Patricia Del Cistia
Juliano Schimiguel
Universidade Cruzeiro do Sul (São Paulo-SP) e na Universidade Nove de Julho (São Paulo-SP)
patriciadelcistia@yahoo.com.br
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Resumo
A fabricação de cosméticos é um processo industrial que engloba pesquisa, desenvolvimento, produção e controle de qualidade das matérias- primas e dos produtos acabados, além da aquisição, armazenamento e distribuição das substâncias constituintes da formulação, outro fator fundamental do setor cosmético são os treinamentos dos colaboradores. Apesar de ser um segmento que agrega tecnologia e as Boas Práticas de Fabricação (BPF), a produção dos produtos cosméticos pode gerar uma contaminação do meio ambiente e malefícios para os usuários e funcionários da linha de produção. Práticas inadequadas no processo de produção geram impactos negativos sobre a saúde dos trabalhadores, o que acaba refletindo no setor financeiro das empresas. O conjunto das legislações, políticas empresariais e as BPF tem como foco minimizar os riscos ocupacionais, promovendo e protegendo a saúde dos trabalhadores. O objetivo deste trabalho é apresentar uma forma de ensino que previna os riscos ocupacionais em uma indústria cosmética.
Palavra chave: Saúde Ocupacional, Indústria Cosmética, Boas Práticas de Fabricação.
Abstract
The manufacture of cosmetics is an industrial process that includes research, development, production and quality control of raw materials and final products, in addition to the acquisition, storage and distribution of raw materials and products and the training of employees. Despite being a segment that combines technology and Good Manufacturing Practices (GMP), the production of cosmetic products can generate a contamination of the environment, the users and the production line employees. Inadequate practices in the production process generate negative impacts on the health of workers, which reflects the financial sector companies. The set of laws, corporate policies and GMP aims to minimize occupational hazards, promoting and protecting the health of workers . The objective of this paper is to present a form of education that prevent occupational hazards in a cosmetic industry.
Key word: Occupational Health; Cosmetics; Good Manufacturing Practices.
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Patricia Del Cistia y Juliano Schimiguel (2016): “Riscos ocupacionais na fabricação de cosméticos. O Ensino da segurança nos processos de fabricação da Indústria Cosmética”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (enero 2016). En línea: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/16/cosmeticos.html
Introdução
Ao contrário das indústrias de transformação que fabricam diversos produtos, a indústria cosmética deve seguir parâmetros e normas de órgãos regulamentadores para a sua produção e liberação de seus produtos no mercado.
Devem-se levar em conta as especificações das matérias- primas e de seus fornecedores, o estudo das formulações, o processo de produção que deve seguir as BPF, as análises físico-químicas, de estabilidade e microbiológicas, que irão garantir a qualidade do produto final. Não se pode discutir sobre as Boas Práticas de Fabricação se o ambiente de trabalho não tiver a mesma importância que o produto final, visando condições saudáveis e seguras para os colaboradores.
São poucos os estudos que relacionam a saúde do trabalhador a Indústria Cosmética.
Nos trabalhos de Villas-Bôas (2003), foi realizado um estudo de caso de análise macro ergonômica do trabalho em empresa de artigos de perfumaria e cosméticos. No caso deste trabalho, a ferramenta Design Macroergonômico (DM) permitiu identificar os itens de demanda ergonômica dos usuários e evidenciou diferenças entre as demandas de usuários que realizam as mesmas tarefas em turnos diferentes.
Em Matos et al. (2011), desenvolveram um artigo em pesquisa bibliográfica, para alertar o risco emergente das nano partículas em ambientes ocupacionais, que se pode encontrar em uma diversidade de atividades e para o qual os técnicos de segurança do trabalho, devem ser sensibilizados. Segundo os autores, a avaliação e análise de riscos ocupacionais, assumem um papel determinante na identificação precoce de medidas de prevenção eficientes.
