988) afirma que o ano de 1968 foi um ano muito conturbado para o governo militar. A oposição contra o regime crescia e as passeatas estudantis se intensificavam, como a passeata dos cem mil em 26 de junho. Além disso, após um discurso de Marcio Moreira Alves, que pediu um boicote nas paradas militares, no dia sete de setembro, o ministro da justiça solicitou a Câmara dos Deputados uma votação para processar Marcio. Os deputados votaram contra o pedido e houve muitas comemorações na Câmara. As passeatas estudantis de oposição ao regime e a derrota dos militares no caso Marcio juntamente com outros problemas levaram ao decreto do Ato Institucional Número 5.
Chaim (2014) explica que pouco antes do decreto do AI-5, Costa e Silva se reuniu com Havelange e outros dirigentes para tratar da CBD. Havelange pediu os recursos que eram negados pelos presidentes do Brasil, antes de abril de 1964. Costa e Silva respondeu de forma positiva, autorizando a o projeto da Loteria Esportiva – projeto que levantaria fundos para a CBD – que foi proibida anteriormente por Janio Quadros, sob a alegação de ser um jogo de azar. O decreto foi assinado cinco meses depois da reunião entre Costa e Silva e o presidente da CBD. Em relação à Loteria Esportiva, Chaim (2014, p. 55) explica:

 Vale ressaltar que o lucro proveniente da Loteria não seria integralmente revertido para o esporte. Pelo contrário, o esporte seria, dentre os contemplados, um dos menos beneficiados com os recursos provenientes do jogo recém-decretado pelo Presidente. Estes recursos eram distribuídos da seguinte maneira: 40% dos lucros líquidos obtidos com a loteria eram destinados a Legião Brasileira de Assistência (LBA), sendo os restantes 60% divididos igualmente entre a Campanha de Alfabetização de Adultos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e o Conselho Nacional de Desportos (CND), para incremento do esporte geral.             

            Alem disso, Chaim (2014, p. 55) explane que Costa e Silva tinha a idéia de “utilizar os recursos oriundos da Loteria para custear um Plano Nacional de Esportes, com as verbas provenientes da recém-criada Loteria”. O nome completo do plano era Plano Nacional dos Esportes, Educação Física e Recreação.
            O autor acima citado argumenta que Costa e Silva tinha poder e condições para apoiar os projetos esportivos e as pretensões políticas e pessoais de Havelange, e Havelange era capacitado para movimentar o campo esportivo para que fosse possível gerar apoio e sustentação política para Costa e Silva. Portanto, o esporte (mais notório o futebol) estimularia o nacionalismo e a população teria certa afeição ao presidente. O principal alvo do governo era a Seleção brasileira, e Costa e Silva já tinha alertado a Havelange a necessidade que a seleção tinha de ganhar a Copa do Mundo de Futebol do México em 1970, pois nesse ano ainda seria presidente e em caso de derrota da seleção, seu governo poderia ficar ainda mais impopular.
            Chaim (2014) verifica ainda que durante a fase de preparação para as eliminatórias de 1969 para a Copa do Mundo de 1970, a CBD promoveu uma excursão pelo Nordeste do país, para os brasileiros festejarem por todos os estados onde a seleção jogasse. A Seleção passou por Salvador (BA), Aracaju (SE) e por Pernambuco. As Federações desses estados desembolsaram US$ 28 mil para receber a seleção e Havelange ainda mantinha, segundo Chaim (2014, p. 57), “intacto o apoio destas federações para se manter estável no comando da CBD”. Uma semana após a excursão, o autor ressalta que as Federações do Norte e Nordeste apoiaram Havelange para sua quinta reeleição para a presidência da CBD, já possuindo pretensões para tentar algum cargo na FIFA, já que era reconhecido por Costa e Silva.
            Chaim (2014) conclui que Havelange deixou o cargo alguns meses depois por conta da saúde debilitada e não pode dar seqüência a Loteria do Esporte que entraria em vigor no próximo ano. Costa e Silva, por ter deixado a presidência em setembro de 2015, não pode realizar a execução de seu planejamento, ficando na responsabilidade de seu sucessor, e também não viu a Loteria Esportiva em funcionamento.
            Após Costa e Silva deixar o cargo da presidência, seu sucessor foi Emilio Garrastazu Médici, que também manteve relações intimas com o futebol durante seu mandato. Segundo Stein (2015), Médici era de fato fã de futebol, torcedor do Grêmio de Porto Alegre, gostava de ficar em pé na arquibancada ouvindo um radinho de pilha, típico torcedor de estádio. Guterman (2009) evidencia que Médici era um verdadeiro torcedor de futebol e não apenas uma imagem de “brasilidade” que o governo tentava passar do presidente. Médici ligava para a concentração brasileira após os jogos para parabenizar os jogadores e comentava sobre as partidas. Em uma de suas histórias o presidente, segundo Guterman (2009, p. 61), “antecipou a reunião com o general Ernesto Geisel na qual lhe comunicou seu sucessor apenas para não perder a transmissão do jogo amistoso entre Brasil x Áustria, em 13 de Junho de 1961”.
            Médici não era apenas um torcedor de arquibancada e se envolveu de forma direta nas questões do futebol brasileiro. Chaim (2014) explica que Médici assinou em 1970 o decreto de lei que regulamentou a Loteria Esportiva no país e que, antes mesmo de sua posse, Médici já havia se reunido com João Havelange, onde afirmou para o presidente da CBD que o esporte nacional terá cinco anos de progresso e que ficara cada vez mais forte e difundido no Brasil.
            O Autor explane que Médici promoveu varias celebrações para comemorar feitos do futebol brasileiro, como a grande celebração feita em Brasília para comemorar o milésimo gol de Pelé e também a celebração pela conquista da seleção brasileira na copa de 1970, onde o dia virou feriado para que todos os brasileiros pudessem comemorar e festejar o feito vitorioso da seleção brasileira. Com isso, Médici tentava assimilar todos os feitos vitoriosos dos clubes e seleção brasileira com o seu governo e costumava dizer que a vitoria da seleção brasileira simbolizava o progresso do país.
            Guterman (2009) relata que alguns jogadores brasileiros, sabendo de sua posição de luxo com o presidente – que costumava a receber a seleção brasileira com grandes banquetes – pediram por meio do capitão Carlos Alberto, alguma maneira de serem isentos de impostos sobre seus salários e o deputado federal pela Arena, Luís Brás, ainda sugeriu a Médici que levasse ao Congresso um projeto de lei que isentasse de impostos toda a premiação recebida pelos jogadores campões, mas não se sabe se o pedido foi atendido. Médici já alegava que o futebol e política andavam juntos.
            De fato, futebol e política já andavam juntos, pois, de acordo com Stein (2014), os militares passaram a agir dentro das administrações do futebol, ou seja, havia a presença de muitas pessoas ligadas ao regime militar no comando das federações, que passaram a ter as decisões centralizadas na CBD e nos poderes locais, conforme a Lei 6.521, de 8 de outubro de 1975. Guterman (2006) assinala que a nova Lei dava mais autonomia aos clubes em suas ações, como por exemplo, na organização do Campeonato Brasileiro.
            Stein (2014) indica que existia uma grande dependência financeira dos clubes em relação ao governo e que muitos clubes, grandes ou pequenos, enviavam carta para Brasília pedindo empréstimo ou amortização de suas dividas. Clubes e o governo poderiam ter um acordo e negociar apoio político, como por exemplo, muitos cartolas que chegaram ao poder com o apoio dos militares. 
            Guterman (2009) lembra que o financiamento do governo ao futebol brasileiro entrou em crise já no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, resultado da Crise do Petróleo de 1973. Por conta da crise, os clubes e federações sentiram o problema, pois eram dependentes financeiros do governo e não havia mais como o governo repassar o dinheiro. Isso afetou a todos os clubes, grandes ou pequenos; os clubes grandes possuíam torcidas bastante numerosas, visibilidade e nome para se recuperar. 