De acordo com Araújo e Gomes (2010), a intensa atividade de pesquisa biomédica, e a manipulação constante de micro-organismos e materiais com alto potencial de contaminação biológica, tornam os ambientes de trabalho da Fundação Oswaldo Cruz um llócus privilegiado para investigações sobre riscos ocupacionais. O estudo dos autores apresentou um panorama das atividades desenvolvidas, descrevendo os ambientes de trabalho, caracterizando-os quanto aos riscos ocupacionais a partir de laudos elaborados pela coordenação de saúde do trabalhador.
A concessão do registro dos produtos cosméticos fica vinculada a ANVISA, os produtos são divididos em duas categorias, os de Grau de Risco 1 e os de Grau de Risco 2. Os produtos de risco 1 caracterizam-se por apresentarem características básicas e não necessitam de comprovação de eficácia nem de informações detalhadas em relação ao seu uso e suas restrições, conforme resolução da ANVISA. Os produtos caracterizados como sendo os de grau 2, são produtos com indicações e uso especifico. Estes produtos devem apresentar estudos de eficácia e/ou segurança, assim como informações detalhadas do modo de uso e as restrições conforme resolução da ANVISA (ANVISA, RESOLUÇÃO - RDC Nº 4, DE 30 JANEIRO DE 2014, 2014).
Para a concessão do registro ficam vinculadas especificações das matérias – primas que serão usadas na produção, o conhecimento sobre os fornecedores, a apresentação das formulações, a definição dos processos e do local de fabricação, o tamanho dos lotes que serão produzidos, todas as análises realizadas pelo controle de qualidade das matérias- primas e dos produtos acabados, a fixação das formas de apresentação ao consumidor, os testes de eficácia, a rotulagem dos produtos bem como as informações técnicas que serão disponibilizadas (ANVISA, RESOLUÇÃO - RDC Nº 4, DE 30 JANEIRO DE 2014, 2014).
Assim como devem ser tomados todos esses cuidados perante aos órgãos regulamentadores visando à fabricação de produtos de qualidade para seus usuários, deve ser levado em conta o risco para o colaborador durante a fabricação destes produtos, como a inalação de matérias- primas (solventes, nanopartículas), o contato com as substâncias da formulação que podem ocasionar em dermatites, inflamações nas membranas mucosas, nos olhos, e têm-se outros riscos, como os biológicos (fungos, bactérias, vírus) e as condições de trabalho que podem gerar problemas, ao longo do tempo, devido aos riscos ergonômicos, do trabalho em turno, o ritmo do trabalho, etc.
Revisão da Literatura
Desde a pré-história os cosméticos são usados, mas como não se tinha estudos das matérias - primas utilizadas e da segurança desses produtos, muitos problemas surgiram no decorrer dos anos. Os pós faciais que foram utilizados na antiguidade, possuíam grande quantidade de chumbo em sua composição. O sulfeto de mercúrio era usado no rouge e em batons, assim como diversos outros componentes tóxicos que faziam parte da composição de vários produtos. Muitas pessoas morreram precocemente, ficaram cegas e tiveram sérios problemas de saúde.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, na década de 50 os cosméticos eram usados pela maioria das mulheres, muitos produtos foram lançados no mercado e as primeiras legislações surgiram.
Com o passar do tempo e com as novas tecnologias os processos de fabricação foram evoluindo possibilitando melhorias para a indústria, para os colaboradores e os usuários dos cosméticos. Surgiram novos equipamentos, métodos de desenvolvimento, matérias - primas e legislações que deram origem a novos produtos, mais eficazes e seguros.
Além das exigências para a liberação do registro cosmético, a fabricação está cercada de diversas etapas que visam assegurar que os cosméticos sejam consistentemente produzidos e controlados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido pelos consumidores. São as Boas Práticas de Fabricação (BPF).
Ainda assim, existem certos riscos na indústria cosmética e muitos estudos ainda devem ser realizados, principalmente nas novas áreas tecnológicas que tem surgido, como a nanotecnologia, que visa à produção de cosméticos utilizando partículas nanoestruturadas.