  1. A Copa do Mundo de Futebol de 1970 e o pós Copa

            A Seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo em 1970, no México, passou por repletas intervenções do governo militar, para garantir o bom desempenho do Brasil no mundial, para a seleção não repetir a campanha da copa anterior. Stein (2014) indica que a participação pífia da seleção brasileira Copa de 1966 no Chile foi marcado pela falta de organização na preparação da seleção, na qual a convocação contou com quarenta e quatro jogadores para os últimos treinos. Dessa maneira, o Brasil foi eliminado ainda na primeira fase. Após isso, já com a ideia de passar a imagem de grandeza através da seleção, os militares passaram a intervir de forma mais direta na seleção brasileira. Logo no retorno ao Brasil, a seleção foi recebida pelo Serviço Nacional de Informações, para investigar as razões da má campanha na Copa.
            No ano seguinte, Havelange e os militares criaram a Comissão Selecionadora Nacional (Cosena), entidade que escolhia a comissão técnica e era também uma maneira de inserir na direção da seleção e da CBD pessoas partidárias ao regime. Stein (2014) lembra que nesse período, jogadores eram convocados ou deixados de fora da seleção, muitas vezes, de acordo com seu posicionamento político. Mesmo assim, Saldanha, que era comunista foi convidado a dirigir a seleção durante as eliminatórias, pois era considerado um bom técnico e o sucesso da seleção seria usado na imagem política do governo militar.
            Os resultados da seleção brasileira dentro do campo agradavam os militares, como as brilhantes excursões e a bem sucedida eliminatória. Entretanto, Chaim (2014) destaca a polemica em relação a João Saldanha, técnico da seleção brasileira. As vésperas do inicio da Copa, durante a última fase de preparação, o Brasil sofreu alguns resultados negativos, o que gerou duvidas sobre o potencial da seleção para a disputa da competição. O técnico ainda deixou o maior jogador da seleção, Pelé, no banco de reservas. Alem dos resultados inesperados, o autor lembra que Saldanha causava o descontentamento de vários outros técnicos por ser o técnico da seleção brasileira, pois um dos motivos era pelo foto de Saldanha ser um cronista crítico da seleção antes de ser convidado a dirigir a equipe. Após uma feroz crítica de Yustrich, então técnico do flamengo, Saldanha – que segundo o porteiro do clube, estava na posse de uma arma de fogo – invadiu a Gávea, onde era o local de treinamento do Flamengo, para agredir Yustrich, porém o técnico rubro negro não estava mais no local. Após isso, a permanência de Saldanha no comando da seleção ficou insustentável, o que levou a sua demissão.
            Existem outros supostos motivos para a sua demissão, um deles foi que Médici chegou a pedir o jogador Dario na seleção. Stein (2014, p. 3) destaca que:

Meses depois, passou a dar seus pitacos sobre a Seleção, o que enfatizava ainda mais sua imagem como torcedor. Na declaração mais famosa, pediu Dario na equipe nacional, recebendo a ríspida resposta de João Saldanha, quando o treinador foi indagado por jornalistas da RBS: ‘Eu e o presidente temos muitas coisas em comum. Somos gaúchos, gremistas, gostamos de futebol, e nem eu escalo o ministério, nem o presidente escala o time’. Pouco tempo depois, Saldanha deixaria o cargo. 
 