Em relação ao uso de cosméticos, alguns tipos de reações que podem ser observadas são:
Irritação: reações de desconforto, de intensidade variada, caracterizadas por ardor ou prurido, podendo causar danificação do tecido córneo;
Sensibilização: reação alérgica, envolvendo o sistema imunológico. Pode ser de efeito imediato ou tardio e pode ocorrer em áreas diferentes da região de aplicação do produto;
Efeito sistêmico: quando componentes do produto atingem a corrente sanguínea, por via oral, inalatória, transcutânea ou transmucosa, metabolizados ou não.
Alguns dos componentes das formulações que podem ser nocivos à saúde são:
A exposição dos trabalhadores pode ocorrer durante a produção da matéria - prima e na produção do produto final, sendo de extrema importância treinamentos constantes que visem o aperfeiçoamento e o ensino da segurança que se deve ter no processo de produção dos cosméticos.
A exposição dos colaboradores a agentes químicos nas indústrias é controlada através da legislação brasileira, que estabelece, dentre outros parâmetros, os limites de tolerância (em inglês, Threshold Limit Values - TLV) para exposição a agentes químicos para uma jornada de trabalho de 8 horas diárias. Porém a legislação ainda encontra-se desatualizada e possui um número reduzido de agentes quando comparados com o número de substâncias utilizadas nos processos industriais (ALENCAR, 2005).
O anexo 11 da NR-15, refere-se a insalubridade a ser considerada no caso do contato do trabalhador com agentes químicos diversos e seus respectivos graus de insalubridade. A toxicidade de um agente químico é determinada pelos efeitos sobre o organismo.
A condição de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância. Abaixo segue a Tabela 1, com uma parte do anexo n°11 da NR 15:
Na Tabela acima o “Valor teto” refere-se aos limites de tolerância que não podem ser ultrapassados durante a jornada de trabalho e na coluna de “Absorção também pela pele”, contém alguns dos agentes químicos que podem ser absorvidos pelo colaborador, quando o mesmo entra em contato com a matéria- prima, a absorção ocorre por via cutânea, o que exige a utilização de EPI’S apropriados para a proteção dos colaboradores.
A produção da indústria cosmética engloba diversas matérias- primas químicas, com diferentes graus de insalubridade e limites de tolerância, tais como: hidróxido de amônia, ácido tioglicólico, tioglicolato de amônia, álcool ceto estearílico toxilado, corantes, conservantes, corantes, benzoato de sódio, cloreto de potássio, peróxido de hidrogênio, água oxigenada, hidróxido de cálcio, lauril éter, monofluor sulfato de sódio, glicerina, carbono metil celulose, carbono de cálcio, silicone, silicato de cálcio, nanopartículas, entre outros.
Os produtos químicos utilizados são fontes geradoras de contaminação , causando à saúde dos trabalhadores alguns danos, como: dermatoses, dermatites e anemia.
É de extrema importância a utilização de EPI’S eficazes e eficientes, e de treinamentos especializados para a manipulação destes materiais de forma adequada.
As poeiras industriais são a maior preocupação dos higienistas industriais no setor cosmético. As etapas do processo de fabricação como, moagem, peneiramento, granulação, descarregamento de matérias-primas são as principais fontes geradoras de poeiras (NAUMANNN & SARGENT, 1997).
Outro problema que ocorre na indústria cosmética são os riscos ergonômicos que como consequência trazem para os trabalhadores problemas de postura e lesões.
Outros fatores relevantes são: a exposição a agentes biológicos (fungos, bactérias e vírus), encontrados nos testes de controle de qualidade microbiológico e nos testes de eficácia e pesquisa de novos produtos, e os agentes físicos, como ruídos originados dos equipamentos utilizados para a fabricação dos produtos. (ALENCAR, 2005)
Os colaboradores devem ter noção dos riscos químicos e biológicos dessas matérias- primas e microrganismos, dos processos de fabricação, e saber sobre a importância dos EPI’S e os cuidados que se deve ter durante a produção fabril.
O treinamento deve ser utilizado como uma ferramenta de organização e qualificação do trabalho, sendo essencial para a empresa se destacar no mercado, oferecendo serviços de qualidade. Programas de ensino conduzidos adequadamente auxiliam no estabelecimento do vínculo entre o funcionário e a empresa.
Para a criação de um Programa de Ensino, que tenha como objetivo a segurança dos colaboradores na indústria, podem ser utilizados diversos meios e recursos. Pode-se utilizar um palestrante, apresentações com recursos audiovisuais, materiais impressos, entre outros (ZAKIR, 1999).
A implantação de Programas de Ensino é uma forma eficaz de desenvolver atitudes favoráveis à organização, de suprir as necessidades de informações sobre os processos de produção da empresa e de informar sobre à segurança que se deve ter durante a realização das atividades dos colaboradores.
Apesar do principal objetivo dos treinamentos ser o lucro das empresas, os colaboradores acabam beneficiando-se, com conhecimentos para a vida profissional e pessoal. Além dos benefícios internos, o Ensino da Segurança na indústria possibilita uma imagem positiva da instituição.
Ensinar o profissional possibilita que o mesmo tenha um processo de educação e melhorias, com alterações comportamentais. Por meio dos treinamentos, o colaborador adquire características como a pró - atividade, conhecimento sobre as necessidades da empresa e os cuidados que se deve ter para manter a sua integridade e a dos demais funcionários.
Resultados e Discussão
No setor cosmético as etapas dos processos produtivos devem ser descritas e um levantamento deve ser realizado dos agentes e os riscos que ocorrem durante a produção, assim como uma listagem dos trabalhadores que são expostos a cada risco, como uma forma de controle e melhoria do ambiente de trabalho.
Na indústria encontram-se os riscos químicos, físicos, biológicos, de acidentes e os ergonômicos.
Tendo analisado a Tabela 1, pudemos verificar que a mesma não possui uma listagem completa dos agentes químicos, cujos quais os trabalhadores estão expostos.
Muitos estudos ainda devem ser realizados com o intuito de se avaliar as reações geradas quando as matérias- primas entram em contato com os trabalhadores.
Os riscos físicos se originam principalmente dos ruídos dos equipamentos, os riscos químicos devem-se ao contato do trabalhador com uma diversidade de produtos químicos, substâncias ativas, excipientes de formulações, solventes, ácidos, bases, sais, nanopartículas, entre outras matérias- primas. É na forma de partículas em suspensão (poeiras) que a exposição dos colaboradores é mais evidente.
A intensidade dos riscos químicos varia de acordo com a linha produtiva, mas geralmente são de alta intensidade. Os riscos físicos são caracterizados como sendo de média intensidade, os riscos menos intensos são os de acidente, os ergonômicos e biológicos.
Conclusão
Este trabalho teve como objetivo a identificação dos riscos e dos malefícios do processo de produção em uma indústria cosmética, assim como demonstrar a importância do ensino para os colaboradores visando à segurança na produção fabril, trazendo qualidade de vida aos trabalhadores.
No segmento cosmético o departamento de controle de qualidade e a produção são os que mais expõem os trabalhadores aos riscos químicos. No controle de qualidade ocorre a exposição durante o processo de amostragem e durante as análises físico-químicas e microbiológicas de toda a matéria-prima usada na produção do cosmético, dos produtos em processo e produtos já acabados (ALENCAR, J. R. B,1999).
Os riscos biológicos devem-se ao setor de microbiologia a aos ambientes climatizados. Os riscos ergonômicos e os pequenos acidentes ocorrem devido a posturas inadequadas, trabalhos repetitivos, problemas de iluminação e instalação, entre outros fatores.
Devem ser de conhecimento dos trabalhadores os riscos aos quais estão sujeitos e a forma mais adequada de evitá-los, com treinamentos e explicações sempre que necessário, melhorando a qualidade de vida pessoal e profissional dos mesmos.
Referências
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ZAKIR, Z. A. N. In: Manual de treinamento e desenvolvimento ABTD. In: Boog, Gustavo G. (coord.). São Paulo: Editora Makron Books,1999.
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