            Guterman (2009) lembra que após a demissão de Saldanha, Zagallo assumiu a seleção e convocou o jogador Dario, o que torna a não convocação do jogador por Saldanha, contrariando o presidente Médici, motivo da demissão do técnico.
            Stein (2014) apresenta uma terceira hipótese, na qual a Cosena suspeitava de que Saldanha denunciava o regime e a repressão do governo brasileiro nos países por onde a seleção brasileira jogava. O fato foi admitido por João sem medo – apelido de Saldanha por ser conhecido por não ter medo de dar suas declarações.  Após a queda do ex-técnico, a seleção passa por uma fase de militarização. Zagallo, que além de bom técnico, tinha boas relações com os militares, passa a ser o novo técnico, o chefe de delegação era o Major-Brigadeiro Jerônimo Bastos e o chefe de segurança foi Roberto Ipiranga Guaranys, que estava na lista de torturadores. 
            Em relação à militarização da seleção brasileira, Fraga (2011) afirma que o major Kleber Camerino era o secretario, o tenente Osvaldo Costa Lobo tinha a função de assessor, o major Carlos Cavalheiro era responsável pela supervisão geral. Foram os preparadores físicos da seleção o capitão Claudio Coutinho, o tenente Raul Carlesso e o civil Carlos Alberto Parreira. Stein (2014) relata que foi inegável que a seleção recebeu uma ótima preparação física, o que foi provado nas atuações da seleção durante a copa. Fraga (2011) conclui que após o titulo da Copa do Mundo, Médici relacionou a vitoriosa seleção brasileira com o governo, já que houve muita disciplina e ordem na seleção, típicos militares, e que o progresso da seleção representava o progresso do país. O autor lembra que os jornais colocavam os opositores do governo militar do Brasil e os adversários da seleção brasileira na mesma categoria, tornando-os adversários a serem vencidos, o que levaria a confirmação do projeto da Ditadura de Segurança Nacional. Guterman (2009) destaca as propagandas do regime feito pela Assessoria Especial de Relações Públicas, entre elas a música “Pra Frente Brasil”, de Miguel Gustavo.
            A Copa terminou e o Brasil foi o grande vitorioso, levando o tricampeonato. Assim, continuou a relação e a preocupação dos militares com o futebol. Segundo Oliveira (s/d) o Programa de Integração Nacional (PIM) foi um projeto de 1970, assinado pelo presidente Médici, no qual visava uma maior integração entre as regiões brasileiras mais afastadas, criando rodovias para ligar tais regiões, sendo a mais famosa delas a Transamazônica. O futebol brasileiro também foi usado pelo militares nesse plano, de forma a ser mais popularizado a toda população brasileira. Conforme indica Santos (2012) a pressão da Revista Placar e dos militares, que cobravam um campeonato mais organizado, a CBD cria, em 4 de fevereiro de 1971, o Campeonato Brasileiro Futebol.
            Fraga (2011) explica que na primeira edição do Campeonato Brasileiro, o torneio contou com vinte clubes e, no geral, não mudou muito em relação ao Robertão, torneio anterior ao Campeonato Brasileiro. Santos (2014) evidencia que o destaque do campeonato era no regulamento, no qual três times com maior número de pontos avançam para segunda fase, e os outros dois clubes que avançam de fase, são aqueles que tiveram maior média de renda por jogo, ou seja, os clubes que mais tiveram público em seus jogos ficam com as vagas.
Stein (2014, p. 3) reforça que vários clubes, que ficaram de fora do novo torneio, não concordaram com o privilégio dado pela CBD a alguns estados e lembra que:

Também em 1971, o presidente do Goiás, com o apoio do governador, teve a ideia de criar o Torneio de Integração Nacional – um nome com clara referência aos planos de Médici. Seis clubes goianos entraram no certame, acompanhados por representantes de outros dez estados, incluindo quatro que não estavam no Brasileirão.

            Este autor ainda lembra que não é comprovado que o aumento de clubes no campeonato teve alguma relação direta com a atitude do então presidente do Goiás, mas o fato é que na segunda edição do campeonato, em 1972, já contava com mais cinco clubes do Norte e Nordeste. Em 1973, já eram 40 clubes participantes, que vinham dos Estados do Espírito Santo, Maranhão, Goiás, Piauí, Santa Catarina, Mato Grosso, Distrito Federal e Paraíba. Em 1979, após a divisão do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul também passa a fazer parte e 21 dos 22 estados tinham representantes no campeonato. Em 1976, eram 54 clubes participantes e em 1979 a competição contava com 94 participantes.
            Fraga (2011) argumenta que de certa forma, incluir um clube de uma cidade pequena e afastada no Campeonato Brasileiro era uma forma de inserir no contexto nacional. A escolha desses clubes tinha uma motivação política: os Estados onde a Arena, do então presidente Ernesto Geisel, estava com baixo desempenho nas urnas, teria um clube no Campeonato Brasileiro. Era a forma de o partido tentar conseguir mais votos.
            Segundo Franco Júnior (2007) outra maneira é que os militares usaram o futebol no Plano de Integração Nacional. Para melhorar a popularidade do governo foram construídos gigantescos estádios de futebol em lugares onde o futebol não era muito popular. No mínimo, trinta estádios foram erguidos entre 1972 e 1975 e 22 reformados durante toda a ditadura militar. Stein (2014) relata que o resultado foi diverso, surgindo elefantes brancos, estádios gigantes que estão praticamente sem uso na atualidade.
Em relação ao fim do sonho militar, destaca-se que:

A partir de 1980, o futebol brasileiro começa a viver um novo momento. A crise econômica faz a fonte de dinheiro das federações secar. Os estádios também deixam de ser construídos. E, com as mudanças políticas vividas na recém-criada CBF, o Campeonato Brasileiro é enxugado. Em 1980, a liga teve 44 times, embora todos os estados continuassem presentes (STEIN, 2014, p. 3).

            Santos (2012) conclui que o fracasso do Campeonato Brasileiro de 79, a crise do petróleo, que tornou as viagens mais caras e o aumento das transmissões ao vivo no final dos anos 1970 e 1980 – na qual não era de interesse transmitir jogos em cidades pequenas, pois transferir seus equipamentos pra essas cidades tinha custo grande – colaboraram para o fim dessa pratica dos militares no campeonato brasileiro. Os clubes que possuíam grandes torcidas e muita renda conseguiram sobreviver, já os pequenos amarguraram, nas divisões inferiores do Campeonato Brasileiro.

Considerações finais
           
            Percebe-se que ao longo dos anos, o futebol teve uma função muito maior que apenas distração e lazer, sendo usado para iniciar guerras, ou parar temporariamente conflitos. Além disso, o esporte foi muito usado para despertar na população o nacionalismo e o orgulho de pertencer a tal país. No caso brasileiro, durante o Estado Novo, Getulio Vargas já percebia isso e passou a intervir mais no esporte.
            O mesmo aconteceu durante o período militar brasileiro, primeiramente com a aproximação de Costa e Silva – que criou um Plano Nacional para o esporte – e depois Médici – que participou de forma direta nos rumos do futebol brasileiro quando era presidente – do então presidente da CBD (hoje CBF) João Havelange.
            Verifica-se também a militarização que a seleção brasileira passou para a disputa da Copa do Mundo de 1970 no México, no qual era fundamental para o governo militar a conquista do título pelo Brasil. Logo após a copa, em 1971, é criado o Campeonato Brasileiro de futebol, para substituir o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão.
            O novo campeonato foi usado também no Plano de Integração Nacional, servindo para uma integração maior entre os clubes de diversos estados brasileiros, colocando no campeonato clubes de regiões onde a Arena estava mal nas urnas, de forma a conquistar votos, o que levou ao incrível número de 94 clubes na edição do campeonato de 1979.  A construção de grandiosos estádios de futebol em regiões onde o esporte não era popular ou a Arena estava impopular, era muito freqüente.
            Portanto, o objetivo da pesquisa foi de identificar a importância que o futebol teve ao longo dos anos no Brasil, tanto como representação de uma identidade nacional e orgulho brasileiro quanto nos interesses políticos, principalmente na ditadura militar, que viam no futebol um modo de se fortalecer.

 

Referências

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* Guilherme Henrique da Luz do 7º semestre do Curso de História da Universidade Católica Dom Bosco. Email: guilhermeluz17@gmail.com

** Doutorado em História Social. Professora no Curso de Graduação de História e do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco. Endereço: Avenida Tamandaré, 6000 - Bairro Jardim Seminário - CEP 79117-900 - Campo Grande-MS. E-mail: maugusta@ucdb.br.

*** Doutorado em Educação. Professor no Curso de Graduação de História e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco. Endereço: Avenida Tamandaré, 6000 - Bairro Jardim Seminário - CEP 79117-900 - Campo Grande-MS. E-mail: vieira@ucdb.br


Recibido: 27/02/2017 Aceptado: 17/05/2017 Publicado: Mayo de 2017

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